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UNIVERSIDADE PAULISTA

DARLISANGELA APARECIDA DE SOUSA – D99BFA1


FABIANE CARVALHO SILVA – F076BA6
GABRIELLY TEIXEIRA – F003329
JAIME JOAQUIM DA MATA JUNIOR – F088618
LAURA SAYURI TOMO – N5162C1

SENSAÇÕES, PERCEPÇÃO E MEMÓRIA

GOIANIA – GOIÁS
2019
DARLISANGELA APARECIDA DE SOUSA – D99BFA1
FABIANE CARVALHO SILVA – F076BA6
GABRIELLY TEIXEIRA – F003329
JAIME JOAQUIM DA MATA JUNIOR – F088618
LAURA SAYURI TOMO – N5162C1

SENSAÇÕES, PERCEPÇÃO E MEMÓRIA

Atividade avaliativa apresentada como requisito


parcial para aprovação na disciplina de Processos
Psicológicos Básicos, do curso de Psicologia, na
Universidade Paulista – UNIP, sob orientação do
Prof. Leonardo C. Guimarães

GOIANIA – GOIÁS
2019
INTRODUÇÃO

Oliver Sacks, autor do livro “O Homem que Confundiu sua Mulher com um Chapéu”,
relata nos textos, casos específicos de pacientes que sofreram perdas sensoriais e perceptivas,
como a propriocepção, amnésia retrógrada também com falha no processamento de memória
explícita e implícita. E nesse trabalho, vamos analisar quatro desses casos, avaliando se se
trata de um prejuízo na memória, na sensação e/ou percepção, identificando quais
funcionalidades ou especialidades destes processos foram prejudicados.

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A MULHER DESENCARNADA

Este caso conta sobre uma mulher chamada Christina, que aos seus 27 anos,
infelizmente tornou seu sonho em realidade.
Christina aparentemente saudável começou a sentir dores abdominais, verificou-se que
ela tinha cálculos biliares e foi aconselhado a retirada da vesícula biliar. Ficou três dias
internada e tomando antibiótico para profilaxia microbiana, ainda não se via nenhuma
complicação.
Seu pesadelo começou um dia antes da cirurgia, sonhou que tinha perdido suas forças
musculares, o controle dos movimentos e não tinha a sensação dos sentidos. O psiquiatra no
primeiro momento afirmou ser uma ansiedade pré-operatória, o que era natural.
Posteriormente, já irritado decretou ser ansiedade histérica. Apesar dos relatos feitos pelo
profissional, no mesmo dia aquela angustia se tornou realidade, “Alguma coisa aconteceu”;
“Não consigo sentir meu corpo. Eu me sinto esquisita – desencarnada”, sua propriocepção
estava diminuindo, deixando a extremamente abalada.
A cirurgia foi adiada, o doutor Sacks e sua equipe empenhou em descobrir o que se
passará com a paciente, ao final, através de uma punção espinhal, concluiu ser uma
polineurite aguda, inflamação dos nervos.
A paciente passou a usar a sensação como guia, pois não tinha a percepção do corpo e
seus movimentos. Para fazer algo tinha que usufruir da visão, olhando para o membro que
queria utilizar, podendo assim movimenta-lo e seguir direções certas. Apesar da visão ajuda-
la, não substituía a ausência dos outros órgãos dos sentidos. Christina fez uma reabilitação
intensiva, progredindo muito em seus resultados.

Para representar o mundo em nossas cabeças, devemos detectar a energia


física do ambiente e codifica-la como sinais neurais, um processo denominado
tradicionalmente sensação. E temos que selecionar, organizar e interpretar nossas
sensações – um processo denominado percepção. Em nossas experiências cotidianas,
sensação e percepção cominam-se em um processo continuo. (Myers, 2006, p.136)
Segundo a proposição de Myers, a sensação é a nossa capitação de estímulos do
ambiente através dos nossos órgãos sensoriais, no caso de Christina, ela perde os sentidos as
informações do ambiente não são organizadas, codificadas e interpretadas, logo eliminando a
percepção, ou seja, elas são interdependentes. A paciente utiliza a visão que mais consome
energia, como fonte de informação única e necessária para interagir com o ambiente garantir a
sobrevivência.

