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1 INTRODUÇÃO
O objetivo deste trabalho é demonstrar através do foco acadêmico e pelo
viés do cotidiano jurídico, pretende-se justificar a importância de uma convenção
internacional para atender o anseio da comunidade marítima mundial, in casu,
abordar-se-á a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar. O trabalho
tem por finalidade aproximar o leitor de uma norma internacional a fim de analisar
os casos aos quais se aplicam os dispositivos estabelecidos pela Convenção.
Os princípios esposados na Convenção consagram, na realidade, a
proteção patrimonial dos Estados costeiros signatários. Para tanto, o tratado
internacional em foco abrange, além da segurança à navegação, a garantia das
águas jurisdicionais e seus respectivos fundos marinhos conhecidos como
plataforma continental, garantindo desta forma a soberania jurisdicional sobre a
exploração de recursos naturais oriundos dessas faixas oceânicas e subsolo.
Portanto, a exploração e aproveitamento desses mesmos fundos serão feitos em
benefício da humanidade num todo, independentemente da situação geográfica
dos Estados.
Percebe-se, de igual forma, que a Convenção promove o uso pacífico dos
mares pelo principal fato de tratar-se de um espaço de uso comum, uma ordem
econômica internacional justa, com respeito à soberania, paz, segurança e
cooperação. Afinal, o alto-mar tem por precípua distinção o uso comum.
No decurso deste trabalho, analisar-se-ão os principais princípios nos quais
a Convenção se baseia, quais sejam: princípio de soberania, princípio do
patrimônio comum da humanidade e princípio da liberdade dos mares.
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Assim, entre os documentos históricos que alicerçaram a noção de mar
territorial estariam as Decretais do Papa Bonifácio VIII, Livro VI, segundo as quais
as escolhas a escolha de um novo Pontífice deveria ocorrer onde falecera o
antecessor.
Por outro lado, o tema foi objeto de preocupação das cidades marítimas da
Itália e dos juristas italianos no século XIV, que sustentavam o direito do Estado
de exercer jurisdição até 100 milhas marítimas a partir de suas costas. Posição
esta adotada pela República de Veneza, por exemplo.
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predefinidas, bem como adotar uma aproximação aos referidos problemas e
promover uma efetiva e eficiente resposta, através da adoção de normas, bem
como, trabalhar para a implementação de seus instrumentos jurídicos pelos
Estados membros.
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das Convenções, sempre objetivando alcançar um nivelado grau normativo
internacional. Neste sentido destaca-se a atuação do Comitê de Cooperação
Técnica, bem como um órgão de extrema relevância para a garantia de uma
eficaz implementação dos instrumentos jurídicos adotados pela IMO.
- Abalroamentos;
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4 CONVENÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE O DIREITO DO MAR (CNUDM
III)
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4.1 Da ratificação de um tratado internacional ao corpo normativo brasileiro
1
Como o presente trabalho está direcionado ao Direito Marítimo, pode-se dizer, in casu, que o cargo de Representante
Permanente do Brasil na IMO (RPB-IMO) fora designado a um Almirante da Marinha do Brasil, da ativa ou da reserva,
através do Decreto nº 3.402, de 04.ABR.2000.
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Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a
referendo do Congresso Nacional;
Art. 5º ....
§ 2º - Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem
outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos
tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja
parte.
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com outros 118 países, e em 22 de dezembro de 1998, veio a ratificá-la. A
convenção entrou em vigor internacionalmente no dia 16 de novembro de 1994.
CAPÍTULO I
Do Mar Territorial
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Parágrafo único. Nos locais em que a costa apresente recorte
profundos e reentrâncias ou em que exista uma franja de ilhas ao longo
da costa na sua proximidade imediata, será adotado o método das linhas
de base retas, ligando pontos apropriados, para o traçado da linha de
base, a partir da qual será medida a extensão do mar territorial.
CAPÍTULO II
Da Zona Contígua
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CAPÍTULO III
CAPÍTULO IV
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Da Plataforma Continental
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Art. 14. É reconhecido a todos os Estados o direito de colocar cabos
e dutos na plataforma continental.
ITAMAR FRANCO
Fernando Henrique Cardoso
4.3 Objetivo
Obedecer o novo regime legal abrangente para os mares e oceanos e no
que concerne às questões ambientais é cumprir os dispositivos que
regulamentam a poluição do meio ambiente marinho; promover a utilização
equitativa e eficiente dos recursos naturais, a conservação dos recursos vivos; e o
estudo, a proteção e preservação do meio marinho.
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Inclui-se também dentro das Águas Jurisdicionais as Águas Interiores, que
são todas as águas situadas aquém da linha de base, quais sejam, rios, lagos,
golfos, enseadas, baías e outras.
Nesse corolário, a Marinha do Brasil atua com eficácia na proteção da
exploração econômica da costa brasileira através das Normas da Autoridade
Marítima – NORMAMs, mais especificamente as seguintes:
Artigo 2º
Regime jurídico do mar territorial seu espaço aéreo sobrejacente, leito e
subsolo
Artigo 3º
Limites do mar territorial
Todo Estado tem o direito de fixar a largura do seu Mar Territorial até o
limite que não ultrapasse 12 (doze) milhas marítimas, medidas a partir de
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linhas de base determinadas de conformidade com a Convenção das
Nações Unidas sobre o Direito do Mar.
