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ROTEIRO PSICOLOGIA HOSPITALAR

1. O que são CP?

O termo Paliativo é derivado do latim pallium, que significa o manto que cobria os
peregrinos cristãos que cruzavam a Europa em busca de perdão.
Consiste na assistência promovida por uma equipe multidisciplinar, que objetiva a
melhoria da qualidade de vida do paciente e seus familiares, diante de uma
doença que ameace a vida, por meio da prevenção e alívio do sofrimento, por
meio de identificação precoce, avaliação impecável e tratamento de dor e demais
sintomas físicos, sociais, psicológicos e espirituais.
Um dos pilares dos Cuidados Paliativos é o trabalho multiprofissional e
interdisciplinar. O foco da atenção não é a doença a ser curada ou controlada, mas
o doente, entendido como um ser biográfico, ativo, com direito à informação e à
autonomia plena para decisões a respeito do seu tratamento. A prática adequada
dos Cuidados Paliativos preconiza uma atenção individualizada ao doente e à sua
família, a busca da excelência no controle de todos os sintomas e a prevenção do
sofrimento.
2. Quando os CP são indicados? Onde podem ser feitos?

Os cuidados paliativos são indicados para toda doença com caráter ameaçador à
vida. Com isso ficamos frequentemente próximos ao conceito de morte.
Critérios para cuidados paliativos conforme as condições do paciente:
- Doença progressiva, incurável e avançada.
- Poucas possibilidades de resposta às terapêuticas curativas ou quando as
complicações decorrentes destas forem inaceitáveis.
- Evolução clínica oscilante, caracterizada pelo surgimento de várias crises de
necessidades ou reagudizações recorrentes.
- Grande impacto emocional ou social para o doente e sua família, relacionado de
maneira explícita ou não à proximidade da morte.
- Prognóstico de vida reservado (estimado em menos de seis meses).
-Necessidade de adequação terapêutica ou das ações de investigação clínica
- Internação prolongada sem evidência de melhora.
- Ser portador de uma doença progressiva e incurável e preferir não ser submetido
a tratamento de prolongamento da vida.
3. O que é a morte moderna e quais as suas qualificações?

1 - Ato prolongado gerado pelo desenvolvimento tecnológico;


2- Fato científico gerado pelo aperfeiçoamento da monitoração;
3- Fato passivo já que as decisões pertencem aos médicos e aos familiares e não
ao enfermo;
4- Ato profano por não atender a crenças e a valores do paciente;
5- Fato de isolamento já que o ser humano morre socialmente em solidão
4. O que é dor total e qual o tratamento indicado? Quem a definiu?

O tipo de dor vivenciada pelo doente no fim da vida. Uma dor complexa, incluindo
aspectos físicos, mentais e espirituais, um novo quadro clínico, diante do qual os
profissionais prestam uma assistência à totalidade do doente. A dor deixa de ser
apenas um dos sinais indicativos de doença, se tornando um problema a ser
tratado. De acordo com a proposta de Saunders, o sofrimento só é intolerável
quando não é cuidado.
Cicely Saunders.
5. O que é ortotanásia, eutanásia e distanásia? Qual a relação com CP?

Ortotanásia: A palavra "ortotanásia" vem do grego, onde orto = certo e thanatos =


morte. Ela visa aliviar o sofrimento de um doente terminal através da suspensão de
tratamentos extraordinários que prolongam a vida, mas são incapazes de curar ou
trazer melhorias práticas.
Essa prática não apressa e nem prolonga o processo de morrer, mas proporciona
condições de vida durante esse período, aliviando todos os tipos de sofrimentos
(físico, espiritual e emocional) e permitindo um maior contato com
as pessoas queridas do seu convívio a fim de proporcionar a despedida sem
culpas e dúvidas.
Eutanásia: A palavra "eutanásia" tem origem nos termos gregos eu = boa e
thanatos = morte, o que significa "boa morte" ou "morte piedosa".
"Ajuda para Morrer" consiste em acabar com o sofrimento de uma pessoa doente,
cujo prognóstico é fatal ou que está em estado de coma irreversível, sem chances
de sobreviver, apressando a sua morte ou dando-lhe meios de o conseguir. A
eutanásia visa induzir a morte precoce de uma maneira suave e sem dor, com a
finalidade de acabar com o sofrimento do paciente através da sua própria morte.
Distanásia: A palavra "distanásia" tem origem grega, onde dis significa
"afastamento" e thanatos quer dizer "morte".
Obstinação terapêutica: é o prolongamento do processo da morte através de
tratamentos extraordinários que visam apenas prolongar a vida biológica do
doente. O objetivo da distanásia é o prolongamento máximo da vida. Também
pode ser definida como o adiamento da morte através de métodos reanimatórios.
6. O que é PPS e como é utilizado em CP?

PalliativePerfomanceScale (PPS): é uma escala de desempenho, desenvolvida em


1996 no Victoria Hospice (Canadá) e aperfeiçoada em 2002. O PPS pode ser
utilizado como instrumento de comunicação, descrevendo rapidamente o estado
funcional atual do paciente. É útil como critério de avaliação da capacidade de
trabalho e tem valor prognóstico, quando associado a outros sintomas como
edema, delirium, dispnéia e caquexia.
Em cuidados paliativos permite estabelecer prognóstico e funcionalidade do
doente.
7. O que é CP precoce, complementar, predominante e exclusivo?
9. O que faz o psicólogo da UTIN/UTIPED? Quais as medidas são
humanizáveis?

Ele tem as mesmas funções que em outros setores, porém o foco é trabalhar com
a humanização da UTIN/UTIPED, por ser uma clínica com demandas delicadas.
Atender e escutar as famílias, flexibilizar número de visitas, realizar rodas de
conversa e oficinas. Todas as ações devem respeitar os princípios da bioética.
10. O que é racismo estrutural? Qual o papel do psicólogo?

Racismo institucional, compreendido como o fracasso coletivo no atendimento com


qualidade aos grupos sociais estigmatizados pela cor ou pela etnia. Afeta, de
forma significativa, a população negra no campo da saúde. O racismo nas
instituições de saúde dificulta o acesso aos serviços, assim como a qualidade da
atenção à saúde, tendo como consequência adoecimento e morte dos
afrodescendentes.
- O papel do psicólogo diante do racismo deve ser pautado nos princípios do Código de
Ética do Conselho Federal de Psicologia. O profissional de psicologia deve estudar e buscar
informações sobre o assunto, fomentar o debate sobre o tema, entre outros profissionais,
nas instituições de saúde e denunciar tais práticas.

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