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filhos e

disciplina
FAMÍLIA: PROTEÇÃO OU RISCO = Família “estruturada”
e “desestruturada”. ***A família que é um risco para o indivíduo
não está cumprindo efetivamente a sua função.

Funções da família: 1- PROTEÇÃO – física, emocional,


social, espiritual. 2- SOCIALIZAÇÃO – integração do
indivíduo na sociedade = transmissão de normas, valores e
crenças da sua comunidade. É nesse processo de
socialização que o indivíduo desenvolve a sua personalidade.
**A família é estruturada apenas por ser uma família nuclear?
Porque o casal não está separado de
corpos/ divorciados?Claro que não!!! Isto é apenas um detalhe
importante, mas não determina a saúde de uma relação
familiar. É necessário que a família cumpra o seu papel de
proteger e socializar os seus membros para que não se torne
um risco para os mesmos.
DESENVOLVIMENTO

3 coisas essenciais no processo de


educação dos filhos

1- Inserir boas marcas na matriz dos filhos


MATRIZ é um termo usado por J. L. Moreno (criador do psicodrama – uma
corrente da psicologia).
É aquilo que somos. São as marcas criadas na infância as quais
carregamos p/ sempre. As nossas marcas podem ser trabalhadas,
mas a matriz inicial permanece para sempre.

Provérbios 22:6: “Ensina o menino no caminho em que deve andar e


quando crescer nunca se desviará dele”.

Então, o ditado que diz: “Pau que nasce torto morre torto”, não faz sentido, uma
vez que é possível trabalharmos a
nossa matriz.
2- Considerar cada estágio de trocas
afetivas do filho e aplicar os aspectos
educativos adequados à essas fases

Içami Tiba, conceituado psiquiatra e psicodramatista – autor


de vários livros sobre a educação dos filhos - fala de 3
tipos de amor: amor dadivoso, amor que ensina e amor que
exige.

Falaremos desses 3 tipos de amor, vinculando-os a 3 fases da


vida (bebê, criança e adolescente), pontuando a forma de
educação mais adequada para cada uma dessas fases da vida.
O BEBÊ – Fase onde se deve oferecer o AMOR DADIVOSO. Aquele
em que os pais fazem tudo para e pelo filho = ficam felizes em
servir o filho totalmente dependente (o bebê, o imobilizado, o
doente, o incapacitado). Quanto melhor a mãe fizer a leitura do
que o bebê precisa, mais satisfeito ele fica. Nada gratifica mais
uma mãe que ver seu filho feliz.

Esse amor dadivoso é natural na maternagem porque a mulher já tem


preparo biológico para ser mãe. Já o homem, precisa desenvolver
esse amor, pois não tem o preparo biológico para ser pai.
A CRIANÇA – Nesta fase deve-se oferecer o AMOR QUE
ENSINA. Aquele em que os pais ensinam valores,
adequações e adaptações relacionais e de cidadania para
seus filhos (crianças) em fase de aprendizado. Aqui, mais do
que somente dar, está na hora de ensinar: a criança já
identifica o que quer, mas são os pais que ensinam (ou
não) a adequação do seu querer.

O aprender dá segurança e gera o início da


independência no filho, e ele pode começar a contar consigo
próprio. É aqui que os pais devem começam a ensinar
como é bom “aprender a aprender”, por meio dos agrados,
estímulos e reforços (trabalhar com o positivo/ reforçar os
bons comportamentos). Caso o estímulo não seja
atendido, passa-se à exigência.
Os pais devem transformar as informações em
conhecimento. Isto acontece por meio da prática, do fazer.
Informar é diferente de
ensinar. Ex: falar para o filho guardar os brinquedos após brincar
com eles. Ele entendeu essa informação, mas somente
quando ele guarda os brinquedos é que essa informação se
transforma em conhecimento.