Artigo 4.º
Limite exterior do mar territorial
O limite exterior do mar territorial é definido por uma linha em que cada
um dos pontos fica a uma distância do ponto mais próximo da linha de
base igual à largura do mar territorial.
Artigo 5º
Linha de base normal
Artigo 8º
Águas interiores
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É reconhecido, às embarcações de qualquer nacionalidade, o direito de
passagem inocente no mar territorial brasileiro. A passagem inocente
deverá ser contínua e rápida, não podendo ser prejudicial à paz, à boa
ordem ou à segurança do Brasil. Compreende o parar e fundear, desde
que constituam incidentes comuns da navegação ou sejam impostos por
motivos de força maior ou prestação de auxílio às pessoas ou
embarcações em perigo no mar. Não compreende o acesso às águas
interiores ou quando para elas se dirigirem.
Artigo 18
Significado de passagem
Artigo 19
Significado de passagem inocente
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2. A passagem de um navio estrangeiro será considerada prejudicial à
paz, à boa ordem ou à segurança do Estado Costeiro, se esse navio
realizar, no Mar Territorial, algumas das seguintes atividades:
a) qualquer ameaça ou uso de força contra a soberania, a integridade
territorial ou a independência política do Estado Costeiro ou qualquer
outra ação ou violação dos princípios de direito internacional tais como
as convenções;
b) qualquer exercício o manobra com a arma de qualquer tipo;
c) qualquer ato destinado a obter informações em prejuízo da defesa ou
da segurança do Estado Costeiro;
d) qualquer ato de propaganda destinado a atentar contra a defesa ou a
segurança do Estado Costeiro;
e) o lançamento, pouso ou recebimento a bordo de qualquer aeronave;
f) o lançamento, pouso ou recebimento a bordo de qualquer dispositivo
militar;
g) o embarque ou desembarque de qualquer produto, moeda ou pessoa
com violação das leis e regulamentos aduaneiros, fiscais, de imigração
ou sanitários do Estado Costeiro;
h) qualquer ato intencional e grave de poluição contrário apresente
Convenção;
i) qualquer atividade de pesca;
j) a realização de atividades de investigação ou de levantamentos
hidrográficos;
k) qualquer ato destinado a perturbar quaisquer sistemas de
comunicação ou quaisquer outros serviços ou instalações do Estado
Costeiro;
l) qualquer outra atividade que não esteja diretamente relacionada com a
passagem.
Artigo 20
Submarinos e outros veículos conversíveis
Artigo 21
Leis e regulamentos do estado costeiro relativos à passagem inocente
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1. O Estado Costeiro pode adotar leis e regulamentos, de conformidade
com as disposições da CNUDM e demais normas do direito
internacional, relativos à passagem inofensiva pelo mar territorial sobre
todas ou algumas das seguintes matérias:
a) segurança da navegação e regulamentação do tráfego marítimo;
b) proteção das instalações e dos sistemas de auxílio à navegação e de
outros serviços ou instalações;
c) proteção de cabos e dutos;
d) conservação de recursos vivos do mar;
e) prevenção de infrações às leis e regulamentos pesca do Estado
costeiro e controle da sua poluição;
f) preservação do meio ambiente do Estado costeiro e controle da sua
poluição;
g) investigação científica marinha e levantamentos hidrográficos;
h) prevenção das infrações às leis e regulamentos aduaneiros, fiscais, de
imigração ou sanitários do Estado costeiro.
2. Tais leis e regulamentos não serão aplicados ao projeto, construção,
tripulação ou equipamentos de navios estrangeiros, a não ser que se
destinem à aplicação de regras ou normas internacionais geralmente
aceites.
3. O Estado costeiro dará a devida publicidade a todas estas leis e
regulamentos.
4. Os navios estrangeiros que exerçam o direito de passagem inocente
pelo mar territorial deverão observar todas as leis e regulamentos, bem
como todas as normas internacionais geralmente aceitas e relacionadas
com a prevenção de abalroamentos no mar.
Cada Estado costeiro possui uma peculiaridade na sua costa, e para tanto
requer a precisa orientação de Autoridade Marítima de como navegar naquela
área. Um clássico exemplo é a navegação no Canal da Mancha, situado entre
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Inglaterra e França, cuja distância entre os dois países é de 21 milhas. Portanto,
deve ter a orientação da Autoridade Marítima para realizar uma navegação com
absoluta segurança.
Artigo 22
Rotas marítimas e sistemas de separação de tráfego no mar territorial
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4.4.3 Da delimitação das águas jurisdicionais entre países com costas
adjacentes ou situados frente a frente
A CNUDM III determina que cada Estado costeiro tem direito de estender
sua jurisdição até uma faixa de 200 milhas sobre o mar. Quando dois Estados
costeiros estão situados de forma contínua com seus territórios, não há
problemas em definir esta delimitação das águas jurisdicionais, uma vez que, esta
delimitação ocorrerá através de um prolongamento sobre o mar do limite territorial
desses dois Estados costeiros adjacentes. Tal prolongamento dar-se-á por meio
de uma marcação de través da costa dos dois Estados costeiros. Podemos citar
como exemplo o Brasil e seus dois países vizinhos contíguos que são o Uruguai,
que faz fronteira com o Estado do Rio Grande do Sul, e a Guiana Francesa com o
Estado do Amapá.
