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SEMANA FIRME & GENTIL

Aula 3: Como fazer seus filhos te escutarem e colaborarem mais

Olá! Meu nome é Nanda Perim, sou psicóloga, educadora parental integrativa,
especialista emocional e mãe do Théo e do Gael.

Este é o resumo da terceira aula da Semana Firme & Gentil. Reunimos os temas
mais urgentes e uma das coisas que mais pediram é a questão dos filhos não
ouvirem os pais.

É fundamental entender que precisamos enxergar as situações pelos olhos da


criança. Para isso, nada melhor do que lembrar de quando nós éramos crianças.
Chamar sua criança interior ajuda muito a compreender o seu filho e a ter mais
empatia por ele.

Preciso que você esqueça tudo que aprendeu sobre educação infantil e venha de
coração aberto para ouvir (ou ler) o que tenho a dizer.

Prometo que essa live será um divisor de águas na sua vida.

Boa leitura!

Jan 2020. Autoria e direitos reservados @Nanda Perim, psicóloga, educadora parental,
especialista emocional, autora e mãe de dois. A venda dessa cartilha é PROIBIDA.
SEMANA FIRME & GENTIL
Aula 3: Como fazer seus filhos te escutarem e colaborarem mais

Os principais motivos que levam as pessoas a terem a sensação de que a criança


não ouve são a obediência (hierarquia) que existe na educação tradicional e
também as expectativas irreais que nós temos com relação às crianças.

Temos um padrão que chamaremos de Ciclo do Estresse.

CICLO DO ESTRESSE CICLO DA TRANQUILIDADE

O fato de repetir inúmeras vezes que a criança faça alguma coisa, acontece por
ter expectativas irreais em relação à criança e isso vai alimentar o ciclo do
estresse. A proposta que vou trazer aqui é quando você age usando as
ferramentas que irei ensinar na aula de hoje e funciona, você não estará

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alimentando aquele comportamento e ela vai passar a colaborar, tornando todo


o ciclo muito mais tranquilo e seus dias serão mais leves.

Eu vou te dar um exemplo, o clássico caso da criança pulando no sofá, você pede
para que ela desça, porque ela pode cair, se machucar, e ela não desce. Você
pede mais vezes e, já perdendo a paciência, acaba tirando a criança a força e
esbravejando que já tinha pedido várias vezes para descer do sofá. Você se
estressa, a criança assustada não aprende e no dia seguinte a criança está
novamente pulando no sofá.

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O Iceberg do Comportamento: onde está o seu foco?

Falamos na aula de ontem sobre como o comportamento da criança (por


exemplo: a criança não estar te ouvindo) é só a pontinha do iceberg. Você acha
que ela está fazendo isso porque está te desafiando e te desobedecendo, mas
na verdade, a parte de baixo do iceberg que nós não vemos, mas que é muito
maior e mais importante é o que leva até esse comportamento. É o gatilho de
contexto, ou seja, as necessidades da criança.

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A criança não tem a maturidade que nós temos para falar que está precisando
de um tempo ou que não está bem. Não tem maturidade para falar e sentir que
está precisando de atenção, precisando dormir ou gastar energia. O corpo vai
acumulando cortisol e esse comportamento dela muitas vezes é muito mais uma
reação a esses hormônios e neurotransmissores do que realmente um
comportamento decidido.

Nós temos essa sensação da criança estar fazendo as coisas de propósito porque,
historicamente, as crianças eram consideradas até “pouco tempo” como mini
adultos. A visão que a religião colocava das crianças durante muitos séculos é
que eram seres impuros. Precisavam ser “domados/podados” senão a maldade
tomava conta do corpo delas.

Obediência

Você já se deu conta que a educação tradicional diz que se você não bater na
criança, quando ela crescer, ela que vai bater em você? Se você não castigar, vai
virar um tirano e querer mandar na casa e se você não manda nela, ela que vai
mandar em você?

Dentro deste conceito temos visões extremamente preconceituosas com relação


a criança, como a questão da obediência. A criança não tem que querer, só
obedecer. Culturalmente, quanto mais “quietinha” a criança for, mas isso é bem
visto. Tem que falar baixo, não pode correr, tem que brincar devagar. A criança
precisa ser independente, não ficar pedindo colo, não exigir muito de você e fazer
tudo sozinha.

