Você está na página 1de 8

“A ENTREVISTA COM CRIANÇAS EM VARAS DE FAMÍLIA” (livro- Avaliação Psicológica

em Contexto Forense) Beatriz Cancela Cattani


• Considerações Finais- particularidades do trabalho / ele pode ser realizado nas
dependências da instituição com salas adaptadas, na instituição em outras salas
não adaptadas/ ou o perito terceirizado, no seu consultório/
• Objetivo: avaliar a família, considerando o conflito e responder um
questionamento legal.
• Sani (2017): o PERITO AUXILIA O JUIZ A TOMAR DECISÃO QUE REFLITA O
MELHOR INTERESSE DA CRIANÇA.
• MIYAGUI, 2014: Compreender a dinâmica familiar, permeada por conflito
interpessoal, dar voz as crianças
• A FUNÇÃO DO PERITO NÃO É PROVAR A OCORRÊNCIA DE SITUAÇÕES, MAS
AUXILIAR NA AVALIAÇÃO DO GRUPO DE INDIVÍDUOS (AUTORES/2017)
• Cattani- Os testes e o discurso da criança são avaliados e interpretados com os
dados da perícia (entrevistas com outras pessoas, profissionais/professores,
genitores, observação da criança)
• Avaliação com crianças: laudos periciais tem mais destaque hj/ tripé da
formação (conhecimento pessoal/conhecimento da teoria e supervisão);
• Realidade- Famílias que procuram o judiciário são aquelas que não conseguem resolver
de forma amigável os dilemas da guarda dos filhos e visitação.
• O que avaliar na entrevista ? Melhor interesse da criança, uso de instrumentos-
orientação, supervisão (TRIPÉ).
• Princípio do melhor interesse da criança?
• Artigo convenção sobre os direitos da criança (UNICEF 1989) “nas ações deve ser
considerado como prioritário” o “melhor interesse” da criança
• Cita STAHL: 6 pontos para avaliar no grupo familiar
1) Genitores psicologicamente saudáveis e disponíveis a criança
2) Relação enre genitores livre de conflitos e ansiedade
3) Compartilhamento de tempo de genitores (adequada e equilibrada) – estagio da
criança
4) Planejamento parental adequado para estágio de desenvolvimento
5) Estratégias para reduzir conflito
6) Consideração de que a segurança da criança vem em primeiro ligar
(protegendo de responsáveis disfuncionais e abusivos).
• EX – Caso de uma criança que tem suas necessidades mais atendidas
com a avó (NEM SEMPRE É A PERMANÊNCIA COM OS GENITORES) /
CRIANÇAS QUE QUE FALAM QUE A CONVIVÊNCIA COM A MÃE ERA “MAIS
OU MENOS” (SIC), OU CRIADOS PELOS AVÓS E QUE ESTAVM BEM (COM
VISITAS DA MÃE E DO PAI).
ORIENTAÇÕES SOBRE A PRÁTICA:
• Não há uma resolução ou lei que determina de forma “objetiva” como a
perícia psicológica ocorre (são mais gerais): O psicólogo tem “alguma”
liberdade, “significativa” sobre a perícia (número de entrevistas/ quem/
testes/ instrumentos (CASTRO 2003- variações são constantes)
• Referências técnicas atuação do psicólogo nas Varas: não se propõe a ser
um guia / com descrição de passo a passo”
• Código de processo civil: 156- juiz será assistido por perito quando a
prova do fato depender de conhecimento técnico ou científico
• OBS: Lei 13.431 e decreto -(narrativa livre podendo o profissional
intervir quando necessário, realiza a oitiva, autonomia profissional,
código de ética (respeita silencio, adapta a linguagem)
ORIENTAÇÕES SOBRE A PRÁTICA:
• Participação da criança nas avaliações:
- Brito, Ayres e amen (2006)- participação da criança é um direito fundamental;
- Ribeiro dos Santos e Fortunato Costa ( 2015)- participação da criança na justiça é
controversa e não há consenso entre profissionais da área.
- Tem casos em que crianças de 3 / 4 anos não são escutadas (intimadas pela idade)/
TEM PSICÓLOGOS QUE OPTAM POR NÃO TRABALHAR COM CRIANÇAS EM IDADE PRÉ-
ESCOLAR, POIS ELAS TERIAM DIFICULDADE DE DISCERNIR REALIDADE DA FANTASIA.
DISCURSO DA CRIANÇA
- A autora considera que a criança tem que ser escutada, SOLICITA INTIMAÇÃO da
criança quando não existe, (vida, rotina, medos , desejos).
- Crianças pré-escolares: dificuldade de discernir realidade de fantasia, ambiguidade do
