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Cuidados II - aula 2 parte 1: ​Morte e Morrer e Família

Professor Gunnar

Vendo a morte como um processo com o indivíduo e seus familiares

Para lidar com a morte do outro, precisamos lidar com a própria morte, então é
necessário refletir sobre o assunto e estar preparado para aceitar quando a
pergunta for “você está pronto para morrer hoje?” e precisamos pensar no
significado do processo de morte/morrer.

Ou seja, em relação à religiosidade, é importante que respeitemos a religião e


crenças do outro, pois quem está passando pelo processo de morte/morrer é ele, e
se a cultura dele traz um conforto, isso deve ser respeitado pelos profissionais. E a
religião em si pode ajudar nesse processo, ou atrapalhar.
A morte pode ser considerada triste mas não é em todo local, cultura, família,
contexto, então é necessário avaliar cada caso individualmente.
O problema da sociedade atual, é a não possibilidade de despedida e isso pode
afetar em como a família lida com o processo de morte. Um exemplo é o momento
de 2020/2021 onde não se pode velar o corpo, ou seja, esses familiares e amigos
que perderam um ente querido, não conseguem “pôr um ponto final”.
Há ideias que precisam ser desconstruídas na cabeça dos
acadêmicos/profissionais, e entender que se você não foi responsável pela morte do
paciente no sentido de provocar, antecipar, não fez uma medicação que ocasionou
a morte dele, se foi uma morte natural e esperada, não se deve atribuir a culpa ao
profissional.
O cuidado terapêutico envolve a presença e atenção do profissional para com o
cliente, e às vezes a pessoa te chama toda hora, pela sensação de conforto que é
não estar sozinho. E estar com o outro não significa apenas estar próximo, envolve
conhecer o paciente, saber o nome, olhar no olho, ter um cuidado humanizado.

Relato de uma menina de 13 anos no leito de morte:

Onde Veronika parece ter adquirido maturidade à beira da morte.

William Shakespeare diz:


Ou seja, é o fato do profissional se fazer presente frente o processo de morte/morrer
do paciente para o que ele precisar e tentar atender os desejos e vontades dele.
Conversar com esse usuário sobre o que ele gostaria que fizessem ou não. Essa
não é uma conversa fácil, mas é ainda mais difícil quando o profissional tem a morte
como um problema de resolução pessoal.

Dentro do ideal paliativista se tem o termo “boa morte” que se alcança quando é
respeitado a dignidade humana, o estado livre de dor, um bem estar emocional,
quando se respeita também as questões ligadas à religiosidade e espiritualidade
daquela pessoa, quando se respeita as preferências da morte com diretivas
antecipadas realizado em cartório, ou um testamento vital feito no prontuário com
assinatura dele. E para tudo isso é importante que quando profissional vai fazer a
anamnese, que ele se dedique a conhecer o paciente e sua família.
Vendo a morte cientificamente

Mudanças físicas horas ou dias antes da morte,​ Potter (2013)

• Períodos maiores de sono/não responsividade (até por uma questão de


intoxicação sanguínea)
• Alterações na temperatura e cor das extremidades, nariz e dedos
• Incontinência intestinal ou vesical
• Oligúria ( menos de 400ml/dia)
• Agitação / desorientação
• Incapacidade para deglutir
• Respiração ruidosa, alterada, padrão Cheyne-Stokes
• Diminuição de tônus muscular,
• Fraqueza e fadiga
Alterações físico biológicas do corpo após a morte

• ​Rigor Mortis
A rigidez cadavérica (latim: rigor mortis)
A causa bioquímica do rigor mortis começa com o cessamento da circulação
sanguínea, assim como o transporte do oxigênio e retirada dos produtos do
metabolismo. Os sistemas enzimáticos continuam funcionando após algum tempo
da morte. Assim, a glicólise continua de forma anaeróbica, gerando ácido láctico.
As moléculas de miosina contendo ATP previamente ligado interagem com os
filamentos de actina que agora têm seus estios de ligação expostos, como não
existe novo ATP para desfazer o complexo ADP-miosina/actina os músculos
tornam-se rígidos.
O corpo fica completamente rígido de seis a oito horas após o óbito. Porém, cerca
de 24 horas depois, o corpo está novamente flácido. Isso porque, devido à
decomposição, a membrana celular se rompe e desaparece a tensão elétrica entre
as células, que deixava o corpo enrijecido.

