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“O sofrimento somente é intolerável quando

ninguém cuida”
Dame Cicely Saunders
Segundo a (OMS), 1990, atualizado em 2002, "Cuidados
Paliativos consistem na assistência promovida por uma
equipe multidisciplinar, que objetiva a melhoria da
qualidade de vida do paciente e seus familiares, diante de
uma doença que ameace a vida, por meio da prevenção e
alívio do sofrimento, da identificação precoce, avaliação
impecável e tratamento de dor e demais sintomas
físicos, sociais, psicológicos espirituais.
No ano de 2004, foi criada a Comissão
Permanente de Cuidados Paliativos da
Sociedade Brasileira de Geriatria e
Gerontologia (SBGG).
O que significa Cuidados Paliativos (CP)?

 Os CP não apressam a morte, apenas a


aceitam como parte inexorável de um
processo.
 Não se suspende todo o tratamento, apenas
os considerados fúteis (distanásia).
O que significa Cuidados Paliativos (CP)?

 Tratamento mais ativo, mais abrangente e


mais complexo.
 Integração multidisciplinar.
 Dignidade de viver e morrer.
CONCEITO CP

Cuidados Paliativos são indicados para


TODOS os pacientes (e familiares) com
doença ameaçadora da continuidade da
vida por qualquer diagnóstico, com qualquer
prognóstico, seja qual for a idade, e a qualquer
momento da doença em que eles tenham
expectativas ou necessidades não atendidas.
Conceito Cuidados Paliativos

Cuidados Paliativos podem complementar e


ampliar os tratamentos modificadores da
doença ou podem tornar-se o foco total do
cuidado.
“ O cuidado no momento final da vida: quero que
você sinta que me importo pelo fato de você ser
você, que me importo até o último momento de sua
vida e faremos tudo o que estiver a nosso alcance,
não somente para ajudá-lo a morrer em paz, mas
também para você viver até o dia da sua morte”.

Dra. Cecily Saunders


•Pacientes que esgotaram todas as possibilidades de

tratamento de manutenção ou prolongamento de vida.

•Há sofrimento moderado a intenso .

•Opção por manutenção de conforto e dignidade da vida.


Objetivo Primordial  melhorar sintomas e a qualidade de

Vida.

Intervenções  podem ser curativas ou na intenção de

prolongar a Vida.

Prog Cardiovascular Disease. 2011; 54(2):168-178.


1. Promover o alívio da dor e de outros sintomas desagradáveis.

2. Afirmar a vida e considerar a morte como um processo normal da Vida.

3. Não acelerar nem adiar a morte.

4. Integrar os aspectos psicológicos e espirituais nos cuidados aos

pacientes.
5. Oferecer um sistema de suporte que possibilite ao paciente viver tão
ativamente quanto possível até o momento de sua morte.

6. Oferecer sistema de suporte para auxiliar os familiares durante a doença


do paciente e o luto.

7. Melhorar a qualidade de vida e influenciar positivamente o curso da


doença.
8. Iniciar o mais precocemente possível o Cuidado Paliativo, juntamente
com outras medidas de prolongamento da vida e incluir todas as
investigações necessárias para melhor compreender e controlar
situações clínicas estressantes.
Os CP pretendem:

ALIVIAR todos os problemas existentes.

PREVENIR a ocorrência de novos problemas.

PROMOVER oportunidades para experiências


significativas e valiosas, crescimento pessoal e
espiritual e autorrealização.
Ambientes em que pacientes e familiares
requerem Cuidados Paliativos

•Terapia Intensiva/Emergência/Internação
•Instituição de Longa Permanência
•Domicílio
•Ambulatório / Consultório
•Unidade de Cuidados-Paliativos/Hospice
Cuidando dos cuidadores

No cenário dos Cuidados Paliativos o cuidador


jamais poderá ser negligenciado, seja ele, formal ou
informal.

