Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Educação a distância
A Produção Cultural do Sujeito Contemporâneo
Revisão Textual:
Me. Sandra Regina Fonseca Moreira
UNEA
Introdução;
4
e Identidade e Subjetividade na Contemporaneidade;
* O Sujeito Contemporâneo;
dade psicossociocultural.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas: Conserve seu
material e local de
fre
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
AN
O
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: edese manter
hidratado.
y Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu "momento do estudo";
Y No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Y Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e
de aprendizagem.
UNIDADE A Produção Cultural do Sujeito Contemporâneo
Contextualização
Para iniciarmos nosso diálogo, sugiro que você assista ao vídeo a seguir e re-
flita sobre como ocorreu, e ocorre, a construção da identidade cultural humana.
Procure pensar também sobre as consequências sociais e na individualidade do
homem, considerando a crescente produção humana.
0 vídeo indicado é"Homem Man (Steve Cutts)". Acesse em: https://youtu.be/5XgfNmML. VA.
-
Agora que você já assistiu ao vídeo, reflita: Que impactos são gerados a partir
da transformação e do consumo? A identidade sociocultural do sujeito permanece
a mesma, a despeito desses impactos?
-
em sua inteireza, compreendido como um eterno projeto de vir-a-ser, como bem
nos disse Sartre.
Introdução
A essa altura, você, certamente, já se deu conta da intensa discussão acer-
ca da identidade psicossociocultural do sujeito. Mas, como está essa identidade?
Quando refletimos sobre isso, nos deparamos, inevitavelmente, com a chamada
"crise de identidade" pela qual passa o sujeito moderno, que, embora se insista
em vê-lo como unificado, está fragmentado ou, com identidades sociais novas e
díspares, por conta do declínio das velhas identidades que, por tanto tempo, sus-
tentaram e estabilizaram o mundo social.
Quando falamos em crise de identidade, queremos dizer que "os quadros de refe-
rência que davam aos indivíduos uma ancoragem estável no mundo social" (HALL,
2000, p. 7) foram abalados devido ao processo de amplas mudanças das estruturas e
processos centrais das sociedades modernas. Não se tem mais uma referência única
e central. Há, no entanto, diversas referências, coexistindo, muitas vezes de forma
antagônica, e esse antagonismo, por sua vez, gera uma crise, expressa ou não por
uma angústia, reconhecida concreta ou simbolicamente pelo sujeito.
Ainda nos tempos atuais, é normal ouvir dizer que esse ou aquele grupo social
possui ou não uma cultura forte. Difícil, no entanto, é identificar as muitas culturas
coexistentes no cotidiano desse grupo social. Se essa fosse uma tarefa fácil, não
teríamos tantos estudos produzidos e um afunilamento na produção científica de
áreas como a sociologia e a psicologia, que, enquanto ciências, sempre tiveram
muito bem demarcados os campos de atuação e de estudos. No entanto, essa crise
de identidade tratou de aproximar essas disciplinas.
Identidade e Subjetividade
na Contemporaneidade
Desde os estudos de Freud, com a construção da ciência psicológica, que cha-
mou de psicanálise, sabemos que a construção da identidade do sujeito possui fases
ou estágios, antes, muito bem delimitados, que são determinados pela cultura, isto
é, pelo ambiente social e cultural ao qual pertence o sujeito, que não cabe mais
chamar de indivíduo, essa unidade indivisível. Os estudos em psicologia trataram de
nos causar esse trauma existencial, não somos mais únicos e indivisíveis, se é que
um dia fomos, principalmente se considerarmos a cultura de massa proposta pela
globalização, cada vez mais acentuada.
Esse ser humano individual, concreto, conhecido por meio da experiência, que
possui uma unidade de caracteres e forma um todo reconhecível, considerado de
modo isolado em sua comunidade, passou e passa por intensas transformações psi-
cossocioculturais. Na atualidade, a individualidade humana é algo ainda mais difícil
de caracterizar, pois a construção da identidade do sujeito perpassa pela construção
da identidade sociocultural e, por conseguinte, pela construção da subjetividade de
uma determinada sociedade.
Ocorre que, na atualidade, as manifestações culturais e sociais não são mais locais,
mas sim, globais e, portanto, influenciam e são influenciadas por outras e diversas
manifestações socioculturais, muitas vezes distintas daquelas produzidas localmente.
De acordo com Hall (1997, p. 23), o amplo impacto das revoluções culturais so-
bre as sociedades globais e sobre a vida cotidiana local, vivido no final do século XX,
"parece tão significativo e abrangente que justifica a afirmação de que a substantiva
expansão da "cultura" que hoje experimentamos, não tem precedentes". Contudo,
a alusão do seu impacto "na "vida interior" lembra-nos de outra dimensão que pre-
cisa ser considerada: a centralidade da cultura na constituição da subjetividade, da
própria identidade e da pessoa como um ator social".
nina, passam por um período de rivalidade com o progenitor do mesmo sexo, que
o interdita e por ser maior e mais forte, obriga que esse menino ou essa menina
busque se identificar com esse progenitor, imitando-o, a fim de conquistar o que ele
tem, e é, objeto de desejo desse menino ou menina.
