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CASCAVEL – PARANÁ
2018
VANESSA REGINA PERIN
CASCAVEL - PARANÁ
2018
TERMO DE AVALIAÇÃO DO RELATÓRIO DE ESTÁGIO
FACULDADE ASSIS GURGACZ CAMPUS CASCAVEL
PARECER
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NOTA/CONCEITO________________________________________________
Professora Orientadora
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 5
2 IDENTIFICAÇÃO DO ESTAGIÁRIO (A) ............................................................................. 7
3 CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO DE REALIZAÇÃO DO ESTÁGIO ................ 8
3.1 Identificação do Estabelecimento ........................................................................................... 8
3.2 O PPP da instituição e sua relação com a Psicopedagogia ................................................ 10
4 A PSICOPEDAGOGIA E SUA RELAÇÃO COM A APRENDIZAGEM ......................... 13
4.1 Caminhos da Psicopedagogia:Percurso histórico e Aspectos da formação profissional..16
4.2. Caracterizando Dificuldades de Aprendizagem na Escrita e na Leitura ........................ 21
4.2.1 Dificuldades de Aprendizagem da Linguagem: Escrita ....................................................... 21
4.2.2. Dificuldades de Aprendizagem da Linguagem: Leitura ...................................................... 25
5 DIAGNÓSTICO - CASO I AVALIAÇÃO PSICOPEDAGOGICA NO CONTEXTO
ESCOLAR................................................................................................................................... 27
5.1. Dados de Identificação ........................................................................................................... 27
5.2. Motivo do encaminhamento ................................................................................................... 27
5.3. História e contexto evolutivo.................................................................................................. 27
5.4. Síntese das áreas avaliadas ..................................................................................................... 28
5.5. Conclusão diagnóstica ............................................................................................................ 31
5.6. Medidas de Intervenção .......................................................................................................... 32
5.7. Encaminhamentos ................................................................................................................... 33
6 DIAGNÓSTICO - CASO II - AVALIAÇÃO PSICOPEDAGOGICA NO CONTEXTO
ESCOLAR.................................................................................................................................... 34
6.1. Dados de Identificação ........................................................................................................... 34
6.2. Motivo do encaminhamento ................................................................................................... 34
6.3. História e contexto evolutivo.................................................................................................. 34
6.4. Síntese das áreas avaliadas ..................................................................................................... 36
6.5. Conclusão diagnóstica ............................................................................................................ 38
6.6. Medidas de Intervenção..........................................................................................................38
6.7. Encaminhamentos ................................................................................................................... 39
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................... 40
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................... 41
ANEXOS ...................................................................................................................................... 42
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1 INTRODUÇÃO
apresenta, embora que pertinente ao processo de escolarização do aluno são elementos que
exigem demandas externas da escola, considerando os objetivos para que sejam atingidos.
Para verificar as dificuldades apresentadas pelos alunos, a escola oferece como
também em toda rede de ensino do município os psicopedagogos existentes para avaliação de
contexto na Secretaria Municipal de Educação. E nas escolas os psicopedagogos, são aqueles
que se especializam na área e atuam em salas de recursos multifuncionais, não atendendo a
escola como um todo.
As queixas mais frequentes observadas pelos alunos quanto as dificuldades de
aprendizagem destacam-se o baixo rendimento escolar, problemas de aprendizagem com
laudos de especialistas e pareceres de psicopedagogas, defasagens, falta de compromisso dos
pais, mães e ou responsável legal para manter pontualidade e assiduidade ao reforço escolar e
alunos faltosos.
No processo de escolarização do aluno, a avaliação escolar não deve estar a serviço
dessa sociedade que exclui, e sim a serviço da luta para a superação desta realidade. Nesse
sentido, para que o professor e a equipe escolar envolvida com o aluno utilize os diferentes
instrumentos de avaliação e constituem-se em instrumento de diagnóstico da situação, com o
objetivo de redefinir novos encaminhamentos para a promoção da aprendizagem.
Na escola os diferentes instrumentos de avaliação educacional manifestam como um
mecanismo de diagnóstico da situação, tendo em vista o avanço e o desenvolvimento. Neste
sentido, podemos entender a avaliação como uma ação para o professor, desafiando o aluno a
refletir sobre as experiências vividas, a formular e reformular hipóteses, direcionando para um
saber e um conhecimento enriquecido.
