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DISCIPLINA SEM TRAUMAS

Como evitar excessos ao lidar com a educação dos seus filhos na infância

Existe uma linha muito tênue entre educar crianças para a vida e exagerar, seja com excesso de controle
ou com falta de limites.

Normalmente, quem vem de uma educação extremamente rígida tende a não querer fazer igual com os
filhos. Acaba, portanto, construindo uma educação mais permissiva, que leva a um colapso a em médio e
longo prazos, com filhos tiranos, sem limites e sem tolerância à frustração.

Por outro lado, Quem teve pais ausentes quer ser tão presente na vida do filho que pode, às vezes, acabar
exagerando nos cuidados, comna superproteção e no controle excessivo oue, outras vezes, exagerar na
autoridade, cobrando resultados e atitudes de forma exagerada se tornando autoritário. Os filhos tendem
a ser tão controlados, cobrados ou pressionados que desenvolvem uma série de dificuldades, que vão
desde problemas de autoestima até transtornos psicológicos graves e doenças psicossomáticas.

Então, sabemos que se você adquiriu esse e-book é porque não quer cometer estes erros ou quer corrigir
essas situações na forma como educa suas crianças. Ou seja, você realmente se preocupa com seus filhos
e por isso, só por essa atitude, já merece parabéns.

Fizemos o possível para que esse e-book serja um guia básico para que te possibilitevocê possa educar de
forma diferenciada, com conceitos práticos e que visandoam sempre o amor e a independência da criança.
Afinal, você está educando seus filhos para a vida, não é verdade?

Então, você está no caminho certo! Siga na jornada e descubra como vencer os 12 desafios citados vai
realmente transformar a sua forma de lidar com seus filhos, inclusive com as tão temidas birras.

Boa Leitura!

Ana e Edson
1- Acorda e não sabe o que "ser" primeiro: mãe, profissional, professora particular dos filhos,
coordenadora de equipe (familiar)?

Uma dica é estabelecer uma rotina de horários para si, seus filhos e até seu marido.

Inclua nessa rotina a divisão do cuidado das crianças e o horário de trabalho dos dois.

Também inclua, se possível, as crianças em atividades que conseguem fazer sozinhas para ajudar a
"equipe".

Dessa forma você aprende a dividir e delegar tarefas, não fica sobrecarregada e ainda ensina as crianças
a terem autonomia e respeitarem os próprios limites, vendo seu exemplo.

Para te ajudar nessa tarefa, deixamos no Anexo 1 um exemplo de tabela que pode ser utilizada para
organizar a rotina semanal e mensal.

Você pode, inclusive, criar um jogo diferente em cima da rotina, tornando-a divertida para todos. Por
exemplo: quem cumprir as obrigações semanais tem direito a jogar videogame por mais 1 hora. Se todos
cumprirem a rotina mensal, faremos um passeio para um local especial que todos gostam. E assim, deixe
a criatividade fluir!

2- Quem educa as crianças?

O que é educação?

Aqui existem duas possibilidades:

a) o ensino de matérias curriculares;

b) o desenvolvimento do indivíduo, seus valores, posturas, comportamentos, compreensão de certo


x errado, autoestima e autoconfiança.

O ensino de disciplinas que compõem a chamada “educação formal” é de competência da escola, com
apoio indispensável da família.

Já a educação que compreende o desenvolvimento do indivíduo, com as componentes moral e amorosa,


deve ser feita pelos pais.

Não adianta tentar terceirizar essa educação que “vem de berço”. São valores e atitudes dos pais que os
filhos carregarão vida afora. E é justamente dessa educação que trataremos nesse e-book.
A maior fonte desse aprendizado pelas crianças é através do exemplo dos pais. De nada adianta falar e
não agir conforme o discurso. As crianças escutam pouco do que dizemos.

De nada adianta dizer para a criança ser educada, mas destratar outras pessoas na frente dela.

De nada adianta dizer para ser atenciosa, mas quando a criança pedir atenção não tiver tempo para ela.

De nada adianta dizer que tem que ser ordeira, mas não colocar ordem na própria vida...

Portanto, se deseja bons comportamentos de seus filhos, comece agora a mudar os seus.