• ​Livor mortis
O livor mortis representa os livores cadavéricos, que surgem 20 a 45 minutos após a
morte. Em 10 a 12h os livores já ocupam todo o plano inferior. Os livores ocorrem
porque depois da morte o sangue fica sujeito apenas à gravidade, acumulando-se
nas zonas mais baixas do corpo (variando consoante a posição do cadáver). O que
acontece então é que o cadáver adquire uma tonalidade descolorada em algumas
áreas (onde havia superfície de contato), e arroxeada onde se deu a acumulação do
sangue.

• ​Algor mortis
Algor mortis (Do latim algor = frio e mortis = morte) ou esfriamento do cadáver é a
redução linear da temperatura da pele que ocorre após a morte.
Uma vez cessadas as funções vitais, o corpo esfria a uma média de 1,0 °C a 1,5 °C
por hora. Considerando que a temperatura média de um ser humano é entre 36 °C e
37 °C, o cadáver atinge a temperatura do ambiente em 24 horas, no máximo.
A circulação do sangue pelo nosso corpo é responsável por nos manter aquecidos.
Quando morremos, logicamente, o sangue para de circular, e consequentemente de
nos aquecer, fazendo com que o corpo se resfrie e adquira a temperatura do
ambiente em que se encontra. É por isso que quando tocamos num morto, temos a
sensação de que ele está frio, já que nosso sangue ainda circula e nos mantém em
temperatura mais elevada.
O algor mortis tem importante papel na resolução de crimes, já que dependendo da
temperatura do cadáver, pode estimar-se a hora da sua morte.
Etapas da morte,​ Kubler-Ross (1969)

A Kubler Ross traz 5 etapas do processo de morte/morrer e são 5 etapas que não
necessariamente ocorrem em uma ordem específica, nem passam obrigatoriamente por
todas as etapas.

1. Negação
2. Raiva
3. Barganha
4. Depressão
5. Aceitação

Perda
A morte é a perda definitiva. Embora seja uma parte necessária do continuum da
vida e do ser humano, a morte representa o desconhecido e gera ansiedade, medo
e incerteza.

Luto
É a resposta emocional a uma perda que se manifesta de maneira específica em
cada indivíduo e é baseada em experiências pessoais,expectativas culturais e
crenças espirituais.

Cultura e etnia
As expressões de pesar em uma cultura nem sempre fazem sentido para as
pessoas de outras culturas.
Por exemplo, em alguns países da europa ocidental e nos EUA, muitas pessoas
reprimem sua demonstração pública de emoção. Em outros países, o choro em
público e demonstrações físicas de pesas ( como mutilação do corpo do
sobrevivente), mostram respeito pelos mortos.

Crenças religiosas e espirituais

A espiritualidade afeta a habilidade do paciente e familiares de lidar com a perda.


Espiritualidade é muitas vezes definida como uma consciência do eu interior e um
sentido de conexão com um ser superior ou com algum propósito maior do si
mesmo.
Florence Nightingale acreditava que a espiritualidade era uma força que fornecia a
energia necessária para promover um ambiente hospitalar saudável e que cuidar
das necessidades espirituais do indivíduo era tão essencial quanto cuidar de suas
necessidades físicas.(Potter, 2013, p.710)
Então, é preciso cuidar de todas as dimensões do ser, não só do ser biológico mas
também do ser psicológico, social e espiritual.