O importante é estabelecer um diagnóstico adequado para cada aluno e identificar as
possíveis causas de seus fracassos ou dificuldades, visando uma maior qualificação e não
somente uma quantificação da aprendizagem. A avaliação contribui para o desenvolvimento
das capacidades dos alunos, é uma ferramenta pedagógica e um elemento que melhora a
aprendizagem do aluno e a qualidade do ensino.
A escola depois de verificar todas as possibilidades de aprendizagem para o aluno que
apresenta problemas no processo de escolarização encaminha junto a Secretaria Municipal de
Educação um relatório de todos os profissionais envolvidos com o aluno para que evidenciem
os problemas, acompanhem a anamnese do aluno e as atividades que expressem as situações
para análise do caso.
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Cada criança tem uma personalidade, uma ligação com a família, uma a cultura
envolvida, ou seja, um jeito de ser e de se manifestar. Os que apresentam dificuldades, que
demoram para entender um conteúdo exposto pelo professor, levando em consideração a
internalização e a assimilação, terão um momento em sua vida escolar que ocorrerá o
‘’insight’’, aquele estalo que a criança compreende o que ela não havia entendido.
O psicopedagogo irá mediar, articular e conduzir o processo ensino aprendizagem da
criança. Esse profissional deverá estar atento a conhecimentos sobre essa área e proporcionar
a melhora do aprendizado da criança no processo de ensino para que ela se adapte da melhor
maneira no ambiente escolar que frequenta. É nesse conceito que compreende-se a ligação da
psicopedagogia com a aprendizagem, sendo contribuinte para melhora do sucesso escolar da
criança.
Foi através das dificuldades na aprendizagem e comportamentos no ambiente escolar
que surgiu na Europa, no séc. XIX, o interesse pela investigação, juntamente com médicos e
pedagogos, para investigar motivos pelos quais bloqueavam a criança no seu desenvolvimento
intelectual. A Psicopedagogia é a junção entre a Pedagogia e a Psicologia. Portanto, essas
duas áreas não são o suficiente para que se entenda o processo de aprendizagem e suas
variáveis. Assim, recorre-se a outras áreas com a Sociologia, a Filosofia, a Psicanálise, a
Neurológica e a Linguística, que contribuem para um diagnóstico mais preciso. (MOTA,
FREIRE e POLETTO)
As crianças que apresentam dificuldades de aprendizagem, dependendo do seu
diagnóstico muitas vezes são encaminhadas orientações aos pais ou responsáveis para que
realizem consulta com profissionais de outras áreas. Isso acontece quando aquela dificuldade
de aprendizagem persiste e a criança não apresenta evolução. O sucesso do aprendizado de
uma criança na escola depende de vários fatores que podem ocorrer com a interferência e a
falta de incentivo das pessoas com quem elas convivem, da forma como são encorajadas a
aprender e se receberam ou não aquele afeto que muitas vezes fazem falta.
A Psicopedagogia tem um papel de extrema importância dentro do ambiente escolar.
É um trabalho preventivo aos problemas de aprendizagem que são investigados nas crianças,
o que interage com o que lhes és apresentado, contudo os processos de ensino, a metodologia
e as atividades estabelecidas para as diversas dificuldades que possam parecer. Essa forma de
trabalho para essas dificuldades muitas vezes revelará a expressão da criança, sendo um
sentimento observado, um medo, uma angústia, um trauma para que possam ser superados.
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De acordo com Santos, Shirahige (2002) É importante assinalar que, tanto no Brasil
como em outros países, dados anteriores do histórico da Psicopedagogia revelam o que se
poderia chamar de ‘’tendência de trabalho preventivo’’ nessa área.
O aspecto que envolve essa tendência, ou seja, a prevenção busca esclarecer uma
análise de fatores, sendo externos e internos quando nos referimos ao processo aprendizagem
da criança ou do adulto.
Esse enfoque de diagnóstico, prescrição, tratamento, envolvendo prognóstico, traz
implícita uma concepção funcionalista de educação, que se entende a formação do homem
como sendo determinada pela sociedade já estruturada, à qual ele deve adaptar-se. (SANTOS
e SHIRAHIGE, 2002, p.15)
A partir desse questionamento da formação do homem, a forma como foi educado e
ensinado se remete, pertencendo a uma sociedade na qual convive e será moldado,
transformado ao meio que está inserido.