Faça uma lista de todos os comportamentos negativos que você não deseja mais que as crianças levem
adiante. Em seguida, reflita se você demonstra cada um dos comportamentos listados e se questione:

O que me leva e ter esse comportamento?

O que posso fazer para mudar a minha postura frente a essas situações?

Como posso usar meu novo comportamento para educar meus filhos?

Comece aos poucos, mudando um comportamento por vez. Assim, terá propriedade para orientar e
cobrar seus filhos, podendo inclusive argumentar que você não faz esse tipo de coisa e, portanto, eles não
estão aprendendo tal comportamento em casa.

Inspire seus filhos a seguirem o seu bom exemplo. Seja a mudança que deseja ver neles.

3- O desafio de impor limites

Podemos ser modernos e amigáveis com nossos filhos, mas nunca deixarmos de ter postura de pai/mãe
e nem de estabelecer limites para eles.

Existe uma hierarquia familiar que precisa ser respeitada. Um pai ou uma mãe não podem se colocar como
coleguinhas ou irmãos de seus filhos. O diálogo entre todos deve existir e qualquer manifestação de
desrespeito por parte da criança precisa ser inibida imediatamente.

Como fazer isso? Deixe claro que você é a mãe ou pai, que vai escutar o que a criança tem a dizer e
respeitar seu ponto de vista, mas que o mundo não gira em torno dela. Reforce também que todos os
ambientes sociais, inclusive a casa de vocês, são regidos por regras que todos os membros devem seguir.
Isso é um preparo para que seus filhos consigam conviver bem em sociedade, respeitando as regras e
opiniões de outras pessoas, sobretudo as mais velhas.
Dar limites não é amedrontar, mas explicar que sua experiência de vida e seu papel não podem ser
invalidados. O filho nunca pode ficar maior que seus pais. Podem ocorrer discordâncias, negociações e
acordos, mas nunca a quebra de regras e o desrespeito.

Dessa forma, a criança aprende a respeitar a hierarquia que estará presente por toda a vida, inclusive no
ambiente estudantil e de trabalho.

Outro ponto importante é a obediência. Seus filhos devem seguir as regras porque elas são importantes,
porque é o certo a se fazer e não por medo ou por barganha em troca de algum benefício ou presente.
Não se trata de criar pessoas sem opinião ou “paus mandados” e sim de criar pessoas éticas, honestas e
responsáveis, que fazem o certo independente de ter alguém olhando e não quebram as suas promessas.

Para impor limites, o tom de voz e a firmeza na fala são essenciais. Não é possível repreender ou corrigir
um erro ou uma impertinência com palavras fofinhas e tom de voz que se usa para falar com um bebê.
Tampouco são necessários gritos ou xingamentos. Se você grita, seus filhos entendem que aquele que
gritar mais alto ganha e que resolver as coisas no grito funciona. Se você usa xingamentos, ataca
diretamente a autoestima e a autoconfiança deles e ensina que xingar é algo natural.

Estabeleça regras. Oriente as crianças a segui-las e converse explicando até onde podem ir e as atitudes
inaceitáveis. Elas entendem e aprendem rapidamente!

4- Para quem dar atenção, marido ou criança?

Muitos pais disputam a atenção da mulher com as crianças. Essa situação, mais comum do que se imagina,
é o motivo, inclusive, de muitas separações durante a primeira infância dos filhos.

Se você é mãe e perceber essa situação, converse com seu esposo de forma racional e não emocional.
Mostre a ele os fatos e insira a participação ativa dele em toda a rotina da criação dos filhos, desde os
cuidados básicos (banho, alimentação, higiene pessoal, cuidados com os cabelos) até os diálogos,
brincadeiras, passeios, colocar para dormir, contar histórias, ajudar nas tarefas escolares e, conforme a
idade, ensinar a ajudar em casa e se tornar mais independente.

Explique que sua dedicação à criança é necessária, num momento de grande dependência, mas que ele
deve dividir as tarefas com você, para que você possa, inclusive, ter mais tempo para desfrutar da vida a
dois. Diálogo, compreensão e divisão de tarefas aproximam o casal nesse início de vida como "pais". É
uma novidade para ambos e é cansativo mesmo, por isso, é fundamental a compreensão de que vocês
escolheram ter os filhos e as crianças precisam de cuidados.