A obediência e a hierarquia são valores que subestimam muito a criança. Ao


mesmo tempo que subestima, ou seja, faz ela achar que é menos do que é,
sempre exigem da criança mais do que ela pode dar.

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Tenho alunas que falam que o filho de 1 ano não obedece. Se a criança não tem
idade suficiente para seguir instruções, ela não tem idade suficiente para
obedecer. Você está pedindo algo que ela não tem para dar. Vai ser uma
experiência frustrante, vai alimentar muito o ciclo do estresse e a atmosfera da
sua casa vai ficar pesada.

Essa criança começa a ser rotulada como desobediente, teimosa e cresce ouvindo
que é assim por não ter obedecido. Quando você enxerga qualquer tipo de
hierarquia, não importa se é entre homem e mulher, adultos e criança ou entre
raças, qualquer divisão entre seres humanos em relações onde existe uma pessoa
superior e outra inferior, é extremamente perigosa principalmente se o
considerado superior for maior e mais forte

Precisamos desconstruir essa obrigatoriedade da criança em obedecer porque


você é hierarquicamente superior e é você que manda e ela tem que fazer tudo
sem questionar, só seguir as suas instruções. A obediência ensina a criança a ser
extremamente passiva na vida dela.

Quando pensamos em como queremos que nossos filhos sejam no futuro,


queremos que sejam criativos, pró ativos, tenham opinião própria, saiba
argumentar, seja confiante, saiba diferenciar o certo do errado, tenha empatia,
seja honesto, auto confiante e por aí vai.

Todas essas coisas precisam ser desenvolvidas a partir do momento que a criança
tem espaço dentro da casa. Uma criança obediente não se torna pró ativa porque
não cabe no pró atividade a obediência. A pessoa obediente sempre espera que
mandem ela fazer e por ser passiva, tem medo de fazer diferente do que a outra
pessoa esperava. Não aprende a ter uma linha de raciocínio clara porque tem
dias que a mãe vai deixar e outros que não, vai depender do humor e do
julgamento da pessoa que manda.

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É importante que as crianças aprendam a questionar e a ter a própria opinião


dentro da casa dela, que saiba expor a opinião da melhor forma, aprenda a ser
ouvida, considerada e isso não quer dizer que a criança tem que ser obedecida.

Estamos falando de uma educação democrática onde a criança não te obedece


e nem você obedece a criança.

Quem defende a hierarquia acredita que se as crianças não estão obedecendo,


quem está mandando são elas. É como se só existissem essas duas opções: ou
a criança obedece aos pais ou os pais obedecem a criança, mas isso não é
verdade. Existe a opção da educação democrática.

Da mesma forma que todas as pessoas deveriam ter direitos iguais (equidade),
mesmo tendo pesos diferentes na hora de opinar, esse peso não vai ser porque
você é mais velho e a sua opinião vale mais. Vão ter situações em que a opinião
da criança vai valer mais.

Quando viemos de uma educação em que fomos oprimidos e tínhamos que


respeitar mesmo que fosse por medo, chegamos na vida adulta querendo ser
respeitado mesmo que por medo.

Eu entendo que para muitas pessoas esse conceito fica confuso, já que você
passou a vida inteira obedecendo os seus pais e agora eu estou falando que os
filhos não tem que obedecer. Esse pensamento é de quem só enxerga que ou o
filho obedece ou está solto na vida, mas essa pessoa ainda não conhece a
educação democrática.

Educação Autoritária: Adulto ← Criança

Só a criança tem que respeitar o adulto, tanto que o adulto acha que pode bater
e colocar de castigo sempre que a criança não obedecer. É baseada na hierarquia

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onde um sempre será superior e o outro inferior. O respeito é unilateral.

Muitas pessoas que foram tratadas de forma autoritária a vida inteira e não
queriam repetir isso com os filhos, mas não sabiam como fazer diferente, se
tornaram extremamente permissivas, que é o oposto do autoritário.

