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Pensar
é
Pecado?
A evidência contra o império da crença
© 2005 Pablo Rocha lbai\ez
É proibida a reprodução desta obra sem a prévia permissão, por escrito, do Autor. Os
infratores serão punidos pela Lei nº 9 .61 O, de 19 de fevereiro de 1998.
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LEMUEL DOURADO SOBRINHO (Doutor em Sociologia)
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LUCAS ALMEIDA
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ANNA RODRIGUES
Capa
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IBANEZ, Pablo R.
Pensar é Pecado?. Maceió: Edições Catavento, 2005.
132p
1. Religião
coo 248-4
ISBN 85-7545-103-0
Impresso no Brasil
A minha esposa, Michellyne, pelo estímulo, pelas
sugestões e pela paciência;
A meu pai, de quem herdei a curiosidade pela
natureza e uma especial percepção de sua beleza;
À memória de Carl Sagan, brilhante divulgador da
ciência e autor de diversos livros, dentre eles "O Mundo
Assombrado pelos Demônios", cuja leitura - não seria
exagero dizer - foi uma das atividades mais marcantes e
construtivas que já realizei;
Aos que compõem a Sociedade da Terra Redonda,
instituição que bravamente defende a postura racional
perante o mundo, ensinando, através de suas atividades
e dos excelentes textos que veicula em seu site na
internet, a maravilha da possibilidade de compreender
um Universo sem mitos nem fantasmas.
Prefácio
Este livro envolve assuntos que ocupam papel crucial nas vidas
humanas e na história humana, tais como religião, religiosidade,
filosofia e ciência. Não se trata de um trabalho científico, mas de um
esforço argumentativo marcado pela informalidade e pelo uso da
primeira pessoa. Isso, entretanto, não prejudicará o compromisso
com a racionalidade e fundamentação das idéias transmitidas. Se
assim não fosse, haveria uma profunda incoerência, pois que o
próprio fim da obra é a defesa do pensamento crítico e racional;
opondo-se à credulidade, ao dogmatismo e ao preconceito. A obra
está enriquecida com um grande número de citações de textos
extraídos de excelentes livros e da internet. Muitas das notas de
rodapé trazem importantes comentários (não deixem de lê-las).
Dividi o texto em onze capítulos que podem ser lidos
independentemente, muito embora a ordem entre eles não seja
aleatória, de modo que sugiro que a leitura seja feita na seqüência
em que estão dispostos.
Não tenho a pretensão de que as idéias por mim defendidas
convençam os leitores crentes, o que exigiria que abdicassem de
muitas de suas concepções. No entanto, levando em consideração
que cada "visão de mundo" se forma num contínuo e ininterrupto
processo moldado pelas experiências que vivenciamos, incluindo aí
o contato com outras "visões de mundo" que nos influenciam, lanço-
me ao desafio de, ao menos, levantar importantes questionamentos.
Assim, se eu não conseguir apresentar uma concepção de mundo
mais coerente e racional, espero ao menos incutir dúvidas,
provocando-os a buscar respostas que lhes pareçam sensatas.
Conseguindo isso (fomentar o espírito crítico), eu já me sentiria
bastante satisfeito.
Nas páginas que seguem, farei uma análise crítica das idéias
religiosas predominantes, especialmente sobre suas incoerências
internas e incompatibilidades com relação ao conhecimento
científico atual e, em alguns pontos, à própria noção de
racionalidade e bom senso. Nesse sentido, diria que a obra realiza
uma crítica perante a constatação de que a grande maioria das
pessoas, mesmo entre as que freqüentaram escolas e
universidades, não tem o hábito de pensar de forma crítica, livre das
amarras do dogmatismo, dos tabus e preconceitos transmitidos
através das gerações. Talvez não seja exagero dizer que o
esoterismo (visto da forma mais ampla possível) constitui, ainda
hoje, um dos principais pilares sobre os quais o homem erige as
suas concepções de mundo e de vida. Este fato não é restrito ao
campo da religião, mas abrange quase todas as áreas do
pensamento cotidiano do homem.