E se você é pai, já percebeu a importância de dividir as tarefas. Afinal, o filho é de ambos. Sigam juntos na
criação desse novo ser!
5- Sou pai, trabalho o dia todo e minha mulher só cuida das crianças, por que está sempre cansada?

Ah, esse antigo dilema! A vida não é uma competição para ver quem está mais cansado, e esse é o primeiro
ponto. Ambos os trabalhos devem ser valorizados e podem ser igualmente cansativos e estressantes.
Portanto, ambos ficarão cansados.

Quando um pai se propõe a prover o sustento financeiro enquanto os filhos são pequenos, ele cumpre
seu papel de homem como protetor da família, ao proporcionar à mulher a condição de dedicar-se à
criança sem outras preocupações, podendo estimular o desenvolvimento do bebê, cuidar de sua
alimentação, rotinas de sono, atividades, etc. em uma fase de extrema dependência do filho.

Quando a mulher cuida bem da criança – e da casa – o homem sai sem preocupações, e pode dedicar-se
100% ao seu trabalho. A rotina de cuidados com uma casa e com crianças, sobretudo as menores, é
desgastante e sem trégua. Pode existir um pensamento fantasioso de que as crianças dormem durante a
maior parte do tempo e a mulher fica sentada em frente à TV enquanto o homem “rala” o dia todo. Mas
essa imagem é apenas um devaneio e não uma realidade.

Por isso, valorize e agradeça à sua mulher por cuidar dos seus filhos. E se você é a mulher, agradeça a seu
homem por prover a casa. As crianças aprendem com esse respeito e suporte mútuo, para o resto da vida.

6- Chamar o filho de "meu bebê" e tratá-lo como um, pode?

Se você o chama de "meu bebê" independentemente da idade, está demonstrando que não quer que ele
cresça. A criança agirá com atitude de "bebê" para continuar recebendo seu amor e pode adquirir
problemas de desenvolvimento.

Esse quadro não estimula a independência da criança, e depois, os pais dirão que estão sobrecarregados
e que o filho “não quer nada”. Mas a questão é: quem criou o “monstro”?

Dar papinha na boca enquanto a criança ainda não consegue segurar a colher é correto, mas é
fundamental que, com o passar do tempo, se pegue na mãozinha para ensinar o caminho da colher ao
prato e, depois, à boca. Continuar a dar comida na boca do filho quando este já poderia comer sozinho é
alimentar a dependência de uma criança, “cortar” suas asas e não permitir que voe.
Isso foi apenas um exemplo, mas serve para todas as atividades, inclusive ir e voltar da escola por conta
própria. Hoje vemos tantos pais superprotetores que é comum encontrar uma mãe chamando o filho
adulto de “meu menino” e vários filhos de 30 anos ou mais sem nenhum rumo na vida, simplesmente
porque são dependentes dos pais.

Portanto, aceite que seus filhos irão crescer. Prepare-os para a vida e não para serem a sua vida.

7- Ser mãe ou ser pai é meu motivo de viver!

Se você ainda proclama essa frase aos quatro ventos, vamos mostrar que é melhor começar a desconstruir
esse conceito.

Quando nos tornamos pais, temos que adaptar nossas ideias, desejos, rotinas, planos e vida para sermos
"mãe ou pai".

Contudo, se abdicamos de todos nossos projetos pessoais em função dos filhos e os filhos se tornam a
nossa única motivação para tudo, estamos os ensinando a não terem projetos de vida também.

Com medo de perder a única coisa que os faz acordar de manhã, tiram sem perceber as oportunidades
de crescimento e independência da criança que está sob sua responsabilidade.

Quem tem nos filhos sua única razão de viver e prioridade sobre qualquer outro aspecto de sua vida, se
torna controlador em excesso, sufocando o filho, o impedindo de escolher os próprios caminhos e tomar
suas decisões. Os pais passam a bloquear a individualidade do filho, que se vê obrigado a atender todos
os desejos dos pais para evitar atritos, mas não consegue ser feliz, já que vive a vida dos pais e não a vida
que realmente desejava.

É importante entender que os filhos não são uma extensão da sua vida. Tampouco é possível realizar os
seus sonhos de vida através dos filhos, projetando neles as suas necessidades não atendidas e desejos
não concretizados. São indivíduos únicos, diferentes de você, com personalidade, gostos e desejos
exclusivos, que devem ser respeitados.

