Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Dia – 31/11/2023
Objetivos da nossa reflexão de hoje, Plenitude da vida: este o tema dos nossos
estudos:
1. Apresentar a morte como parte da vida, ocorrência natural do processo de
desgaste do corpo, identificando o mesmo como roupagem transitória da
alma;
2. Destacar o caráter de indestrutibilidade do Espírito, enfatizando a importância
de vivermos pensando na morte como parte do programa normal de todo
homem inteligente na Terra;
3. Examinar o caráter causal, portanto permanente do mundo do Espírito,
ressaltando a necessidade do equilíbrio e da coragem a fim de superarmos a
dor e vencermos a saudade na expectativa do reencontro ditoso.
Queridos irmãos
Sempre que nos dirigimos a uma Casa Espírita, saindo de nossos lares, vindo do
trabalho, enfim, temos como objetivos, receber os benefícios que o Espiritismo, por
meio daquela casa espírita, pode nos oferecer.
Ouvimos uma palestra a nós dirigidas, tomamos os passes magnéticos, na busca
do remédio para os males que afligem nossas almas.
Em alguns momentos, chegamos mesmo a participar de alguns trabalhos
realizados pela Casa Espírita que nos acolhe. Chegamos a nos confessar
espíritas.
E em muitas dessas ocasiões, ficamos sem saber ou sem ter a certeza de quais
são, realmente, os benefícios ou quais os serviços a nós dispensados pelo
espiritismo.
Nós ficamos mesmo pensando que somos nós que prestamos alguns serviços à
Doutrina Espírita. Será?
André Luiz, querido Mentor Espiritual, por meio da mediunidade, escreveu uma
mensagem com o seguinte título: Vinte serviços que o espiritismo faz por você.
Nesta mensagem são apontados vinte itens, os quais, sob a ótica de André Luiz,
são vistos como aquilo que a doutrina espírita oferece a todos nós, em prol do
nosso melhoramento.
1
Nós acreditamos que seria bom analisarmos alguns destes itens, em face do nosso
tema da noite: Plenitude da vida. Este o tema dos nossos estudos. A plenitude, já
sabemos, é o estado de perfeição que almejamos para tudo o que fazemos, para
tudo o que desfrutamos.
Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância. Esta frase, dita por
Jesus, nosso querido mestre e guia da Humanidade, nos deixa bem claro, que Ele
viera ao mundo para que vivêssemos melhor, vivêssemos felizes. Mas, e esse é o
ponto da questão. Ele não se referia à vida material. Por que a vida material passa.
Há algo mais importante em nós e disso que Ele falava. A nossa preocupação na
Terra, enquanto encarnados, é a felicidade. Todos os nossos cuidados, todas as
nossas lutas, todo o nosso trabalho, visam a felicidade. Só não sabemos onde
encontrar a nossa felicidade.
2
Mas para chegarmos a esta maneira ideal, necessário sabermos de alguns pontos,
que nos são esclarecidos pela Doutrina Espírita e que são comprovados pela
ciência.
A morte é um fenômeno biológico. Faz parte da vida dos seres, de todos os seres
orgânicos. Tudo na natureza, nasce, cresce, reproduz e morre. É, como já
dissemos, biológico, natural. Faz parte da Lei Natural. E as nossas reações, sejam
quais forem, não vão mudar isso. Depois que a morte acontece, não há mais o que
fazer.
O que pode mudar são as nossas reações, porque sendo boas ou más, podem
causar danos ou benefícios naquele que parte.
E estamos falando daquele que parte, porque já sabemos que diante do fenômeno
biológico, acontece um outro fenômeno, este, esclarecido pela Doutrina Espírita – A
desencarnação.
Quais as possíveis posturas mais acertadas perante a notícia da morte de alguém
querido? Receber com bravura o choque da notícia, pois sabemos: É
verdadeiramente um choque e somente com muita fé e confiança em Deus,
podemos nos portar com bravura, resignação e aceitação neste momento.
E se precisar passar a notícia adiante procurar a melhor maneira de fazê-lo, pois
muitas vezes, nós não nos preocupamos com aqueles que devem receber a notícia
e a passamos de modo errado. Deve ser um momento de carinho, de cuidado e
essa notícia deve ser dada de forma tranquila.
