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Quando a vida no corpo é compreendida apenas como uma longa viagem sem
prejuízo algum ao Espírito, torna-se mais leve e menos sacrificial. A morte
provoca uma descontinuidade do personagem, que se vê expropriado do que
considerava líquido e certo, porém promove a compreensão de que se trata de
mais uma parada para arrumação e avaliação do verdadeiro proprietário da vida,
que não cessa sua saga em transcender. (NOVAES, 2018)
Por que, então, algumas pessoas quando morrem continuam no processo como se
estivessem vivenciando o corpo material?
Cada indivíduo, por razões diversas, crenças, religiões, convicções de cunho científico, tem
uma visão da morte e da continuidade ou não da vida. As pessoas podem conceber a morte de
formas diferentes. O medo arraigado em nossas mentes, quer seja por ignorância, quer por
dogmatismo religioso, nos impõe a morte como algo doloroso, sombrio, onde seremos julgados e,
possivelmente, condenados. Há também o medo da solidão, da perda das pessoas queridas, o
sentimento de apego à família, à casa, aos bens materiais, dentre outros.
Ao passar pelo processo de morte e desencarnação, por vezes o Espírito se depara com uma
situação completamente diferente do seu imaginário. Frequentemente não compreende o que
ocorreu pois esperava, por exemplo, dormir o sono eterno, porém continuaria “vivo”. Alguns
podem ver seu corpo inerte, outros não se recordam do momento da morte e continuam percebendo
as pessoas queridas, porém ninguém “o escuta”. Muitos não sabem o que fazer e se mantém ao lado
dessas pessoas, convivendo na mesma casa, e, até, tentando controlar os bens e as finanças da
família como se encarnados estivessem.
O esclarecedor deve evitar dizer ao Espírito que a confusão se deve a sua desencarnação,
uma vez que nem todos terão a compreensão do significado dessa palavra. No decorrer do diálogo,
o médium esclarecedor sondará as condições psicológicas do Espírito de saber ou não se já
desencarnou, de saber ou não que seu corpo físico morreu. Deve conduzir o diálogo naturalmente,
dizendo por exemplo: “- Examine com calma o que está acontecendo; seus familiares e amigos tem
algum motivo para não lhe dar atenção? Tudo está como antes? Notou alguma mudança em sua
vida?”
O rumo da conversa dependerá das respostas do Espírito. Caso este continue sem entender, o
esclarecedor poderá convidá-lo a orarem juntos. A oração é excelente ferramenta de mudança
vibracional e auxiliará na percepção da outra dimensão. Caso o comunicante comece a ter
discernimento de que desencarnou, o médium esclarecedor deve ter bastante tato: poderá dizer que
a vida continua e que a pessoa conserva sua individualidade, buscando harmonizá-la.
De acordo com Novaes (2018), quando lidamos com a ideia da morte como algo positivo,
conseguimos transmitir mais determinação, coragem e tranquilidade para quem está desorientado.
Entender o morrer como experiência necessária, que há um propósito de Vida, representa
amadurecimento para quem compreendeu que não há limites para o Espírito imortal.
Bibliografia: