Você está na página 1de 7

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

Formação de Psicólogo
Componente: Princípios da Psicometria - IPSC28
Docente: Leonardo Barros
Equipe: Mariana Leal, Hanna Santos, Renan Carrero, Tessa Mello, Moema Brito,
Juliana Guerra e Stephanie Marback.

Definição de Construtos - Curiosidade

Definição Constitutiva

Curiosidade é uma força de caráter, uma força intelectual que consiste em se


interessar pela vivência de novas experiências; trata-se do ímpeto de explorar e descobrir
diferentes assuntos e tópicos. Pode ser entendida também como uma instância de uma
categoria de virtude que gira em torno do conhecimento e de seu uso. (Peterson; Seligman,
2004, tradução nossa). Existe uma longa tradição de pesquisas dentro da psicologia sobre o
que é curiosidade. Podemos pensar a curiosidade como uma sede insaciável por
conhecimentos, um grande interesse pelo mundo e pelas coisas. Segundo Seligman e Peterson
(2004), autores do livro que usamos como base para os textos sobre Psicologia Positiva, a
curiosidade pode ser definida como uma busca por novidades e a possibilidade de abertura a
novas experiências, que envolve identificação, busca e regulação de experiências frente a
oportunidades desafiadoras.
Além disso, o pai da psicologia positiva, Martin Seligman, identifica a curiosidade
como uma das cinco características com uma correlação mais elevada com a felicidade do ser
humano. A palavra tem etimologia romana. Do latim, curiositas (ou curiositatis) significa
desejo de conhecer; desejo por conhecimento; desejo por informação. Nesse sentido, a
curiosidade envolve o reconhecimento ativo, a busca e a regulação da experiência de alguém
em resposta a oportunidades desafiadoras. Nesse âmbito, a experiência da curiosidade é mais
um mecanismo de ação (cognitiva, emocional e/ou comportamental). Por fim, a curiosidade
existente no homem desde criança possibilita a ele caminhos distintos, seja na curiosidade de
entender, de fazer ou de aprender uma, segundo Matos apud Freire e Faundez (2014) todos os
seres humanos seriam curiosos, já que esta faz parte do fenômeno vital e a obtenção do
conhecimento perpassa por ela.

Definição Operacional
A definição operacional de curiosidade passa por defini-la em termos de operações
concretas, ou seja, comportamentos físicos através dos quais este construto se expressa.
Segundo Pasquali (1998), as definições operacionais teriam como objetivo especificar e
elencar as categorias. Portanto, seguem os exemplos que definem operacionalmente
curiosidade de acordo com Peterson e Seligman:

- Ficar envolvido pelo enredo de um filme;


- Completar um jogo de palavras cruzadas sem se dar conta da passagem do tempo;
- Ler com avidez uma carta escrita à mão;
- Assistir ao voo de uma gaivota;
- Conversar com um desconhecido intrigante;
- Pensando sobre as consequências de um date;
- Ouvir atentamente a uma música nova na rádio;
- Examinar a figura de gêmeos siameses unidos pela cabeça;

Outros exemplos pensados por nós:

- Ouvir um clipe novo assim que anunciado;


- Querer saber onde está o brinquedo escondido por um adulto;
- Desejar visitar uma cidade famosa;
- Anseio da mãe por conhecer o bebê que irá nascer;

Justificativa

Esse trabalho tem como objetivo compreender melhor como são construídos e desenvolvidos
os testes psicológicos, além de auxiliar e potencializar avanços científicos relacionados a
esses testes. O trabalho também tem como finalidade a coleta de informações acerca da
curiosidade, de modo a possibilitar uma compreensão mais integral desse construto em
específico e a facilitar no entendimento das habilidades, personalidade e aptidões do testando
da forma mais precisa e coerente possível.

Itens

1. Tenho hábito de viver novas experiências


2. Costumo me questionar quando novos assuntos surgem
3. Costumo buscar por novidades
4. Quando um amigo conta uma história, procuro saber mais detalhes
5. Procuro conhecer novas pessoas
6. Busco me aprofundar em temáticas do meu interesse
7. Volto a minha escuta para as conversas ao meu redor
8. Pesquiso sobre locais que nunca fui
9. Leio com avidez as novas mensagens no celular
10. Costumo experimentar produtos novos sugeridos por amigos
11. Quando gosto de um artista, procuro saber sua biografia
12. Procuro provar sabores de comidas diferentes do habitual
13. Acho desnecessário fazer novas amizades
14. Contento-me com informações que recebo sem checar mais informações
15. Tenho tendência a ficar na minha zona de conforto
16. Despreocupo-me com conversas que não estou participando
17. Busco novos gêneros de filmes e/ou séries
18. Tenho hábito de fofocar
19. Procuro ir a lugares novos