Diagnósticos de enfermagem direcionados aos pacientes que


experimentam o luto, a perda ou morte​ (Potter, 2013, p,733):

• Enfrentamento familiar comprometido


• Ansiedade em relação à morte
• Medo
• Conforto Prejudicado
• Negação ineficaz
• Angústia
• Luto complicado
• Risco de luto complicado
• Desesperança
• Dor (aguda ou crônica)

Alguns objetivos de cuidados de enfermagem para pacientes que enfrentam a perda


ou a morte incluem adaptar-se ao pesar, aceitar a realidade de perda ou manter
relacionamentos significativos.

Estabelecendo prioridades
Os pacientes terminais ou com doenças crônicas avançadas são mais propensos a
querer que suas necessidades de conforto, sociais ou espirituais sejam satisfeitas
em vez de buscar curas médicas. Dê necessidade às necessidades físicas ou
psicológicas mais urgentes do paciente, considerando também suas expectativas.
Se os objetivos de um paciente em estado terminal incluem controlar a dor e
promover a autoestima, o controle da dor tem prioridade quando o paciente sente
um desconforto físico agudo.
Quando o paciente considerar essencial manter-se independente, estratégias que
favoreçam a sensação de autonomia e capacidade de realizar atividades de modo
independente têm prioridade.
As condições do paciente no final da vida muitas vezes muda rapidamente;
portanto, realize uma avaliação continuamente para revisar o plano de cuidados de
acordo com as necessidades e as preferências do paciente.
Importante: a presença e a escuta ativa do enfermeiro (a) reafirmam a dignidade e o
valor do paciente.
Humanização da assistência em saúde
O Programa Nacional de Humanização Hospitalar (PNHAH), instituído pelo
Ministério da Saúde através da portaria no 881 de 19/06/2001 no âmbito do Sistema
Único de Saúde, propõe ampla discussão e implementação de projetos de
humanização do atendimento a saúde e de melhoria da qualidade do vínculo
estabelecido entre trabalhador da saúde, pacientes e familiares.
Cuidar do corpo morto do paciente com respeito.

Cuidados com o corpo após a morte


A habilidade de cuidar do corpo após a morte pode ser delegada ao auxiliar e
técnico de enfermagem.

Material necessário (Potter, 2013, p.744)


Toalhas de banho, esponjas, tesouras, kit de mortalha (cobre corpo) com etiqueta
de identificação, roupa de cama, formulários de registro. Lembrando que não se
deve de mexer no cabelo/barba do morto, a não ser que a família autorize.

1. Confirme o nome do médico que atestou o óbito e registre o momento da morte e


as medidas adotadas.
2. Verifique se foi solicitada autópsia.
3. Verifique se a autorização para doação de órgãos.
4. Identifique o paciente com duas etiquetas contendo nome completo, data de
nascimento, número do prontuário, data e hora do óbito, nome do médico que
atestou o óbito, carimbe e assine.
5. eleve a cabeceira do leito logo que possível após a morte, para evitar a
descoloração da face. 6. Pergunte se a família deseja participar da preparação do
corpo.
7. Pergunte sobre os pedidos da família para a preparação do corpo, como por
exemplo, usar roupas especiais ou artefatos religiosos. Esteja ciente de que as
práticas pessoais, religiosas ou culturais determinam se é necessário ou não
barbear o homem. Obtenha permissão antes de barbeá-lo.
8. Remova todos os equipamentos, sondas e cateteres do corpo.
9. Limpe o corpo completamente. Penteie o cabelo do paciente.
10. Cubra o corpo com lençol limpo, coloque a cabeça sobre um travesseiro e deixe
os braços para fora do lençol, se possível. Feche os olhos suavemente,
mantendo-os fechados. Deixe a prótese dentária na boca para manter a forma do
rosto. Cubra eventuais sinais de trauma ao corpo.
11. prepare e limpe o ambiente (recolhendo roupa suja, por exemplo), desodorize o
quarto se necessário, e diminua as luzes , se possível.
12. ofereça aos familiares a opção de ver o corpo do paciente e incentive os
enlutados a dizer adeus à sua própria maneira: palavras, toques, cantos ou orações.
13. proporcione privacidade e uma atmosfera sem pressa. Avalie a necessidade ou
desejo dos familiares de sua presença nesse momento. Se você sair, diga-lhes
como podem encontra-lo.
14. determine quais os pertences pessoais ficam com o corpo (ex. alianças) e
entregue os itens pessoais aos familiares. Documente a data e hora e a descrição
dos itens retirados e quem os recebeu.
15. coloque as etiquetas de identificação (uma no peito, outra no cobre corpo) e a
mortalha, de acordo com a política da instituição, antes de transportar o corpo. Siga
os procedimentos de segurança para as precauções com fluidos corporais ou
preocupações de contaminação.
16. mantenha a dignidade do paciente ao transportar o corpo para outro local. Cubra
com um lençol limpo.
Observações feitas durante um vídeo apresentado: colocar algodões nos orifícios
para evitar extravasamento de líquido, colocar uma fralda por precaução, prender os
punhos, pés, mandíbula em posição mais anatômica possível para quando o corpo
enrijecer, ficar mais sútil a imagem, fechar os olhos desse indivíduo. Colocar o
paciente com a cabeça virada para a abertura do cobre corpo.