Permitam-me, já na apresentação da obra, fugir um pouco a seu
tema central para expressar o quanto me estarrece verificar a
superficialidade e a pequenez com que se tem visto o mundo. Basta
lançar os olhos sobre a literatura de massas: livros de auto-ajuda,
seções sobre horóscopo em revistas e jornais, pregações do
fanatismo religioso etc. A mesma coisa se diga com relação à maior
parte da programação das televisões e rádios, sem deixar de fora os
discursos políticos (especialmente os pré-eleitorais) e grande parte
das conversas nas casas, esquinas e botecos. Amedronta ver como
os mesmos comentários pobres, superficiais, falsos, hipócritas,
eivados da mais nefasta credulidade, são incansavelmente
repetidos e escutados e, a cada vez, como se novidades fossem. As
frases batidas e vazias de conteúdo talvez sejam os instrumentos
mais capazes de arrancar da maioria gestos de concordância,
palavras de aprovação (no mínimo, um vulgar "com certeza"), ou
mesmo calorosos aplausos.
Mas o intuito deste livro não é somente criticar ... Sua finalidade
principal é propor uma concepção sobre religiosidade que seja
baseada na compreensão racional do Universo e nos sentimentos
de admiração e reverência que os homens podem experimentar
quando sua mente procura deparar-se com a Imensidão de forma
intelectualmente honesta, sem apelos a crendices. Essa forma
honesta de "ver" a natureza do Universo significa procurar
compreendê-lo como ele é; e não como o Papa, o professor, nossos
pais, a sociedade, um livro "sagrado", ou nós mesmos, desejamos
que ele seja. A melhor forma de que o homem dispõe para conhecer
o Universo não pode prescindir do uso da razão e da ciência.
Socialmente, é muito mais proveitoso questionar e pensar, aprender
a apreciar o que é real, do que se render à tendência comodista de
precisar crer no irracional para conseguir se sentir feliz.
O sentimento religioso é de fundamental importância,
proporciona uma sensação de serenidade, paz e harmonia.
Arriscaria dizer que é uma experiência inevitável para qualquer ser
humano, assim como o amor, a raiva, a euforia, a dúvida etc. No
entanto, orar ou ir para a igreja não são as únicas formas de
experimentar a religiosidade; podemos senti-la também ao olhar
para um céu estrelado, ao ouvirmos uma bela música ou ao abraçar
alguém que amamos. Em suma: religiosidade não pressupõe fé ou
crença.
A obra propõe, ainda, uma clara distinção entre os conceitos de
religião e de religiosidade. A primeira, vinculada a uma instituição,
requer a aderência a uma fé (crença) e a aceitação de dogmas. A
segunda está relacionada a uma sensação que qualquer indivíduo
pode experimentar -e experimenta, em maior ou menor intensidade;
com maior ou menor freqüência -e que não pressupõe qualquer tipo
de crença. Assim, enquanto a religião pressupõe a religiosidade,
esta não requer aquela. Nesse contexto, como se poderá perceber
claramente mais adiante, é plenamente coerente falar-se em "ateu
religioso", ou "cético religioso".
Não é benéfico que o abandono da razão e do senso crítico -
mesmo que circunscrito à somente alguns aspectos de nossa "visão
de mundo" -seja o meio pelo qual decidimos vivenciar o sentimento
religioso. Ademais, penso que nosso imenso Universo material é
incrivelmente surpreendente, a base perfeita para fundamentar uma
religiosidade profunda e compatível com a mente racional que
questiona, pesquisa, pensa e conhece.
A felicidade, a bondade e o sentimento religioso, se aliados à
racionalidade e ao pensamento crítico (incluindo o autocrítico),
podem ser alcançados de forma muito mais responsável e segura
do que através da "muleta" da credulidade, que facilmente pode
romper-se trazendo graves danos a nós e aos que nos cercam. A
história humana, por diversas vezes, mostrou-nos isso. O caminho
mais cômodo e fácil nem sempre é o melhor caminho. Fechar os
olhos para as evidências nunca foi um bom modo de se viver.
