Você está na página 1de 5

OUTROS TEMAS

O trauma, a fantasia e o édipo

Gabriel Câmara*

Unitermos: Causalidade; fantasia A oposição entre trauma e relatado pelo analisando, ele diz:
originária; temporalidade; trauma. fantasia está presente desde os "[...] após alguma reflexão
primórdios da psicanálise. facilmente poderemos entender
Colette Soler afirma que essa o que é que existe nessa
Resumo questão não é, para nós, uma situação que tanto nos confunde.
O autor faz uma revisão histórica do questão de moda, mas uma É o reduzido valor concedido à
conceito de trauma na teoria freudiana,
questão que vem desde a origem realidade, é a desatenção à
apontando para uma mudança de
significação do termo ao longo do e é sempre atual. diferença entre realidade e
tempo. Opõe a teoria da fantasia à do A teoria da fantasia substituiu fantasia"1. Então, ele contrapõe
trauma para destacar a primazia da a do trauma ao longo da a realidade psíquica à realidade
primeira e salientar a função evolução da teoria psicanalítica. material e conclui que as
estruturante da fantasia originária, Foi necessário para Freud fantasias possuem realidade
como derivada do complexo de Édipo
destituir a teoria da sedução, psíquica e que, na prática
de cada sujeito. Finalmente, questiona
qual o papel reservado para o trauma desistir de sua neurótica, que já analítica, a realidade psíquica é
na teoria psicanalítica atual e os não se sustentava na prática. De a realidade decisiva.
motivos que levam os neuróticos a onde vem a neurose? O termo fantasia designa a
relatarem fantasias mascaradas de Progressivamente, a ideia de imaginação, o mundo imaginário,
traumatismos. traumatismo foi sendo colocada os seus conteúdos, a atividade
num segundo plano, num nível criadora que o anima. A
inferior de importância causal, e psicanálise se utiliza desse
salientou-se a fantasia como o termo de diversas maneiras.
elemento causador de sintomas Freud não distingue com
psicogênicos. precisão as fantasias
Essa mudança se impôs a inconscientes das fantasias
Freud, pois, ao procurar o conscientes, mas afirma que
esclarecimento dos seus sua origem é inconsciente, e que
pacientes sobre a cena isso é decisivo para o seu
traumática, o que ele encontrou destino. O que quer dizer que se
foi uma fantasia, ou um relato no a fantasia não entra em conflito
1
FREUD, S. Conferências introdutórias sobre qual se torna difícil a distinção com o eu, é porque ela não tem
psicanálise. [1917]. In: ______. Edição
standard brasileira das obras psicológicas entre o que ocorreu na realidade intensidade suficiente para
completas. Rio de Janeiro: Imago, 1996. v.XVII: e o que é uma construção ameaçá-lo. Porém, se a
Conferência XXIII, p.361.
2
LAPLANCHE; PONTALIS. Vocabulário de
imaginária. O que Freud viu, na quantidade de libido que é
psicanálise. São Paulo: Martins Fontes, 2001. maioria das vezes, foi a fantasia investida na fantasia aumenta,
p.174.
mascarada de traumatismo. Na como em determinadas
"Conferência XXIII" (1917) ao circunstâncias de vida na qual o
abordar a confusão que pode indivíduo necessite renunciar
*Psicanalista. Membro do Círculo Psicanalítico
da Bahia. Psiquiatra. surgir na clínica sobre qual o muito ao prazer que pode fruir na
grau de realidade do que é realidade, inevitavelmente será

