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PROBLEMAS ÉTICOS NO FINAL DA

VIDA
CONCEITOS FUNDAMENTAIS E QUESTÕES ÉTICAS
ESQUEMA DA AULA
• 3. Conceitos:

• c) Obstinação terapêutica,

• d) Recusa do tratamento,

• e) Suicídio assistido,

• f) Eutanásia,

• g) Cacotanásia.

• 4. Chaves para a relfexão ética


OBSTINAÇÃO TERAPÊUTICA

•Actuações terapêuticas abusivas e contrárias à dignidade da pessoa que produzem

unicamente uma prolongação precária e penosa da existência num paciente

irreversível.

•O que se faz: tratamentos abusivos e futéis, prolongar a vida de um doente irreversível.

•Quem decide: familiares, profissional de saúde, médico

•Quem: profissional de saúde, médico.


RECUSA DE TRATAMENTO

• Acção do paciente pela qual, baseando-se na sua autonomia,


recusa total ou parcialmente um exame médico para o diagnóstico
ou um tratamento ou retira o consentimento anteriormente
concedido para realizar um tratamento ou exame.
• O QUE SE FAZ: não proceder a um tratamento ou exame.
• QUEM DECIDE: doente.
• QUEM FAZ: o paciente, não faz, deixa de fazer.
CACOTANASIA OU HOMICÍDIO

• Tirar a vida ao paciente em contra da sua vontade ou sem ter constancia de que
seja o seu desejo.

• O QUE SE FAZ: acabar com a vida do paciente.

• QUEM DECIDE: qualquer pessoa distinta do paciente

• QUEM FAZ: qualquer pessoa distinta do paciente


SUICÍDIO MEDICAMENTE ASSISTIDO

• Ajuda médica para a realização de um suicídio, perante a


solicitação dum paciente, proporcionando-lhe os fármacos
necessários para ele mesmo os administre.

• O QUE SE FAZ: actos médicos para acabar com a vida.

• QUEM DECIDE: o paciente

• QUEM FAZ: o paciente com ajuda de uma terceira pessoa


SUICÍDIO MEDICAMENTE ASSISTIDO

• Condições

1. Pedido livre, iniciativa própria, clara, repetida e mantida durante um tempo prudencial.

2. Informação completa e plena capacidade para decidir.

3. Sofrimento severo, persistente, intolerável, produzido por um padecimento incurável e


letal a curto prazo.
SUICÍDIO MEDICAMENTE ASSISTIDO

• 4) oferta previa de todos os cuidados paliativos disponíveis

• 5) Desejo formulado a um médico com quem existía uma relação


clínica adequada e significativa.

• 6) Consulta de outras opiniões médicas.

• 7) Documentação exaustiva do caso e declaração judicial do


mesmo
EUTANÁSIA

• Provocar a morte de uma pessoa, que padece de uma doença avançada e


terminal, de modo intencionado com o pedido expresso desta, num contexto
médico.

• O QUE SE FAZ: actos médicos para acabar com a vida.

• QUEM DECIDE: o paciente, familiares, médicos e poderes públicos

• QUEM FAZ: médico


EUTANÁSIA: ARGUMENTOS A FAVOR
• Direito a uma morte digna e não deshumana.

• Não há distinção entre acção e omissão.

• Aliviar o sofrimento: compaixão.

• Autonomia do paciente.

• Disponibilidade do próprio corpo.


EUTANÁSIA: ARGUMENTOS EM CONTRA
• Proibição geral de tirar a vida.

• Direitos humanos inalienáveis.

• A tradição ética médica é contrária.

• Difícil relação médico-paciente

• Os cuidados paliativos reduzem muito o número de pedidos .


PENSAR BIOÉTICO

• Prolongar a vida ≈ prolongar a agonia com tratamentos futéis que


não oferecem esperanças razoáveis.

• Valor da vida ≈ o que importa não é o valor da vida senão do


viviente. Respeitar sua vida não equivale a prolongá-la
biológicamente
PENSAR BIOÉTICO

O desejo de morrer pode ser uma expressão do desejo de estar


acompanhado, de sentir alívio da dor, de não morrer só, de querer
viver de outra maneira ou morrer dignamente.

A opção de morrer pode expressar o desejo de viver digndamente


até que se morra.

Direito a morrer dignamente é expressão de ser respeitado na sua


dignidade até a morte.
PENSAR BIOÉTICO

Distinguir bem:

Homicídio: provocar a morte por omissão deliberada do cuidado


devido, necessário e com sentido.

Adequação do esforço terapêutico: omissão responsável do cuidado


por não ser devido, nem necessário, mas também é sem sentido.
O CUIDADO HUMANO

• Diminuir o sofrimento.

• Conservar a liberdade.

• Prolongar a vida.
TESTAMENTO VITAL

• Instrumento no qual se recolhe as instruções que uma pessoa


adulta, no uso pleno das suas faculdades mentais, em ordem aos
tratamentos que não devem iniciar-se ou aos que devem ser
interrompidos, no caso de ficar incapaz de manifestar seu próprio
consentimento.
TESTAMENTO VITAL (EXEMPLO)

“… rogo-vos que se por causa da doença chegasse a estar numa


situação crítica irrecuperável, não me mantenham em vida por meio
de tratamentos desproporcionados; que não me submetam a
eutanásia, nem se prolongue abusiva e irracionalmente o meu
proceso de morte; que me administrem os tratamentos adequados
para paliar os meus sofrimentos.”… um paciente anónimo…
ALIMENTAÇÃO E HIDRATAÇÃO

• A alimentação artificial é um tratamento ou um cuidado?

• Pode prolongar uma vida que terminaría por morte natural em


pouco tempo.

• A desidratação é um mecanismo fisiológico para ter uma “boa


morte”: Baixa o nível de consciência, aumenta o humbral da dor…
(duplo efeito).
ALIMENTAÇÃO E HIDRATAÇÃO

• Resposta da Santa Sé sobre a alimentação e hidratação artificiais (Setembro de


2007).

• “Administrar alimento e água, mesmo que seja pela via artificial, é, em principio,
um médio proporcional para a conservação da vida. Portanto, é obrigatório na
medida e enquanto se demonstre que se cumpre coma sua própria finalidade,
que consiste em procurar a hidratação e a nutrição do paciente. Desse modo se
evita o sofrimento e a morte dervidados da inanição e desidratação. (…)
ALIMENTAÇÃO E HIDRATAÇÃO

• Representa sempre um meio natural de conservação da vida e não


um tratamento terapêutico. Portanto, devemos considerá-lo
ordinario e proporcionado, inclusive quando o estado vegetativo se
prolongue”.
ALIMENTAÇÃO E HIDRATAÇÃO (EXCEPÇÕES)

• a) Numa região muito isolada ou extremamente pobre, a


alimentação e hidratação artificais pode não serem físicamente
disponíveis, então (…) permanece a obrigação de oferecer os
cuidados mínimo disponíveis e de buscar, se é possível, os
meios necessários para uma dequada manutenção vital.
ALIMENTAÇÃO E HIDRATAÇÃO (EXCEPÇÕES)

• b) devido a complicações que possam advir, o paciente não pode


assimilar os alimentos e líquidos, resultanto totalmente inútil
administrá-los.

• C) A alimentação e hidratação artificiais podem implicar para o


paciente uma carga excesiva ou uma notável mal-estar físico.
•Muito obrigado

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