Se o tom irônico de minhas palavras, em algum trecho do livro,
for considerado desrespeitoso, peço perdão. Minha intenção não é
de ofender ninguém e minhas críticas são dirigidas a idéias e
posturas, não a pessoas. Considero fundamental o respeito à
diversidade, ao direito que deve ser garantido a todos de serem
livres para pensar e manifestar seu pensamento. Manifestar
discordância frente a outras idéias e posturas, mesmo que de forma
incisiva ( e desde que não se parta para a ofensa), não caracteriza
desrespeito, mas um desdobramento da liberdade de expressão, do
direito que se tem de tentar influenciar o meio através das idéias (ou
mesmo de auto-afirmação).
A todos aqueles que lerem o livro de forma aberta e honesta,
coloco-me à disposição para receber críticas (mesmo as incisivas) e
disposto ao diálogo que, quando fundado nas idéias, é proveitoso
para todos os envolvidos. Se houver elogios, eles serão muito bem-
vindos e me deixarão feliz. Ambos -críticas e elogios -serão
considerados por mim como justa recompensa ao meu trabalho.
Peço, entretanto, que não venham rebater minhas idéias com
dogmas, berros e excomunhões (até porque não se pode "pôr para
fora" quem já saiu por vontade própria), pois estes não são
argumentos e não pode existir diálogo se os participantes não
"falam a mesma língua". Desejo a todos uma proveitosa leitura...
Sumário
Idéias a serem
I 11
inicialmente consideradas
II Criação do Universo? 31
Refutação aos
III argumentos de São Tomás 41
de Aquino
IV Sobre a fé 55
Religião, credulidade e
V 63
dogmatismo
Questionando a
inquestionabilidade da Bíblia
VI 71
(e de qualquer outro "livro
sagrado")
Religião e valores
VII 81
humanos
Religião, sociedade e
VIII 93
Estado
Crítica à natureza da
IX oração e à idéia 97
de cura pela fé
A consciência como
fenômeno dependente
X do cérebro e a 103
conseqüente inexistência
de vida após a morte
XI A vivência de um 117
ateísmo religioso
[←1]
O termo "Deus pessoal", muitas vezes utilizado no livro, refere-se a um Deus dotado
de consciência, personalidade, vontade, valores éticos etc. É, em última análise, um
conceito antropomorfizado de Deus.
[←2]
Max Jammer, Einstein e a religião, contracapa.
[←3]
Jostein Gaarder, Victor Hellern e Henry Notaker, O livro das religiões, p. 18.
[←4]
Umberto Eco e Cario Maria Martini. Em que crêem os que não crêem? p. 80.
[←5]
5 Carl Sagan define pensamento cético como "meio de construir e compreender um
argumento racional e - o que é especialmente importante - de reconhecer um
argumento falacioso ou fraudulento. A questão não é se gostamos da con clusão que
emerge de uma cadeia de raciocínio, mas se essa conclusão deriva da premissa ou
do ponto de partida e se essa premissa é verdadeira" (O mundo assobrado pelos
demônios, p. 207 e 208).
[←6]
Carl Sagan, op. cit., p. 188 (citando o engenheiro espacial James Oberg).
[←7]
Carl Sagan, op. cit., p. 44.
[←8]
Yervant Terzian e Elizabeth Bilson (orgs.), O Universo de Carl Sagan, p. 185.
[←9]
Max Jammer, op. cit., p. 63-5.
[←10]
Documentário da série "Cosmos". Episódio 1 : ''As margens do oceano cósmico".
[←11]
Yervant Terzian e Elizabeth Bilson, op. cit., p. 170.
[←12]
Somos muito semelhantes a nossos primos, os chimpanzés, com quem
compartilhamos 99,6% de nossos genes ativos (O Universo de Carl Sagan, p. 172).