Cógito • Salvador • n.12 • p. 57 - 61 • 2011 57


O trauma, a fantasia e o édipo

arrastada para o inconsciente e violento que exclui o sujeito. O libido para distribuir aos objetos
recalcada. E são justamente trauma exclui o sujeito porque externos.
essas fantasias que não se não é articulado ao desejo, é A histérica sabe que o
podem tornar conscientes que alguma coisa que vem de fora e desejo é para desejar, além do
desencadeiam os sintomas que tem intensidade suficiente mais, ela quer um Outro que
neuróticos. para superar a capacidade do saiba e que produza o saber
É por esse viés que Freud sujeito de dominar e elaborar sobre o agalma do desejo. Ela
aborda o tema fantasia na psiquicamente o ocorrido. Por quer se sentir desejada. Ela é
"Conferência XXIII". Iniciando isso mesmo, por ser algo da causa de desejo, mas não quer
pelo sintoma, ele chega à natureza de um evento e de não que o Outro goze. No final, no
fantasia que está em sua base. poder ser significado, é que o momento da satisfação da
A fantasia determina o sintoma. trauma é da ordem do real. O demanda pulsional, ela diz "não"
A retração da libido para a trauma é o elemento impossível ao gozo e sustenta seu desejo
fantasia é o meio caminho para de afastar segundo as normas como desejo insatisfeito.
a formação dos sintomas. Mas do princípio do prazer. Acontece que essa descarga
fantasiar é princípio do prazer, é A temporalidade do trauma é pulsional represada retorna para
uma construção para conseguir de ruptura, de um instante, a fantasia, insuflando-a, e novas
prazer. Freud chega a afirmar porém, de um instante que fantasias são construídas,
que não podemos passar sem promove uma mudança oferecendo novos objetos
essa construção auxiliar que é a permanente no sujeito. O trauma imaginários para manter o
fantasia, pois os homens não se espalha e manifesta seus desejo realizado apenas
podem subsistir com a escassa efeitos em diversos processos fantasisticamente.
satisfação que podem obter da psíquicos. No fantasiar, há um domínio
realidade. A fantasia é o elemento A temporalidade da fantasia total do sujeito, ele pode manter
psíquico que escapa do teste de é constante, é o chão do sujeito. a relação com seus objetos
realidade. Se o sintoma está Freud explora a relação do tempo imaginários da forma que melhor
articulado com a fantasia é com a fantasia, dizendo que a lhe apraz. É uma tentativa de
porque ambos representam a fantasia entrelaça o passado, o retornar ao estado de
presente e o futuro, pois o completude. Não obedecendo ao
realização de um desejo. E se
indivíduo vive uma situação no princípio de realidade, a fantasia
esse desejo não pode ser
presente, que desperta um de descarta a necessidade de
realizado, por influência das
seus desejos infantis mais
instâncias repressoras, então o ajustar o desejo do sujeito com
intensos. Com isso, a ideia
sintoma é uma satisfação o desejo do outro. A atividade do
investida por esse desejo do
substituta de uma fantasia de fantasiar não segue as regras do
passado (infantil) é reativada, e
desejo, uma formação de princípio de realidade.
então o indivíduo cria uma
compromisso entre duas A fantasia é uma matriz
situação no futuro que
tendências psíquicas opostas. simbólico-imaginária que
representa a realização do
Porque, então, as histéricas permite ao sujeito fazer face ao
desejo. Ou seja, a fantasia abole
relatam uma fantasia real do gozo, servindo para
o tempo, o que traz o
mascarada de trauma? Freud se tamponar a falta, como uma
funcionamento do próprio
pergunta isso, e nesse momento sutura do sujeito na qual a
inconsciente, regido pelo
ele acaba sugerindo que a culpa processo primário. lacuna do sujeito é tamponada.
é da pulsão. Além disso, ele A histérica vive o tempo de Na neurose, a fantasia de
chega ao ponto que toca no real sua fantasia, a fantasia domina completude é, em essência, uma
da fantasia, aí ele se esbarra seu cotidiano. Isso se torna fantasia de completude
com um "nada mais sei sobre patológico a partir do ponto em amorosa.
isso", e atribui essa face que o indivíduo afasta-se
traumática da fantasia à herança demasiadamente da realidade, A FANTASIA ORIGINÁRIA E O ÉDIPO
filogenética. só obtendo satisfação com o
Quanto ao trauma, ele pode fantasiar. Uma enorme Freud trabalha com o
ser considerado como algo que quantidade de afeto é investida conceito de fantasia originária nos
vem de fora, como um choque na fantasia, restando pouca escritos de 1915. Laplanche 2

