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Professor Gunnar
Para lidar com a morte do outro, precisamos lidar com a própria morte, então é
necessário refletir sobre o assunto e estar preparado para aceitar quando a
pergunta for “você está pronto para morrer hoje?” e precisamos pensar no
significado do processo de morte/morrer.
Dentro do ideal paliativista se tem o termo “boa morte” que se alcança quando é
respeitado a dignidade humana, o estado livre de dor, um bem estar emocional,
quando se respeita também as questões ligadas à religiosidade e espiritualidade
daquela pessoa, quando se respeita as preferências da morte com diretivas
antecipadas realizado em cartório, ou um testamento vital feito no prontuário com
assinatura dele. E para tudo isso é importante que quando profissional vai fazer a
anamnese, que ele se dedique a conhecer o paciente e sua família.
Vendo a morte cientificamente
• Rigor Mortis
A rigidez cadavérica (latim: rigor mortis)
A causa bioquímica do rigor mortis começa com o cessamento da circulação
sanguínea, assim como o transporte do oxigênio e retirada dos produtos do
metabolismo. Os sistemas enzimáticos continuam funcionando após algum tempo
da morte. Assim, a glicólise continua de forma anaeróbica, gerando ácido láctico.
As moléculas de miosina contendo ATP previamente ligado interagem com os
filamentos de actina que agora têm seus estios de ligação expostos, como não
existe novo ATP para desfazer o complexo ADP-miosina/actina os músculos
tornam-se rígidos.
O corpo fica completamente rígido de seis a oito horas após o óbito. Porém, cerca
de 24 horas depois, o corpo está novamente flácido. Isso porque, devido à
decomposição, a membrana celular se rompe e desaparece a tensão elétrica entre
as células, que deixava o corpo enrijecido.
• Livor mortis
O livor mortis representa os livores cadavéricos, que surgem 20 a 45 minutos após a
morte. Em 10 a 12h os livores já ocupam todo o plano inferior. Os livores ocorrem
porque depois da morte o sangue fica sujeito apenas à gravidade, acumulando-se
nas zonas mais baixas do corpo (variando consoante a posição do cadáver). O que
acontece então é que o cadáver adquire uma tonalidade descolorada em algumas
áreas (onde havia superfície de contato), e arroxeada onde se deu a acumulação do
sangue.
• Algor mortis
Algor mortis (Do latim algor = frio e mortis = morte) ou esfriamento do cadáver é a
redução linear da temperatura da pele que ocorre após a morte.
Uma vez cessadas as funções vitais, o corpo esfria a uma média de 1,0 °C a 1,5 °C
por hora. Considerando que a temperatura média de um ser humano é entre 36 °C e
37 °C, o cadáver atinge a temperatura do ambiente em 24 horas, no máximo.
A circulação do sangue pelo nosso corpo é responsável por nos manter aquecidos.
Quando morremos, logicamente, o sangue para de circular, e consequentemente de
nos aquecer, fazendo com que o corpo se resfrie e adquira a temperatura do
ambiente em que se encontra. É por isso que quando tocamos num morto, temos a
sensação de que ele está frio, já que nosso sangue ainda circula e nos mantém em
temperatura mais elevada.
O algor mortis tem importante papel na resolução de crimes, já que dependendo da
temperatura do cadáver, pode estimar-se a hora da sua morte.
Etapas da morte, Kubler-Ross (1969)
A Kubler Ross traz 5 etapas do processo de morte/morrer e são 5 etapas que não
necessariamente ocorrem em uma ordem específica, nem passam obrigatoriamente por
todas as etapas.
1. Negação
2. Raiva
3. Barganha
4. Depressão
5. Aceitação
Perda
A morte é a perda definitiva. Embora seja uma parte necessária do continuum da
vida e do ser humano, a morte representa o desconhecido e gera ansiedade, medo
e incerteza.
Luto
É a resposta emocional a uma perda que se manifesta de maneira específica em
cada indivíduo e é baseada em experiências pessoais,expectativas culturais e
crenças espirituais.
Cultura e etnia
As expressões de pesar em uma cultura nem sempre fazem sentido para as
pessoas de outras culturas.
Por exemplo, em alguns países da europa ocidental e nos EUA, muitas pessoas
reprimem sua demonstração pública de emoção. Em outros países, o choro em
público e demonstrações físicas de pesas ( como mutilação do corpo do
sobrevivente), mostram respeito pelos mortos.
Estabelecendo prioridades
Os pacientes terminais ou com doenças crônicas avançadas são mais propensos a
querer que suas necessidades de conforto, sociais ou espirituais sejam satisfeitas
em vez de buscar curas médicas. Dê necessidade às necessidades físicas ou
psicológicas mais urgentes do paciente, considerando também suas expectativas.
Se os objetivos de um paciente em estado terminal incluem controlar a dor e
promover a autoestima, o controle da dor tem prioridade quando o paciente sente
um desconforto físico agudo.