Na verdade, biologicamente, somos também macacos, embora a auto-idolatria
humana tenha proibido o homem de se classificar como tal.
[←13]
Há também que considerar o tempo que a onda de rádio demoraria para alcançar o
planeta onde haja vida e o tempo para que a resposta chegue a nós.
[←14]
Para uma compreensão melhor do assunto, sugiro a leitura de O mundo assombrado
pelos demônios, O Universo de Carl Sagan e do romance Contato (também de
Sagan), este último também disponível em filme.
[←15]
Max Jammer, op. cit., p. 109.
[←16]
Também contrasta com as características de perfeita bondade e justiça, atribuídas a
Deus, o fato de um ser vivo geralmente se alimentar de outro. A necessidade dessa
"carnificina" para que a vida se mantenha parece confirmar que o Universo em si
está desvinculado de qualquer valor moral.
[←17]
Paul Harrison. Panteísmo científico: princípios básicos. Disponível em: < http
://members.aol com/Heraklit1 /basicpor. htm > Acesso em: 15-1-99.
[←18]
Não parece coerente que um ser onipotente e de perfeita bondade crie seres
capazes de queimar vivos seus semelhantes, por terem crenças diferentes das suas;
ou de colocá-los aos montes numa câmara de gás, por entender que pertencem a
uma raça inferior.
[←19]
Em certo sentido, o argumento teísta sobre uma primeira causa destrói o chão sobre
o qual se ergue.
Tudo, eles argumentam, requer uma causa. Para evitar o regresso infinito, deve
haver uma primeira causa. Mas esta primeira causa é algo que não tem causa.
Portanto, nem tudo requer uma causa. Portanto, a premissa é inválida.
Logo, se há um ser que não requer uma causa, por que este não poderia ser o
próprio universo?
Paul Harrison . The Self Existent Cosmos. Disponível em: <http://
members.aol.corrv'Heraklit 1 /cause.htm > Acesso em: 27-8-02.
MORA.José Ferrater: Filosofia.4' ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001, p. 33 e 34.
[←20]
Atenção: o Nada (com "N" maiúsculo) ao qual me refiro, não é o "nada" (com "n"
minúsculo), que não passa de uma palavra para designar a inexistência; pelo
contrário, designa a possibilidade de geração espontânea da matéria. Tal criação,
porém, é, na verdade, uma transformação; pois não existe algo que surja
milagrosamente, mas uma mutação contínua na qual a matéria que compõe o
Universo pode vir do Nada e, depois, voltar ao Nada (exatamente do mesmo modo
que pares de números opostos podem resultar do zero; e o zero pode resultar da
união de tais pares).
[←21]
Max Jammer, Einstein e a religião, p. 155 - 156.
[←22]
Admito que este tópico é de difícil compreensão, pois trata de idéias que desafiam
nossos sentidos. Confesso também ter certa dificuldade para "visualizar" a hipótese.
Entretanto, entendo que ela seja mais adequada aos conhecimentos científicos
atuais do que a hipótese seguinte.
[←23]
Lei de Lavoisier.
[←24]
Marilena Chauí, Convite à filosofia, p. 35.
[←25]
Esses argumentos de São Tomás de Aquino, os quais eu critiquei, foram extraídos do
CD ROM da Enciclopédia Encarta 2000 (versão em espanhol), da Microsoft
Corporation, sob o verbete "Dias".
[←26]
Stephen Hawking, O Universo numa casca de noz, p.35.
[←27]
Tenho certeza que muitos dos que ganharam um grande prêmio na loto acreditam ter
sido beneficiados por um milagre.
[←28]
Carl Sagan, op. cit., p. 230 e 231.
[←29]
Na realidade, nosso "livre-arbítrio" é bastante condicionado, ou seja, não é tão livre
assim. Além disso, os conceitos de bondade, maldade etc. são extremamente
relativos e variam conforme a época, a sociedade e a pessoa. Mesmo assim, são
importantíssimos para que nosso relacionamento social se dê de forma menos
conflitiva (muito embora a contenção do conflito comumente se dê mediante
processos de dominação ideológica).