Os pais, quando proibirem, devem mostrar as causas da


proibição, fazendo a criança “ver” os perigos e, em
Seguida, apresentarem à ela novos caminhos/ alternativos
(éticos e permitidos), ou estimulá-las a buscá-los.
AMOR DADIVOSO – torna-se inadequado quando, naquele
momento, é preciso ensinar e não simplesmente dar. Fica mais
inadequado ainda quando o filho não faz o que já aprendeu”.
OBS: Sabem por que os filhos não fazem as coisas? Porque
têm permissão (velada ou declarada) para não
fazerem, uma vez que, mesmo não fazendo, não há
conseqüências a arcar.
O ADOLESCENTE – Aqui, aplica-se o AMOR QUE EXIGE. Aquele em
que os pais exigem agradecimento e correspondência do que o filho
recebeu deles, mais o comprometimento e responsabilidade com o que o filho
fala e faz. ** A negociação é uma ferramenta importante que deve ser
utilizada na educação dos filhos, principalmente dos adolescentes.
Na adolescência a negociação ganha força especial por causa da
autonomia comportamental. O adolescente passa da dependência infantil
para uma vida cujo referencial é ele próprio. Agora ele está atrás da sua
identidade social. É a manifestação saudável da individualização. Como a
maioria dos seus desejos está mais voltada para o seu próprio eu, ele
precisa aprender a negociar suas vontades com as vontades da família.
A negociação não pode ser doentia e deve ser interrompida
sempre que necessário. Uma negociação doentia pode chegar ao
assédio moral familiar = é o cruel abuso do
poder - no campo moral - que o adolescente exerce
sobre os familiares, principalmente sobre os pais.

Quando os pais permitem o assédio familiar e ficam sofrendo em


silêncio é porque existe alguma recompensa não saudável. EX: a
preservação da imagem do filho perante os outros. Os pais
acreditam que não reagindo estão protegendo a reputação do filho
e se tornam reféns deste.
Por que os pais deveriam aceitar a tirania juvenil, se ninguém
pode ser tirano na sociedade??? A sociedade não aceita tirania!! Na
sociedade, não ser tirano, é um princípio educativo fundamental.
Portanto, é preciso que os adolescentes produzam também em
casa/ com os seus pais, o que eles têm que produzir na
sociedade, com os amigos, professores e pessoas estranhas a
eles.

Com o adolescente, combinam-se as regras e os


resultados/conseqüências. Quem falhar com o combinado arque
com as implicações já contratadas. A negociação tem que ser
gratificante para ambas as partes. O contrato deve ser flexível,
adequado à idade do filho e reformulado sempre que necessário.
Com o adolescente, os pais não podem mais ser como
pais de bebê com o amor dadivoso e nem como pais de
criança com o amor que ensina, pois agora o que o
adolescente mais precisa é se preparar para vida futura,
fazendo o que sabe e sendo ajudado pelo amor que exige.

Se com a criança, o amor dadivoso se torna inadequado


porque é preciso ensinar e não simplesmente dar. Com o
adolescente, fica mais inadequado ainda, porque ele precisa
fazer/ colocar em prática o que já aprendeu.

Porque...

“É na adolescência que o filho lança-se ao mundo, e aos pais


cabe torcer por ele e socorrê-lo quando preciso. Também é da
responsabilidade educativa dos pais interferirem quando algo
não vai bem, sob pena de estar negligenciando a educação”.
3- Ter comportamentos compatíveis com aqueles
que desejam que os filhos tenham

Observem novamente Prov. 22:6: “Ensina o menino no


caminho em que deve andar...”

Somos o ambiente de nossos filhos = o comportamento dos filhos


está ligado ao nosso. Nossas ações determinam as ações deles,
por isso, precisamos trabalhar o nosso comportamento. A
educação dos filhos deve acontecer por meio das nossas ações e
não apenas do nosso discurso. Portanto, aquele discurso do “faça
o que eu digo, mas não faça o que eu faço” não funciona com os
filhos. Não pode existir um abismo entre o que ensinamos e o que
praticamos!
É muito comum a gente dizer: “eu cansei de ensinar, mas
ele não aprendeu...” Se você ensinou ele aprendeu; se ele
não aprendeu, você não ensinou. Ou seja, você tentou ensinar, mas
não conseguiu porque apenas informou e não
transformou a informação em conhecimento.
OBS: Além de sabermos que existem
formas de educação específicas para cada fase da vida,
precisamos ser criativos (criar novas
estratégias de educação para os nossos filhos: quando uma não
funcionar, devemos arrumar outra).
CONCLUSÃO: os pais que conseguirem aplicar na educação dos
filhos os 3 pontos que estudamos (1- inserir boas marcas na
matriz dos filhos; 2- considerar cada estágio de trocas afetivas do
filho e adotar um novo posicionamento educativo adequado para
cada uma dessas fases; 3- ter comportamentos compatíveis com
aqueles que desejam que os filhos tenham), podem ter certeza
que seus filhos serão pessoas resilientes (preparada p/ adaptar-
se às variadas situações/ enfrentar a realidade da vida/ superar as
adversidades sem deteriorar-se).
Não é fácil educar uma criança!!! Por isso, é muito importante que
os pais saibam que não existe um manual para criar filhos. O
manual é criar com carinho!
 

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