Nesse sentido veio a CNUDM III para definir que, quando ocorrem
situações deste jaez, como França e Inglaterra, mais precisamente na localização
do Canal da Mancha cujo ponto mais estreito situa-se entre as cidades de Dover-
ING e Calais-FRA.
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De toda sorte, tramita na Tribunal do Mar uma questão conflituosa acerca
de delimitação de Mar Territorial entre Bangladesh e República de Myanmar. Esta
pendenga encontra-se registrada naquele Tribunal na Lista de Casos n.º 162.
Artigo 15
Delimitação do mar territorial entre Estados com costas adjacentes ou
situadas frente a frente
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Verificar no site: www.itols.org
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marítima.
A Convenção narra o seguinte:
Artigo 16
Cartas marítimas e listas de coordenadas geográficas.
De outra feita, a Lei n.º 9.537/97 – LESTA, dispõe no seu parágrafo 2º, do
artigo 1º, que todos os navios estrangeiros que singram as Águas Jurisdicionais
Brasileiras estão sob a égide da referida norma legislativa.
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circunstâncias, ensejará na repressão do Estado costeiro sobre as ilicitudes
cometidas.
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“Art. 5º (Territorialidade) Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo
de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime
cometido no território nacional.
II – os crimes:
Após a leitura dos artigos da norma penal, é salutar exercer uma reflexão
acerca do tema em relação ao Brasil. No exemplo acima citado de um crime de
homicídio praticado a bordo de uma embarcação estrangeira em passagem pelo
Mar Territorial, este crime pode ou não ser solucionado sob o manto da legislação
brasileira. Como foi um crime que não vem a afetar a ordem da soberania
nacional, o comandante da embarcação pode optar por entregar o autor do delito
à autoridade competente somente no retorno da embarcação ao seu Estado de
registro da bandeira, em tudo observado o dispositivo da art. 27, da CNUDM III.
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Se o comandante preferir entregar o autor do delito à autoridade policial brasileira,
o fará sob o amparo da § 2º, do artigo 5º, do Código Penal, ou seja, prevalecerá o
princípio da territorialidade.
Artigo 27
Jurisdição penal a bordo de navio estrangeiro
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4 - Ao considerar se devem ou não proceder a apreensão e à forma de a
executar, as autoridades locais devem ter em devida conta os interesses
da navegação.
5 - Salvo em caso de aplicação das disposições da parte XII ou de
infração às leis e regulamentos adotados de conformidade com a parte
V, o Estado costeiro não poderá tomar qualquer medida a bordo de um
navio estrangeiro que passe pelo seu mar territorial, para a detenção de
uma pessoa ou para proceder a investigações relacionadas com
qualquer infração de caráter penal que tenha sido cometida antes de o
navio ter entrado no seu mar territorial, se esse navio, procedente de um
porto estrangeiro, se encontrar só de passagem pelo mar territorial sem
entrar nas águas interiores.”
É o relato da Convenção:
“Artigo 28
Jurisdição civil em relação a navios estrangeiros
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1. O Estado costeiro não deve parar nem desviar da sua rota um navio
estrangeiro que passe pelo mar territorial, a fim de exercer a sua
jurisdição civil em relação a uma pessoa que se encontre a bordo.
2. O Estado costeiro não pode tomar contra esse navio medidas
executórias ou medidas cautelares em matéria civil, a não ser que essas
medidas sejam tomadas por força de obrigações assumidas pelo navio
ou de responsabilidades em que o mesmo haja incorrido durante a
navegação ou devido a esta quando da sua passagem pelas águas do
Estado costeiro.
3. O parágrafo precedente não prejudica o direito do Estado costeiro de
tomar, em relação a um navio estrangeiro que se detenha no mar
territorial ou por ele passe procedente das águas interiores, medidas
executórias ou medidas cautelares em matéria civil conforme o seu
direito interno.”
Não resta dúvida que a instituição da faixa das Águas Jurisdicionais sobre
os Estados costeiros signatários da CNDUM III, tem o exclusivo condão de
garantir a soberania patrimonial de cada Estado. Os direitos adquiridos em
decorrência da Zona Econômica Exclusiva são a garantia da exploração
econômica, aproveitamento, conservação e gestão dos recursos minerais vivos e
não vivos das águas sobrejacentes do leito do mar até uma distância de 200
milhas, a partir da linha de base.
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plataformas que exerce a extração do petróleo na ZEE brasileira, é estrangeiro.
Enquanto a pesca é uma atividade de fácil manuseio e rápido deslocamento,
proporcionando desta feita uma exploração irregular recorrente por barcos
pesqueiros de outras nações.
Embora o Estado costeiro goze de jurisdição sobre esta faixa do mar para
colocação e utilização de ilhas artificiais, instalações e estruturas para
investigação e pesquisa científica, por outro não pode olvidar de determinações
delineadas pela CNUDM III como a liberdade de navegação e sobrevôo, a
colocação de cabos e dutos submarinos por outros Estados costeiros. No que
tange à liberdade de navegação, impende ainda ovacionar que o instituto da
passagem inocente queda-se consumado a partir do momento em que a
embarcação estrangeira adentra o Mar Territorial (a faixa de 12 milhas) do Estado
costeiro.
