Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Fragmentos escolhidos
LET311
SEMINÁRIO DE LEITURA: LITERATURA CLÁSSICA
(2021-1)
Gustavo Frade
inesperadamente.
Tadeu Andrade:
[U]ns dizem que a cavalaria, outros, que a infantaria,]
Outros que a frota é, sobr[e] a terra negra,
O que [h]á de mais belo, mas eu, aquilo que
se deseja;
Tadeu Andrade:
Ele me parece ser igual aos deuses,
O homem que está sentado diante de ti
E, de perto, te escuta
falando doce
fr. 96
Giuliana Ragusa:
… Sárdis …
muita vez para cá … ela tendo
…
… qual deusa manifesta,
e [ela] muito se deleitava com tua dança-canção.
… canta …
…
… ó Afrodite
…
… o néctar vertia da
áurea …
… mãos… Peitó, deusa Persuasão
… o Geraístio
… queridas ...
]o[ . . . . ]de-
m[ ] . mor
e [ . ]m[ ]o Afrodite
e[ ] néctar derramou
num dourado [ ]a
. . . . ]Sedução nas mãos[
]m[ . . ]rer
inúmer]as
]......e
]para o Geresteu
]queridas
]o ne[nhum
]venh[
Trajano Vieira:
[…]
fr. 49
Giuliana Ragusa:
57
há muito tempo atrás, eu te amei,
ó Átthis
***
Rafael Brunhara:
Eu te amava, Átis, outrora…
...parecias-me pequenina e sem encantos.
fr. 130
Giuliana Ragusa:
… Eros de novo – deslassa-membros – me agita,
dulciamara inelutável criatura …
fr. 131
Rafael Brunhara:
Eros, de novo, que os membros deslassa, perturba-me:
doce e amargo, invencível monstro.
fr. 47
Giuliana Ragusa:
… Eros sacudiu meus
sensos, qual vento montanha abaixo caindo sobre as árvores ...
Trajano Vieira:
Vento
precípite nos cimos entre pinhos
Eros
seu símile
agita em mim o que é o meu espírito.
fr. 36
Giuliana Ragusa:
… e desejo e enlouqueço …
Joaquim Brasil Fontes:
queimo em desejo
e anseio [por]
Guilherme Gontijo Flores:
eu desejo e muito me abraso
fr. 48
Giuliana Ragusa:
… vieste, e eu ansiava por ti –
me esfriaste o peito que queimava com desejo …
Trajano Vieira:
Chegaste.
Em mim me acendia.
Enfriaste-me o âmago
flâmeo do querer.
fr. 51
Giuliana Ragusa:
… não sei o que faço: duas as minhas mentes …
Trajano Vieira:
Não sei por onde me propague:
duplo
pensamento
há
em mim.
fr. 23
Giuliana Ragusa:
… do desejo …
…
… face a face contemplo …
… Hermíone e tal …
e comparar-te à loira Helena …
…
às mortais; e isto sabe, em tua
… de todos os meus anseios
…
… nas margens …
…
… celebrar um festival noturno …
]barranco or[valho
]em
noi]te aden[tro
fr. 94
Giuliana Ragusa:
e … com perfume
de flores …
digno de rainha, te ungiste,
nem bosque …
fartos[ ] . perfumes na
linda face . [ ]ri[ . . ]m
numa tez de ra[inha] você se fez
Trajano Vieira:
A morte, para ser franca, é o que mais desejo.
Ela me abandonou às lágrimas,
e… com o eflúvio
das flores…
que dignificariam uma rainha, te ungiste,
e na maciez do leito
jovial…
satisfazias tua volúpia…
fr. 168B
Giuliana Ragusa:
Imergiu a lua,
também as Plêiades; é
meia-noite, vai-se o tempo,
e eu sozinha durmo …
Trajano Vieira:
A lua se anula, idem, as Plêiades.
Aos dias a noite equidista.
Transcorre a hora.
Na solitude, afundo-me no sono.
fr. 55
Giuliana Ragusa:
Morta jazerás, nem memória alguma futura
de ti haverá, nem desejo, pois não partilhas das rosas
de Piéria; mas invisível na casa de Hades
vaguearás esvoaçada entre vagos corpos …
]costumeira
]as companhasse
eu amo a fineza
o amor concedeu todos fulgores que no sol assombram.
Trajano Vieira:
… Das sinuosidades violáceas das Musas, crianças, a beleza das dádivas
… a lira quelônia de som cristal, aos amadores de poesia.