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A sensação e a reação física do corpo no mundo físico é igual para todos, mudando
apenas a percepção, logo não é um dado imediato da consciência.
As principais sensações são: visuais, auditivas, olfativas, gustativas, tácticas.
A percepção é como capitamos as impressões sensórias para interpretamos o meio. No
caso estudado a propriocepção perdida faz parte da percepção, que é definida como sendo a
informação postural, posicional, enviada ao sistema nervoso central pelos nossos músculos,
tendões, ligamentos, articulações ou pele.
Nossas percepções são constantes por isso se tornam automáticas e inconscientes,
desse modo esquecemos sua importância e não damos valor a ela. Christina não conseguiria
progredir se não fosse por algo que parece ser simples, o ato de enxergar, confirmando assim
o quão valioso são as nossas percepções e sensações.

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FANTASMA

A “dor fantasma” é uma sensação lancinante que se refere ao local de perda do


membro, na qual pode trazer uma sensação dolorosa no indivíduo após a secção de uma parte
do corpo. Nosso cérebro tem influência sobre a ficção dessa dor, pois é ele que envia
conexões para o sistema motor e também e a partir dele que se forma a imagem corporal
definitiva, que e construída de acordo com as percepções e experiências do homem.
Como foi mencionado no texto do marinheiro, ele perdeu um dos dedos da mão e foi
perseguido pelo “dedo fantasma” que temia a qualquer movimento com os dedos que ele iria
furar seu olho. “Ele sabia que isso era impossível, mas a sensação era irresistível”, portanto, o
marinheiro estava passando pela Sensação do Membro Fantasma, que é quando o indivíduo
não possui domínio sobre o dedo fictício, sendo assim o cérebro não consegue reconhecer a
ausência do membro.
Em um dos casos aludido na obra, um paciente relatou que não conseguia andar sem o
membro assombrado, é como se ele dependesse diretamente do “fantasma bom” para andar.
Desta forma, tal paciente estava passando pelo Fenômeno Decorrente do Membro Fantasma,
que indica a fase em que o indivíduo sente as dores e passa a aceitar o suposto elemento para
seu próprio bem-estar.
No texto foi citado o relato de uma mulher que fazia o membro fantasma ficar
anestesiado por um breve momento, tal situação indica Falsas Experiências Do Fantasma,
pois ela tem a consciência tanto da perda do membro, quanto da inexistência dessa ilusão
vivendo assim breves momentos de alucinações.
Como se pode observar diante de tais relatos, a sensação é a percepção está
intercalados nos membros fantasma, a sensação tem o papel de detectar “informações”
captados do ambiente e depois codifica-las como sinais neurais, já a percepção organiza os
estímulos e interpreta o que nossos sentidos detectam.
Essa dor irreal e uma lancinante que ainda não existe tratamento específico para ela,
porém e possível encontrar terapias e medicamentos para a redução da dor, na maioria dos
casos que são relatos pelos pacientes, eles têm uma tendência a aceitar o sofrimento e
conviver com ele para o seu próprio bem-estar.

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O MARINHEIRO PERDIDO

Oliver Sacks relata a história de um paciente chamado Jimme G., um homem de 49


anos, simpático, inteligente e desmemoriado, além de ser alegre, cordial, generoso e saudável
mentalmente.
Nos meados de 1975 foi internado em um lar de idosos, transferido por meio de uma
carta, a qual o descrevia como incapaz, demente, confuso e desorientado.
Em sua análise, Sacks descreveu Jimme como um ser detentor de amnésia
anterógrada, ou seja, um homem incapaz de aprender algo novo. Tudo isso decorrente de
lesão cerebral adquirida pelo uso prolongado de drogas ou álcool.
Por meio de alguns testes aplicados o autor observou que Jimme lembrava de tudo que
lhe acontecera até os dezenove anos. Percebeu, ainda, que sua hábil mente de Engenheiro
facilitou sua entrada na marinha, na função de operador de rádio. Jimme recordava os nomes
dos submarinos, as missões e até os códigos Morse. Datilografava sem olhar o teclado.
De outro modo, percebeu que o paciente tinha uma perda severa de memória recente,
uma vez que não era rememorado os eventos a partir de 1945. Além disso era perceptível a
resolução de problemas que exigia do paciente raciocínio rápido, o que não acontecia com os
testes que demandavam muito tempo, sendo claro o seu esquecimento.
O que impressionou o médico foi o fato de que os exames neurológicos apresentavam
plena normalidade, dando a impressão de que o diagnóstico girava em torno de uma
síndrome, chamada de Korsokov, provocada pelo consumo de álcool excessivo, bem como
pela má alimentação.
Por meio de carta, o irmão de Jimme narrou que o paciente não tinha convívio familiar
com ele desde 1943, em razão das diferenças de temperamento existentes. Destacou, ainda,
que o irmão era “cabeça de vento” e “beberrão”, bem como que a Marinha proporcionava ao
seu irmão uma estrutura sólida, uma vida real. Concluiu observando que os problemas de
Jimme se iniciaram quando se desligou do serviço militar, em 1965.
Com isso, Sacks destacou que ao ser humano não integra somente o conceito de
memória, sendo notório os sentimentos, as vontades e sensibilidades adquiridas. Assim, no
que diz respeito ao indivíduo, havia muito o que se fazer.
Diante da análise, conclui-se que o paciente tinha problema de memória, notadamente
a de curto prazo, o que não se aplica às sensações e percepções, considerando a inalterada
condição de existência pessoal, muito mais ampla que o problema de memória, envolvendo,