Artigo 55.º
Regime jurídico específico da zona econômica exclusiva
A zona econômica exclusiva é uma zona situada além do mar territorial e
a este adjacente, sujeita ao regime jurídico específico estabelecido na
presente parte, segundo o qual os direitos e a jurisdição do Estado
costeiro e os direitos e liberdades dos demais Estados são regidos pelas
disposições pertinentes da presente Convenção.
Artigo 56.º
Direitos, jurisdição e deveres do Estado costeiro na zona econômica
exclusiva
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aproveitamento da zona para fins econômicos, como a produção de
energia a partir da água, das correntes e dos ventos;
b) Jurisdição, de conformidade com as disposições pertinentes da
presente Convenção, no que se refere a:
i) Colocação e utilização de ilhas artificiais, instalações e estruturas;
ii) Investigação científica marinha;
iii) Proteção e preservação do meio marinho;
c) Outros direitos e deveres previstos na presente Convenção.
2. No exercício dos seus direitos e no cumprimento dos seus deveres na
zona econômica exclusiva nos termos da presente Convenção, o Estado
costeiro terá em devida conta os direitos e deveres dos outros Estados e
agirá de forma compatível com as disposições da presente Convenção.
3. Os direitos enunciados no presente artigo referentes ao leito do mar e
ao seu subsolo devem ser exercidos de conformidade com a parte VI da
presente Convenção.
Artigo 57.º
Largura da zona econômica exclusiva
Artigo 58.º
Direitos e deveres de outros Estados na zona econômica exclusiva
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e cumprirão as leis e regulamentos por ele adotados de conformidade
com as disposições da presente Convenção e demais normas de direito
internacional, na medida em que não sejam incompatíveis com a
presente parte.
Artigo 59.º
Base para a solução de conflitos relativos à atribuição de direitos e
jurisdição na zona econômica exclusiva
Artigo 60.º
Ilhas artificiais, instalações e estruturas na zona econômica exclusiva
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obrigações de outros Estados. Deve dar-se a devida publicidade da
localização, dimensão e profundidade das instalações ou estruturas que
não tenham sido completamente removidas.
4. O Estado costeiro pode, se necessário, criar em volta dessas ilhas
artificiais, instalações e estruturas zonas de segurança de largura
razoável, nas quais pode tomar medidas adequadas para garantir tanto a
segurança da navegação como a das ilhas artificiais, instalações e
estruturas.
5. O Estado costeiro determinará a largura das zonas de segurança,
tendo em conta as normas internacionais aplicáveis. Essas zonas de
segurança devem ser concebidas de modo a responderem
razoavelmente à natureza e às funções das ilhas artificiais, instalações
ou estruturas, e não excederão uma distância de 500 m em volta das
ilhas artificiais, instalações ou estruturas, distância essa medida a partir
de cada ponto do seu bordo exterior, a menos que o autorizem as
normas internacionais geralmente aceites ou o recomende a organização
internacional competente. A extensão das zonas de segurança será
devidamente notificada.
6. Todos os navios devem respeitar essas zonas de segurança e cumprir
as normas internacionais geralmente aceites relativas à navegação nas
proximidades das ilhas artificiais, instalações, estruturas e zonas de
segurança.
7. Não podem ser estabelecidas ilhas artificiais, instalações e estruturas
nem zonas de segurança à sua volta, quando interfiram na utilização das
rotas marítimas reconhecidas essenciais para a navegação internacional.
8. As ilhas artificiais, instalações e estruturas não têm o estatuto jurídico
de ilhas. Não têm mar territorial próprio e a sua presença não afeta a
delimitação do mar territorial, da zona econômica exclusiva ou da
plataforma continental.
Artigo 61.º
Conservação dos recursos vivos
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regionais, regionais ou mundiais cooperarão, conforme o caso, para tal
fim.
3. Tais medidas devem ter também a finalidade de preservar ou
estabelecer as populações das espécies capturadas a níveis que
possam produzir o máximo rendimento constante, determinado a partir
de fatores ecológicos e econômicos pertinentes, incluindo as
necessidades econômicas das comunidades costeiras que vivem da
pesca e as necessidades especiais dos Estados em desenvolvimento, e
tendo em conta os métodos de pesca, a interdependência das
populações e quaisquer outras normas mínimas internacionais
geralmente recomendadas, sejam elas sub-regionais, regionais ou
mundiais.
4. Ao tomar tais medidas, o Estado costeiro deve ter em conta os seus
efeitos sobre espécies associadas às espécies capturadas, ou delas
dependentes, a fim de preservar ou restabelecer as populações de tais
espécies associadas ou dependentes acima de níveis em que a sua
reprodução possa ficar seriamente ameaçada.
5. Periodicamente devem ser comunicadas ou trocadas informações
científicas disponíveis, estatísticas de captura e de esforço de pesca e
outros dados pertinentes para a conservação das populações de peixes,
por intermédio das organizações internacionais competentes, sejam elas
sub-regionais, regionais ou mundiais, quando apropriado, e com a
participação de todos os Estados interessados, incluindo aqueles cujos
nacionais estejam autorizados a pescar na zona econômica exclusiva.