58 Cógito • Salvador • n.12 • p. 57 - 61 • 2011


Gabriel Câmara

descreve as fantasias originárias objetivo principal e que podem discurso é fantasia do que de
como "[...] estruturas servir como verdades de um fato aconteceu no passado e
fantasísticas típicas (vida intra- alcance mais amplo. Parece ser ficou como uma lembrança
uterina, cena originária, o caso do artigo referenciado, inconsciente.
castração, sedução) que a cujo tema é "perversões A cena da jovem histérica
psicanálise descobre como sexuais", mas, ao se ler o texto, pode, de fato, ter sido uma cena
organizando a vida fantasística infere-se que trata, também, dos traumática, mas o que quero
sejam quais forem as casos de neurose. dizer é que, muitas vezes, o
experiências pessoais dos A fantasia originária é trauma não está ali onde o
sujeitos". Essas fantasias são inconsciente e deriva do psicanalista pensa encontrá-lo,
constantes, aparecem complexo de Édipo. Com a mas em outro lugar. É que a
repetitivamente na prática dissolução desse complexo, a natureza do trauma não é
clínica, e Freud atribui sua fantasia permanece como necessariamente a de um
universalidade pelo fato de resíduo e irá determinar a evento, como uma cena que se
constituírem um patrimônio posição do sujeito nas suas desdobra em seus diferentes
transmitido filogeneticamente. relações. A fantasia implica a momentos. O trauma também
São fantasias que, de acordo posição do sujeito em relação ao traz alguma coisa da
com ele, trazem recordações da seu gozo. subjetividade, pois ele é
verdade dos antepassados. Essa fantasia primitiva pode individual. Portanto, não seria de
Evoluir na questão do que ter sido fonte de grande prazer estranhar se o trauma pudesse
Freud considerou como herança para o sujeito, porém o relato do funcionar como um complexo,
filogenética não é o objetivo adulto é de uma vivência de um amontoado de impressões
deste artigo, mas se trata aqui angústia, traumatizante. Na que, em determinado momento,
da questão da origem, da última parte do "Projeto para e só a posteriori, vem a se
etiologia da neurose, que Freud uma psicologia científica" (1895), propagar na vida subjetiva do
nunca desistiu de procurar. Freud relata o caso da jovem sujeito como uma onda.
Apesar de Laplanche afirmar que histérica com fobia de lojas e
não se compreende bem o que acreditou ter encontrado a cena
Freud entende pela noção traumática originária quando esta ONDE ESTÁ O TRAUMA?
fantasia originária, ele sugere lhe relatou que, quando contava
que essa fantasia está vinculada apenas oito anos de idade, foi Esse caso não nos serve
ao complexo de Édipo. tocada através de seu vestido muito de exemplo, pois foi
A fantasia originária é uma por um homem bem mais velho. relatado por Freud muito
fantasia edípica. Em "Uma Trago aqui esse caso para precocemente, antes mesmo do
criança é espancada" (1919), perguntar se essa cena primeiro texto verdadeiramente
Freud afirma que a fantasia de realmente funcionou como psicanalítico. Naquela época, ele
espancamento é construída traumática ou se Freud deixou ainda estava muito focado no
quando a criança está envolvida escapar alguma outra trauma como o evento
nas agitações de seu complexo informação que lhe trouxesse a indispensável para o futuro
parental. Não podemos perder de verdade do trauma, já que, adoecimento psíquico do sujeito.
vista que, nesse artigo, Freud naquele período, ele ainda não Aí se trata do passado longínquo,
trata principalmente da etiologia havia descoberto o valor da das teorias pré-psicanalíticas.
das perversões sexuais, por isso fantasia no relato das pacientes. Se fizermos uma revisão
mesmo que o artigo traz como Não que o relato da jovem histórica do termo trauma ao
subtítulo "Uma contribuição ao fosse o de uma fantasia, longo da evolução da teoria
estudo da origem das provavelmente o que ela relatou freudiana, perceberemos que ele
perversões sexuais". Porém, foi uma lembrança que estava utilizava muito esse termo até o
como acontece na maioria dos recalcada no inconsciente. Os período imediatamente anterior à
escritos de Freud, independente analisandos, ao longo da análise, virada do século XIX para o XX.
do assunto abordado, há sempre conseguem, junto com o Paulatinamente, o termo se
informações que extrapolam o analista, diferenciar o que do seu torna cada vez menos frequente,