Análises de Juízes
Para essa fase, foram selecionados aleatoriamente 6 juízes que fizeram suas análises
de itens de forma individual, considerando os critérios de adequação da teoria, linguagem e
aplicação prática. Durante a análise dos juízes, e tendo como referência a numeração
apresentada no tópico anterior, os itens 1, 3, 4, 5, 8, e 17 de forma unânime. De forma não
unânime, somando as categorias, o item 10 obteve dezesseis respostas “sim” e duas “não”. O
item 11 obteve quinze respostas “sim”e três “não”. Neste item, trocamos a palavra biografia
por história de vida. O item 12 obteve dezesseis respostas “sim” e duas “não”. Por fim, o item
15 obteve 13 respostas “sim” e 5 respostas “não”. Essa seria uma porcentagem que
invalidaria o item. Entretanto, após discussão com o professor, foi entendido que o termo
“zona de conforto”- grande motivo das recusas sobre este item, por ser considerado de difícil
compreensão-, na verdade, não apresentava dificuldade de interpretação para os
respondentes, além de ser a melhor forma para descrever a ideia que o grupo pensou. Por
isso, o item foi mantido.
Todavia, foram excluídos 9 itens, dentre eles, a principal observação entre os juízes
foi no critério: prática. Tendo em vista que não conseguiriam ajudar as pessoas em sua
autoavaliação. O item 2 foi reprovado em todos os critérios, destacando que o item deveria
ser usado na força de critério e não curiosidade, sendo assim, um item confuso. O item 6 foi
reprovado somente no critério linguagem, onde a palavra “temática” é vista como pouco
acessível, além disso, o item não atingiu 80% de aprovação dos juízes. O item 7 também foi
reprovado em todos os critérios, indicando que não correspondia com o construto de
curiosidade. O item 9 recebeu reprovação considerando que a palavra “avidez” não
representaria a força de curiosidade, bem como não seria uma palavra considerada acessível a
todos. O item 13, por sua vez, foi reprovado no critério de adequação teórica pois não foi
considerado como coerente com a teoria. O item 14, foi reprovado em todos os critérios, tal
qual como o item 13, não conseguiu conceber o item com a teoria. O item 16, foi reprovado
por ser o termo “despreocupo-me” considerado confuso e sem ligação com a teoria do
construto. O item 18 foi desaprovado em todos os itens, evidenciando, que o termo ‘fofocar’
não condiz com o caráter de curiosidade e sua teoria. Por fim, o item 19 não foi considerado
para a análise de juízes.
Após apuração de contagem dos resultados e críticas gerais, os itens selecionados e
corrigidos para a fase de aplicação prática ficaram da seguinte forma:
1- Tenho hábito de viver novas experiências
3- Costumo buscar por novidades
4- Quando um amigo conta uma história, procuro saber mais detalhes
5- Procuro conhecer novas pessoas
8- Pesquiso sobre locais que nunca fui
10- Costumo experimentar produtos novos sugeridos por amigos
11- Quando gosto de um artista, procuro saber sua história de vida
12- Procuro provar sabores de comidas diferentes do habitual
15- Tenho tendência de ficar na minha zona de conforto
17- Busco novos gêneros de filmes e/ou séries

Caracterização da amostra
A amostra geral do instrumento elaborado pela turma foi de 417 pessoas de todo o
Brasil. Quanto ao gênero, 134 homens, 277 mulheres e 6 pessoas não binárias responderam a
pesquisa, o que gerou porcentagens de, respectivamente, 32,1; 66,4 e 1,4 com relação ao
total. As estatísticas descritivas revelam um mínimo de idade de 18 anos e máximo de 74
anos. A média é de 29,87 e o desvio-padrão, 11,917. Em relação à escolaridade, são 9 pessoas
com ensino fundamental, o que corresponde a 2,2% da amostra; 186 com ensino médio,
44,6% da amostra; 135 com alguma graduação, que é 32,4% da amostra; 87 com
pós-graduação, 20,9% da amostra.
Quando perguntados se estudam atualmente, 71,5% dos indivíduos responderam que
sim (298 respostas) e 28,5% responderam que não (119 respostas). Em relação à região de
origem, 7 pessoas advém do Norte, 377 do Nordeste, 6 do Centro Oeste, 22 do Sudeste e 5 do
Sul. Isso corresponde respectivamente a 1,7%, 90,4 %, 1,4%, 5,3% e 1,2% dos indivíduos.
As estatísticas descritivas para as pessoas que se consideram inteligentes mostram um
mínimo de 3 e um máximo de 10. Assim, representa uma média de 7,55 e um desvio padrão
de 1,234. Por fim, a estatística descritiva para nível de satisfação com a vida demonstra o
mínimo de 1 e máximo de 10, uma média de 6,75 e um desvio padrão de 1,863.