Educação Permissiva: Adulto → Criança

Só o adulto que respeita a criança, a criança não aprende a respeitar o adulto.


São os pais que querem agradar a criança a todo custo, com medo de impor
limites e acabar sendo autoritário como foram com eles.

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Educação Democrática: Adulto ←→ Criança

Tanto o adulto quanto a criança se respeitam mutuamente. Na verdade, essa é


a forma que todas as relações deveriam ser, de respeito mútuo. Eu te respeito e
você me respeita, eu te ouço e você me ouve, eu falo e você fala. A comunicação
nunca será unilateral.

Expectativas Irreais
Além dos pais esperarem dos filhos a obediência cega e o respeito hierárquico,
também tem a questão das expectativas irreais. Esses pais acreditam que as
crianças (principalmente da primeira infância que ainda não conseguem
entender) irão conseguir seguir instruções, parar movimentos, controlar
impulsos, não aprender através da repetição, não explorar o mundo.

Ao longo da primeira infância, a criança vai desenvolvendo habilidades que


muitas vezes são exigidas que sejam aprendidas muito rápido. Querem falar
apenas uma vez e que imediatamente a criança aprenda e obedeça, mas ela não
tem essa maturidade. A parte do cérebro que faz parar um movimento é
desenvolvida muito depois da parte que começa o movimento. Se a criança

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começa a fazer um barulho que te irrita e você fala para ela parar, ela vai tentar,
mas não vai conseguir, porque ainda não desenvolveu isso cognitivamente.

Aqui na PsiMama eu não costumo falar sobre a idade certa para acontecer as
coisas porque eu não estou falando de marcos de desenvolvimento (andar, falar).
Como eu não falo de neuropsicologia e sim de coisas mais abrangentes, existem
crianças que conseguem diferenciar o concreto do abstrato com 3 anos e crianças
de 6 anos que ainda estão aprendendo.

A maioria das coisas que falo aqui são processos muito particulares de cada
criança.

Comunicação com os bebês

A nossa comunicação com as crianças de até 3 anos, ou seja, na primeira fase


da primeira infância, vai demandar uma linguagem diferente das crianças que já
possuem fluência verbal.
Darei algumas dicas de como conseguir que a criança te escute e isso está
diretamente ligado à forma como você vai se comunicar com ela.

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Dica #01: Conectar

As crianças de qualquer idade costumam se conectar muito forte com as


atividades que estão inseridas naquele momento.

Para você conseguir que ela preste atenção em você, você precisa efetivamente
direcionar a atenção dela para a sua direção. Isso acontece muito mais fácil se
você sentar perto da criança, ficar na altura dela, olhar no olho e falar que está
precisando falar com ela.

Se você ficar gritando “ei, psiu” e chamando o nome dela, isso só vai te estressar,
diminuir seu limiar de paciência e a criança não vai te ouvir da mesma maneira,
porque não é isso que direciona a atenção dela. É fundamental que você faça
esse direcionamento da conexão para ela se conectar com você antes de começar
a conversar com ela.

Dica #02 - Conversar

Lembre-se que as crianças pequenas são seres extremamente não verbais, então
é muito mais fácil conseguir se comunicar com ela usando o corpo. Por exemplo:
para explicar para a criança através da empatia que bater não pode, ao invés de
simplesmente falar que não pode bater, você “dramatiza”, coloca a mão onde ela
bateu e demonstra estar sentindo dor com o seu rosto.

Você vai perceber que os neurônios espelho vão acionar situações que ela sentiu
a mesma dor que está vendo no seu rosto e vai lembrar o que é sentir dor. Isso
é a criança desenvolvendo a empatia (se colocar no lugar do outro, sentir a dor
que o outro está sentindo).

Se você fizer muita questão de explicar qualquer coisa com palavras, na primeira
parte da primeira infância (até os 3 anos) você vai usar no máximo 5 palavras.

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Na segunda parte da primeira infância são no máximo 10. Muitas vezes fazemos
um raciocínio super complexo com a criança e ela se perde no meio do caminho.