[←30]
Richard Dawkins. A improbabilidade de Deus. Disponível em: <
http://www.str.eom.br/Atheos/improbabilidade.htm> Acesso em: 1/10/04. (Original da
revista Free lnquiry, Volume 18, Número 3, disponível em:
http://www.positeveatheism.org/writ/dawkins3.htm#IMPROB).
[←31]
lbid.
[←32]
Peter W. Atkins, Cómo crear e/ mundo, p. 59 e 63.
[←33]
Bertrand Russell. Por que não sou cristão: um exame da idéia-divina e do
cristianismo. Disponível em: < http://www.str.com.br/Atheos/ porgue2.htm> Acesso
em: 1/10/04. (ensaio base original disponível em:
http://www.positeveatheism.org/hist/russellO.htm).
[←34]
Peter W. Atkins, op. cit.,p. 17. No mesmo livro, o autor explica que também os
átomos não precisam ter sido criados por qualquer Ser Supremo e que a única base
a ser verdadeira e utilmente considerada é, virtualmente, nada.
[←35]
Umberto Eco e Cario Maria Martini, op. cit., p. 1 O 1.
[←36]
Toda essa relatividade sobre o conteúdo do sistema moral não lhe retira a
importância. De fato, é um fenômeno necessário em qualquer coletividade humana e,
muito embora seu conteúdo varie constantemente, o fenômeno em si estará sempre
presente (já que é um fenômeno natural). É verdade que as características de um
sistema podem fazê-lo mais imperativo e "autoperpetuante", possibilitando que sobre
ele haja consenso mais estável (fator temporal) e difundido (fator espacial). Esse é o
meio geralmente utilizado para manter a dominação social. No entanto, embora eu
seja muito apegado aos meus valores e esteja disposto a lutar e a sacrificar-me por
eles, entendo que, numa perspectiva histórica, o ideal é que os valores humanos
sejam tão dinâmicos e mutáveis quanto é o meio natural e social. Adaptação é a
chave da questão. Os sistemas são exatamente formas de adaptação e
relacionamento com o meio. Compreender essa necessária dinâmica não significa
tornar-se amoral ou inescrupuloso, nem abdicar de seus valores, mas constitui sinal
de uma necessária maturidade intelectual.
[←37]
Carl Sagan, op. cit., p. 289 e 290
[←38]
COTRIM, Gilberto. História e consciência do mundo. / ª ed. Saraiva.
São Paulo, I 994, p.33.
[←39]
Mal sabem essas pessoas que a ciência, muitas vezes, chega a conclusões sobre a
natureza que desafiam as noções do senso comum - não é preciso inventar: o
mundo real também apresenta fatos surpreendentemente fantásticos. A diferença é
que a obtenção e a compreensão das conclusões da ciência requerem conhecimento
e esforço intelectual; enquanto a crença em eventos sobrenaturais não os requer.
[←40]
Carl Sagan, op. cit., p. 241 .
[←41]
Friedrich Nietzsche. O Anticristo, p. 68.
[←42]
Friedrich Nietzsche. op. cit., p. 94.
[←43]
Friedrich Nietzsche. op.cit., p. 61.
[←44]
Idem, p. 80 e 81.
[←45]
Os trechos bíblicos citados foram retirados de: A Bíblia Sagrada / Tradução na
linguagem de hoje. São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil, 1988. Caso o leitor
deseje maiores comentários sobre todos esses trechos bíblicos, além de muitos
outros, poderá encontrá-los em textode Emmett F. Fields, intitulado ':,\ Bíblia é a
Palavra de Deus?". Pode consultar, também, texto de Dan Barker, intitulado
"Contradições da Bíblia". Tais textos podem ser encontrados, traduzidos para o
português, respectivamente nos endereços de internet que seguem:
<www.strbrasil.com/Atheos/biblia.htm> e
<www.strbrasil.com/Atheos/contradicoes.htm>. Ambos foram acessados em
25/11/2003.
