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Código de Ética médica

Capítulo 1- Medicina sem discriminação


O médico:
> Tem a função de eliminar e controlar os riscos à saúde.
> Defenderá sua dignidade profissional.
> Deve ter o máximo de zelo, atenção a saúde e o melhor de sua
capacidade.
> Deve ter boas condições de trabalho ao seu dispor e uma
remuneração de maneira justa.
> Deve ter um perfeito desempenho ético da medicina
> Deve aprimorar sempre seus conhecimentos usando a seu favor, o
melhor do progresso científico.
> Tem o dever de fornecer o absoluto respeito pelo ser humano,
jamais utilizar seus conhecimentos para causar sofrimento físico ou
moral.
> Não é obrigado a prestar serviços contra seus ditames, exceto na
ausência de outro médico, urgência ou emergência ou quando a
recusa pode trazer danos a saúde do paciente.
> Não pode renunciar sua liberdade profissional

A medicina não pode ser exercida como comércio e não pode ser
explorada por terceiros com objetivo de lucro, finidade política ou
religiosa.

O médico comunicará as autoridades sobre deteriorações do


ecossistema, prejudiciais à saúde e à vida. Tentando melhorar os
padrões dos serviços médicos, se responsabilizando pela saúde pública,
educação sanitária e legislação referente à saúde.

*Nenhuma disposição limitará a escolha dos meios cientificamente


reconhecidos a serem praticados.

• Médicos e outros profissionais devem ter respeito mútuo,


consideração e solidariedade. Sendo o médico responsável pelos
seus atos, não podendo atuar com relação ao consumo e tendo
que aceitar as escolhas de seus pacientes.

Nas situações clínicas irreversíveis, devem evitar procedimentos


diagnósticos e terapêuticos desnecessários; devem ser propriciados
todos os cuidados paliativos apropriados.

*Na produção de conhecimento científico, deve haver isenção,


independência, veracidade e honestidade para maior benefício do
paciente e sociedade
Nivelamento 2ª avaliação Estudo da Medicina

1. Imperícia, imprudência ou negligência.


Na imperícia, faz sem ter a habilidade necessária, enquanto que na
imprudência faz sem o cuidado devido. Já na negligência a atitude é
omissiva, posto que o agente deixa de fazer algo que seguramente
deveria fazer.
A imprudência pressupõe uma ação que foi feita de forma precipitada e
sem cautela. O agente toma sua atitude sem a cautela e zelo necessário
que se esperava. Significa que sabe fazer a ação da forma correta, mas
não toma o devido cuidado para que isso aconteça.
Negligência implica em o agente deixar de fazer algo que sabidamente
deveria ter feito, dando causa ao resultado danoso. Como agir com
descuido, desatenção ou indiferença, sem tomar as devidas precauções.
Imperícia consiste em o agente não saber praticar o ato. Ser imperito
para uma determinada tarefa é realizá-la sem ter o conhecimento
técnico, teórico ou prático necessário para isso.

2. Diretivas antecipadas de vontade e autonomia do paciente.


As Diretivas Antecipadas de Vontade – DAV servem para que os
indivíduos possam documentar expressamente seus desejos em relação
a cuidados de saúde em casos de doença grave, degenerativa e sem
possibilidade de cura.
A diretiva antecipada de vontade (DAV), também chamada de
testamento vital, é documento público, lavrado no Tabelionato de Notas
que exterioriza a vontade de uma pessoa que esteja no gozo de suas
capacidades mentais, com o intuito de disciplinar acerca dos cuidados,
tratamentos e procedimentos médicos e terapêuticos.
O princípio de autonomia do paciente é um dos pilares da bioética.
Segundo este conceito, ao paciente deve ser dado o poder de tomar as
decisões relacionadas ao seu tratamento.

3. Distanásia, eutanásia, ortotanásia.

De forma geral, a eutanásia pode ser definida como o ato de "antecipar a


morte", a distanásia como uma "morte lenta, com sofrimento", enquanto que a
ortotanásia representa a "morte natural, sem antecipação ou prolongamento".
Distanasia

A distanásia é um termo médico utilizado para descrever uma abordagem


médica relacionada com o óbito do paciente e que corresponde ao
prolongamento desnecessário da vida por meio do uso de remédios que pode
trazer sofrimento para a pessoa.
Dessa forma, como promove o prolongamento da dor e do sofrimento, a
distanásia é considerada uma má prática médica, pois, embora alivie os
sintomas, não traz melhora da qualidade de vida para a pessoa, tornando a
morte mais lenta e dolorosa.
Eutanásia

