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AOS
FATOS
Ler não é algo
automático. Não basta
ser alfabetizado, não
basta ter aprendido os
sons e saber juntá-los.

O nome “alfabetismo” foi


escolhido justamente
para chamar a atenção
ao problema: é uma
jogada de marketing.

O conceito de
analfabetismo funcional
foi criado pela UNESCO,
que fez uma leve
pressão para que os
governantes
começassem a usar
esse termo, já que
existem diferentes
níveis de leitura.

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No começo, media-se o “alfabetismo
funcional” pelo tempo de escolarização.
Nos países desenvolvidos, considerava-se
“funcionalmente alfabetizado” quem
houvesse passado 8 ou 9 anos no ensino
formal. Na América Latina… 4 anos.

Até 2015, só havia 4 níveis de letramento.


Em 2015, as categorias foram atualizadas e
agora há 5 níveis:

● o analfabetismo estrito, em que o


indivíduo pura e simplesmente não
consegue ler palavras ou frases — 8%
dos brasileiros.

● o nível rudimentar, em que o


indivíduo consegue localizar uma
informação explícita, expressa
literalmente, em textos
absolutamente simples (calendários,
tabelas simples, cartazes de
supermercado) compostos de frases
curtas e cotidianas. Reconhece sinais
de pontuação pelo nome ou função —
22% dos brasileiros.

● o nível elementar, em que o


indivíduo consegue selecionar uma
ou mais unidades de informação em
textos médios e consegue fazer
“pequenas inferências” — 34% dos
brasileiros.

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• o nível intermediário, em que o indivíduo consegue localizar
informações literais em textos diversos, e faz pequenas
inferências. Também consegue fazer uma síntese dos textos,
relacionando “regras com casos particulares a partir do
reconhecimento de evidências e argumentos”, além de
“confrontar a moral da história com sua própria opinião ou
senso comum”. Também consegue reconhecer o efeito de
sentido ou estético de “figuras de linguagem ou sinais de
pontuação”. Não consegue saber muito bem qual é o
posicionamento do autor do texto e também não entende
a diferença entre fato e opinião — 25% dos brasileiros.

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• o nível proficiente: em que o indivíduo consegue elaborar
textos mais complexos (mensagem, descrição, exposição ou
argumentação) a partir de elementos específicos e opina
“sobre o posicionamento ou estilo do autor” — 12% dos
brasileiros.

● O nível proficiente é o leitor normal, tendo em vista que o INAF


só considera textos do cotidiano. Na vida real, há níveis acima
disso.

Só é considerado analfabeto funcional quem está


nos dois primeiros níveis.

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Ou seja: numa prova do ENEM sobre interpretação de textos, quem
está no nível intermediário já iria penar. Se não consegue saber qual
é o posicionamento do autor do texto, como poderia responder
alguma pergunta?

Alguém com nível intermediário não consegue distinguir direito um


fato (verdadeiro ou não) de uma opinião ou posicionamento sobre
os fatos.

Se você tem esses problemas com a leitura, também os tem


com a escuta e com a fala. O termo “analfabetismo” foi uma jogada
de marketing apenas para chamar atenção, mas esses problemas
são ligados à lógica da linguagem no geral.

● Só quem está no nível máximo consegue escrever ele mesmo


uma mensagem mais complexa — um relatório, ou redação.
● 34% dos universitários atingiram o nível proficiente.

Esses 34% têm uma vantagem enorme em relação ao restante da


população, já que tudo o que nós fazemos tem a ver com a
linguagem.

Quem domina a linguagem tem muito mais facilidade para


aprender, e por isso tem muito mais facilidade em tudo na
vida.

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DADOS
SOBRE OS
LEITORES
● Para o Instituto Pró Livro, a definição de LEITOR é
“aquele que leu, inteiro ou em partes, pelo menos 1 livro
nos últimos 3 meses”.
● Mais ou menos 52% dos brasileiros são “leitores”. Ou
seja: em média 48% dos brasileiros não leram
nenhum livro nos últimos doze meses. Estão fora
das estatísticas.
● 86% dos universitários são “leitores”. 14% de quem
está NA FACULDADE NÃO LEU um único livro nos
últimos doze meses.
● Em média, o brasileiro lê 2,5 livros inteiros e partes de
mais 2,5 livros.