Quando o paciente considerar essencial manter-se independente, estratégias que
favoreçam a sensação de autonomia e capacidade de realizar atividades de modo
independente têm prioridade.
As condições do paciente no final da vida muitas vezes muda rapidamente;
portanto, realize uma avaliação continuamente para revisar o plano de cuidados de
acordo com as necessidades e as preferências do paciente.
Importante: a presença e a escuta ativa do enfermeiro (a) reafirmam a dignidade e o
valor do paciente.
Humanização da assistência em saúde
O Programa Nacional de Humanização Hospitalar (PNHAH), instituído pelo
Ministério da Saúde através da portaria no 881 de 19/06/2001 no âmbito do Sistema
Único de Saúde, propõe ampla discussão e implementação de projetos de
humanização do atendimento a saúde e de melhoria da qualidade do vínculo
estabelecido entre trabalhador da saúde, pacientes e familiares.
Cuidar do corpo morto do paciente com respeito.
Devem ser duas identificações: uma sobre o peito do paciente e outra sobre o lençol
(cobre-corpo)
Doação de órgãos
A doação de órgãos se iniciou com uma lei na década de 60, já na década de 80 foi proibido
o comércio de órgãos. Em 91 foi definida a morte encefálica, que em 98 passa a ser de
notificação compulsória.
Em 2000 surge uma lei para colocar no RG se é doador de órgãos ou não, porém, mesmo
estando conectado ao RG, o consentimento familiar é necessário. No caso de pessoa
casada, o responsável legal é o marido/esposa; no caso de solteiro, os pais, irmãos ou
companheiro (com união estável com vida conjugal comprovada a mais de cinco anos) são
os responsáveis.
Após comprovado a morte encefálica, é feita uma notificação à Central de transplantes,
após a verificação de 2 encefalogramas, feitos em 6h00 de intervalo entre eles. Será
realizada uma avaliação clínica do potencial do doador, realizada entrevista com a família
para solicitar a doação de órgãos e tecidos, caso a família aceite, iniciada a organização
para retirada de órgãos, comunicando a Central Nacional que prepara a retirada de órgãos.
Caso seja uma morte violenta, é necessário passar por registro do IML e se a morte for
natural, apenas o serviço de óbito. Posteriormente, é feita a devolução do corpo sem os
órgãos.
Terapia infusional
Na escolha do cateter:
Para a escolha do cateter na pulsão venosa periférica, vários fatores influenciam
diretamente na infecção de corrente sanguínea, sendo um dos principais a higienização
inadequada das mãos do profissional que realiza a pulsão. Para realizar a punção é
necessário a higiene adequada das mãos e da flora da pele do paciente. Outros fatores
que podem influenciar na infecção de corrente sanguínea são:
- Colonização da via proximal;
- Fluido contaminado;
- Via hematogênica;
- Contaminação na inserção
Observação:
Acesso Venoso Periférico - AVP
Punção Venosa profunda - PVP
Calibre do cateter:
É necessário considerar a rede venosa do paciente (calibrosa ou fina) a necessidade de
infusão rápida (quanto maior a velocidade e volume de líquido infundido), maior deve ser o
calibre do cateter.
O calibre do cateter, sobre agulha ou gelco, vai do 14 (mais calibroso) ao 24 (menos
calibroso, usados para crianças e idosos, só é utilizado em adultos em raras situações, em
fragilidade capilar, ou caso a infusão de poucos volumes).
14-18 G: mais utilizado 16 e 18, emergências que ameaçam a vida, trauma, cirurgia, infusão
rápida de sangue. O de 14 é utilizado em pacientes queimados.
20 G: cirurgia ou líquidos viscosos infundidos. Usado na clínica médica.
22 G: administração de medicamentos intermitentes, sangue e infusões gerais. Usado na
clínica médica, com cuidado para não entupir. Infusão de substâncias vesicantes/irritantes.
Vesicante: substância que pode provocar lesão na parede do vaso, sendo necessário
aumentar a diminuição do medicamento, para diminuir a lesão no vaso.
Irritante: provoca processo inflamatório rápido/irritabilidade no vaso exemplo dipirona.
24 G: crianças, idosos, adultos com fragilidade capilar, ou com muita sensibilidade dolorosa.
A infusão será lenta.
Preparo da pele:
Observar se há sujidade visível para lavar com água e sabão, clorexidina 0,5% ou outro
degermante.
Se não houver sujidade, realizar antissepsia com álcool a 70% e aguardar de 1,5 a 2
minutos de secagem espontânea. Ao localizar o sítio de punção a antissepsia da pele deve
ser realizada em um único movimento com algodão embebido em solução alcoólica 70%. A
limpeza deve ser feita na direção distal para a proximal, para melhorar o retorno venoso do
vaso, passando algo dão uma única vez e esperar secar (enquanto isso, conversar com o
paciente e garrotear).