Cógito • Salvador • n.12 • p. 57 - 61 • 2011 59


O trauma, a fantasia e o édipo

e, em seus textos mais "Teoria da sedução". É bem analisando se posiciona no lugar


amadurecidos, Freud pouco o verdade que o nascimento da de objeto, de vítima, e, portanto,
utiliza. Dois desses textos psicanálise se deu após Freud sem se culpar por seus desejos,
merecem ser destacados: "Além abandonar essa teoria. que ele considera proscritos.
do princípio de prazer" (1920) e Colette Soler (2004) afirma O sentimento de culpa, que
"Inibições, sintomas e que a questão de se implicar ou procede da dissolução do
ansiedade" (1926). não o trauma como causa de complexo de Édipo, tem papel
neurose não é meramente preponderante aí, impedindo que
Em "Além do princípio de
científica. Antes, ela é ética, pois o sujeito tenha prazer com sua
prazer", ele descreve o trauma
implicar o trauma como causa fantasia edípica. O recalque
como arrombamento extenso e de adoecimento psíquico é tratou de transformar a
não limitado, como um afluxo redimir o sujeito de sua culpa. Se sensação de prazer em
excessivo de excitação que a culpa é do trauma, então, só desprazer, pois trata do retorno
impede o aparelho psíquico de resta ao sujeito o lugar de vítima dessa fantasia como trata
realizar a tarefa de ligar essas ou de objeto que sofre o trauma. qualquer outro tipo de retorno do
excitações de forma a permitir É necessário que o sujeito recalcado, ou seja, sinalizando
ulteriormente a sua descarga. reconheça sua implicação um perigo com o surgimento do
Ele trata do trauma como força subjetiva na causa de seus afeto de angústia.
física e utiliza termos como próprios sintomas, pois, sem Freud afirma que a segunda
"violência mecânica do trauma". esta implicação, não se entra em fase da fantasia de "Uma criança
Nesse texto, o termo trauma análise. Dá para entender a é espancada" é a mais
está vinculado, em primeiro razão que levou a psicanálise a importante, ela é inconsciente,
plano, às neuroses de guerra, à se afastar do trauma. jamais conseguiu tornar-se
forma clínica das neuroses consciente e é uma construção
traumáticas. da análise. Assim é a fantasia
Posteriormente, em POR QUE OS NEURÓTICOS RELATAM A fundamental de Lacan, que é
"Inibições, sintomas e FANTASIA MASCARADA DE TRAUMA ? construída no fim de análise, na
ansiedade", ele relaciona o interação entre analista-
trauma com a angústia, que Passado o trauma, encaminho analisando. A fantasia prende o
seria um sinal de alerta contra o essa pergunta. O percurso de sujeito, pois seu desejo está fixo
perigo das excitações pulsionais, análise é um percurso de nela.
que representariam uma destituição subjetiva. Ao longo do Chegar à fantasia
situação traumática para o eu, caminho, o analisando reencontra fundamental é chegar a um
que se vê sem recursos para seu complexo de Édipo e pode, ponto limite da análise; limite
lidar com esses elementos então, ressignificar suas vivências onde se encontra a construção,
inconscientes perturbadores. daquele período. Suas fantasias a estrutura erigida pelo sujeito,
Mas o fato é que, na segunda serão paulatinamente decantadas, quando de frente para o real da
tópica, Freud usa o termo até se chegar à fantasia originária. castração.
trauma sem uma definição Construir ou reconstruir a No fim da análise, espera-se
precisa, não mais o utiliza para fantasia na análise possibilita ao que o sujeito mude sua relação
se referir ao trauma originário da sujeito voltar a sentir prazer com com a fantasia, assumindo,
infância, como elemento pivô do essa fantasia. Os analisandos assim, uma nova posição
adoecimento neurótico. relatam suas fantasias desejante.
Atualmente, não gostamos de mascaradas de trauma,
nos referir ao termo trauma, sendo provavelmente para encobrir o
um termo que está fora da prazer das descobertas sexuais
literatura psicanalítica contem- do período correspondente ao do
porânea. Inclusive, no Dicionário complexo de Édipo. Freud relata
de psicanálise, de Roudinesco que a fantasia de sedução, por
(1998), o termo trauma só é exemplo, geralmente é utilizada
mencionado, porém não se define por uma criança para encobrir o
seu conceito. Nesse dicionário, se período autoerótico de sua
quisermos saber algo sobre esse atividade sexual. Relatando sua
termo, temos de procurar em fantasia como trauma, o