A identificação do corpo do paciente após a morte deve conter:


❑Nome completo do paciente
❑DATA DE NASCIMENTO
❑Numero do leito
❑Numero do prontuário
❑Nome e sobre nome do médico que atestou o óbito
❑Data e hora do óbito
❑Carimbo e assinatura do enfermeiro responsável pelo preparo do corpo

Devem ser duas identificações: uma sobre o peito do paciente e outra sobre o lençol
(cobre-corpo)

Doação de órgãos
A doação de órgãos se iniciou com uma lei na década de 60, já na década de 80 foi proibido
o comércio de órgãos. Em 91 foi definida a ​morte encefálica​, que em 98 passa a ser de
notificação compulsória.
Em 2000 surge uma lei para colocar no RG se é doador de órgãos ou não, porém, mesmo
estando conectado ao RG, o consentimento familiar é necessário. No caso de pessoa
casada, o responsável legal é o marido/esposa; no caso de solteiro, os pais, irmãos ou
companheiro (com união estável com vida conjugal comprovada a mais de cinco anos) são
os responsáveis.
Após comprovado a morte encefálica, é feita uma notificação à Central de transplantes,
após a verificação de 2 encefalogramas, feitos em 6h00 de intervalo entre eles. Será
realizada uma avaliação clínica do potencial do doador, realizada entrevista com a família
para solicitar a doação de órgãos e tecidos, caso a família aceite, iniciada a organização
para retirada de órgãos, comunicando a Central Nacional que prepara a retirada de órgãos.
Caso seja uma morte violenta, é necessário passar por registro do IML e se a morte for
natural, apenas o serviço de óbito. Posteriormente, é feita a devolução do corpo sem os
órgãos.

O sucesso da entrevista depende de:


- predisposição da pessoa e da família;
- Qualidade do atendimento hospitalar recebido;
- A habilidade e conhecimento do entrevistador.

Na entrevista com o familiar devem ser consideradas questões como:


- O luto;
- Ser solidário e compreensivo;
- Não convencer, nem induzir, ou coagir a família;
Onde esta conversa com os familiares deve acontecer em local adequado, com dois ou
mais profissionais, esperando múltiplas relações da família em fase de luto, necessitando
de apoio a todo momento.
Alguns estudos preconizam acompanhamento individual aos familiares do doador,
buscando a necessidade de auxílio. E podem ser influências positivas para doação:
- A confiança na equipe;
- A qualidade no atendimento hospitalar;
- A segurança mais informações fornecidas sobre o processo.