A eutanásia é o ato de abreviar a vida de uma pessoa, ou seja, tem como


princípio acabar com o sofrimento da pessoa que possui uma doença grave e
incurável, quando não existem mais tratamentos que possam ser realizados
para melhorar o quadro clínico da pessoa.
Entretanto, a eutanásia é ilegal na maioria dos países, já que envolve a vida
humana. Os profissionais contra esta prática afirmam que a vida humana é
inviolável, e ninguém tem o direto de abreviá-la, e, além disto, é muito difícil
definir quais pessoas ainda podem ter o sofrimento aliviado sem que seja
necessário antecipar a sua morte.
Existem tipos diferentes de eutanásia, que definem melhor a maneira como
esta antecipação da morte será feita, e incluem:

Eutanásia ativa voluntária: é feita pela administração de medicamentos


ou realização de algum procedimento com o intuito de levar o paciente à morte,
após o seu consentimento;

Suicídio assistido: é o ato realizado quando o médico fornece medicamentos


para que o próprio paciente possa abreviar a vida;

Eutanásia ativa involuntária: é a administração de medicamentos ou realização


de procedimentos para levar o paciente à morte, em situação na qual o
paciente não consentiu previamente. Esta prática é ilegal em todos os países.

É importante lembrar que existe uma forma diferente de eutanásia chamada de


eutanásia passiva, caracterizada pela suspensão ou término dos tratamentos
médicos que mantêm a vida do paciente, sem oferecer nenhum medicamento
para a sua abreviação. Este termo não é muito utilizado, pois considera-se que,
neste caso, não se causa a morte da pessoa, mas permite que o paciente
morra naturalmente, podendo ser enquadrada na prática de ortotanásia.

Ortotanásia

A ortotanásia é uma prática médica em que há promoção de uma morte


natural, sem que sejam realizados tratamentos pouco úteis, invasivos ou
artificiais para manter a pessoa viva e prolongar a morte, como a respiração
por aparelhos, por exemplo.
A ortotanásia é praticada por meio dos cuidados paliativos, que é uma
abordagem que procura manter a qualidade de vida do paciente, e da sua
família, em casos de doenças graves e incuráveis, ajudando no controle de
sintomas físicos, psicológicos e sociais.
Na ortotanásia a morte é vista como algo natural pelo qual todo ser humano irá
passar, buscando-se o objetivo que não é abreviar e nem adiar a morte, mas
sim buscar a melhor maneira de passar por ela, mantendo a dignidade da
pessoa que está doente.

4. Pacientes sem possibilidade terapêutica (cuidados paliativos),


orientações do CEM para esses casos.

Capítulo I: PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS (XXII)


Capítulo V: RELAÇÃO COM PACIENTES E FAMILIARES (Art. 36 § 2°; Art. 41.)

Cuidados paliativos: o que são e quando são


indicados

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), os cuidados paliativos são


um conjunto de cuidados, feitos para a pessoa que sofre de uma doença grave
ou incurável, e também sua família, com o objetivo de aliviar o seu sofrimento,
melhorando o bem-estar e a qualidade de vida.
Os tipos de cuidados que podem ser envolvidos são:

Físicos: servem para tratar os sintomas físicos que podem ser incômodos como
dor, falta de ar, vômitos, fraqueza ou insônia, por exemplo;
Psicológicos: cuidam dos sentimentos e de outros sintomas psicológicos
negativos, como angústia ou tristeza;
Sociais: oferecem apoio na gestão de conflitos ou obstáculos sociais, que
podem prejudicar o cuidado, como falta de alguém para prestar os cuidados;
Espirituais: reconhecer e apoiar em relação a questões como oferecer auxílio
religioso ou orientações em relação ao sentido da vida e da morte.

Todos estes cuidados não podem ser oferecidos somente pelo médico, sendo
necessário que exista uma equipe composta por médicos, enfermeiros,
psicólogos, assistentes sociais e diversos outros profissionais como
fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, nutricionistas e um capelão ou outro
representante espiritual.
No Brasil, os cuidados paliativos já são oferecidos por muitos hospitais,
principalmente nos que têm serviços de oncologia, entretanto, este tipo de
cuidados deve, idealmente, estar disponível em hospitais gerais, consultas
ambulatoriais e, até, em casa.
Quem precisa de cuidados paliativos

Os cuidados paliativos são indicados para todas as pessoas que sofrem de


uma doença que ameaça a vida e que piora ao longo do tempo, sendo,
também, conhecida como doença terminal.
Assim, não é verdade que estes cuidados são feitos quando já não há mais
"nada para fazer", pois ainda podem ser oferecidos cuidados essenciais para o
bem-estar e qualidade de vida da pessoa, independente do seu tempo de vida.
Alguns exemplos de situações em que se aplicam os cuidados paliativos, seja
para adultos, idosos ou crianças, incluem:
·Câncer;
·Doenças degenerativas neurológicas como Alzheimer, Parkinson,
esclerose múltipla ou esclerose lateral amiotrófica;
·Outras doenças degenerativas crônicas, como artrite grave;
·Doenças que levam à falência de órgãos, como doença renal
crônica,
cardiopatas terminais, pneumopatas, hepatopatas, dentre outras;
·AIDS avançada;
·Quaisquer outras situações ameaçadoras à vida, como traumatismo
craniano grave, coma irreversível, doenças genéticas ou doenças
congênitas incuráveis.