A tricotomia deve ser feita preferencialmente com tricotomizador elétrico (barbeador) ou
tesoura, para retirar o excesso de pêlos, evitando sensação dolorosa na retirada da
cobertura da punção. Deve-se evitar lâminas, pois podem provocar microfissuras e lesões
microscópicas na pele, que são a porta de entrada para infecção no sítio de punção.
Estabilização do cateter:
Imediatamente após a inserção do cateter venoso periférico (AVP) e conectados os
dispositivos de infusão, o cateter deve ser estabilizado para preservar a integridade do
acesso e prevenir o deslocamento do dispositivo, evitando sua perda.
No acesso venoso periférico pode ser utilizado para fixação o THD (dispositivo de fixação
adesiva transparente - pode ficar até 7 dias no paciente) ou gaze com micropório. Essa
cobertura deve ser estéril.
Cobertura do cateter
O propósito é proteger o sítio de inserção, minimizando a possibilidade de infecção por meio
da interface entre a superfície do cateter com a pele; fixar o dispositivo no local e prevenir a
movimentação do dispositivo, com dano ao vaso e perda da punção.
Flebites
São inflamações que ocorre nas células endoteliais da parede do vaso onde o cateter está
inserido, com aderência das plaquetas, podendo ser rígido e sensível à palpação,
apresentando sinais flogísticos (dor, rubor, calor, edema e perda de função).
Flebite mecânica: causada pela fixação inadequada ou sua manipulação durante a infusão.
Flebite química: causada por contaminação durante a iniciação ou manutenção do acesso
venoso profundo.
Flebite infecciosa: causada por contaminação durante a iniciação ou manutenção do AVP.
Tromboflebite: São sinais inflamatórios, dor, calor, e hiperemia, rubor, associado a presença
de um cordão fibroso no local da punção.
Acetilcisteína: Pode ser utilizado via oral e raramente endovenosa. O nome comercial é:
● Fluimucil.
Analgésicos não-opióides
● Ácido acetilsalicílico por via oral
● Dipirona endovenoso 500mg para 10ml; 1g para 20ml; 2g para 20ml;
● Ibuprofeno por via oral
● Paracetamol por via oral
Diuréticos
Diuréticos de alça:
● Furosemida (Lasix®). 10ml
Diuréticos tiazídicos:
● Hidroclorotiazida (Drenol®).
● Clortalidona (Higroton®, Hygroton®).
● Indapamida (Natrilix®, Indapen®, Fludex®, Vasodipin®).
Diuréticos poupadores de potássio:
● Espironolactona (Aldactone®, Spiroctan®, Diacqua®).
● Amilorida.
● Triantereno.
Anti hipertensivos
Beta bloqueadores:
● Atenolol
● Bisoprolol
● Carvedilol
● Metoprolol
● Propranolol
Inibidores da enzima conversora de angiotensina:
● Captopril
● Enalapril
Vasodilatador:
● Hidralazina (apresolina)
Bloqueadores do canal de cálcio:
● Diltiazem
● Verapamil
● Anlodipina
● Nifedipina
Antibióticos
100ml
Penicilinas – A penicilina foi o primeiro antibiótico desenvolvido e deu origem a vários outros
estruturalmente semelhantes. Os principais antibióticos derivados da penicilina são:
● Amoxicilina.
● Ampicilina.
● Penicilina.
● Piperacilina.
A penicilina em si é atualmente pouco usada, pois a maioria das bactérias já é resistente à
mesma. Porém, a penicilina ainda é indicada para sífilis, amigdalites e erisipela.
É importante salientar que apesar de serem todas da família da penicilina, o espectro de
ação entre cada uma é muito diferente, sendo a piperacilina, por exemplo, usada em
infecções hospitalares, enquanto a amoxicilina é geralmente indicada para infecções
simples das vias aéreas.
Macrolídios – Os macrolídios são geralmente usados para infecções das vias respiratórias,
muitas vezes em associação com alguma penicilina ou cefalosporina, para acne, clamídia
ou, em muitos casos, como substituto da penicilina em pacientes alérgicos.
100ml
● Azitromicina.
● Claritromicina.
● Eritromicina.
Outros grupos
Clindamicina. 250ml SF0,9%
Imipenem. 100ml
Meropenem. 100ml
Metronidazol.
Pirazinamida.
Rifampicina.
Isoniazida.
Oxacilina 100ml (última linha de tratamento para infecção multirresistente)
Polimixina B 500ml – 3hs BI (última linha de tratamento para infecção multirresistente)
Vancomicina 100ml (última linha de tratamento para infecção multirresistente)
Clavulim 100ml
Tazocin 100ml
Teicoplamina 100ml
Tenoxican 20 ml
Anticoagulantes
● Heparina SC
● Enoxaparina - SC
Antiviral
● Aciclovir
Expectorante e antitussígeno
● Acetilcisteína
Broncodilatadores
Insulinas
● Insulina Regular
● Insulina NPH