A progressão de uma doença incurável e a


dependência progressiva que ela acarreta no
paciente exigem, do cuidador, disposição física,
superação da aversão para lidar com as secreções
corporais do paciente e plasticidade emocional para
encarar cada dia.
Cuidados ao Fim da Vida

São uma parte importante dos Cuidados Paliativos


que se refere à assistência que a pessoa deve
receber durante a última etapa de sua vida, a partir
do momento em que fica claro que ela se encontra
em estado de declínio progressivo e inexorável,
aproximando-se da morte.
Esses cuidados objetivam propiciar:

• Morte segura e confortável


• Autodeterminação no gerenciamento do
processo de morrer
• Luto eficaz
Aproximação conceitual entre
Geriatria e Cuidados Paliativos

•Reconhecem que o objetivo do cuidado é a pessoa


e não a doença;
•Promovem a autonomia;
•Intervêm desde a independência até a total
dependência;
•Buscam otimizar a capacidade funcional com
ênfase no conforto;
Aproximação conceitual entre
Geriatria e Cuidados Paliativos

• Exigem abordagem multi-interdisciplinar;

• Identificam e valorizam a heterogeneidade das


pessoas;

• Lidam com as comorbidades como situações


próprias do fim da vida;

• Aceitam a finitude do ser humano.


Ressurgência da Espiritualidade na Saúde e na
Educação

Na década de 80, epidemiologistas americanos


começaram a cruzar dados relativos a religiosidade e
saúde física e observaram que a prática de
religiosidade estava associada, na maioria das vezes,
com melhores indicadores de saúde.
Religiosidade X Espiritualidade
•Religião é um sistema organizado de crenças, práticas, rituais, e
símbolos designados para facilitar uma proximidade com o sagrado
ou transcendente (Deus, Poder Superior, A Realidade Última) e
estabelecer um entendimento do relacionamento e a
responsabilidade individual para com os outros vivendo na
comunidade.

•Espiritualidade: É a busca pessoal para entender as respostas às


questões últimas sobre a vida, sobre o significado e sobre o
relacionamento com o sagrado ou transcendente, o qual pode (ou
não) levar a um aumento do desenvolvimento dos rituais religiosos
e a formação da comunidade.
“O que nós podemos entender por
espiritualidade? Nós não podemos
chamar de amor, admiração,
veneração, tampouco a confiança
que um Ser Humano tem em outro.
Isto nós chamamos de influências
humanizadoras. Mas sentimentos
advindos da consciência de uma
presença superior à humana,
desconexa da materialidade, isto
nós podemos chamar de influências
espirituais”.

Florence Nightingale Nightingale F, Suggestions


for Thought. University of Pennsylvania Press.
Philadelphia; 1994
Abordagem espiritual = FICA
F (fé) = você se considera uma pessoa religiosa ou
espiritualizada? Você tem alguma fé?

I (importância) = a fé é importante em sua vida?

C (comunidade) = você participa de alguma igreja?

A (abordagem) = como nós (equipe) podemos abordar


e incluir essa questão no seu atendimento?
Mecanismos Fisiológicos da
Espiritualidade

SISTEMA
CARDIOVASCULAR

ESPIRITUALIDADE/

SISTEMA REDUÇÃO DO ESTRESSE


ENDÓCRINO

SISTEMA
SISSSISSIS
IMUNOLÓGICO
Papel da Equipe de Saúde na
Religiosidade
Deverá trabalhar com as crenças e a fé do paciente, sem pregar a
sua verdade.

Deverá orientar os cuidadores a respeito da individualidade do


paciente, sendo que o cuidado espiritual cabe a todos os envolvidos.

 Enfermeiro na prestação do cuidado (histórico de enfermagem)


deverá abordar sobre a espiritualidade do paciente.
“Não somos seres humanos passando
por uma experiência espiritual, somos
seres espirituais passando por uma
experiência humana”.

Theillard de Chardin
Processo de
Morte e Morrer
Referencias

 Cervelin,AF;Kruse, MHL. Espiritualidade e religiosidade nos cuidados


paliativos:conhecer para governar. Revista Esc. Anna Nery,2014;18(1):
136-’42.
 SILVA,R.S.;AMARAL,J.B;MALAGUTTI,W (orgs). Enfermagem em cuidados
paliativos:cuidando para uma boa morte.São Paulo:Martinari, 2013
 OLIVEIRA,RA.Cuidados paliativos. São Paulo:Conselho Regional de Medicina
do Estado de São Paulo,2008.
http://www.cremesp.org.br/library/modulos/piblicacoes/pdf/livro_cuidado
%20paliativo.pdf
 Ferreira,A.B.H. Miniaurélio:o minidicionário da língua portuguesa.6ed.
Curitiba:Positivo,2004.

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