Os cuidados paliativos também servem para cuidar e apoiar os familiares das


pessoas que sofrem destas doenças, ao oferecer apoio em relação a como
devem ser os cuidados, a resolução de dificuldades sociais e para uma melhor
elaboração do luto, pois situações como dedicar-se ao cuidado de alguém ou
lidar a possibilidade de perder uma pessoa querida são difíceis e podem causar
muito sofrimento nos familiares.

Qual a diferença entre cuidados paliativos e eutanásia?

Enquanto a eutanásia propõe antecipar a morte, os cuidados paliativos não


apoiam esta prática, que é ilegal no Brasil. Entretanto, também não desejam
adiar a morte, e sim, propõem permitir que a doença incurável siga o seu
percurso natural, e para isso, oferece todo o apoio para que qualquer
sofrimento seja evitado e tratado, gerando um fim de vida com dignidade.
Assim, apesar de não aprovar a eutanásia, os cuidados paliativos também não
apoiam a prática de tratamentos considerados fúteis, ou seja, aqueles que
apenas têm a intenção de prolongar a vida da pessoa, mas que não vão curá-
la, causando dor e invasão da privacidade.

Como receber os cuidados paliativos

Os cuidados paliativos são indicados pelo médico, entretanto, para garantir que
eles sejam feitos quando chegar o momento, é importante conversar com a
equipe médica que acompanha o paciente e mostrar o seu interesse neste tipo
de cuidado. Assim, uma comunicação clara e franca entre o paciente, a família
e os médicos sobre o diagnóstico e as opções de tratamento de qualquer
doença é muito importante para definir estas questões.
Existem formas de documentar estas vontades, por documentos chamados
"Diretivas antecipadas de vontade", que permitem que a pessoa informe aos
seus médicos, sobre cuidados de saúde que deseja, ou que não deseja
receber, no caso de, por qualquer razão, se encontrar incapaz de expressar os
desejos em relação ao tratamento.
Assim, o Conselho Federal de Medicina orienta que o registro da diretiva
antecipada de vontade pode ser feito pelo médico que acompanha o paciente,
em sua ficha médica ou no prontuário, desde que expressamente autorizado,
não sendo exigidas testemunhas ou assinaturas, pois o médico, pela sua
profissão, possui fé pública e seus atos têm efeito legal e jurídico.
Também é possível redigir e registrar em cartório um documento, chamado
Testamento Vital, em que a pessoa pode declarar estas vontades,
especificando, por exemplo, a vontade de não ser submetido a procedimentos
como uso de aparelhos para respirar, se alimentar por tubos ou passar por um
procedimento reanimação cardio-pulmonar, por exemplo. Neste documento
também é possível indicar uma pessoa de confiança para tomar decisões sobre
os rumos do tratamento quando não puder mais fazer suas escolhas.

5. Ética e moral

Ética e moral são dois conceitos que dizem respeito ao comportamento


humano em sociedade, porém não são sinônimos, mas sim complementares.
Ambos têm uma relação entre si, mas não possuem a mesma origem e nem o
mesmo significado.
A moral é um conjunto de normas que servem para orientar a maneira de agir
das pessoas dentro de um contexto específico. Por conta disso, estamos
falando de um conceito de caráter particular e que se baseia, sobretudo, em
hábitos e costumes.
Já a ética funciona como uma racionalização da moral. Ou seja, ela é uma
reflexão sobre as ações humanas. As noções de certo ou errado e justo e
injusto se dão a partir dos nossos valores éticos.
Outra maneira de diferenciarmos ética de moral é nos determos a que tipo de
pergunta cada uma delas pretende responder. Enquanto a ética procura
encontrar a definição sobre “o que é o bem?” e “o que é o mal?”, a moral
questiona “será que essa é uma atitude boa?” ou “será que essa é uma atitude
ruim?”
Ética é um conjunto de conhecimentos extraídos da investigação do
comportamento humano ao tentar explicar as regras morais de forma racional,
fundamentada, científica e teórica. É uma reflexão sobre a moral.

Moral é o conjunto de regras aplicadas no cotidiano e usadas continuamente


por cada cidadão. Essas regras orientam cada indivíduo, norteando as suas
ações e os seus julgamentos sobre o que é moral ou imoral, certo ou errado,
bom ou mau.

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