Artigo 62.º
Utilização dos recursos vivos
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3. Ao dar a outros Estados acesso à sua zona exclusiva nos termos do
presente artigo, o Estado costeiro deve ter em conta todos os fatores
pertinentes, incluindo, inter alia, a importância dos recursos vivos da
zona para a economia do Estado costeiro correspondente e para os seus
outros interesses nacionais, as disposições dos artigos 69.º e 70.º, as
necessidades dos países em desenvolvimento da sub-região ou região
no que se refere à captura de parte dos excedentes e a necessidade de
reduzir ao mínimo a perturbação da economia dos Estados cujos
nacionais venham habitualmente pescando na zona ou venham fazendo
esforços substanciais na investigação e identificação de populações.
4. Os nacionais de outros Estados que pesquem na zona econômica
exclusiva devem cumprir as medidas de conservação e as outras
modalidades e condições estabelecidas nas leis e regulamentos do
Estado costeiro. Tais leis e regulamentos devem estar de conformidade
com a presente Convenção e podem referir-se, inter alia, às seguintes
questões:
a) Concessão de licenças a pescadores, embarcações e equipamento de
pesca, incluindo o pagamento de taxas e outros encargos que, no caso
dos Estados costeiros em desenvolvimento, podem consistir numa
compensação adequada em matéria de financiamento, equipamento e
tecnologia da indústria da pesca;
b) Determinação das espécies que podem ser capturadas e fixação das
quotas de captura, que podem referir-se, seja a determinadas
populações ou a grupos de populações, seja à captura por embarcação
durante um período de tempo, seja à captura por nacionais de um
Estado durante um período determinado;
c) Regulamentação das épocas e zonas de pesca, do tipo, tamanho e
número de aparelhos, bem como do tipo, tamanho e número de
embarcações de pesca que podem ser utilizados;
d) Fixação da idade e do tamanho dos peixes e de outras espécies que
podem ser capturados;
e) Indicação das informações que devem ser fornecidas pelas
embarcações de pesca, incluindo estatísticas das capturas e do esforço
de pesca e informações sobre a posição das embarcações;
f) Execução, sob a autorização e controlo do Estado costeiro, de
determinados programas de investigação no âmbito das pescas e
regulamentação da realização de tal investigação, incluindo a
amostragem de capturas, destino das amostras e comunicação dos
dados científicos conexos;
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g) Embarque, pelo Estado costeiro, de observadores ou de estagiários a
bordo de tais embarcações;
h) Descarga por tais embarcações da totalidade das capturas ou de
parte delas nos portos do Estado costeiro;
i) Termos e condições relativos às empresas conjuntas ou a outros
ajustes de cooperação;
j) Requisitos em matéria de formação de pessoal e de transferência de
tecnologia de pesca, incluindo o reforço da capacidade do Estado
costeiro para empreender investigação de pesca;
k) Medidas de execução.
5. Os Estados costeiros devem dar o devido conhecimento das leis e
regulamentos em matéria de conservação e gestão.
A OUN antes de ter instituído a CNUDM – III foi muito cautelosa ao fazer a
previsão do direito de acesso ao mar em favor dos Estados sem litoral e os
geograficamente desfavorecidos.
ARTIGO 69
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de outros Estados costeiros, nos termos de acordos bilaterais, sub-
regionais ou regionais existentes;
ARTIGO 70
Direitos dos Estados geograficamente desfavorecidos
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1. Os Estados geograficamente desfavorecidos terão direito a participar,
numa base Equitativa, no aproveitamento de uma parte apropriada dos
excedentes dos recursos vivos das zonas econômicas exclusivas dos
Estados costeiros da mesma sub-região ou região, tendo em conta os
fatores econômicos e geográficos pertinentes de todos os Estados
interessados e de conformidade com as disposições do presente artigo e
dos artigos 61 e 62.
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ou regional, para permitir aos Estados em desenvolvimento
geograficamente desfavorecidos da mesma sub-região ou região
participarem no aproveitamento dos recursos vivos das zonas
econômicas exclusivas dos Estados costeiros da sub-região ou região de
acordo com as circunstâncias e em condições satisfatórias para todas as
partes. Na aplicação da presente disposição devem ser também
tomados em conta os fatores mencionados no parágrafo 3º.
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formas de mensuração quanto à largura da PC. Diferentemente das Águas
Jurisdicionais, cuja mensuração, além de ser linear, é contínua sobre a superfície
do mar. Ademais, sua execução é fácil, o simples posicionamento lançado pelo
satélite é o suficiente para efetivar a marcação das faixas atinentes ao Mar
Territorial, Zona Contígua e Zona Econômica.
“Artigo 76
Definição da plataforma continental
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b) Salvo prova em contrário, o pé do talude continental deve ser
determinado como o ponto de variação máxima do gradiente na sua
base.
5. Os pontos fixos que constituem a linha dos limites exteriores da
plataforma continental no leito do mar, traçada de conformidade com as
sublíneas i) e ii) da alínea a) do n.º 4, devem estar situados a uma
distância que não exceda 350 milhas marítimas da linha de base a partir
da qual se mede a largura do mar territorial ou uma distância que não
exceda 100 milhas marítimas de isóbata de 2500 m, que é uma linha que
une profundidades de 2500 m.