Tadeu Andrade:
Moças, colhei as violetas bonitas das Musas
E a voz da tartaruga apaixonada pelo canto.
fr. 132
Giuliana Ragusa:
Tenho bela criança, portando forma símil
À das áureas flores, Cleis, filha amada,
por quem eu não [trocaria] toda a Lídia, nem a amável …
fr. 98 (A-B)
Giuliana Ragusa:
… pois ela, a que me gerou …
furta-cor de Sárdis …
… cidades …
… ter …
… furta-cor …
estas coisas dos Cleanatidas …
o exílio …
memoriais … pois terrivelmente devastado(a) ...
lá de Sardes em furta[-cor
. . . c]idade da Jônia [
b)
Trajano Vieira:
Minha mãe tinha por hábito contar
Trajano Vieira:
Na condição de amigo, encontra um leito mais jovial:
careço de arrojo para o convívio contigo,
em minha idade mais avançada.
fr. 102
Giuliana Ragusa:
Ó doce mãe, não posso mais tecer a trama –
domada pelo desejo de um menino, graças à esguia Afrodite …
Rafael Brunhara:
Doce mãe, já não posso mais tecer a trama
por desejo a um rapaz domada pela esguia Afrodite.
fr. 57
Giuliana Ragusa:
… e quem é a rusticona que encantou a mente …
vestida em rústica veste …
sem saber como ergues seus trapos aos tornozelos?
Rafael Brunhara:
Que menina tosca encanta tua mente...
...vestindo um vestido tosco...
nem sabe puxar os trapos acima dos tornozelos...
fr. 112
Giuliana Ragusa:
Ó feliz noivo, tua boda, como pediste,
se cumpriu, e tens a virgem que pediste.
Tua forma é graciosa, e … olhos de
mel, e desejo se derrama na desejável face
… honra-te em especial Afrodite …
Giuliana Ragusa:
… Veio o arauto …
Ideu…, veloz mensageiro:
“… e do resto da Ásia … glória imperecível.
Heitor e os companheiros a de vivos olhos trazer
de Tebas sacra e da Plácia de fontes perenes – ela,
delicada Andrômaca –, nas naus, sobre salso
mar. E muitos áureos braceletes e vestes
de púrpura fragrantes, adornos furta-cor,
incontáveis cálices prateados e marfins”.
Assim ele falou; e rápido ergueu-se o pai querido;
e a nova, cruzando a ampla cidade, chegou aos amigos.
De pronto os troianos às carruagens de boas rodas
atrelaram as mulas, e nelas subiu toda a multidão
de mulheres e junto as virgens … tornozelos
mas apartadas as filhas de Príamo
e cavalos os homens atrelaram aos carros
… moços solteiros, e por um largo espaço
… os condutores de carruagens
… símeis aos deuses
… sacro, em multidões
rumou … em direção a Ílio
e o aulo de doce som … se misturou
e o som dos crótalos … e então as virgens
cantaram uma canção sacra e chegou aos céus
eco divino …
e em toda parte estava ao longo das ruas
crateras e cálices …
mirra e cássia e incenso se misturavam,
e as mulheres soltavam alto brado, as mais velhas,
e todos os homens entoavam adorável e alto
peã invocando o Arqueiro hábil na lira,
e hineavam Heitor e Andrômaca, aos deuses símeis.
]
e das amplidões da Ásia [ ] glória imortal
“Héktor e seus companheiros, a de olhos cintilantes
trazem, de Thebas, a santa, e de Plakía [das fontes perenes]:
do mar – e bordados de cores cambiantes,
quanto bracelete, vestes purpúreas com perfumes,
copas de prata, inumeráveis; e marfim.”
Assim falou. Vivamente ergueu-se o amado pai,
e Pháma, na cidade de amplas praças, ressoa entre os amigos.
Num ímpeto, os ilíadas atrelam os muros
aos carros de boas rodas: para eles sobem concertos
de meninas e de virgens de [belos tornozelos] [
à parte, as filhas de Príamo [
os corcéis, os varões conduzem aos [carros de guerra]
p[ ] . . . . . muito [
d[ ] aníokhoi ph [ . . . . . ] . [
p[ ] ksa.o [
[
[
[
fei]to um deu[s
] santo reúne[m-se
correm [ ]a Ílio[n
o aulo meli[m]elódico e a [cítara] mesclam[-se
Trajano Vieira:
… o arauto chega …
ideu… núncio agílimo: “…
… rumor imorredouro… dos quadrantes da Ásia.