Dica #03: Desenhar

Outra coisa que ajuda muito é você desenhar. Falei nas aulas passadas da
importância de fazer um quadro de rotina (a imagem está no resumo da aula 1)
para a criança saber tudo que vai acontecer no dia e você ir avisando e reforçando
quais serão as próximas tarefas.

Na primeira infância, as crianças são muito concretas, só existe o que ela está
vendo e tocando. É só isso é o que ela consegue entender. Abstrato seriam as
coisas que ela não consegue ver e tocar, como falar amanhã ou sábado, então
ela não consegue entender.

Dica #04: Contar histórias

Lembro uma vez que caiu um copo de vidro em um restaurante e falamos para
o Gael que ele precisava colocar o chinelo porque tinha caco de vidro no chão e
ele não queria, porque estava brincando no parquinho fora do restaurante. Uma
moça viu e falou para ele que uma vez o primo não quis colocar o chinelo quando
tinha caco de vidro no chão e acabou cortando o pé e sentiu muita dor. Ele
colocou o chinelo na hora.

As crianças costumam entender muito melhor quando é explicado em forma de


história, através de uma sequência de eventos onde são apresentados as
possibilidades e os riscos. Inventar histórias para explicar as coisas ajuda a
criança a concretizar as informações que você está tentando passar.

Eu sugiro que todo dia na rotina da noite você conte histórias inventadas e inclua
os temas que você está precisando abordar com a sua criança.

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Além disso, uma coisa que sempre fazemos e funciona muito bem é você esperar
a criança dormir e conversar sobre essas coisas com ela dormindo. Ajuda muito
a consolidar, mas precisam ser coisas que você já conversou durante o dia porque
você vai precisar usar a mesma linguagem.

IMPORTANTE

Como o bebê ainda não tem condições de seguir instruções e entender tão
claramente as consequências das coisas, quero trazer duas questões
importantes:

1. se a criança está chorando e ela está errada, você deve dar colo mesmo
assim. Isso não é reforçar ou passar a mão na cabeça! Dar colo para uma
criança que está chorando mesmo que esteja errada não vai significar que
o que ela fez está certo, quer dizer que sempre que ela errar vai poder
contar que, no mínimo, você vai dar colo para ela chorar.
2. outro conceito diferente da educação tradicional é a noção que muitas
vezes, durante a primeira infância dos seus filhos, você vai precisar deixar
para ensinar algumas coisas quando forem mais velhos. Não é DEIXAR
DE ENSINAR, é deixar PARA ensinar quando a criança for
aprender melhor. Quando você deixa para ensinar na época certa, você
ensina melhor, a criança compreende mais fácil e alimenta menos o ciclo
do estresse.

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Agora iremos falar dos 5 passos para ajudar na comunicação com os bebês.

1. Prevenção: é tirar do alcance da criança tudo que possa causar algum


acidente caso ela tenha necessidade de mexer;

2. Substituição (ou redirecionamento): é quando a criança está querendo


mexer em alguma coisa delicada e que quebra e você substituir isso por alguma
outra coisa que pode mexer sem problemas. Você chama a atenção para outro
objeto para não mexer naquilo que não pode;

3. Distração: é quando você sabe que a criança não vai conseguir compreender
o que está sendo dito. Por exemplo: vai passar na frente de um parquinho que
ela adora e vai querer entrar quando ver, mas não pode naquele dia. Quando for
passar na frente do parquinho você distrai a criança para olhar para o outro lado
e passa sem ela ver.

Fazer isso não é deixar de educar porque a criança precisa aprender que nem
sempre ela vai fazer o que quer, mas não é nessa idade e nem desse jeito que a
criança vai aprender. É uma injustiça com uma criança que não sabe se

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comunicar muito bem, você a deixar ver uma coisa que quer muito e
simplesmente falar que não pode ter.

