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Psicodiagnóstico

Docente: Prof. Ms. Talitta Saboya


Entrevista Lúdica
A avaliação psicológica de crianças
é uma das práticas mais
constantes no trabalho clínico,
principalmente no que tange a
realização de psicodiagnóstico.
Diferentes nomenclaturas
• hora do jogo diagnóstica,
• ludodiagnóstico,
• entrevista com a criança,
• entrevista lúdica,
• entrevista clínica com a criança,
• hora ludodiagnóstica,
• observação lúdica ou hora lúdica.
Entrevista lúdica
• É um procedimento técnico utilizado a fim de conhecer e
compreender a realidade da criança em processo de
avaliação.
• Diferencia-se da entrevista lúdica terapêutica, pois
engloba um processo que tem começo, desenvolvimento e
fim em si mesmo (Efron et al., 1979/2009).
• Potencializa a análise dos resultados de outras técnicas
comumente empregadas durante o psicodiagnóstico com
crianças, como a entrevista com pais ou responsáveis, a
entrevista familiar e os testes projetivos e psicométricos.
• É flexível – cada profissional pode adaptar de acordo com
sua perspectiva teórica.
Entrevista Lúdica

É uma técnica de avaliação muito rica, que permite


compreender a natureza do pensamento
infantil, fornecendo informações
significativas do ponto de vista evolutivo,
psicopatológico e psicodinâmico,
possibilitando formular conclusões diagnósticas,
prognósticas e indicações terapêuticas.
As crianças agem, falam e brincam
de acordo com suas possibilidades
maturativas, emocionais,
cognitivas e de socialização, e é
pela sua ação que elas exprimem
suas possibilidades, descobrindo-se
a si mesmas e revelando-se aos
outros.
Entrevista lúdica
• Importância da entrevista prévia com os pais;

• Indagar a criança sobre os motivos dela


estar ali: É muito comum que a criança fale que
não sabe ou que os não disseram nada;

• O psicólogo deve então explicar o seu papel, fazer


o enquadramento e solicitar da criança que lhe
diga de que forma o psicólogo pode lhe ajudar
Entrevista lúdica
• O papel do psicólogo na hora do jogo diagnóstica
é de um observador não participante;

• Expor recursos e materiais que possibilitem a


criança a expressão, sem que a experiência se torne
invasora.

• A função específica do Psicólogo consiste em


observar, compreender e cooperar com a criança
Segundo Freud, a brincadeira vai
além da diversão, trata-se de
uma forma que a criança
elabora para trabalhar com suas
dificuldades mais internas.
O brincar seriam repetições de
tudo o que na vida lhes causou
profunda impressão.

O recurso lúdico se torna uma


ferramenta de comunicação.
Exemplificando...
• Sofia tem 5 anos e é filha única, porém, sua mãe está
grávida do seu segundo filho e passou a apresentar
comportamentos como voltar a usar chupeta, urinar
na roupa e engatinhar.
• Pouco depois, em suas brincadeiras a criança passou a
cuidar com muito afinco de uma boneca, diferente do
que fazia antes da gravidez da mãe e tais
comportamentos sumiram.
• Podemos notar que a criança pensou que a mãe
queria um bebê que ela não era mais, regredindo em
seus comportamentos na tentativa de impedir a mãe
de ter outro filho. Mas, conseguiu ressignificar isso a
partir da brincadeira.
Cuidados técnicos e éticos no
processo avaliativo de crianças
Avaliação clínica infantil
• Contato telefônico: inicio da escuta diagnóstica
• Marcação da entrevista com os pais
• A criança deve ser informada
• Atentar-se a narrativa desde a primeira ligação:
certificar do status conjugal; escutar ambos os
pais mesmo que sejam separados
• Deve-se ter honestidade com a criança
• Estrutura física e materiais
Estrutura física da salas de atendimento
Estrutura física da salas de atendimento
• Característica da sala?

• O que a sala deve possibilitar?

• Tipos de equipamentos?

• Características dos materiais?

• Materiais estruturados e não-estruturados?


