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EE PROFESSOR PAUL HUGON – PROFESSOR MARCOS VINÍCIUS DE SOUZA

Realidade Underground: o seu jornal filosófico

Período Helenístico
O Período Helenístico (ou Helenismo) foi uma época da
história compreendida entre os séculos III e II a.C. no qual os
gregos estiveram sob o domínio do Império Macedônico.
O Período Helenístico (ou Helenismo) foi uma época
da história compreendida entre os séculos III e II a.C.
no qual os gregos estiveram sob o domínio do Império
Macedônico.
Foi tão grande a influência grega que, após a queda do
Império, a cultura helenística continuou
predominando em todos os territórios anteriormente
por eles dominados.
Entre os séculos II e I a.C., os reinos helenísticos
foram aos poucos sendo conquistados pelos romanos.

O império macedônico O QUE VAMOS APRENDER


• O que é o ser humano
• Devemos valorizar o coletivo ou o indivíduo
Os macedônios habitavam a trono, seu filho, • A importância de cultivar bons amigos
região situada no norte da Alexandre Magno • Ciência e conhecimentos como formas de
Grécia. Durante muito tempo que, durante dez valorização do ser
esses povos eram chamados de anos de seu reinado
bárbaros pelos habitantes da (333-323 a.C.), conquistou Ptolomeu (Egito, Fenícia e
Hélade, região entre a Grécia extensa região, formando o Palestina);
central e a do norte – cujos maior império até então Cassandro (Macedônia e a
habitantes eram chamados de conhecido. Grécia);
Helenos – ainda que, como eles,
O império de Alexandre Magno Seleuco (Pérsia, Mesopotâmia,
fossem de origem indo-
se estendeu pelo Egito, Síria e Ásia Menor).
europeia.
Mesopotâmia, Síria, Pérsia e
Em 338 a.C. os gregos foram Índia. Essas conquistas Assim, surgiram dinastias de
derrotados na Batalha de ajudaram a formar uma nova soberanos absolutistas que
Queroneia, pela forças civilização. enfraqueceram a unidade
macedônicas, que em pouco mantida nos tempos de
Depois da morte de Alexandre, Alexandre e aos poucos foram
tempo dominaram toda a Grécia.
sem deixar herdeiros, o império caindo sob o domínio romano.
Em 336 a.C., o imperador Felipe foi dividido entre seus generais,
II é assassinado, assumindo o formando três grandes reinos:
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HELENISMO
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A Civilização Helenística
A civilização helenística foi o resultado da fusão de diversas sociedades, principalmente grega,
persa e egípcia.

A grande obra de Alexandre Magno no plano cultural sobreviveu ao esfacelamento de seu


império territorial.

O movimento expansionista promovido por Alexandre foi responsável pela difusão da cultura
grega pelo Oriente, fundando cidades (várias vezes batizadas com o nome de Alexandria) que
se tornaram verdadeiros centros de difusão da cultura grega no Oriente.

Cultura Helenística
Nesse contexto, elementos gregos acabaram-se fundindo com as
culturas locais. Esse processo foi chamado de Helenismo e a
cultura grega mesclada a elementos orientais deu origem
à Cultura Helenística, numa referência ao nome como os gregos
chamavam a si mesmos – Helenos.
Os Helenos desenvolveram a pintura e a escultura, onde
retratavam com perfeição a natureza e o movimento dos corpos.
Um exemplo é a escultura de mármore, "Laocoonte e seus filhos".
No Oriente Médio, os principais centros de cultura helenística
foram Alexandria (no Egito), Pérgamo (Ásia Menor) e a ilha de
Rodes, no mar Egeu, com seus grandes palácios de mármore, ruas
amplas, escolas, bibliotecas, teatros, academias, museus e até um
Instituto de Pesquisas.
Sua arquitetura impressiona pela riqueza e pelo porte, como o altar
de Zeus em Pérgamo (180 a.C.), que foi reconstituído e encontra-
Laocoonte e seus filhos se no Museu de Berlim.

Sua arquitetura impressiona pela riqueza e pelo


porte, como o altar de Zeus em Pérgamo (180 a.C.),
que foi reconstituído e encontra-se no Museu de
Berlim
Altar de Pérgamo

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HELENISMO
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Filosofia Helenística
O pensamento filosófico helenístico era dominado por duas correntes:
▪ Estoicismo: que acentuava a firmeza do espírito, a indiferença à dor, a submissão à ordem natural das
coisas e a independência em relação aos bens materiais;
▪ Cinismo: que tinha total desprezo aos bens materiais e ao prazer;
▪ Epicurismo: que aconselhava a busca do prazer.
▪ Ceticismo que aconselhava a tudo duvidar