Portanto, busque exercer seu papel de pai e mãe, sem esquecer de agir em prol do sucesso em sua vida.
Mantenha suas metas, mantenha seus planos profissionais, tenha um planejamento de longo prazo, para
uma velhice tranquila, sem depender dos filhos. Somente buscando seu próprio sucesso você ensinará
seu filho a cultivar suas ideias, desejos e ter sucesso na vida.

8 - Se eu voltar a trabalhar, estarei abandonando meu filho?


Sabemos que pais e mães normalmente trabalham. As mulheres querem se desenvolver
profissionalmente e conquistar o sucesso e reconhecimento em suas carreiras. E isso é absolutamente
normal e saudável para a mãe e para toda a família.

Se a mãe tem o desejo de voltar a trabalhar, não importa o seu motivo. Importa que esse é um desejo de
uma pessoa adulta que busca ter alguma necessidade atendida. Pode ser para ajustar as contas, quer
sentir-se útil e produtiva, deseja ter sua independência financeira, quer contribuir ativamente com a
sociedade, tem um propósito de vida etc.

A grande questão é montar uma estrutura saudável para cuidar da criança, que pode contar com uma
creche, berçário, escola ou babá. Nesse caso, não existe abandono, mas outra forma de cuidado.

Você pode pensar: “mas ninguém cuida do meu filho como eu”, e isso é uma verdade. Porém,
experimentar o cuidado de outras pessoas e poder observar uma mãe que trabalha, ganha o próprio
dinheiro e tem sonhos profissionais gera interessantes vantagens para o desenvolvimento da criança.

Seu filho perceberá que não tem a mãe e nem nenhuma pessoa à sua inteira disposição e aprenderá a
agir om mais independência e proatividade.

O mais importante é que, durante o tempo que estiver em casa com seu filho, realmente o veja, o escute,
esteja com ele de verdade, cuide dele. E isso é muito difícil, pois grande parte das mulheres tende a estar
pensando nos filhos quando está no trabalho e pensando no trabalho quando está com os filhos. Ou seja,
ela não está presente de “corpo e alma” em nenhuma das atividades. E as crianças percebem isso.
Percebem que você está ali, mas sua mente está em outro lugar.

Por isso, falar que se importa e faz tudo para ele de nada vale, se não houver demonstração de amor e
cuidado por inteiro, pelo menos em algum momento do dia. E isso vale para pai e mãe.

Se houver a oportunidade de estar mais tempo com seu filho durante os primeiros anos de vida, é
maravilhoso. Mas a maioria das mulheres não tem essa facilidade. Portanto, o mais importante é todos
se sentirem bem, realizados e amados, cada um seguindo sua rotina e se encontrando para momentos
alegres, de carinho e bons diálogos e brincadeiras.

A sua decisão deve ser tomada sempre com base em seus sonhos, planos, metas de vida e valores. Nunca
com base no que a sociedade exige, no que a sua mãe acredita e muito menos por peninha dos filhos.
Escolha por você, para no futuro não culpar uma criança por mudanças em suas vidas.

9- Ele trabalha o dia todo e eu estou cansada de cuidar das crianças e não ter vida!
Todos os trabalhos são importantes. Se um trabalha para sustentar materialmente a família, deve receber
o agradecimento de quem fica.

Se o outro cuida das crianças, da casa, da refeição, também merece um agradecimento de quem vai
trabalhar.

Família é um time, que precisa agir em conjunto. Uma pessoa que só trabalha e não possui momentos de
descanso, lazer e autocuidado se torna uma pessoa estressada, amargurada e desanimada com a vida,
independentemente se trabalha dentro ou fora de casa.

Por isso, é fundamental que conversem e tenham momentos:

✔ De descanso, onde um “rende” o outro nos cuidados com as crianças.


✔ De lazer individuais, para arejar a mente, rever amigos, ou fazer algo que gosta.
✔ De lazer em família, para desfrutarem de momentos agradáveis e criarem boas memórias e
aprendizado com experiências para os filhos.

Conversem sobre os sonhos que têm, apoiem e ajudem um ao outro a crescer e se realizar.