60 Cógito • Salvador • n.12 • p. 57 - 61 • 2011


Gabriel Câmara

REFERÊNCIAS

FREUD, Sigmund. Além do princípio de prazer [1920]. In:______. Edição


standard brasileira das obras psicológicas completas. Rio de Janeiro: Imago,
1996. v.XVIII.
FREUD, Sigmund. Conferências introdutórias sobre psicanálise [1917].
In:______. Edição standard brasileira das obras psicológicas completas. Rio
de Janeiro: Imago, 1996. v.XVII.
FREUD, Sigmund. Fantasias histéricas e sua relação com a bissexualidade
[1908]. In: ______. Edição standard brasileira das obras psicológicas completas.
Rio de Janeiro: Imago, 1996. v.XVII.
FREUD, Sigmund. Inibições, sintomas e ansiedade [1926]. In: ______. Edição
standard brasileira das obras psicológicas completas. Rio de Janeiro: Imago,
1996. v.XVII.
FREUD, Sigmund. Projeto para uma psicologia científica [1895]. In:______.
Edição standard brasileira das obras psicológicas completas. Rio de Janeiro:
Imago, 1996. v.XVII.
FREUD, Sigmund. Recordar, repetir e elaborar [1914]. In:______. Edição
standard brasileira das obras psicológicas completas. Rio de Janeiro: Imago,
1996. v.XVII.
FREUD, Sigmund. Uma criança é espancada [1919]. In:______.Edição standard
brasileira das obras psicológicas completas. Rio de Janeiro: Imago, 1996. v.XVII.
GERBASE, Jairo. Fantasia ou fantasma. Falo, Salvador, Fator, n.1, p.45-50, 1987.
JORGE, Marco Antonio Coutinho. Fundamentos da Psicanálise de Freud a Lacan.
Rio de Janeiro: Zahar, 2010. v.2.
LACAN, Jacques. O tempo lógico e a asserção de certeza antecipada. In:
______.Escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998.
LAPLANCHE; PONTALIS. Vocabulário de Psicanálise. São Paulo: Martins Fontes,
2001.
MILLER, Jacques-Alain. Percurso de Lacan: uma introdução. Rio de Janeiro:
Jorge Zahar, 1987.
REGO, Claudia de Moraes. O tempo "mítico" em Freud ou o resgate impossível
da origem. Letra Freudiana, Rio de Janeiro, n.25, p.67-75, 1999.
RIBEIRO, Paula Mancini. A fantasia como "resíduo do complexo de Édipo": sua
relação com a fantasia originária e com o fantasma fundamental em Lacan. THE TRAUMA, THE ORIGINAL FANTASY
Controvérsias em Psicanálise, Rio de Janeiro, CEPCOP, p.133-147, 1999. AND THE OEDIPUS
ROUDINESCO, Elisabeth. Dicionário de Psicanálise. Rio de Janeiro: Zahar,
1998. Key words: Causality; original fantasy;
SCHERMANN, Eliane Z. A angústia e a fantasia: transbordamento do real no temporality; trauma.
imaginário. Stylus, Rio de Janeiro, Associação Fóruns do Campo Lacaniano,
n.10, p.31-41, 2005. Abstract
SOLER, Colette. Trauma e fantasia. Stylus, Rio de Janeiro, Associação Fóruns The author makes a historical review of
do Campo Lacaniano, n.9, p.45-59, 2004. the concept of trauma in the Freudian
theory, pointing to a change in the term's
meaning over time. Opposes the fantasy
theory to the trauma's theory to
emphasize the primacy of the first one
and highlight the structuring role of the
original fantasy, as derived from the
Oedipus complex of each subject. Finally,
he asks what role is reserved for the
concept of trauma in current
psychoanalytic theory and reasons why
the neurotic reports fantasies
camouflaged with traumatic contents.

Cógito • Salvador • n.12 • p. 57 - 61 • 2011 61

Você também pode gostar