Apresentação e discussão da estrutura fatorial

Tabela 1: “ROTATED LOADING MATRIX (loadings lower than absolute 0.300 omitted)”
Variable F1 F2 F3

1 - cur1 0.793

2 - cur2 0.865

3 - cur3 0.463

12 - pers2 0.908

13 - pers3 0.742

17 - pers7 0.397

18 - pers8 0.795
19 - pers9 0.485

21 -amor1 0.635

24 - amor4 0.517

25 - amor5 0.571

31 - crit1 0.513

32 - crit2 0.523

33 - crit3 0.602

34 - crit4 0.549

35 - crit5 0.575

36 - crit6 0.628

37 - crit7 0.623

38 - crit8 0.667

41 - criat1 0.476

46 - criat6 0.631

48 - criat8 0.661

ROTATED LOADING MATRIX


(loadings lower than absolute 0.300 omitted)

Variable F 1 F 2 F 3

1-cur1 0.793
2-cur2 0.865
3-cur3 0.463
12-pers2 0.908
13-pers3 0.742
17-pers7 0.397
18-pers8 0.795
19-pers9 0.485
21-amor1 0.635
24-amor4 0.517
25-amor5 0.571
31-crit1 0.513
32-crit2 0.523
33-crit3 0.602
34-crit4 0.549
35-crit5 0.575
36-crit6 0.628
37-crit7 0.623
38-crit8 0.667
41-criat1 0.476
46-criat6 0.631
48-criat8 0.661

inserir a tabela da estrutura fatorial da aula (a tabela deve ser formatada no padrão APA,
logo, não é possível inserir um print da tela).

Fazer as discussões específicas sobre os itens do seu fator (ficaram separados dos demais?
Agruparam com outros? Se sim, por quais motivos? Foram excluídos itens? O fator de fato
avalia o que foi proposto? Elaborar discussões e hipóteses. – 3 parágrafos

Os itens do fator curiosidade ficaram separados dos demais: percebe-se, pela tabela da
estrutura fatorial, que apenas três itens dos dez foram mantidos: dois deles foram agrupados
com o fator 2 (amor ao conhecimento) e um, com o fator 3 (perspectiva). Isso aconteceu
porque… O antigo fator “curiosidade” não avaliava o que era proposto porque … já os novos
fatores avaliam bem tanto o amor ao conhecimento quanto a perspectiva, já que itens como
(exemplificar itens) dialogam entre si, têm uma mesma temática (elaborar mais). Por fim, …
(concluir arrematando)
MAIS DOIS PARÁGRAFOS DE DISCUSSÃO
Tópicos
-

Referências

Matos, Maria São Pedro Barreto. (Set, 2014) A curiosidade e o conhecimento: a praxiologia
em debate. [Página da Web] Disponível em:
http://anais.educonse.com.br/2014/a_curiosidade_e_o_conhecimento_a_praxiologia_em_deb
ate.pdf

Lundgren, Ronaldo. O PODER DA CURIOSIDADE. Liderança.blog. 2017. Disponível em:


https://www.lideranca.blog.br/o-poder-da-curiosidade/

Pasquali, L. Princípios de Elaboração de Escalas Psicológicas. Revista de Psiquiatria Clínica,


25(5), 206-213, 1998.
Peterson, Christopher; Seligman, Martin E.P. (2004) Character Strenghts and Virtues: A
Handbook and Classification. Oxford University Press.

Reppold, C., D’Azevedo, L., & Noronha, A. (2021). Assessment strategies of character
strengths. Psicologia, Saúde & Doença, 22(01), 50–61. https://doi.org/10.15309/21psd220106

Souza, Felipe. PSICOLOGIA POSITIVA: A CURIOSIDADE. Psicologiamsn. 2014.


Disponível em:
https://www.psicologiamsn.com/2014/05/psicologia-positiva-curiosidade.html

Você também pode gostar