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UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP

CURSO DE PSICOLOGIA

Nome: Laura Maria Dutra Barbosa

Turno: Manhã

Professor: Anna Rogéria

RA: F114597

Turma: PS4A42

Matéria: Teoria Psicanalítica

Goiânia

2021
1. Introdução
O assunto abordado no trabalho será o “recalque“,
tendo como obra para relacionar, o filme “Ilha do medo”.
Para começar, devemos dizer que esse conceito foi
criado por Freud por volta de 1914, dando início a
psicanálise com uma nova abordagem após o
abandono da hipnose, tendo se tornado a base para o
mesmo.
A relação dessa matéria com a obra citada, irá ser
mostrada, com explicações e exemplos vistos da visão
de Freud. A importância da mesma e como foi de
grande influência para a Psicanálise.O filme escolhido,
mostra em algumas situações como o recalque foi
usado e de uma maneira bem simples, vai ser explicado
nesse trabalho.

2.Desenvolvimento
O termo “recalque” tem a definição como uma maneira
do indivíduo negar e bloquear memórias, emoções e
pensamentos interiores. É um esforço próprio pra
manter tudo “preso” no inconsciente. A intenção é
remover, através de associações livres do paciente e do
psicanalista todo esse bloqueio criado.
É preciso dizer que quando se fala de “recalque”, o
termo “repressão” sempre aparece, porém para o
Vocabulário de Psicanálise, de Jean Laplanche e J-B
Pontalis, os dois possuem significados diferentes. O
segundo se refere a uma ação exercida sobre alguém
através da exterioridade, do que ocorre em volta, já o
primeiro, ocorre sobre questões internas, da própria
pessoa. Os dois são bastante confundidos por serem
quase semelhantes no seu significado da palavra,
porém eles optam por “recalque” e “recalcamento”.
Falando sobre o filme “Ilha do medo”, é uma obra de
Martin Scorsese, estrelada por Leonardo DiCaprio, que
conta a história de Teddy Daniels, que está
investigando o desaparecimento de um paciente na
Shutter Islad Ashecliffe Hospital. Ao longo da trama, vai
aparecendo diversas situações em que o personagem
principal deve enfrentar certos medos internos. No final,
é revelado que na verdade, ele era um paciente desse
hospital psiquiátrico, porém ele negava a si mesmo tudo
que havia ocorrido por conta de um grande trauma que
sofreu após matar sua esposa que afogou seus três
filhos em um lago. Com isso, ele acabou criando uma
outra realidade, uma outra identidade, e negando todos
os seus sentimentos e seu passado.
Nessa projeção de uma outra realidade, ele encontrava
o conforto, um modo de esconder tudo aquilo que havia
ocorrido com ele e o que sentia. Resumidamente, ele
encontrou um mecanismo de defesa e podemos
associar isso com o “recalque”, quando ele não quer
aceitar o que aconteceu com ele. Uma fala de Freud
pode resumir isso: “ [...] o apartar-se da realidade é
levado a cabo por duas espécies de vias: ou porque o
reprimido inconsciente se tornou excessivamente forte,
de modo a dominar o consciente que se liga a
realidade, ou porque a realidade se tornou tão
intoleravelmente angustiante que o Ego ameaçado se
lança nos braços das forças instintuais inconscientes,
em uma revolta desesperada” (FREUD, 1996)”;
“consiste apenas em rejeitar e manter afastada da
consciência” (FREUD, 1915/2010, p. 85)”.
Associando ainda, em uma das cenas do filme, um
personagem chamado George Noyce, que era paciente
do hospital, diz para Teddy: “Você não pode descobrir a
verdade e matar Laeddis ao mesmo tempo. Você tem
que escolher, não entende?”. Andrew Laeddis é seu
nome verdadeiro, a quem ele acusa ter matado sua
esposa, como se fosse uma outra pessoa. É importante
notar nessa frase, a relação de Ego e Realidade em
que o personagem se encontra, já que ele se recusa a
aceitar, então ainda querendo viver na sua fantasia.
E assim como disse Freud uma vez, (1907 [1906],
p.55), “As ideias só são reprimidas porque estão
associadas à liberação de sentimentos que devem ser
evitados”. Para Freud, o “recalque” também pode estar
relacionado com o luto, que é causado devido a fortes
laços que são efeitos de várias memórias, sendo sua
perda causa de encadeamentos psíquicos. Segundo
ele, isso exige uma reorganização da memória.
Mas se estamos falando de tal termo, devemos também
citar a “repressão”, que para muitos é um termo melhor
de se dizer, sendo para Freud, "(...) entre estas moções
de desejo indestrutíveis e não passíveis de inibição (...)
se encontram também aquelas cuja realização entrou
em relação de contradição com as representações-
meta do processo secundário. A realização desses
desejos já não provocaria um afeto prazeroso, e sim
desprazer e justamente esta mudança do afeto constitui
a essência do que designamos 'repressão'." (FREUD,
1900/1982, p.573, grifos nossos). A repressão pode ser
considerada como mais próxima do pré-consciente,
porém ainda sim, reprimida no inconsciente. Sendo
uma batalha diária não a deixando “sair”, causando
inclusive sintomas de ansiedade, por exemplo.
A “repressão” ou “recalque”, também estão ligados com
a pulsão. Pulsão para Freud, é uma pressão, força, que
faz com que o indivíduo tenha um objetivo, tendo
origem no corpo. Mais especificamente em suas
palavras: “(...) um conceito situado na fronteira entre o
mental e o somático, como representante psíquico dos
estímulos que se originam dentro do organismo e
alcançam a mente, como uma medida da exigência
feita à mente no sentido de trabalhar em consequência
de sua ligação com o corpo “ (FREUD, 1996b, p.129).
Mas apesar disso, a pulsão é: “uma moção pulsional é
recalcada quando ao atingir sua meta produz desprazer
ao invés de prazer”. Sendo assim, considerada um
“recalque”, pois ao sair do inconsciente, não irá ser
prazeroso para o indivíduo.
Por fim, podemos dizer que o filme se encaixa nesses
conceitos, por representar uma opressão dos
sentimentos do personagem principal e sua insistência
em manter tudo no seu inconsciente. Além de que
quando tudo vem à tona, causa uma grande
instabilidade emocional, pois o mesmo, não estava
preparado para lidar com tudo de uma vez.
3.Conclusão:
O trabalho abordado falou sobre o termo “recalque”,
“repressão” e “pulsão”, os relacionando com o filme
“Ilha do medo”, que mostrou como esses conceitos se
aplicaram em várias situações do mesmo. Foi dito aqui
o significado de cada um e como Freud conseguiu
transformar a Psicanálise com eles, após ter
abandonado a hipnose.
A importância do “recalque” para a Psicanálise, está na
melhor compreensão de sentimentos reprimidos pelos
indivíduos e como podem afetar na vida cotidiana, sem
ao menos “perceberem”, ou terem realmente como
saber da raiz do problema. A percepção que um lapso
de memória faz com que a pessoa não se lembre do
que ocorreu para lhe dar certos problemas, ajuda a
descobrir diversos casos que são gerados através de
traumas, finalmente podendo ter uma solução.

4. Referências:
https://www.scielo.br/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S1516-14982013000200002
https://www.scielo.br/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S1516-14982018000200158
https://www.psicanaliseclinica.com/o-que-e-
recalque-na-psicanalise/

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