Heitor e os sócios trazem a olhispiralante
da sacra Tebas e, fonte sem tempo, Plácia,
Andrômaca sutil em nave mar adentro,
e numerosos braceletes de ouro, e vestes
de púrpura exalantes, com detalhes furta-
-cor. Não faltavam taças pratas e em marfim.”
Falou assim e o pai se ergueu no mesmo instante.
A novidade alcança amigos da cidade.
Iliádicos atrelam mulas em estáveis
carruagens onde sobe o grupo numeroso
de damas e de moças, belos tornozelos.
Jugem corcéis aos carros as filhas de Príamo
num grupo à parte, elas com os outros homens…
solteiros todos eles…
[…]
fr. 44A
Giuliana Ragusa:
… a Febo auricomado, a quem […] gerou de Coios …
… unida ao Cronida de grande nome.
… mas Ártemis jurou a grande jura dos deuses:
“… para sempre virgem serei
… sobre os cimos das montanhas
… concede-me este favor”.
… concedeu-o o pai dos deuses venturosos
… fecha-cervos, a selvagem, os deuses
… grande título
[Eros] dela nunca se achega …
… Musas esplêndidas …
faz… das Cárites …
esguios …
a cólera não esquecer …
mortais …
(a) col. i
]nores . . [
Febo de áureos cabe]los que a f[ilha] do grão Coeu
junto ao Crôn]io de enorme renome gerou à luz
enquanto Ártemis] fez a promessa devida a um deus
“pela tua cebeça] eu serei sempre virgem só
indomada no cimo] das serras eu vou caçar
solitária e com isso] eu exijo essa graça em mim”
mal falou e sua graça] lhe deu o divino pai
como virgem que ca]ça e que mata cervídeos
deuses e homens e cha]mam por ótimo título
pois Amor solta-membros] não ousa tocá-la mais
] . [ . ] . . . . temer[ . . ] ´ . ou
(b) col. ii
ser[
e.[
r.e.[
o...[
dons il]ustres das Musas[
faz e logo das Graças[
delicado . [
não se esqueça da cólera . [
aos mortais e porém parti[lhar
]dalio[
Trajano Vieira:
[…]
A Apolo tranças de ouro, prole de Latona
que um dia uniu-se com Zeus de nome altissonante,
aos deuses Ártemis profere a grande jura:
“Por tua cabeça, juro preservar-me virgem
e sem o jugo caçarei pelas montanhas
solitárias. Concede-me, a mim, a graça!”
Falou e a ouve o patriarca dos eternos.
E à donzela do campo, todos denominam
caçadora de cervos. É seu nobre título.
Sequer fazer-lhe o cerco Eros ousa.
fr. 141
Giuliana Ragusa:
… e depois que uma cratera
de ambrosia foi misturada à água,
Hermes, tomando o jarro, vinhoverteu aos deuses.
E todos eles
seguravam cálices,
e libavam, e aguraram bons votos ao noivo …
fr. 166
Giuliana Ragusa:
… dizem que um dia Leda achou um ovo jacintino
na cor, coberto …
Trajano Vieira:
Segundo consta, Leda teria encontrado
escondido
um ovo da coloração do jacinto.
Tadeu Andrade:
[…]
Trajano Vieira:
Ninguém sussure: “Cáraxon voltou,
ele e os navios.” Eis algo da sabença
de Zeus e dos demais eternos. Não
remoas esse pensamento,
[1 ou 5 linhas perdidas][…]la[…
[…] tu (?) ma[
Bibliografia
FONTES, Joaquim Brasil. “Variações sobre a lírica de Safo”. Eros, tecelão de mitos. Iluminuras:
São Paulo, 2003.
MACEDO, Gabriel Nocchi. A nova Safo: tradução portuguesa do “Poema dos Irmãos”. O Estado
de São Paulo, 9 de dez. de 2017. Disponível em: <https://estadodaarte.estadao.com.br/a-nova-safo-
traducao-portuguesa-do-poema-dos-irmaos/>. Acesso em: 06 de out. de 2021.
SAFO de Lesbos. Hino a Afrodite e outros poemas. Organização e tradução: Giuliana Ragusa. 2ª
edição revista e ampliada. São Paulo: hedra, 2021.