Ela não vai aprender nada com isso, só vai se chatear, chorar e achar que você
está fazendo por maldade. A criança ainda não entende toda a questão abstrata
que tem em volta de não poder ter o que quer;

4. Supervisão: Se a criança está muito curiosa e quer muito encostar em algo


delicado, você vai supervisionar. Vai encostar devagar no objeto, sentir a textura,
cheiro e gastar toda a vontade que ela estava em encostar naquilo até perder a
graça e ela não querer mexer mais;

5. Comunicação: Conforme a criança for desenvolvendo a comunicação, você


vai ter a oportunidade de avisar e prevenir se comunicando. Você vai avisar,
“vamos passar na frente do parquinho e não vamos poder entrar”. Logo em
seguida, vai reforçar a informação. Quando estiver chegando perto, você vai falar
novamente. Até ela mesma estar repetindo com você que não irão entrar no
parquinho dessa vez.

Comunicação com as crianças

Com as crianças mais velhas, o que eu sugiro é você sempre focar na


comunicação. Quando seu filho já consegue se expressar e entender o que você
está falando, a melhor coisa que você pode fazer é conversar sobre tudo.

Não subestime! A criança tem total capacidade de


encontrar soluções e sugerir coisas. Ela precisa ser
ouvida e ter suas opiniões. E mesmo quando
alguma sugestão dada por ela não possa ser usada,
você explica o porquê não pode. É muito importante
que a mensagem de amor esteja clara para essa

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criança (que não pode porque ela pode se machucar, ou porque o risco que isso
aconteça é muito grande, que ela compreenda que você se importa e se preocupa
com ela).

Aqui em casa costumamos fazer votação e a gente pesa todas as escolhas.


Explicamos tudo para eles, mesmo quando o assunto é um pouco mais
“complexo”. Eles aprendem muito com essas votações. Tendemos a pensar que
o voto dos pais tem mais peso porque os adultos sabem de tudo que precisa ser
levado em consideração na hora da escolha.

Mas se a criança já conversa e entende algumas coisas, explica e inclui ela nisso.
Quando algo é explicado e conversado, a decisão se torna conjunta. E mesmo
quando o resultado da votação for diferente do que a criança queria, vai ser
muito mais fácil de aceitar porque participou de todo processo.

As crianças cooperam muito mais quando compreendem, mas para


conseguir isso você precisa incluir no processo do raciocínio.

Os 4 passos para ajudar na comunicação com crianças

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1. Compreensão: Nessa nova proposta você precisa criar o hábito de ouvir a


criança, e não só a criança que tem que te ouvir e te obedecer;

2. Empatia sem concordância: A criança explica porque não quer fazer


alguma coisa que você está pedindo e você ouve e se coloca no lugar dela do
porquê não quer fazer. Não precisa concordar, só mostra empatia e diz que você
entende, mas explica porque precisa ser feito;

3. Compartilhar: Esse é o momento de você compartilhar com a criança o que


você pensa e sente. Você tenta analisar junto com ela porque está sendo mais
difícil dela fazer o que você está pedindo. Depois que você efetivamente mostrar
para a criança que não só ouviu ela ativamente como também teve empatia pela
situação, no momento que você fala o que pensa e sente, essa criança te ouve
muito melhor.

Isso vale para qualquer relacionamento que você tenha. A pessoa te ouve muito
melhor depois que ela se sente ouvida, principalmente quando a pessoa é menor,
como é o caso das crianças. Para conseguir ser ouvida, para a criança é muito
mais difícil, então fazer isso tem uma chance muito maior de sucesso.

4. Solução: Vocês irão focar na solução juntos. Se algo precisa ser feito e a
criança não quiser fazer, qual será a solução? Você pode tentar fazer de uma
forma diferente da forma que você pediu ou propor alguma coisa que faça
parecer mais divertido.

Para finalizar, você vai ouvir o relaxamento que está na gravação da aula (a partir
de 01:17:56) que é um exercício de visualização com relação à sua comunicação
com a sua criança e a construção do seu relacionamento com ela.

Depois de fazer o relaxamento, não esqueça de colocar em prática tudo que


aprendeu nessa aula. Você pode tirar suas dúvidas no site e lembre-se de fazer

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o teste das suas reações automáticas que está na apostila, porque falaremos
sobre isso na aula de sexta feira.

Espero que tenham amado!


Com carinho,

Nanda Perim

contato@psimama.com.br

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