Cuidados II - aula 2 parte 2: ​Lista de medicamentos/Administração de


injetáveis
Professor Gunnar

Terapia infusional
Na escolha do cateter:
Para a escolha do cateter na pulsão venosa periférica, vários fatores influenciam
diretamente na infecção de corrente sanguínea, sendo um dos principais a higienização
inadequada das mãos do profissional que realiza a pulsão. Para realizar a punção é
necessário a ​higiene adequada​ das mãos e da ​flora da pele do paciente.​ Outros fatores
que podem influenciar na infecção de corrente sanguínea são:
- Colonização da via proximal;
- Fluido contaminado;
- Via hematogênica;
- Contaminação na inserção
Observação​:
Acesso Venoso Periférico - ​AVP
Punção Venosa profunda - ​PVP

Calibre do cateter:
É necessário considerar a ​rede venosa do paciente​ (calibrosa ou fina) a ​necessidade de
infusão rápida​ (quanto maior a velocidade e volume de líquido infundido), maior deve ser o
calibre do cateter.
O ​calibre do cateter​, sobre agulha ou gelco, vai do ​14​ (mais calibroso) ao ​24​ (menos
calibroso, usados para crianças e idosos, só é utilizado em adultos em raras situações, em
fragilidade capilar, ou caso a infusão de poucos volumes).
14-18 G: ​mais utilizado 16 e 18, emergências que ameaçam a vida, trauma, cirurgia, infusão
rápida de sangue. O de 14 é utilizado em pacientes queimados.
20 G: ​cirurgia ou líquidos viscosos infundidos. Usado na clínica médica.
22 G: ​administração de medicamentos intermitentes, sangue e infusões gerais. Usado na
clínica médica, com cuidado para não entupir. Infusão de substâncias ​vesicantes/irritantes.
Vesicante​: substância que pode provocar lesão na parede do vaso, sendo necessário
aumentar a diminuição do medicamento, para diminuir a lesão no vaso.
Irritante:​ provoca processo inflamatório rápido/irritabilidade no vaso exemplo dipirona.
24 G: ​crianças, idosos, adultos com fragilidade capilar, ou com muita sensibilidade dolorosa.
A infusão será lenta.

Preparo da pele:
Observar se há sujidade visível para lavar com água e sabão, clorexidina 0,5% ou outro
degermante.
Se não houver sujidade, realizar antissepsia com álcool a 70% e aguardar de 1,5 a 2
minutos de secagem espontânea. Ao localizar o ​sítio de punção​ a ​antissepsia​ da pele deve
ser realizada em um único movimento com algodão embebido em solução alcoólica 70%. A
limpeza deve ser feita na direção distal para a proximal, para melhorar o retorno venoso do
vaso, passando algo dão uma única vez e esperar secar (enquanto isso, conversar com o
paciente e garrotear).
A ​tricotomia​ deve ser feita preferencialmente com ​tricotomizador elétrico​ (barbeador) ou
tesoura​, para retirar o excesso de pêlos, evitando sensação dolorosa na retirada da
cobertura da punção. Deve-se ​evitar lâminas,​ pois podem provocar microfissuras e lesões
microscópicas na pele, que são a porta de entrada para infecção no sítio de punção.

Estabilização do cateter:
Imediatamente após a inserção do cateter venoso periférico (AVP) e conectados os
dispositivos de infusão, o ​cateter deve ser estabilizado para preservar a integridade do
acesso e prevenir o deslocamento do dispositivo, evitando sua perda.
No acesso venoso periférico pode ser utilizado para fixação o THD (dispositivo de fixação
adesiva transparente - pode ficar até 7 dias no paciente) ou gaze com micropório. Essa
cobertura deve ser estéril.

Cobertura do cateter
O propósito é proteger o sítio de inserção, minimizando a possibilidade de infecção por meio
da interface entre a superfície do cateter com a pele; fixar o dispositivo no local e prevenir a
movimentação do dispositivo, com dano ao vaso e perda da punção.

Flebites
São inflamações que ocorre nas células endoteliais da parede do vaso onde o cateter está
inserido, com aderência das plaquetas, podendo ser rígido e sensível à palpação,
apresentando sinais flogísticos (dor, rubor, calor, edema e perda de função).
Flebite mecânica:​ causada pela fixação inadequada ou sua manipulação durante a infusão.
Flebite química: ​causada por contaminação durante a iniciação ou manutenção do acesso
venoso profundo.
Flebite infecciosa​: causada por contaminação durante a iniciação ou manutenção do AVP.
Tromboflebite:​ São sinais inflamatórios, dor, calor, e hiperemia, rubor, associado a presença
de um cordão fibroso no local da punção.