De fato, foi o enfoque orgânico o primeiro a orientar médicos, educadores e
terapeutas na definição dos problemas de aprendizagem. Nesta concepção, nascida
no início do século XX no bojo do grande desenvolvimento das ciências médicas e
biológicas, especialmente da psiquiatria, são estimulados os estudos neurológicos,
neurofisiológicos e neuropsiquiátricos, desenvolvidos em laboratórios junto aos
hospícios e que classificam rigidamente os pacientes como anormais. O conceito de
anormalidade, aos poucos, foi sendo deslocado dos centros psiquiátricos para as
escolas. A criança que não conseguia aprender era taxada como ‘’anormal’’, devido
à interpretação de que a causa de seu fracasso era atribuída a alguma anomalia
anatomofisiológica. (BOSSA, 2000, p.37)
Apesar de nossa escrita conter números, siglas, sinais ideográficos etc., ela é
fundamentalmente alfabética, tendo como base a letra. Isso precisa ficar bem claro, porque é
uma prática comum, nas classes de alfabetização, usar a sílaba como base, trazendo confusões
e dificuldades para a criança. (CAGLIARI, 2003, p.119)
Para formar palavras, o aprendizado da escrita se inicia por meio das famílias
silábicas, com junções silábicas, sendo um processo de várias repetições das sílabas. Em
seguida, formará a escrita de pequenas palavras por meio de várias tentativas da forma como
compreender. Na escrita das palavras e frases de M., ela procurou representar o que ela
imaginava que seria a escrita, por isso que o processo da escrita deve ocorrer por várias
etapas, formas de experimento, compreendendo que cada um tem seu tempo para que isso
ocorra.
Conforme M. for compreendendo, começará a entender a combinação de uma e outra
sílaba, tendo a escrita enfatizada nesse processo com ligação na decomposição das palavras,
considerando a sonorização dessas palavras.
De acordo com Seber (2009), No nosso dia a dia notamos que, espontaneamente, a
criança pode silabar em certos contextos, fazer rimas, distinguir facilmente palavras que se
diferenciam por um único som como ‘’vaca – faca’’, ‘’tia – dia’’ e assim por diante. Acontece
que existe um intervalo separando o domínio da oralidade e a tomada de consciência das
propriedades dos termos linguísticos utilizados com bastante desembaraço. Essa tomada de
consciência exige da criança avanços ligados ao desenvolvimento geral do seu raciocínio. Só
assim ela poderá se dar conta das diferenças entre as palavras produzidas ou entendidas em
situação comum de diálogo.
Através da linguagem, da maneira como M. se expressa, proporcionará a escrita da
maneira como ela lê. Ela mesma passará a refletir, trabalhando a sua articulação, pronúncia de
palavras, começando pela sonorização das sílabas, junções delas e assim por diante
entendendo o processo da alfabetização. A forma como ela avançar promoverá um melhor
desenvolvimento no seu pensamento, raciocínio, atenção e concentração. O fato de alguns
momentos ela escrever palavras faltando sílabas para completar pode estar relacionado à
desconsideração de alguns valores sonoros.
Segundo Kramer (2008) Ao longo de toda a sua história, a alfabetização tem se
consolidado entre nós como um problema social, um impasse, um obstáculo de difícil
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superação: o Brasil ainda é um dos dez países com índices de analfabetismo em todo o
mundo.
Esse índice por ser tão relevante, mostra como está sendo esse processo, ou seja, a
etapa básica da alfabetização e de que forma está sendo transmitida para a criança. É
considerado um problema, que precisa ser solucionado por meio de estratégias, metodologias
que reforcem essa necessidade.
Em determinada etapa do seu desenvolvimento, as crianças usam pequena quantidade
de letras para escrever quaisquer palavras e só aos poucos voltam à atenção para a contagem
das sílabas, ou seja, consideram a extensão das palavras. (SEBER, 2009, p.130)
Nesse conceito, o fato de M. realizar a escrita com omissão de algumas letras,
acredita-se que ela esteja no processo de construção da sua grafia, isso acontece tanto na letra
de forma, quanto na letra cursiva.
A maneira como ela compreende, escuta, sonoriza e soletra faz com que escreva do
jeito que internalizou, assimilou e imagina que seja a escrita daquela palavra. Desse modo:
A grande dificuldade que os alunos têm para passar da observação da fala para a
escrita reside no fato de esta não ser uma espécie de transcrição fonética (como, às
vezes, o sistema alfabético nos leva a crer). Igualmente complicado é o fato de
alguns alunos falarem dialetos, cujas palavras têm uma forma muito diferente da
forma das palavras da norma culta, usada como referência mais próxima da escrita
que respeita a ortografia. (CAGLIARI, 1998, 151)
O fato da criança adquirir uma cultura de berço na questão de como escuta os pais,
familiares, modo de conviver, chamar a atenção em algo ou acontecimento influencia na fala
da criança. Se no caso a criança escutar a mãe ou o pai falar uma palavra de pronúncia errada,
ela vai se habituar a realizar da mesma forma, expressando na escrita dessa palavra.