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por exemplo, a imanente característica humana moral, espiritual e de sensações diversas, no
contexto geral.
No caso em questão, houve um erro de codificação e armazenamento para recuperação
de memória de longo prazo, sendo necessário mais repetição, mais emoção, com a finalidade
de consolidar a recuperação da memória de trabalho, ou seja, memória de curto prazo.

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NIVELADO

Possuímos cinco sentidos que constituem o mundo sensível para nós são eles: o tato, a
visão, o olfato, o paladar e a audição, mas como dizia doutor Oliver Sacks também possuímos
sentidos secretos, que só percebemos quando eles não estão mais nos auxiliando, a
propriocepção e o equilíbrio.
No texto é relatado o caso do senhor, MacGregor. Uma pessoa vivida, boa forma
física, apresentava bem menos idade, único problema de saúde era o “mal de Parkinson”. Que
em algumas pessoas além da tremura, afeta também a agregação dos sentidos de
propriocepção, equilíbrio e visão. Pelo fato desses sentidos deixarem de se aproximar, que o
senhor MacGregor andava todo inclinado, é não sentia nada, se sentido muito bem. Essa
integração dos sentidos e de grande necessidade para a manutenção da postura corporal,
podendo um substituir a falta do outro, como os cegos que usam o tato. Nesse caso sr.
MacGregor tinha a visão perfeita, e usou dela para atingir os outros sentidos deficientes. Sr.
MacGregor comparou os órgãos internos do ouvido região (labirinto) responsável pelo
equilíbrio, com uma espécie de nível-de-bola.
Para elucidação desse caso, foi implementado uns óculos de nível para aprimorar sua
visão, com o propósito afiar sua audição, tendo assim o auxílio do labirinto interno do ouvido,
corrigindo a postura e parcialmente refletindo na melhora do equilíbrio.

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CONCLUSÃO
A proposta deste trabalho fundamenta na análise dos textos diante da percepção,
sensação e memória. Foram quatro os textos aludidos:
A Mulher desencarnada — Christina tinha uma inflamação no sistema nervoso central,
o que fez com que ela perdesse à propriocepção, afetando diretamente os movimentos de seu
corpo, portanto, ela não conseguia organizar as informações que eram captadas do ambiente.
Diante disso Christina passou a usar a sensação no dia a dia.
Fantasma — A dor fantasma é um padecimento que aparece após a retirada de um
membro do corpo, na maioria dos casos os pacientes não conseguem ter um domínio sobre
está dor. Desse modo percebermos que a sensação e a percepção estão totalmente interlaçadas
nestes casos.
O Marinheiro Perdido — Jimme tinha uma síndrome chamada Korsokov resultado do
consumo excessivo de álcool, causando a perda da memória e o paciente não consegue se
lembrar de acontecimentos recentes, como relatado no caso de Jimme. Dessa maneira
podemos avistar que a memória está ligada a esse caso, pois o paciente não tinha um
“armazenamento de memória” de longo prazo.
Nivelado — MacGregor tinha “mal de Parkinson”, doença que afeta os movimentos
do corpo (tremores) e a até mesmo a propriocepção, daí em diante ele passou a usar outros
sentidos para ter controle de seu corpo.
Conclui-se que a percepção e a sensação são processos intercalados, portanto uma não
ocorre sem a outra. Já a memória ela é construída a partir de várias informações, como por
exemplo a codificação e o armazenamento e somente depois a recuperação (acesso às
memórias já consolidadas).

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REFERENCIAS

MYERS, D. & DEWALL, N. Psicologia. Rio de Janeiro: LTC, 2017. Capítulos 6 e 8.

SACKS, O. O homem que confundiu sua mulher com um chapéu. 1ª ed. São Paulo:
Companhia das Letras, 1997.

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