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MOTIVOS
PARA LER
26% dos leitores dizem ler “por gosto”
17% para crescimento pessoal
14% para distração
para atualização cultural ou
13% conhecimento geral
para aprender algo novo ou
11% desenvolver alguma habilidade
9% por motivos religiosos
por exigência escolar, da faculdade
4% ou do trabalho
1% para outros

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O QUE FAZER?
ENTENDA
• A leitura não é algo automático, e muito menos passivo.
Leitura é algo ativo. Além disso, assistir filmes ou séries, por
mais que eles sejam bem feitos, não exige o mesmo esforço
de uma leitura.
● Se você só lê livrinhos ruins, água-com-açúcar, sua leitura
nunca irá melhorar. Com o passar do tempo, o que não
melhora, em vez de ficar sempre igual, ATROFIA.
● “Gostar” de ler não quer dizer nada. Você pode gostar de
ler só porcarias, por exemplo. E se você entende “gostar" como
sinônimo de “distrair-se” ou “divertir-se”, então lascou.
● A dificuldade da leitura corresponde à dificuldade do livro.
“Ler é difícil” é uma frase relativa. Ler o quê é difícil? Ler onde e
como é difícil?
● Nem tudo é falta de inteligência. Às vezes você não entende um
livro apenas por não conhecer o assunto.

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PRATIQUE
• Você precisa de familiaridade com a língua. E não é com
qualquer língua. Não é com a língua do BBB ou aquela que
usam na padaria. É uma língua mais nobre, e isto em dois
sentidos: 1) é artisticamente apurada; 2) seus assuntos são
mais nobres.
● Porque a língua é artisticamente apurada, ela é mais rica. O
autor não a enxerga só como um meio descartável ao fim da
comunicação. A própria língua recebe atenção e cuidado.
Novos usos são explorados. Três coisas principais: 1)
vocabulário, 2) figuras de linguagem, 3) construções frasais.
● Porque os assuntos são nobres, você vai começar a perceber
qual é o verdadeiro potencial da língua — e vai querer aprendê-
la. Afinal de contas, não existe aprendizado real e duradouro
sem a vontade que capta algo bom e o quer.
● O que eu recomendo? Livros infanto-juvenis. Sherlock Holmes,
Agatha Christie, O Mágico de Oz, Crônicas de Nárnia, O Hobbit,
Peter Pan, Mark Twain…
● Depois, pule para clássicos da língua portuguesa: Machado de
Assis é indispensável.
● Mesmo que no começo você não as entenda, essas obras vão
aumentar a sua percepção para o texto, você vai começar a
captar a linguagem, e isso já te deixará mais inteligente.

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FAÇA
• Estude as dez classes gramaticais: você precisa saber
identificar as palavras e ter alguma ideia mínima de para que
elas servem.
● Existem dez tipos de palavras: esse é o ponto de partida. Existe
uma relação direta entre saber identificar as classes
gramaticais num texto e sua compreensão.
● Entender essas classes é o primeiro passo para ler melhor.

EXPERIMENTE
• Tente pegar frases que estejam fora da ordem natural e as
reordene.
● Preciso estudar sintaxe? O mínimo. Só o necessário para
conseguir fazer as reordenações.

PERGUNTE
● Um texto é como uma conversa — mas você não tem o
interlocutor para tirar suas dúvidas. Então faça perguntas ao
texto. Duas principais: 1) o texto fala sobre o quê? O autor sai de
onde e quer chegar aonde? 2) Como? São vários argumentos?
Um só argumento e vários exemplos? Os exemplos vêm antes
do argumento?
● Quando você consegue entender o que é um argumento
principal e o que são os elementos periféricos, você lê até mais
rápido.

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ANOTE
● Sublinhe os trechos mais importantes. Para quê? Para criar
pontos visuais de referência.
● Sublinhar trechos verticalmente, se forem muito grandes.
● Sublinhar livros ficcionais serve mais para modelar a escrita do
que para reler o livro. É uma técnica que funciona melhor para
quem quer ser escritor.
● Usar asteriscos ou algum outro sinal para destacar trechos
sublinhados especialmente importantes (criar uma
hierarquia).
● Escreva nas margens da página: perguntas (e suas respostas),
dúvidas e qualquer pensamento interessante.
● Utilize uma régua ou um dedo como apoio físico para focar a
sua visão no ponto que você está lendo.
● Se você tiver problemas de concentração, leia em voz alta.
● Faça resumos do que você leu. Especialmente de livros não
ficcionais.
● Teste as diferentes técnicas para entender o que funciona
melhor para você.

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