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Psicodiagnóstico
Professora: Carla Bittencourt Felício Zanette
Primeira sessão com a criança
Na entrevista prévia com os pais ou responsáveis,
combina-se que estes diriam a criança o motivo
pelo qual a levariam ao consultório, sem faltar
a verdade, mas sem detalhes profundos.
É nesse ponto que se inicia o diálogo com eles:
“Você sabe por que seus pais o trouxeram?” Se
responder sim, nos dará uma pauta a partir da
qual podemos iniciar o diálogo. Se sua resposta
for negativa, deveremos resumir lo que foi
falado com seus pais e o que combinamos que
seria dito a criança. (ARZENO, 1995).
A HORA DO JOGO DIAGNÓSTICA
A hora do jogo diagnóstica constitui um recurso
ou instrumento técnico que o psicólogo utiliza
dentro do processo psicodiagnóstico com a
finalidade de conhecer a realidade da criança
que foi trazida à consulta.
A atividade lúdica é uma forma de expressão
própria, assim como a linguagem verbal é no
adulto. Trate-se de instrumentalizar suas
possibilidades comunicacionais para depois
conceituar a realidade que nos apresenta.
A HORA DO JOGO DIAGNÓSTICA
• Consiste em uma entrevista diagnóstica que tem como
base o brincar livre e espontâneo da criança.
• Foi originalmente apresentado por Arminda Aberastury
(1992), a partir de observações feitas durante o primeiro
contato com a criança.
• Ela observou que a criança estrutura, por meio dos
brinquedos, a representação de seus conflitos básicos,
suas principais defesas e fantasias, permitindo, dessa
forma, o aparecimento de uma perspectiva ampla a
respeito do seu funcionamento mental.
• Ao brincar, a criança desloca para o exterior seus medos,
angústias e problemas internos, dominando-os desse
modo.
A HORA DO JOGO DIAGNÓSTICA
• A sala onde se realiza a observação diagnóstica deve
ser um lugar razoavelmente amplo, seguro e fácil de
limpar, de maneira que dê liberdade à criança para
se expressar.
• Os brinquedos são colocados à sua disposição, para
usá-los como quiser. Eles devem ser bastante
variados, incluindo bonecos de plástico, animais
domésticos e selvagens, carrinhos, caminhões e
aviões de plástico, tinta de diversas cores, papel
sulfite, lápis (preto e de cores), pincel, tesoura sem
ponta, cola, barbante, argila, bacia ou pia com água
etc.
A HORA DO JOGO DIAGNÓSTICA
• É importante observar como a criança dá início à
estruturação do seu brincar – qual a seqüência dos
jogos, brinquedos preferidos, comentários verbais
etc.
• A primeira ação que ela realiza, na hora do jogo, e o
tempo que transcorre até seu início denotam sua
atitude perante o mundo.
• O grau de inibição no jogo manifesta a gravidade da
sua neurose. Por isso, a primeira sessão é tão
importante, pois nela a criança mostra sua fantasia
inconsciente de enfermidade e de cura e, também,
como aceita ou rejeita o papel do terapeuta.
A HORA DO JOGO DIAGNÓSTICA
• A maior dificuldade da “hora do jogo diagnóstica”
está na sua avaliação. Por ser um procedimento
não estruturado, depende da capacidade de
observação e interpretação.
• Na análise, levam-se em conta os aspectos
evolutivos (desenvolvimento da criança, segundo a
idade), desenvolvimento emocional,
inibição/sociabilidade, bem como os conteúdos
inconscientes expressos nos jogos – defesas,
fantasias, ansiedades, agressividade e a capacidade
adaptativa, criativa e simbólica da criança.
A HORA DO JOGO DIAGNÓSTICA
O que observar?
a) observar como a criança lhe recebeu, como
foram suas ações, suas palavras, se quis entrar
sozinho, se quis que a mãe entrasse.
b) observar como ela se dirige até você: se te
abraça, se te ignora, se ri, chora ou não esboça
alguma coisa.
c) observar como ela entra na sala, para onde se
dirige ou se espera você dizer algo ou se ela diz
e o que diz (a primeira palavra, a primeira ação
é, talvez, mais importante que todo o resto).
A HORA DO JOGO DIAGNÓSTICA
d) observar qual primeiro brinquedo pegou, se
não pegou, o que escolheu ou se esperou você
apresentar a sala, o ambiente.
e) observar a cor do brinquedo que pegou,
quantos pegou e onde se sentou: poltrona,
sua mesa, mesa de crianças, no chão.
f) observar com o que brinca e COMO ela brinca.
É no "como" ela brinca que está o que nos
interessa.
A HORA DO JOGO DIAGNÓSTICA
g) se entrou e logo quis chamar a mãe, se
chorou, se riu, se gritou.
h) se entrou e pediu para ir ao banheiro (deve-se
chamar o cuidador para isso).
i) se está com seu asseio feito ou se está mal
cuidada, se está com fome, cansada ou com
sede ou tudo junto.
Critérios de análise da entrevista lúdica diagnóstica
utilizados por S. I. Greenspan e Greenspan (1993)
Ver:
QUADRO 18.1 da página 212 do livro
Psicodiagnóstico (HUTZ et al, 2016).