Existe uma palavra-chave para enfrentarmos com serenidade e equilíbrio a morte
de um ente querido: submissão. Ela exprime a disposição de aceitar o inevitável,
considerando que, acima dos desejos humanos, prevalece a vontade soberana de
Deus, que nos oferece a experiência da morte em favor do aprimoramento de
nossa vida.
Por que aprimoramento de nossas vidas? Em lendo o Livro dos Espíritos, em várias
de suas passagens, somos informados de que o Espírito é um ser imortal, foi criado
simples e ignorante e deve chegar à perfeição, passando pelas provas das
reencarnações, que não é castigo, e sim oportunidades de melhoramento. Encarna-
se para aprender novas lições.
68. Qual é a causa da morte, nos seres orgânicos? - A exaustão dos órgãos.
132. Qual é a finalidade da encarnação dos Espíritos?
-- Deus a impõe com o fim de levá-los à perfeição. Para uns é uma expiação; para
outros uma missão. Mas, para chegar a essa perfeição, eles devem sofrer todas as
vicissitudes da existência corpórea: nisto é que está a expiação.
3
Assim, a Doutrina Espírita nos apresenta a morte como sendo como parte da vida,
ocorrência natural do processo de desgaste do corpo, identificando o mesmo como
roupagem transitória da alma;
Se nós nos conscientizarmos disso, perdemos o medo da morte, sabendo que para
o espírito, ela não existe e podemos viver melhor, executando o nosso programa de
vida, sabedores de que nossa felicidade está mais adiante.
O espírito é indestrutível, disso não podemos esquecer, assim, pensemos na morte
como parte do programa estabelecido a cada um de nós pela lei natural.
Também se torna necessário que Examinemos o caráter permanente do mundo do
Espírito, ressaltando a necessidade do equilíbrio e da coragem a fim de superarmos
a dor e vencermos a saudade na expectativa do reencontro ditoso.
Para a dra. Elizabeth Kübler-Ross, conhecida autoridade nos problemas
psiquiátricos dos pacientes vítimas de doenças fatais, a vida continua após a morte
do corpo físico. Suíça de nascimento, norte-americana naturalizada, ex-professora
da Universidade de Chicago, fundamentou sua convicção assistindo doentes
desenganados observando-lhes os temores em relação à morte próxima.
Observando pacientes terminais
A dra. Elizabeth começou a cogitar sobre a sobrevivência do ser ao observar seus
pacientes logo após a morte. “Percebi que ocorre algo muito importante poucos
momentos após a morte. Um minuto, mais ou menos, após a morte clínica, a
maioria dos pacientes muitas vezes apresenta expressões fisionômicas
fantasticamente pacíficas, mesmo aqueles que lutaram terrivelmente até o fim”.
Observou também que muitos de seus doentes terminais falam com alguém, em
seu leito de morte. “Meu pai falou com o pai dele, que havia morrido 30 anos antes,
e depois se voltou para mim e conversou racionalmente. Chamamos isso de
“alucinação”, como se, pondo um rótulo, explicássemos tudo”.
Mas um outro fator, muito mais determinante passou a lhe chamar atenção: “Uma
paciente que fora declarada morta, apesar de heroicos esforços para ressuscita-la
nos últimos minutos, voltou à vida espontaneamente, três horas e meia depois. Ela
me disse como se sentira: havia flutuado para fora de seu corpo e vira o que se
fazia com ele. Descreveu detalhadamente a equipe de reanimação – quem estava
lá, quem queria desistir, quem queria continuar, quem disse uma piada para aliviar
a tensão. Isso me deu a primeira pista”.
A partir de então, pesquisou casos idênticos, da Austrália à Califórnia, envolvendo
pacientes de 2 a 96 anos. Registrou centenas de casos bem definidos, de todo o
mundo, de gente religiosa ou não. Um deles esteve morto 12 horas e meia.
A experiência de morrer
4
A experiência de morrer, segundo observações da dra. Elizabeth em seus
pacientes terminais, consiste no seguinte: a maioria dessas pessoas virtualmente
abandonou seus corpos físicos, como uma borboleta deixa o casulo. Descrevem
uma sensação de paz indescritível, sem dor, sem ansiedade. E sentiam-se perfeitos
– inteiramente completos.