Segundo Simões (2006), É notório que a dificuldade de escrita correta das formas da
língua em seu registro padrão não é exclusividade das crianças, nem mesmo dos aprendizes
do ensino fundamental em particular. De vez em quando, somos surpreendidos por algum tipo
de dúvida gráfica sobre item léxico não pertencente ao nosso vocabulário usual. Em outras
palavras: basta que seja preciso escrever palavra de estrutura gráfica complexa pertencente ao
jargão de outro campo profissional, para que sejamos levados ao vocabulário ortográfico ou a
um dicionário em busca da grafia correta da palavra problemática. Logo, dificuldade
ortográfica não é exclusividade nem pressuposto da alfabetização.
M. apresenta dificuldades na escrita, o que verifica a maneira como ela se dedica em
escrever, parar, olhar, pensar, soletrar a sílaba para assim realizar a escrita da forma como
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compreendeu. Ela sonoriza em vários momentos, repete a junção que formou da sílaba e
escreve. O fato de ouvir o som correto das letras, o movimento, ou seja, a articulação da boca
para realização da pronúncia faz diferença na hora de passar para o papel o que ela
interpretou.
Essas dificuldades de aprendizagem relacionadas à escrita detectam que atividades
relacionadas à melhora da compreensão, da repetição, os sons da fala e a maneira como isso é
trabalhado fará diferença no avanço da escrita de M. Assim sua ortografia será melhor
interpretada e adequada para a fase escolar em que se encontra.
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baseado no que está aprendendo, lendo e interpretando. A leitura é o que faz acontecer e
compreender no desenvolvimento das habilidades do aprendizado.
Essas dificuldades estão inseridas onde muitas vezes o aluno não consegue decifrar o
que escreve, mas para obter essa compreensão terá o tempo adequado de maturação para
realizar essa leitura.
O fato da criança ter contato ao seu redor com pessoas que incentivem a leitura, sua
prática, o tempo certo para se dedicar aos estudos por meio da leitura dos conteúdos
desenvolverá a forma como ela lê. A leitura através de histórias infantis, gibis, revistas,
conteúdos atrativos que agradem a criança, trabalham e proporcionam a prática de bons
leitores.
A leitura oral, falada ou ouvida, processa-se foneticamente de maneira semelhante à
percepção auditiva da fala. A leitura visual, falada ou silenciosa, além de pôr em
funcionamento o mesmo mecanismo de percepção auditiva da fala para a decodificação do
texto, precisa pôr em ação os mecanismos de decifração da escrita. Não existe leitura sem
decifração da escrita. (CAGLIARI, 2003, p.158)
Segundo Sampaio (2017), Muitas crianças passam por dificuldades quando estão
aprendendo a ler, e um diagnóstico precipitado pode levar esta criança ao rótulo de portadora
de dislexia. É preciso muito cuidado, tanto por parte da escola quanto do profissional,
responsável pelo diagnóstico, a fim de se julgarem precipitadamente as dificuldades de
aprendizagem de uma criança.
Acredito que nesse contexto, avaliando a leitura de M., ela não apresenta dislexia,
pois isso seria diagnosticado no início do processo da alfabetização. Ela reconhece todas as
letras e acompanha a leitura mesmo com dificuldades. Talvez essa dificuldade que ela
apresenta seja pelo fato dela ser ainda pouco desenvolvida no processo de maturação.
Quando realiza um registro na sala ela não confunde as letras. O que é observado é que
durante a escrita ela troca letras entre o meio das palavras, sendo maiúscula como, por
exemplo: alHo, nesse caso houve uma troca da forma da letra. Quando é realizado um ditado,
ela demora pra registrar, ocorrendo a troca de algumas letras, juntura e mesmo assim ela
consegue realizar a leitura da frase ou trecho de um texto que escreveu.
Conclui-se dessa forma que M. está em um nível de escrita alfabético, obtendo
avanços gradativamente na fase escolar. Portanto, sua leitura apresentará fluência e ritmo
adequado quando ela internalizar de forma mais clara e concreta esse processo.
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5 DIAGNÓSTICO - CASO I
AVALIAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA NO CONTEXTO ESCOLAR
5.1 Dados de Identificação
Nome do Aluno: M. O. S.