Juntos, ensinem seus filhos a serem independentes, dia a dia, desde pequenos. Dividam tarefas quando
todos estiverem em casa.

Seus filhos aprenderão a viver em comunidade e trabalhar em grupo observando suas atitudes. Ninguém
precisa ficar sobrecarregado e nem viver apenas para trabalhar.

10- Minha família e a dele são muito diferentes, que modelo é o certo para educar filhos?

Nem um, nem outro. A sua família atual é a que importa agora. Sentem-se para conversar e compreender
como cada um entende o que é ser pai e ser mãe.

Que modelo de família cada um trouxe de casa?

O que cada um gosta do modelo de família do outro e do seu próprio?

O que querem fazer igual a seus pais, o que querem fazer totalmente diferente?

O que recebemos de nossos pais serve apenas como referência. Não existe 100% certo ou errado e a
forma como vocês foram criados não precisa ser o ponto de partida para a criação dos seus filhos. O
importante é que tenham diálogo e que cheguem em um consenso sobre:

✔ Regras da casa e da família.


✔ Valores familiares que serão ensinados.
✔ Como vão lidar com birras, desrespeito às regras ou pessoas e outros comportamentos
indesejáveis.
✔ Como vão dividir as tarefas e os cuidados com as crianças.

Quando educamos nossos filhos, devemos ter em mente o mais importante: dar a eles amor, confiança e
coragem para seguir a vida própria, quando chegar a hora de sair de casa.

Descubram o seu modelo de família ideal, pautado no respeito por suas famílias de origem, no respeito
entre vocês, como casal, e na hierarquia e respeito entre pais e filhos.

11- Qual o problema de meu filho ser criado pela avó?

Acreditamos que um adulto plenamente saudável precisa ter condições de seguir seu caminho e cuidar
de sua família sem depender de seus pais.

Avós não podem assumir o papel de pais novamente. Eles não têm a autoridade, a vitalidade e nem a
obrigação de serem pais de seus netos.

Se um casal se une e tem uma criança, também deve ter a condição emocional, financeira e estrutural
para cuidar dessa criança.

Caso contrário, temos adultos dependentes e que delegam sua responsabilidade aos outros, fingindo que
são pais, quando na verdade nunca saíram do papel de “filhos”. E seguem ensinando seus filhos a serem
tão dependentes quanto eles, esperando tudo dos outros, "terceirizando" a responsabilidade pela própria
vida.

A educação do seu filho é sua responsabilidade. Quando você deixa seu filho aos cuidados de uma escola
ou creche, com profissionais sendo pagos para realizarem esse importante trabalho, você está levando
seu filho a encarar a realidade da vida: que ele não é o único ser na face da Terra e que o mundo não gira
ao seu redor. Naquele ambiente, ele percebe que existem outras crianças e que ele tem que esperar a
vez, contribuir, seguir regras, colaborar com os outros.

E na casa da sua mãe? Ali ele está sozinho ou com o irmão. Ali ele é o netinho querido, que normalmente
pode fazer tudo o que quer. E, se existe algo na educação da sua mãe que a desagradou (temos certeza
que existe algo), você não poderá cobrar ou falar nada. Afinal, é a sua mãe e não uma profissional
habilitada ou uma empregada, que segue suas ordens.

E pior: dessa forma, você entrega para a sua mãe a oportunidade de interferir totalmente na educação
que você deseja para a criança e, inclusive, te desautorizar, desautorizar seu cônjuge e tratar você e seu
filho como se fossem irmãos. E o que você poderá fazer? Nada! Tudo que você tentar falar, será jogado
contra você e vai se tornar conflito. Nenhum adulto saudável toleraria isso.

E, no meio disso tudo estão as crianças. Confusas e desenvolvendo comportamentos indesejados.

Portanto, comece agora a refletir sobre a sua vida e assumir a responsabilidade plena sobre a criação dos
seus filhos. Não importa o que precisará ser feito. Simplesmente faça. Por mais difícil que seja, um adulto
saudável sempre consegue enxergar alternativas e resolver os seus próprios problemas.

12- Nossos pais vivem criticando a maneira como educamos as crianças.

Não importa se a opinião vem dos seus pais ou sogros. Escute e agradeça a opinião educadamente, mas
tenha consciência que quem educa seus filhos é você e seu cônjuge.