Ciências na Cultura Helenística

Na Matemática do Helenismo sobressaíram Euclides e Arquimedes, que


desenvolveram a Geometria. Euclides utilizou a Geometria nos seus estudos
de Física. A Física (mecânica) mereceu também atenção especial por parte de
Arquimedes, tornando possível a invenção de novas armas de ataque e defesa.
Na Astronomia destacaram-se Aristarco e Hiparco na tentativa de medir o
diâmetro da Terra e as distâncias do nosso planeta ao Sol e à Lua. Aristarco
lançou a hipótese heliocêntrica, isto é, a de que a terra e os planetas giravam
em torno do Sol, que não foi aceita na época.
A divisão do Império Macedônico que se seguiu à morte de Alexandre e as
sucessivas lutas internas, resultaram no enfraquecimento político, o que
possibilitou a conquista romana, concretizada durante os séculos II e I a.C.
Porém, mesmo conquistando a Grécia, Roma teve que se curvar ao esplendor
da Cultura Helenística.

Estoicismo

O Estoicismo ou Escola Estoica é uma doutrina filosófica fundamentada nas leis da natureza, que surgiu na
Grécia no século IV a.C. (por volta do ano 300), durante o período denominado helenístico (III e II a.C.).
Foi fundada pelo filósofo grego Zênon de Cítion (333 a.C.- 263 a.C.), e
vigorou durante séculos (até III d. C.) tanto na Grécia, quanto em Roma. O
termo “Estoicismo” surge da palavra grega “stoá”, que significa pórtico,
locais de ensinamentos filosóficos.
O estoicismo, corrente que enfatizava a paz de espírito e considerava a
autossuficiência seu maior objetivo, baseou-se na filosofia de influência
platônica (referente aos ideais do filósofo grego Platão) e no “Cinismo”.

Ou seja, uma corrente filosófica donde a "virtude" é considerada suficiente


para atingir a felicidade. Além disso, a escola estoica influenciou o
desenvolvimento do Cristianismo.

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HELENISMO
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Fases do Estoicismo
O estoicismo está dividido em três períodos, a saber:

• Estoicismo Antigo (stoá antiga): período mais focado na doutrina ética. Os maiores
representantes do período foram os filósofos Zênon de Cítion, Cleantes de Assos e Crisipo de Soli.
• Estoicismo Helenístico Romano (stoá média): período mais eclético, donde se destacaram os
filósofos Panécio de Rodes, Posidônio de Apameia e Cícero.
• Estoicismo Imperial Romano (stoá nova): de cunho mais religioso, sendo seus principais
representantes os filósofos Sêneca, Epicteto e Marco Aurélio.

Os Principais Filósofos Estoicos

Os principais representantes do estoicismo foram:

Cleantes de Assos (330 a. C.-230 a. C.)


Discípulo do fundador da escola estoica Zênon, Cleantes nasceu em Assos, atual Turquia, sendo sua principal
obra “Hino a Zeus”. Importante no desenvolvimento do estoicismo e da introdução do conceito
de materialismo na escola.

Crisipo de Solis (280 a.C.-208 a.C.) Epicteto (55-135)


Um dos maiores representantes do estoicismo, esse Filósofo grego nascido na cidade de Hierapólis,
filósofo grego, nascido em Solis, foi discípulo de atual Turquia. Viveu grande parte de sua vida como
Cleante de Assos e teve um papel importante na um escravo romano e de sua obra destacam-se:
disseminação e sistematização dos conceitos “Manual de Epicteto” e “Discursos”, editadas por
estoicos. seu discípulo Arriano de Nicomedia (86-175).

Panécio de Rodes (185 a.C.-109 a.C.) Sêneca (4 a.C-65)


Filósofo grego nascido em Rodes, teve importante Filósofo, orador, poeta e político, Lúcio
papel na difusão do Estoicismo entre os romanos, Aneu Sêneca nasceu na cidade de Córdoba, atual
durante o tempo em que morou em Roma. Foi Espanha, sendo considerado um dos mais
considerado um dos maiores representantes da fase importantes intelectuais do Império Romano.
médio estoica, sendo sua obra principal intitulada Importante representante da terceira fase estoica
“Sobre os Deveres”. (nova), Sêneca focou nos conceitos sobre ética,
física e lógica para o desenvolvimento da Escola
Posidónio de Apameia (135 a.C.-51 a.C.) Estoica. De sua obra destacam-se os Diálogos,
Filósofo, historiador astrônomo e geólogo grego Cartas e Tragédias.
nascido na cidade de Apameia, Posidónio estudou
em Atenas, local onde começa a se influenciar Marco Aurélio (121-180)
pelos ideais estoicos, sendo mais tarde embaixador Imperador e filósofo romano, nascido em Roma foi
em Roma. Seu pensamento foi baseado um dos representantes da terceira fase estoica
no racionalismo e no empirismo. (Imperial Romana). Seus estudos estiveram
baseados principalmente nos temas religiosos, em
detrimento dos temas científicos.