Nenhum deles ficou com medo de morrer de novo. A experiência parece ser a
mesma, não importam as origens culturais da pessoa”, observa.
6
Como nós reagimos a um problema familiar? à perda de um ente querido? a
uma doença incurável?
E o que nós estamos fazendo em favor dos outros?
As respostas a estas perguntam podem determinar se estamos vivendo bem e
próximos a tal almejada felicidade ou se precisamos rever alguns conceitos.
"Amai-vos uns aos outros" - recomendou Jesus.
E não há outra maneira de amar, se não formos caridosos. Caridade é ser
benevolente, paciente, tolerante, humilde. É fazer para os outros o que desejamos
que nos façam. Como não queremos que nos façam o mal, mas todo o bem
possível, assim também devemos agir para com eles: familiares, parentes, amigos,
estranhos e até inimigos.
A obrigação do cristão é ser um trabalhador do bem, dando sua parte, por pequena
que seja, na luta por um mundo melhor.
Podemos fazer tudo isso, cuidando melhor de nossas atitudes, vigiando nosso
comportamento diário, sendo mais atenciosos e gentis, vendo, nos outros, mais
suas qualidades, e finalmente, sendo mais exigentes para conosco mesmos.
Lembramos por fim que ninguém se aniquila na morte. Muda-se de estado
vibratório sem que se opere mudança intrínseca naquele que é considerado morto.
Morrer é, também, reviver.
Mortos estão, em realidade, aqueles que têm fechados os olhos para a vida e
jazem anestesiados na ilusão, deambulando, em hipnose inditosa, entre viciações e
engodos.
Cada ser é além do corpo o que cultivou na indumentária carnal. Nem melhor nem
pior do que era. As construções mentais, longamente atendidas, não se apagam
dos painéis espirituais ao toque mágico da desencarnação, nem tampouco o culto
da personalidade, os hábitos infelizes se rompem, de imediato, graças ao bisturi
miraculoso da morte.
Morrer e viver nas vibrações materiais são contingências que dizem respeito a cada
um.
Por essa razão, em memória dos teus mortos queridos, que vivem, não lhes
instiguem as paixões subalternas com oferendas de ordem material, pois já não
necessitam dos mimos enganadores nem das demonstrações exteriores do mundo
da forma. Têm agora outro conceito, compreendem melhor o que foram, como
poderiam e deveriam ter sido, e lamentam, se não souberam conduzir a experiência
pelas nobres linhas da elevação moral.
Respeita-lhes a memória, mas desvincula-os das coisas transitórias. Ama-os, e
liberta-os das evocações dolorosas do vaso carnal. Ajuda, através da tua valiosa
dádiva de amor, os que se demoram ao teu lado experimentando aflições e
desesperos.
7
Transforma as flores débeis que logo fenecem em pães de esperança, que
sustentarão vidas em quase extinção através da caridade amorosa.
Apaga as velas de pouca luminosidade e acende a luz da caridade, pensando
neles, para que as lâmpadas de misericórdia que coloques em outras vidas possam
transformar-se em claridade sublime nas consciências deles.
Mitiga a sede, diminui a fome, alfabetiza, enseja o medicamento, fomenta a
concórdia, distribui a esperança, divulga a paz, recordando aqueles a quem amas e
que partiram para o mais além, e chuvas de bênçãos cairão sobre eles,
abençoando-te também.
Não os pranteies em desesperos, não os exaltes em qualidades que não possuem.
Recorda-os na saudade e mantém-nos na lembrança do carinho, sabendo por
antecipação que um dia virá em que jornadearás, também, na direção desse Mundo
em que eles se encontram, voltando a estar ao lado deles, sendo feliz outra vez.
E como dispões ainda de tempo para preparar a sua viagem de retorno à Pátria
Espiritual, organizais emocionalmente, entregando tua vida à Providência Divina e
vivendo de tal forma no corpo que, em chegando o momento da desencarnação,
não te detenhas atado às mazelas nem às constrições do vasilhame carnal.
"Se alguém guardar a minha palavra, nunca, jamais, provará a morte". João:
capítulo 8º, versículo 52.