Como a mulher vem de uma família e o homem de outra, é óbvio que a nova família será uma mescla das
duas dinâmicas originais. Mas essa mescla pode ser algo totalmente novo que vocês decidiram juntos
como sendo o melhor caminho.

Por esse motivo, é importante entender a função do pai e da mãe numa estrutura familiar.

Pai é quem protege e ensina a autoconfiança, o espírito de aventura, dá coragem e confiança aos filhos.
Mãe é quem nutre a autoestima, acolhe, elogia, dá amor e carinho aos filhos. E os dois, como casal, cada
um exercendo suas funções, amam os filhos e entregam a eles o melhor de ambos para uma formação
completa.

Com esses conceitos em mente, e sabendo qual é o papel de cada um, de igual importância nessa
estrutura, fica fácil terem confiança em tudo o que fazem como pais. A partir daí, não é negociável
nenhuma crítica por parte dos avós ou de qualquer outro familiar ou conhecido sobre a educação de seus
filhos.

Para evitar atritos, escutem, agradeçam e sigam com as suas próprias definições. Não há necessidade de
ficar se justificando perante os pais, tentando convencê-los que vocês que estão certos. Apenas sigam os
seus caminhos, sem discussões.

Conhecer e exercer o papel de pai e mãe traz também a segurança para os filhos terem os pais como
referência de adultos saudáveis e capazes de decidirem os próprios caminhos. Os avós continuam sendo
apenas avós.
Sobre os autores

[FOTO ANA]

Ana XXXXX é casada há XX anos com XXXXX. Mãe de XXXXXX.

Formada como XXXXX, mudou os rumos profissionais com o casamento e a maternidade. Sempre
entendeu a relevância de criar filhos fornecendo estruturas emocionais e mentais para serem
independentes.

Logo depois do casamento, viveu no Japão por três anos e meio. A forma de educar do povo japonês, a
independência das crianças e jovens desde a mais tenra idade, e a autoresponsabilidade que eles
desenvolviam foi marcante posteriormente, na educação dos seus filhos.

Visando horários flexíveis de trabalho e manter um tempo de qualidade para cuidar da família, Ana optou
por enveredar para práticas alternativas de cuidados de saúde.

Portanto o que vou ensinar a vocês não é fruto de estudo teórico somente, mas de muitas mudanças reais
no modo de me relacionar com meu núcleo familiar, quebrando padrões recebidos por nossa família de
origem, tanto meus quanto de meu marido.

O trabalho realizado no Projeto Limites Sem Culpa é embasado no desenvolvimento do sistema nervoso
infantil, na Neurociência, Neurolinguística, nas Constelações Familiares e no desenvolvimento de
Inteligência Emocional nas relações interpessoais.

[FOTO EDSON]

Edson XXXXX é casado com XXXX há XX anos. Pai de XXXXXX.

Edson foi pai aos 17 anos e este foi um acontecimento que impactou sua adolescência de forma
irreversível. Era um menino jovem, que ainda não sabia o que queria da vida e estava muito insatisfeito
com o que havia vivido até então. Seu inocente filho nasceu sem o amparo e sem o carinho de um pai
adulto. Na verdade, hoje pensa que não era nem adulto e nem pai.

Entrou para o Exército e começou a viajar para lugares distantes da cidade natal e do filho, com quem
conviveu pouco ao longo da vida.

Começou a estudar várias formações na área do desenvolvimento humano e percebeu o quanto foi duro
para o filho não ter o pai junto com ele. Sentiu-se culpado e mal pela ausência, até que entendeu que
nada mais poderia ser feito com o que passou. Buscou mais aprofundamento no entendimento das
relações entre pais e filhos e, depois de um tempo, começou a atender pessoas que tinham problemas
pessoais e profissionais utilizando uma abordagem que focava na relação destas pessoas com seus pais.
Hoje se considera um pai dedicado para os filhos mais novos, doando seu tempo, conhecimento e amor
para guia-los enquanto seja necessário, entendendo que seu papel como pai é dar-lhes autonomia,
confiança e amor em cada fase de seu crescimento, até que chegue o momento em que possam seguir
sua estrada sozinhos rumo à felicidade possível. No Projeto Limites Sem Culpa, vai ensinar os pais a serem
presentes e protetores.

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