Materiais utilizados
• Massa de modelar, areia e argila,
• Pintura a dedo,
• Papéis variados (texturas, cores, tamanhos diferentes)
• Revistas, caixas de diferentes formas e tamanhos
• Tesoura, cola, lápis de colorir e preto
• Bonecos (as) – soldados, índios, policiais, cidadão comum
• Bola, corda, ioiô
• Carros grandes e pequenos
• Livros e DVDs
• Musica de forma geral
• Espelho
Materiais utilizados
• A sala de atendimento deve possibilitar à criança uso
pleno dos objetos nela dispostos,
• Permitir que ela brinque inclusive com materiais que
possam sujar a sala.
• O paciente deve sentir-se completamente livre,
podendo movimentar-se no espaço e sentar-se no chão.
• O profissional pode oferecer materiais lúdicos diversos
no momento da sessão para a escolha da criança;
• Escolher aqueles itens que previamente perceber como
gatilhos para identificar melhor algum ponto específico
do caso;
• Deixar a criança sugerir quais brinquedos gostaria de
utilizar – ou levar algum próprio.
ATENÇÃO:

Queixa inicial
Idade da criança
Possíveis limitações
Entrevista lúdica
• Escolha dos brinquedos e jogos (ponto de vista
evolutivo emocional e intelectual)
• Linguagem
• Modalidade do brinquedo
• Atitudes diante do jogo e do brincar
• Manejo do espaço
• Motricidade
• Tolerância a frustração
• Adequação a realidade
Um breve caso...
• Em sua terceira sessão, um paciente de 8 anos com queixa de
agressividade na escola ingressou na sala trazendo seu tablet e
começou a brincar com o jogo.
• Durante o jogo, o psicólogo pôde observar que o paciente se
interessava mais em dar tiros e matar os demais concorrentes
do que em ganhar a corrida. Quando indagado o porquê de
seu personagem dar tantos tiros nos outros competidores, a
criança revelou que, quando não conseguia ganhar, costumava
matar todos a sua volta, assim ninguém ganharia também.
• Ao trocar para um jogo de futebol, revelou o mesmo enredo:
preocupava-se em dar carrinhos e fazer faltas nos jogadores,
esquecendo-se de fazer gols. disse que, se os outros jogadores
ficassem com medo dele, não o atacariam, indicando, assim,
seu medo em ser atacado e derrotado.
Elementos a serem observados:

1.Linguagem: Vocabulário rico e amplo ou


reduzido. Pronuncia incorreta de determinadas
sílabas ou ainda enfatizado?

2. Coordenação Motora: Mostra equilíbrio e


desenvoltura em sua locomoção no manejo do
brinquedo ou não?

3. Atenção: Consegue se concentrar ao escolher


uma determinada atividade/cena lúdica ou muda
constantemente de interesses?
4. Afetividade: Estabelece laço com psicólogo de
imediato e dá sinais de segurança ou adota uma
atitude desconfiada e temerosa?

5. Desenvolvimento da Cena Lúdica: Qual é o


tema predominante, que personagens são
escolhidos e que funções desempenham?

6. Apresentação do conflito: Como define a


situação problema? Demonstra angústia? Como
resolve? Interrompe de forma abrupta?
7. Comportamento durante jogo de regras:
Respeita e considera as regras? Como lida com a
derrota?

8. Criatividade na escolha das atividades:


Demonstra diversidade na escolha e elaboração
dos enredos simbólicos
Vídeo
https://www.youtube.com/watch?v=SFrScA-iNf4

ANALISAR:
• Vínculo entre psicóloga e paciente - clima da
sessão;
• Estrutura física do ambiente;
• Materiais utilizados;
• Clareza da finalidade da hora do jogo;
• Conduta do profissional mediante ao paciente
(se adequada ou não).
Dúvidas?
Calendário
DATA CONTEÚDO
18/05 A entrevista Lúdica
25/05 Modelos de Psicodiagnóstico: Avaliação terapêutica e o
Psicodiagnóstico interventivo
01/06 Comunicação dos resultados em Psicodiagnóstico
08/06 Elaboração de documentos
Orientações para AV2

15/06 AV2
22/06 Orientações para AV3
29/06 AV3
06/07 Atividade prática
13/07 Encerramento da disciplina
(*) Bibliografia Básica:

ALCHIERI. Avalição Psicológica: conceito, métodos e


instrumentos. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2003.

ARZENO, M. E. G. Psicodiagnóstico clínico: novas contribuições.


Porto Alegre: Artmed, 1995.

CRAIG, R. Entrevista clínica e diagnóstica. Porto Alegre: Artes


Médicas, 1991.

CUNHA, J. A. Psicodiagnóstico- V. 5ª ed. Porto Alegre: Artes


Médicas, 2000.

Ocampo, et al. O processo psicodiagnóstico e as técnicas


projetivas. Ed. Martins Fontes.

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