6. Não obstante as disposições do n.º 5, no caso das cristas submarinas,
o limite exterior da plataforma continental não deve exceder 350 milhas
marítimas das linhas de base a partir das quais se mede a largura do
mar territorial. O presente número não se aplica a elevações submarinas
que sejam componentes naturais da margem continental, tais como os
seus planaltos, elevações continentais, topes, bancos e esporões.
7. O Estado costeiro deve traçar o limite exterior da sua plataforma
continental, quando esta se estender além de 200 milhas marítimas das
linhas de base a partir das quais se mede a largura do mar territorial,
unindo, mediante linhas retas que não excedam 60 milhas marítimas,
pontos fixos definidos por coordenadas de latitude e longitude.
8. Informações sobre os limites da plataforma continental, além das 200
milhas marítimas das linhas de base a partir das quais se mede a largura
do mar territorial, devem ser submetidas pelo Estado costeiro à
Comissão de Limites da Plataforma Continental, estabelecida de
conformidade com o anexo II, com base numa representação geográfica
equitativa. A Comissão fará recomendações aos Estados costeiros sobre
questões relacionadas com o estabelecimento dos limites exteriores da
sua plataforma continental. Os limites da plataforma continental
estabelecidos pelo Estado costeiro com base nessas recomendações
serão definitivos e obrigatórios.
9. O Estado costeiro deve depositar junto do Secretário-Geral das
Nações Unidas mapas e informações pertinentes, incluindo dados
geodésicos, que descrevam permanentemente os limites exteriores da
sua plataforma continental. O Secretário-Geral deve dar a esses
documentos a devida publicidade.
10. As disposições do presente artigo não prejudicam a questão da
delimitação da plataforma continental entre Estados com costas
adjacentes ou situadas frente a frente.
39
Fonte:https://www.mar.mil.br/dhn/dhn/ass_leplac_amazul.html
Fonte: http://www.defesabr.com/MD/md_recursos_origem.htm
40
Fonte: http://salvador-nautico.blogspot.com/2010/04/plataforma-continental-republicacao.html
41
Fonte: http://www.info.lncc.br/leppetr2.html
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Artigo 77
Direitos do Estado costeiro sobre a plataforma continental
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brasileira, patrimônio da União como assim determina o art. 20, inciso V, da
Constituição Federal/883.
Artigo 78.º
Regime jurídico das águas e do espaço aéreo sobrejacente e direitos e
liberdades de outros Estados
4.11 Do alto-mar
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Art. 20. São bens da União:
V – os recursos naturais da plataforma continental e zona econômica exclusiva.
4
Expressão latina: “coisa comum”. Tradução livre do Autor.
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O alto-mar é um conceito de direito do mar definido como todas as partes
do mar não incluídas no mar territorial e na ZEE de um Estado costeiro, nem nas
águas arquipelágicas de um Estado arquipélago. Em outras palavras, alto-mar é o
conjunto das zonas marítimas que não se encontram sob jurisdição de nenhum
Estado. Nos termos do direito do mar, qualquer reivindicação de sobre tais zonas,
da parte de um Estado, é ilegítima.
5
Expressão latina: “coisa que a ninguém pertence”. Tradução livre do Autor.
6
Expressão latina: “direito de uso”. Tradução livre do Autor.
7
Expressão latina: “direito de percepção dos frutos ou da exploração econômica”. Tradução livre do Autor.
8
Expressão latina: “direito de dispor ou poder aliená-la”. Tradução livre do Autor.
45
a ordem e a paz da navegação (atos de pirataria, transmissão de rádio ou
televisão não-autorizada, tráfico de entorpecentes etc.), não causando danos ao
meio ambiente marinho. Uma embarcação mercante incorrendo em qualquer das
ilicitudes retrocitadas, poderá ser denunciada por outra, ou até mesmo abordada
por um navio de guerra que exercerá o direito de visita sobre aquela embarcação
suspeita.
“Artigo 87
Liberdade do alto mar
1. O alto mar está aberto a todos os Estados, quer costeiros quer sem
litoral. A liberdade do alto mar é exercida nas condições estabelecidas
na presente Convenção e nas demais normas de direito internacional.
Compreende, para os Estados quer costeiros quer sem litoral:
a) liberdade de navegação;
b) liberdade de sobrevoo;
c) liberdade de colocar cabos e ductos submarinos nos termos da parte
VI;
d) liberdade de construir ilhas artificiais e outras instalações permitidas
pelo direito internacional, nos termos da parte VI;
e) liberdade de pesca nos termos das condições enunciadas na seção 2;
f) liberdade de investigação científica, nos termos das partes VI e XIII.
2. Tais liberdades devem ser exercidas por todos os Estados, tendo em
devida conta os interesses de outros Estados no exercício da sua
liberdade do alto-mar, bem como os direitos relativos às atividades na
área previstos na presente Convenção.”
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Artigo 88.º
Utilização do alto mar para fins pacíficos
Artigo 89.º
Ilegitimidade das reivindicações de soberania sobre o alto-mar
Artigo 90.º
Direito de navegação
Todos os Estados, quer costeiros quer sem litoral, têm o direito de fazer
navegar no alto-mar navios que arvorem a sua bandeira.