Medicamentos mais utilizados na clínica médica


É importante conhecer a via de ​administração, o tempo de infusão, volume para diluição e
qual o reconstituinte/volume para a reconstituição.

Acetilcisteína​: Pode ser utilizado via oral e raramente endovenosa. O nome comercial é:
● Fluimucil.

Protetor gástrico​: São inibidores da bomba de prótons. Os nomes comerciais são


omeprazol, pantoprazol e exomeprazol.
● Omeprazol:
20mg - 10 ml, 40mg - 20ml.
Diluir ​para ​10: 10ml no total.
Diluir ​em ​10: o total de 10ml + solução.
O omeprazol é diluído em 10 = 20ml + diluente = 10ml.
Sempre que for feita a administração por meio de ​polifix​ com injetor lateral de silicone no
equipo, é feita a desinfeção do injetor antes de inserir a medicação. Fazer a infusão em
bolus (infusão contínua).
A ​ritidina​ ainda é utilizada, porém pouco. 10 mg - 10 ml.
A saída de silicone do injetor lateral impede a saída do fluido após a retirada da agulha.
Quando for utilizado, não pode ser injetado com agulha 40/12, pois destrói o mecanismo de
tamponamento, vazando líquido, por isso, deve ser introduzido no injetor lateral com agulha
30/7 ou 25/07.
O equipo possui um suspiro, que é o local que possui uma membrana para impedir a
entrada de microorganismos no sistema venoso. Não deve ser perfurada a bolsa de soro; E
evitar ar dentro do soro. A ampola é comprimível, para melhorar o fluxo do líquido.
O circuito deve estar todo preenchido com soro, para não haver entrada de coluna de ar,
pois pode causar embolia gasosa no paciente. Ao usar uma outra via do polifix, deve ser
introduzido, após o medicamento, soro para lavagem do sistema (ou água destilada), se o
paciente não tiver restrição hídrica.
Para introduzir a medicação no polifix, deve ser retirado a tampa do polifix, introduzir
agulha, retirar a pinça aqui interrompe o fluxo, injetar o medicamento, lavar o sistema e
pinçar novamente. Se o sistema do paciente estiver salinizado,deve-se salinizar novamente
com a solução salina que é (0,9%) ou água destilada. O volume normalmente é de 5 - 10ml,
em pacientes salinizados. Isso é feito com seringa, sem agulha. A diluição em água
destilada é preferencial pois o soro fisiológico pode causar transformação química em
alguns fármacos.
Em AVP, o gelco deve ser escolhido de acordo com o cateter (20G ou 22G), levando 2 para
casos de perder o acesso e contaminar a agulha. O polifix deve ser levado já preenchido
com solução salina, para imediatamente após achar a rede venosa e introduzir o gelco, o
polifix seja imediatamente acoplado, já com solução salina (manutenção da permeabilidade
do cateter no circuito do equipo).

Analgésicos não-opióides
● Ácido acetilsalicílico​ por via oral
● Dipirona​ endovenoso 500mg para 10ml; 1g para 20ml; 2g para 20ml;
● Ibuprofeno por via oral
● Paracetamol por via oral

Diuréticos
Diuréticos de alça:
● Furosemida (Lasix®). 10ml
Diuréticos tiazídicos:
● Hidroclorotiazida (Drenol®).
● Clortalidona (Higroton®, Hygroton®).
● Indapamida (Natrilix®, Indapen®, Fludex®, Vasodipin®).
Diuréticos poupadores de potássio:
● Espironolactona (Aldactone®, Spiroctan®, Diacqua®).
● Amilorida.
● Triantereno.