discurso (Ribeiro e Fortunato)- mas NÃO É UM FATOR IMPEDITIVO (“VERDADE” CONCEITO
SUBJEJTIVO)
(EX- CRIANÇA 5 ANOS QUE FALA DE DINOSSAUROS QUE VIVEM NA CASA, E DO DIA E
ROTINA COM PAI E MADRASTA)
ENTREVISTA
• Informações fornecidas não são claras e imediatamente compreensíveis;
• Fazer a entrevista da criança sozinha “é FUNDAMENTAL” E SUGERE depois
dos responsáveis (sugestão, mas o profissional é livre- permite ter mais
informações)
• Desconforto na entrevista/ a qualidade da entrevista e dos dados
depende da “relação profissional e criança”(sic) (Carvalho, Beraldo,
Pedrosa e Coelho 2004)
• Cattani- “FLEXIBILIDADE”
• Cattani: Não inicie pelo motivo que a trouxe lá, identificar sintomas de
desconforto (suor, tremendo), “iniciar um quebra-gelo” para depois situar
a perícia (como foi a escola, quem trouxe ela etc), adulto perto da criança
(quando ela aceitar, cadeira fora da sala), mas explicar a razão (pois tem
responsáveis que não explicam a criança)- criança quer sair no meio do
atendimento (não se trata de impedir, mas de avaliar)
• Ex: disputa de guarda: pais não estão conseguindo decidir quanto tempo
cada um permanece com ela na semana e vieram pedir ajuda ao Juiz
ENTREVISTA
• Anotação: No perícias psicológicas é quanto mais detalhado melhor, assim,
anotar durante o atendimento (anota e brinca/ cr pergunta fala que é
informação do encontro para conhecer ela melhor
• CFP: Não perguntar diretamente sobre quem a criança deseje residir (pode
induzir sentimento de culpa sobre ter escolhido um genitor e não outro- quem
decide é o juiz não elas).
USO DE INSTRUMENTOS
1) Lago e Bandeira (2008)- pesquisa em varas, relacionamento cr/famílias (não
havia clareza sobre como é a avaliação) (CONTEXTO FORENSE)
- Lago e Bandeira (2013)- SARP (avaliar o relacionamento parental e a
capacidade do genitor de atender necessidades, afeto, cuidados, proteção)
- INCLUI: Entrevista SARP/ Meu amigo de papel (crianças -5 a 12 anos)/ Escola
SARP (avaliador pontua)
Testes adaptados para crianças e não específicos para contexto forense
2) Pirâmides coloridas de Pfister
3) Técnica projetiva de desenho – Casa-Árvore- Pessoa (HTP) (Cattani- muitas
críticas sobre características psicométricas – mas é válido/ e o desenho tende a
ser uma atividade tranquilizadora)
4) Sistema de avaliação por Performance no Rorschach
SUPERVISÃO
• Código de ética- O profissional deve assumir responsabilidades por atividades que
esteja capacitado pessoal, teórica e tecnicamente- influenciar diretamente a vida de
pessoas
• Recém-formados/ Início profissional- Cattani (IMPRESCINDÍVEL PARA O TRABALHO)
• Profissionais mais capacitados fazem melhores avaliações/ laudos (propaganda-
assistente técnico/perito) FOCO SOFRIMENTO DA CRIANÇA
• Denise Hausen(2009) é atual- supervisão (estágios) na graduação/ tradição e um
privilégio
• Supervisão contribui- acolhimento, orientação, reflexão, escuta inexperiente, carente
teórica e tecnicamente, falta de experiência, desamparo
• OCORRE- LAUDOS MAL ELABORADOS (MP pode solicitar nova perícia e o juiz pode
acatar)
Questões
Uma criança é levada pela mãe, detentora da guarda unilateral, para
atendimento psicológico em uma clínica especializada. Durante o
período de atendimento, o pai se dirige à clínica e solicita ser informado
do andamento e dos resultados desse processo. Nessa situação, a clínica
deverá
(A) revelar ao pai os mesmos dados informados à mãe, seja qual for o
tipo de guarda, por ser o pai uma “pessoa de direito”.
(B) ponderar se será de interesse da criança, ou não, dar acesso às
informações do atendimento ao pai.
(C) negar o acesso do pai aos dados, alegando que só poderão ser
revelados à mãe, considerada a “cliente”.
(D) abrir para o pai apenas os dados do atendimento que se refiram a
sua relação com a criança.
(E) informar que, por ser a mãe detentora de guarda unilateral, o pai
não tem legitimidade para solicitar informações relativas aos filhos

Você também pode gostar