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Disciplina: História da Psicologia

Nome: Cassia dos Anjos Teles Pessoa


Período: Matutino 1º semestre Data: 02/06/2022
ANALISE DO FILME TEMPO DESPERTAR

O filme “Tempo de Despertar” é um filme maravilhoso, ele nos coloca um freio sabe aquilo
que te faz parar pra pensar e nos leva inicialmente a duas reflexões: a primeira, sobre a
importância de “despertar” para novas experiências e viver a vida como se cada dia fosse
o último; a segunda, sobre o quão importante é lembrar que os pacientes, por mais
“silenciosos” ou “adormecidos” que estejam, são seres humanos carentes de atenção, que
sofrem por não conseguirem se fazer compreender ou por não identificarem mais em si a
pessoa que foram.

Todos nós temos uma ideia clara de em que ponto do tempo de nossa vida estamos,
vivemos uma vida de forma linear onde tudo dos nossos padrões e conveniências morais
que nos são impostas pela sociedade nos dá certeza de um controle absoluto sobre nosso
futuro e destino e nela caminhamos de forma ordenada, contando os anos e os dividindo
em meses, dias, horas, minutos e segundos. E nessa caminhada única certeza que temos,
dentre as quais que todos envelheceremos de forma mais ou menos gradual, essa outra
reflexão que o filme nos trás a finitude do tempo o quão nos damos conta disso.
Como seria então viver congelado no tempo como se os anos passassem sem que fossem
captados pela percepção? Como seria viver preso em si mesmo? Seria possível um
despertar súbito após longas décadas de paralisia? E como estaria o mundo deixado por
nós no passado, como ele estaria nesse momento do despertar para esse presente,
evoluído mas será que melhor? De onde tiraríamos forças para lutar por nós mesmos?

Me fiz todas essas perguntas e muitas outras, olhando para dentro de mim como pessoa
e também como profissional da área da psicologia como acolher esses pacientes nesse
despertar, como conduzi-los nesse caminho de renascimento e descobertas.

Contando um pouco sobre a história que o filme nos relata:

Basicamente ele conta a história da entrada em 1966 o médico do neurologista e químico


amador Malcolm Sayer (personagem baseado no médico neurologista Oliver Sacks) em
uma instituição de doentes mentais. Ele foi contratado pelo Hospital Psiquiátrico Mount
Carmel, nos Estados Unidos nesse hospital ele teve contato com um grupo de pacientes
que por muitos anos se encontrava em estado catatônico. e a revolução que causou ao
tratar desses pacientes com a L-DOPA, foi algo incrível, inimaginável considerado por
muitos um “milagre”.
Na verdade, os pacientes eram os sobreviventes de uma epidemia de encefalite
letárgica que os deixou quase completamente paralisados, ou catatônicos.

Antes classificados como doentes mentais cujas habilidades estavam irremediavelmente


comprometidas, o neurologista conseguiu encontrar um ponto comum em muitos deles:
tinham sido vítimas de uma epidemia pós-guerra, que matara muitos e paralisara tantos
outros, no final da primeira guerra mundial se alastrou pela Europa e EUA uma epidemia
de encefalite letárgica, conhecida como “doença do sono”. Ninguém nunca soube precisar
ao certo a origem da doença, provavelmente um vírus, e como se alastrou, contudo, muitos
pacientes apresentaram no momento do contágio sintomas diversos acompanhados de
muita sonolência, e posteriormente, muitas vezes anos após esses primeiros sintomas e
tendo vivido uma vida normal dentro desse período, perderam as funções de forma a
ficarem catatônicos, como se estivessem em sono profundo.

Muitos sobreviventes dessa epidemia foram colocados em hospitais psiquiátricos e por lá


ficaram por décadas, como seres esquecidos, que precisavam apenas de água e comida
e desses lugares seria o Hospital Psiquiátrico Mount Carmel.

No ano de 1969, quando a L-DOPA, uma droga experimental, passou a ser um pouco mais
em conta, Sayer e sua equipe passou a ministrá-la a esse grupo de pacientes. Paralisados
desde a década de 20 (ou até mesmo antes) e, em grande parte, tendo sido atingidos pela
moléstia ainda na juventude

Com a L-DOPA o neurologista Malcom Sayer (Oliver Sacks) conseguiu “despertá-los”


muitos voltaram à vida de súbito, como se estivessem apenas adormecidos.
e por um tempo: os pacientes voltaram a interagir, falar, andar, mas infelizmente nem
todos continuaram com estes resultados por mais de poucos meses

Ao contrário da enormidade de médicos que fogem de hospitais psiquiátricos, Sayer


conseguiu enxergar nesse novo ambiente um local rico para o aprendizado profundo da
natureza mental humana e, dotado de imensa empatia, enxergou esses pacientes de uma
forma mais ampla: apesar de inertes, em particular pareciam dotados de uma inteligência
velada, como se estivessem aprisionados em um corpo apático.

É óbvio que o ambiente influencia o comportamento da pessoa, seja ela completamente


saudável ou com algum grave distúrbio neurológico. E ainda assim, até hoje, são
pouquíssimas as instituições que tratam seus pacientes de forma humanizada

Durante os relatos de Sayer fica muito claro que fatores emocionais, ou seja, relações
humanas foram cruciais para determinar o maior ou menor sucesso da medicação nos
pacientes. Muitos se agarraram ternamente aos que lhes eram queridos: pais, irmãos e
filhos. Outros se entregaram desalentados ao perceberem que não tinha restado ninguém.

Então concluo que a conduta incrivelmente ética, empática e humana do Dr. Sayer nos diz
como esse tipo de tratamento faz total diferença no trato com o paciente mesmo que isso
não significa a cura, mas o olhar dele por aqueles que estavam esquecidos totalmente pela
sociedade trouxe uma experiencia única para eles de despertar para a vida, para viver o
tempo que lhes era permitido sem perder tempo e nos deixando uma lição de que temos
que viver por tudo é finito e o tempo não volta,
FRASE DO FILME

“MAS A REALIDADE É QUE NÃO SABEMOS O QUE DEU CERTO OU QUE DEU
ERRADO, O QUE SABEMOS QUE COM FECHAR DA JANELA QUIMICA OUTRO
DESPERTAR ACONTECEU QUE O ESPIRITO HUMANO É MAIS FORTE QUE
QUALQUER DROGA E ISSO QUE PRECISA SER ALIMENTADO”

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