Anti hipertensivos
Beta bloqueadores:
● Atenolol
● Bisoprolol
● Carvedilol
● Metoprolol
● Propranolol
Inibidores da enzima conversora de angiotensina:
● Captopril
● Enalapril
​Vasodilatador:
● Hidralazina (apresolina)
​Bloqueadores do canal de cálcio​:
● Diltiazem
● Verapamil
● Anlodipina
● Nifedipina

Opióides derivados do ópio


● Morfina:
Uma ampola de morfina de 10 mg corresponde a 1 ml. A AMP de 1 ml é diluída em 10 ml,
gerando uma nova solução de 10 ml contendo 1 ml de morfina/ml. Desta forma, é possível
administrar volumes com 2 mg e 5 mg (doses iniciais de morfina em paciente adulto),
utilizando 2 e 5 ml da solução diluída. A morfina possui ​estabilidade em temperatura
ambiente​, podendo ser guardada a quantidade que sobrar, o mais estéril possível, com
êmbolo fechado com capa e plástico (recapar agulha ou trocar por uma agulha estéril nova).
A estabilidade dura de 12h00 até 24h00 em temperatura ambiente. Pode ser feita em bolus
(5min) ou por ​confusão continua​ (15-30min até refulgir a dose necessária para o paciente,
para uma solução de soro fisiológico). Normalmente é feita em bolus, exceto em pacientes
com resposta exacerbada à morfina.

Antibióticos
100ml
Penicilinas​ – A penicilina foi o primeiro antibiótico desenvolvido e deu origem a vários outros
estruturalmente semelhantes. Os principais antibióticos derivados da penicilina são:

● Amoxicilina.
● Ampicilina.
● Penicilina.
● Piperacilina.
A penicilina em si é atualmente pouco usada, pois a maioria das bactérias já é resistente à
mesma. Porém, a penicilina ainda é indicada para sífilis, amigdalites e erisipela.
É importante salientar que apesar de serem todas da família da penicilina, o espectro de
ação entre cada uma é muito diferente, sendo a piperacilina, por exemplo, usada em
infecções hospitalares, enquanto a amoxicilina é geralmente indicada para infecções
simples das vias aéreas.

Cefalosporinas​ – As cefalosporinas surgiram logo depois da penicilina e apresentam


mecanismo de ação muito semelhante a estas. Exemplos:
100ml
● Cefazolina.
● Ceftazidima.
● Ceftriaxona.
● Cefalexina.
Aminoglicosídeos – Os aminoglicosídeos são antibióticos usados na imensa maioria dos
casos apenas de modo intra-hospitalar, pois são administrados por via intravenosa. São
indicados para infecções graves. Existem algumas formulações para uso tópico ou como
colírio.
100ml
Amicacina.
Gentamicina.
Neomicina.
Estreptomicina.

Macrolídios​ – Os macrolídios são geralmente usados para infecções das vias respiratórias,
muitas vezes em associação com alguma penicilina ou cefalosporina, para acne, clamídia
ou, em muitos casos, como substituto da penicilina em pacientes alérgicos.
100ml
● Azitromicina.
● Claritromicina.
● Eritromicina.

Outros grupos
Clindamicina. 250ml SF0,9%
Imipenem. 100ml
Meropenem. 100ml
Metronidazol.
Pirazinamida.
Rifampicina.
Isoniazida.
Oxacilina 100ml (última linha de tratamento para infecção multirresistente)
Polimixina B 500ml – 3hs BI (última linha de tratamento para infecção multirresistente)
Vancomicina 100ml (última linha de tratamento para infecção multirresistente)
Clavulim 100ml
Tazocin 100ml
Teicoplamina 100ml
Tenoxican 20 ml

Anticoagulantes
● Heparina SC
● Enoxaparina - SC

​Antiviral
● Aciclovir

​Expectorante e antitussígeno
● Acetilcisteína

Broncodilatadores

● Brometo de Ipatrópio (atrovent)


● Fenoterol (berotec)

Insulinas
● Insulina Regular
● Insulina NPH

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