Todos os navios da Marinha Mercante mundial devem, tanto por força das
normas vigentes nos respectivos Estados de registro, como pelas normas
internacionais, deter uma nacionalidade. Para efeito da Convenção SOLAS/2004,
embarcação que navega sem sua bandeira de Estado é considerada embarcação
pirata.
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Artigo 91.º
Nacionalidade dos navios
Artigo 94.º
Deveres do Estado de bandeira
48
3. Todo Estado deve tomar, para os navios que arvorem a sua bandeira,
as medidas necessárias para garantir a segurança no mar, no que se
refere a:
a) construção, equipamento e condições de navegabilidade do navio;
b) composição, condições de trabalho e formação das tripulações, tendo
em conta os instrumentos internacionais aplicáveis;
c) utilização de sinais, manutenção de comunicações e prevenção de
abalroamentos.
4. Tais medidas devem incluir as que sejam necessárias para assegurar
que:
a) cada navio, antes do seu registro e posteriormente, a intervalos
apropriados, seja examinado por um inspetor de navios devidamente
qualificado e leve a bordo as cartas, as publicações marítimas e o
equipamento e os instrumentos de navegação apropriados à segurança
da navegação do navio;
b) cada navio esteja confiado a um capitão e a oficiais devidamente
qualificados, em particular no que se refere à manobra, à navegação, às
comunicações e à condução de máquinas, e a competência e o número
dos tripulantes sejam os apropriados para o tipo, tamanho, máquinas e
equipamento do navio;
c) o capitão, os oficiais e, na medida do necessário, a tripulação
conheçam perfeitamente e observem os regulamentos internacionais
aplicáveis que se refiram à segurança da vida no mar, à prevenção de
abalroamentos, à prevenção, redução e controle da poluição marinha e à
manutenção de radiocomunicações.
5. Ao tomar as medidas a que se referem os nºs 3 e 4, todo Estado deve
agir de conformidade com os regulamentos, procedimentos e práticas
internacionais geralmente aceites e fazer o necessário para garantir a
sua observância.
6. Todo Estado que tenha motivos sérios para acreditar que a jurisdição
e o controle apropriados sobre um navio não foram exercidos pode
comunicar os fatos ao Estado de bandeira. Ao receber tal comunicação,
o Estado de bandeira investigará o assunto e, se for o caso, deve tomar
todas as medidas necessárias para corrigir a situação.
7. Todo Estado deve ordenar a abertura de um inquérito, efetuado por ou
perante uma pessoa ou pessoas devidamente qualificadas, em relação a
qualquer acidente marítimo ou incidente de navegação no alto mar, que
envolva um navio arvorando a sua bandeira e no qual tenham perdido a
vida ou sofrido ferimentos graves nacionais de outro Estado, ou se
tenham provocado danos graves a navios ou a instalações de outro
49
Estado ou ao meio marinho. O Estado de bandeira e o outro Estado
devem cooperar na realização de qualquer investigação que este último
efetue em relação a esse acidente marítimo ou incidente de navegação.
Artigo 95
50
Imunidade dos navios de guerra no alto-mar
Artigo 96
Imunidade dos navios utilizados unicamente em serviço oficial não
comercial
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Em harmonia com os ditames da Convenção do Mar, cada Autoridade
Marítima abrirá seu respectivo inquérito administrativo com o fito de apurar
responsabilidade. Se a Autoridade Marítima panamenha concluir que o
abalroamento fora provocado por imperícia do oficial brasileiro, somente a
Autoridade Marítima portuguesa poderá aplicar-lhe a penalidade.
Artigo 97
Jurisdição penal em caso de abalroamento ou qualquer outro incidente
de navegação.
52
A CNUDM III determinou que todo comandante tem o dever de prestar
assistência aos navios que se encontrem em perigo em alto-mar, dirigindo-se
imediatamente ao encontro desse navio a fim de resgatar os tripulantes
necessitados de socorro.
Artigo 98
Dever de prestar assistência
53
com redação idêntica ao artigo 100 da Convenção das Nações Unidas sobre
Direito do Mar de 1982.
ARTIGO 101
Definição de pirataria
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Os fatos ensejadores para provocar a abordagem encontram-se elencados
nos artigos 100 a 109 da CNUDM III, quais sejam, a prática da pirataria, tráfico de
pessoas ou de entorpecentes, transmissões de rádio ou de televisão a bordo de
navios, entre outras ilicitudes.
“Artigo 110
Direito de visita
1. Salvo nos casos em que os atos de ingerência são baseados em
poderes conferidos por tratados, um navio de guerra que encontre no
alto mar um navio estrangeiro que não goze de completa imunidade de
conformidade com os artigos 95.º e 96.º não terá o direito de visita, a
menos que exista motivo razoável para suspeitar que:
a) o navio se dedica à pirataria;
b) o navio se dedica ao tráfico de escravos;
c) o navio é utilizado para efetuar transmissões não autorizadas e o
Estado de bandeira do navio de guerra tem jurisdição nos termos do
artigo 109.º;
d) o navio não tem nacionalidade; ou
e) o navio tem, na realidade, a mesma nacionalidade que o navio de
guerra, embora arvore uma bandeira estrangeira ou se recuse a içar a
sua bandeira.