É por isso que, de acordo com Hall (1997), devemos refletir sobre as identida-
des sociais como construídas no interior da representação, através da cultura, não
fora dela. A construção da identidade social, por assim dizer, acontece por meio do
uso da subjetividade. É o olhar subjetivo, e não somente a realidade concreta, que
determina a identidade e identificação de uma pessoa. Um exemplo claro disso são
as muitas pessoas que, a despeito da realidade em que vivem, buscam modelos fora
dela, como um menino nascido e criado em uma comunidade que se recusa a se
identificar com ela e exibe modelos comportamentais diferentes dos existentes ali.
De acordo com González Rey (2003, p. 95), a subjetividade pode ser definida como "as for-
mas complexas em que o psicológico se organiza e funciona nos indivíduos, cultural e histo-
ricamente construídos e nos espaços sociais das suas práticas e modos de vida".
A Sociedade de Mudança
Constante, Rápida e Permanente
Há quem defenda e, certamente, você já ouviu a célebre frase: "a única cons-
tância do universo é a mudança". Mas o que isso quer dizer? O que implica
cogitar e afirmar que a mudança possa ser a única certeza, em meio a tantas
incertezas e, sendo assim, por que ainda nos tempos atuais, muitos ainda são
resistentes às mudanças?
É por meio dessa herança ancestral que as muitas culturas compartilham seme-
lhanças, tais como: o arquétipo do herói, do homem e da mulher ideal, que estão
presentes em todas as formas de manifestações culturais e despertam interesses e
curiosidades. Obviamente, esses arquétipos aparecem em cada cultura com singu-
laridades. O herói, por exemplo, não se manifestará com superpoderes, tais como
os criados pela indústria de massa, em todas as civilizações, mas, de certa forma,
carregará semelhanças a esses, o que permite uma rápida identificação com qual-
quer figura do herói, mas não sem certa resistência.
Cruzeiro do SulVirtual
Educação a distância
Á
A mudança, portanto, vista desse modo, pode ser compreendida como a motriz
da sociedade e parte permanente da subjetividade humana. E esse constituinte sim-
bólico que atribui sentido às modificações psicossocioculturais.
0 Sujeito Contemporâneo
Ao nascermos, somos inseridos na sociedade por meio da cultura familiar.
É a partir desse primeiro grupo que incorporamos as normas e costumes sociais.
O grupo familiar é, por assim dizer, responsável por transmitir os dados da cultura
que farão parte da identidade do sujeito, isto é, os traços do temperamento e do
caráter que darão origem à personalidade do sujeito.
UNIDADE A Produção Cultural do Sujeito Contemporâneo
Sendo assim, o homem contemporâneo pode ser caracterizado por amplas in-
certezas e desafios existenciais concretos. Não se trata aqui de dilemas existenciais
puramente filosóficos, mas de definir o próprio papel social, pois de uma coisa
temos certeza, o homem terá de inventar para si novos papéis psicossocioculturais,
ou terá de se reinventar para caber nos já existentes.
Cruzeiro do SulVirtual
Educação a distância
Á
A negação de uma cultura cria uma subcultura, que existe sem o enfrentamento
direto da cultura vigente ou de contracultura, que buscará esse enfrentamento e se
definirá como modelo adequado. Trata-se de uma relação dialética, pois quando
uma contracultura assume a posição de cultura vigente, possibilita o surgimento de
novas sub e contraculturas.
Essa discussão nos traz ao nosso ponto inicial: ser ou não ser. Se adotarmos a
posição Existencialista de Sartre e assumirmos que somos um projeto de vir-a-ser,
conseguiremos romper as resistências, de certo modo, mas não sem a angústia e
náusea características desse processo. Assumir essa visão implica em aceitar a con-
dição de permanente desenvolvimento humano, mas também de que nada, além
da certeza da mudança, que traz consigo incertezas, é perene.
UNIDADE A Produção Cultural do Sujeito Contemporâneo
Nesse sentido, a cultura é bem mais fluida do que pensamos em nossa "vã filosofia", assim
como ocorre com a própria construção da identidade e personalidade humana, o que nos
coloca, mais uma vez, diante de um dilema: Se o homem se mostra nas relações que estabe-
lece, nas ferramentas de trabalho que utiliza e na língua pela qual se expressa, em um dado
lugar tempo, como ocorre essa construção cultural e identitária na ausência concreta do
e
Trocando em Miúdos
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
O vídeos
EE Filmes
Direção e roteiro: Lilly Wachowski e Lana Wachowski, produção Joel Silver, Distribuição:
Warner Bros. EUA, 1999.
https://youtu.be/mBe-FF8MsquU
Direção e roteiro: Lilly Wachowski e Lana Wachowski, produção Joel Silver, Distribuição:
Warner Bros. EUA, 2003.
https://youtu.be/kYzz0FSgpSU
Direção e roteiro: Lily Wachowski e Lana Wachowski, produção Joel Silver, Distribuição:
Warner Bros. EUA, 2003.
https://youtu.be/hMbexEPAOOI
Leitura
Referências
BHABHA, H. K. O local da cultura. 2. ed. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2003.
CANCLINI, Nestor Garcia. Culturas híbridas. São Paulo: Edusp, 2000.
GEERTZ, Clifford. Briga de galos em Bali. In: GEERTZ, C. A interpretação das
culturas. Rio de Janeiro: Zahar Edit., 1978.