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HELENISMO
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Epicurismo

Epicuro de Samos foi um filósofo grego do período helenístico. Seu


pensamento foi muito difundido e numerosos centros epicuristas que se
desenvolveram na Jônia, no Egito e, a partir do século I, em Roma, onde
Lucrécio foi seu maior divulgador.
O Epicurismo foi uma doutrina filosófica criada pelo filósofo
grego Epicuro (341-271 a.C.), o "Profeta do Prazer e da amizade".
A filosofia epicurista foi divulgada por seus seguidores, entre eles, se destaca
Epicuro Lucrécio, poeta latino (98-55 a.C.).

Epicurismo, Hedonismo e Estoicismo


Na física, a principal característica do Epicurismo é
o atomismo. Na moral, a identificação do bem soberano
como prazer, que há de ser encontrado na prática da virtude e na
cultura do espírito.
A doutrina de Epicuro substitui o bem pelo prazer e o mal pela
dor. A felicidade consiste em assegurar-se com o máximo de
prazer e o mínimo de dores, por meio da saúde do corpo e do
espírito.
Esse conceito difundido por Epicuro está enraizado
no Hedonismo. Ou seja, deu origem a uma doutrina filosófica e
moral que tem como base o "prazer", modo de obtenção da
felicidade humana.
Por conseguinte, tanto a ética como a teoria política dos
epicuristas, apoiava-se inteiramente numa base utilitária. Em contraste com o Estoicismo, não insistiam na
virtude como um fim em si mesmo, mas ensinavam que o homem devia ser bom unicamente para aumentar a
sua própria felicidade. Negavam uma existência de uma justiça absoluta e acreditavam que as instituições
seriam justas na medida em que contribuíssem para a felicidade do indivíduo.
Nesse ínterim, o Epicurismo divergia do Estoicismo. A corrente estóica afirmava que todo o Universo era
governado por uma razão universal, divina. Esta ordem define todas as coisas, onde tudo surge a partir dele e
de acordo com ele.
O Estoicismo baseava-se numa ética rigorosa, conforme as leis da natureza, e que o homem sábio torna-se
livre e feliz quando não se deixa escravizar pelas paixões e pelas coisas externas.
Para os epicuristas, todas as sociedades complexas estabelecem certas regras necessárias, visando a
manutenção da segurança e da ordem. Os homens obedecem a elas apenas por ser-lhes vantajoso. Assim a
origem e a existência do estado estão baseadas diretamente no interesse individual.
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HELENISMO
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De modo geral, Epicuro não atribuía grande importância nem a vida política nem à social. Considerava o
Estado como uma mera conveniência e aconselhava o homem bem avisado a que não participasse da vida
pública.
Diversamente do Cinismo, não propunha ao homem o abandono da civilização e o retorno à natureza. Sua
concepção da mais feliz das existências era essencialmente passiva e indiferente.
Por fim, para os epicuristas o homem sábio perceberá que não pode extirpar os males do mundo, por mais
exaustivos e sagazes que sejam seus esforços.
Por isso, devem “cultivar seu jardim”, estudar filosofia e gozar da convivência de seus poucos amigos, do
mesmo temperamento.

Diógenes (412-323 a.C.)

Diógenes de Sinope foi discípulo de Antístenes e o mais


conhecido entre os cínicos. A filosofia e o modo de vida de
Diógenes era admirado por diversas pessoas na Grécia antiga,
dentre elas, o Imperador Alexandre, o Grande.

Diógenes por repudiar o prazer e os bens, vivia uma vida de


total negação de posses. Sobreviveu durante muito tempo em
função da ofertas de alimentos, muito parecido com o modo
de vida de um mendigo. Existem relatos, inclusive, de que ele
morava em um barril

Diferença entre Estoicismo e Epicurismo


Quando tratamos de observar essas duas correntes filosóficas, fica claro que elas se diferem em alguns
aspectos. O Estoicismo, baseado numa ética rigorosa de acordo com a leis da natureza, assegurava que o
universo era governado por uma razão universal divina (Logos Divino).

Dessa forma, para os estoicos, a felicidade era encontrada na dominação do homem ante suas paixões
(considerada um vício da alma) em detrimento da razão. Em outros termos, os estoicos cultivavam sobretudo,
a perfeição moral e intelectual inspirada no conceito de “Apathea”, que significa a indiferença em relação a
tudo que é externo ao ser.

Por sua vez, o Epicurismo, fundado pelo filósofo grego Epicuro (341 a.C.-270 a.C.) possui uma vertente
relacionada ao Hedonismo, portanto à busca dos prazeres terrenos, desde a amizade, o amor, o sexo e os bens
materiais. Para os epicuristas, diferente dos estoicos, os homens eram movidos por interesses individuais e o
dever de cada um estava em buscar nos prazeres refinados, a felicidade que preencherão a vida na terra.

Para os estoicos, a alma deveria ser cultivada, enquanto os epicuristas não acreditavam na reencarnação. Por
fim, para os estoicos a virtude representava o único bem do homem, o mais importante, enquanto o epicurismo
estava apoiado nos prazeres.

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