2. Nos casos previstos no n.º 1, o navio de guerra pode proceder à
verificação dos documentos que autorizem o uso da bandeira. Para isso,
pode enviar uma embarcação ao navio suspeito, sob o comando de um
oficial. Se, após a verificação dos documentos, as suspeitas persistem,
pode proceder a bordo do navio a um exame ulterior, que deverá ser
efetuado com toda a consideração possível.
3. Se as suspeitas se revelarem infundadas e o navio visitado não tiver
cometido qualquer ato que as justifique, esse navio deve ser indenizado
por qualquer perda ou dano que possa ter sofrido.
4. Estas disposições aplicam-se, mutatis mutandis, às aeronaves
militares.
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5. Estas disposições aplicam-se também a quaisquer outros navios ou
aeronaves devidamente autorizados que tragam sinais claros e sejam
identificáveis como navios e aeronaves ao serviço de um governo.
Artigo 111
Direito de perseguição
56
contígua, a perseguição só pode ser iniciada se tiver havido violação dos
direitos para cuja proteção a referida zona foi criada.
2. O direito de perseguição aplica-se, mutatis mutandis, às infrações às
leis e regulamentos do Estado costeiro aplicáveis, de conformidade com
a presente Convenção, na zona econômica exclusiva ou na plataforma
continental, incluindo as zonas de segurança em volta das instalações
situadas na plataforma continental, quando tais infrações tiverem sido
cometidas nas zonas mencionadas.
3. O direito de perseguição cessa no momento em que o navio
perseguido entre no mar territorial do seu próprio Estado ou no mar
territorial de um terceiro Estado.
4. A perseguição não se considera iniciada até que o navio perseguidor
se tenha certificado, pelos meios práticos de que disponha, de que o
navio perseguido ou uma das suas lanchas ou outras embarcações que
trabalhem em equipe e utilizando o navio perseguido como navio mãe,
se encontram dentro dos limites do mar territorial ou, se for o caso, na
zona contígua, na zona econômica exclusiva ou na plataforma
continental. Só pode dar-se início à perseguição depois de ter sido
emitido sinal de parar, visual ou auditivo, a uma distância que permita ao
navio estrangeiro vê-lo ou ouvi-lo.
5. O direito de perseguição só pode ser exercido por navios de guerra ou
aeronaves militares, ou por outros navios ou aeronaves que possuam
sinais claros e sejam identificáveis como navios e aeronaves ao serviço
de um governo e estejam para tanto autorizados.
6 - Quando a perseguição for efetuada por uma aeronave:
a) aplicam-se, mutatis mutandis, as disposições dos nºs 1 a 4;
b) a aeronave que tenha dado a ordem de parar deve continuar
ativamente a perseguição do navio até que um navio ou uma outra
aeronave do Estado costeiro, alertado pela primeira aeronave, chegue
ao local e continue a perseguição, a não ser que a aeronave possa por si
só apresar o navio. Para justificar o apresamento de um navio fora do
mar territorial, não basta que a aeronave o tenha descoberto a cometer
uma infração, ou que seja suspeito de ter cometido, é também
necessário que lhe tenha sido dada ordem para parar e que tenha sido
empreendida a perseguição sem interrupção pela própria aeronave ou
por outras aeronaves ou navios.
7. Quando um navio for apreendido num lugar submetido à jurisdição de
um Estado e escoltado até um porto desse Estado para investigação
pelas autoridades competentes, não se pode pretender que seja posto
em liberdade pelo simples fato de o navio e a sua escolta terem
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atravessado uma parte da zona econômica exclusiva ou do alto mar, se
as circunstâncias a isso obrigarem.
8. Quando um navio for parado ou apreendido fora do mar territorial em
circunstâncias que não justifiquem o exercício do direito de perseguição,
deve ser indenizado por qualquer perda ou dano que possa ter sofrido
em consequência disso.
9
Expressão latina que, neste caso específico, pode ser interpretada como “criada provisoriamente para este fim”. Nota
livre do Autor.
58
A jurisdição do Tribunal compreende todas as controvérsias que lhe são
apresentadas em conformidade com a Convenção. Ela também se estende a
todas as matérias expressamente previstas em qualquer outro acordo
internacional que confira ao Tribunal a respectiva jurisdição.
Artigo 02
Composição
1. O Tribunal é composto de 21 membros independentes, eleitos entre
pessoas que gozem da mais alta reputação pela sua imparcialidade e
integridade e sejam de reconhecida competência em matéria de direito
do mar.
Artigo 03
Membros
Artigo 21
Jurisdição
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Artigo 23
Direito aplicável
1. A corte ou tribunal que tiver jurisdição nos termos desta seção deve
aplicar a presente Convenção e outras normas de direito internacional
que não forem incompatíveis com esta Convenção.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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espécies, inclusive portos cuja atividade exclusiva está voltada para recebimento
de produtos derivados de petróleo, o que pode ser classificado como portos que
oferecem enorme risco à vida da sociedade e do meio ambiente, se os
observarmos com os olhos voltados à ameaça de eventual ato de terrorismo.
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Referências
ANJOS, José Haroldo dos. Curso de Direto Marítimo. Rio de Janeiro: Renovar.
1992.
MARTINS, Eliane Maria Octaviano. Curso de Direto Marítimo. 3.ª Ed. Barueri,
São Paulo: Manole, 2008.
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