[←46]
Carl Sagan, op. cit., p. 286.
[←47]
É claro que na Bíblia também há belos trechos. A citação de trechos reprováveis
serve para mostrar a ambigüidade da Bíblia, deixando claro que, como qualquer livro,
ela não deve ser imune a críticas e questionamentos e que sua origem, assim como
a de todos os outros livros que conhecemos, é humana.
[←48]
É o que disse Nietzsche, com as seguintes palavras: "Não existem fenômenos
morais, apenas uma interpretação moral dos fenômenos ... " (Friedrich Nietzsche.
Para Além do Bem e do Mal. p. 92)
[←49]
Umberto Eco e Cario Maria Martini, op. cit., p. 116.
[←50]
Ibid., p. 81,82,83.
[←51]
Ibid., p. 81,82,83.
[←52]
Eu não vou nem citar as baratas, moscas e mosquitos, sobre as quais pensei
inicialmente, porque ainda se poderá alegar que eles trazem prejuízo à saúde
humana. Em contrapartida, opondo-se à nossa indiferença perante as formigas,
poucos não teriam pena de massacrar uma borboleta colorida.
[←53]
Alexandre de Moraes, Direito constitucional, p. 75.
[←54]
Carl Sagan, op. cit., p. 228
[←55]
Carl Sagan, op. cit., p. 228
[←56]
Sagan dedica um capítulo inteiro de seu famoso livro para comentar sobre
raciocínios falaciosos como este.
[←57]
Carl Sagan, op. cit., p. 273. Remeto também ao texto do mesmo
autor, já citado no capítulo Ili deste livro, sobre as supostas curas miraculosas das
pessoas que vão a Lourdes, na França.
[←58]
Carl Sagan, op. cit., p. 265.
[←59]
Texto citado por Keith Augustine. O caso contra a imortalidade. Traduzido por Gilson
C. Santos. Disponível em: < http://str.eom.br/Atheos/caso.htm > Acesso em: 1/ 10/04.
[←60]
lbid
[←61]
lbid
[←62]
Ronald Cordeiro. Introdução no debate vida após a morte. Disponível
em: < http:ljstr.com.br/Debate/debate0302.htm >. Acesso em: 1/10/04.
[←63]
Carl Sagan, op. cit., p 151.
[←64]
Morse 104, citado por Keith Augustine.
[←65]
Blackmore, Near-Death 36, citada por Keith Augustine
[←66]
Carl Sagan, op. cit., p. 167.
[←67]
Carl Sagan, op. cit., p. 201 .
[←68]
Ver em Yervant Terzian e Elizabeth Bilson (orgs.), O Universo de Carl Sagan, p.169.
[←69]
Yervant Terzian & Elizabeth Bilson (orgs.), op. cit., p. 177.
[←70]
Enci lopédia Barsa. Vol. 12. Verbete Panteísmo. Encyclopaedia Bntannica do Brasil
Publicações Ltda. Rio de Janeiro - São Paulo. 1993.
[←71]
Não se confunda o materialismo filosófico com o materialismo ético (que não é
proposta deste livro). Segundo "O livro das religiões", p. 240, de Jostein Gaarder e
outros dois autores, o "materialismo filosófico é a convicção de que todos os
fenômenos do mundo podem ser atribuídos a condições físicas, "inexistindo "(...)
forças espirituais agindo independentemente das leis da física." já o materialismo
ético é uma visão da vida centrada nos benefícios materiais e no prazer físico.
[←72]
Aqui, o termo "material" pode parecer redundante (afinal, não existe outro Universo).
Uso-o, entretanto, para impossibilitar totalmente que alguém dê ao termo "Universo"
qualquer conotação sobrenatural.
[←73]
Peter W. Atkins, Cómo crear e/ mundo, p. 19 e 20 (traduzido da versão em
espanhol).