Data de nascimento: 09/09/2010 Idade:8 anos e 1 mês
Pai: J. S. Mãe: F. O.
Responsáveis: M. O. e J. S.
Instituição: Escola Municipal P. N. C. S.
Ano Escolar: 3º ano Turno: manhã Repetência(s): 0
Professores: J. A. S. (Professora Regente)
L. D. (Professora de Artes)
E. M. S. (Professora de Educação Física)
Data de início da avaliação: 12/08/2018
Data de término da avaliação: 10/10/2018
chorava muito no começo das aulas até se acostumar e a professora pegava ela no colo para
acalmá-la. A mãe conta que sempre recebia bilhetes para acompanhar as dificuldades da filha
nos anos anteriores. Ela relata que sua filha tem pouco vínculo com o pai, sendo sempre
protegida pela mãe.
Quando iniciou a etapa da alfabetização começou a frequentar reforço, pois
apresentava dificuldades como a desatenção, a compreensão das atividades e a lentidão tanto
na escola quanto nas tarefas de casa.
A mãe relata que M. começa a fazer as tarefas de casa depois que almoça e que a mãe
auxilia na maioria das vezes. F. relatou que cobra muito de sua filha, a faz ler, escrever mais
em casa as atividades, pois ela é desatenta, escreve diferente do que compreendeu e se
concentra pouco.
Segundo a mãe essas dificuldades surgiram desde o primeiro ano. F. contou que se M.
tivesse alguém (uma professora) direcionando desde os anos anteriores, ela não teria tantas
dificuldades na escola.
M. auxilia nas tarefas de casa ajuda a organizar seus materiais, os calçados e os
brinquedos. Segundo a mãe ela não aceita não como resposta e apesar de suas dificuldades
apresentadas ela sente a falta da companhia de seu pai. M. não tem irmãos e é muito
dependente de sua mãe. Ela gosta de brincar com seus amigos, colegas da escola, sendo os
mais próximos e prefere brincadeiras como: corre corre, pega-pega e até certo ponto da
brincadeira ela reage bem, depois quer opinar. Quando não esta na escola, ela adora andar de
bicicleta, brincar com os animais de porte pequeno que tem em casa como: galinha, cachorro
e os pintinhos. M. faz amizade facilmente e prefere brincar acompanhada do que sozinha.
F. pensa e diz que o trabalho da professora é bom e o acompanhamento também, ainda
mais agora com esses atendimentos psicopedagógicos, relatou a mãe.
A mãe contou que M. estuda nessa escola desde quando completou quatro anos de
idade. No ano de 2017 realizou uma transferência para outra cidade, mas em menos de um
mês ela retornou a matrícula novamente para essa mesma escola. Ela dificilmente falta na
escola e apesar das suas dificuldades, ela se esforça para aprender.
têm dificuldades na compreensão, quando é repetido mais de uma vez de forma lenta, ela
compreende melhor. Na leitura do alfabeto, M. confundiu a pronúncia do V pelo U.
Na área psicomotora observou-se dificuldades na identificação dos membros do corpo
quando foi questionada. A lateralidade confundiu o lado esquerdo com o direito, até na
identificação de movimentos cruzados, relacionados à lateralização. Quanto à noção de
espaço temporal M. respondeu vagarosamente a seguinte pergunta: O que você fez depois de
entrar aqui na sala? Ela demorou um pouco para responder e em seguida entendeu melhor e
respondeu a questão. M. apresenta uma boa coordenação motora fina, abotoou, recortou, só
não conseguiu fazer um laço de acordo com o que a professora fez em sua frente. Quanto aos
tamanhos e formas realizou a identificação sem maiores dificuldades. Identificou as cores
primárias de forma parcial e as formas geométricas soube responder, sendo ilustradas em uma
folha sulfite.
Realizou organização de frases através de uma leitura, sendo de forma lenta e com um
pouco de dificuldade. Quando respondeu sobre as palavras iguais ou diferentes, M. respondeu
que as palavras ser e ter, janela e panela são iguais, talvez pelo fato de não ter escutado direito
ou confundido o fonema da letra, sendo repetida novamente. Confundiu o som do Q com C
quando foi ditada a palavra carroça. No realismo nominal demonstrou dificuldades para
diferenciar o que parecia com a palavra Bode, disse que era bola, pois tinha o mesmo som do
início, a mesma letra. Realizou a leitura das orações, demorou e conseguiu compreender o
que estava escrito. Na leitura das palavras sem imagens, confundiu a pronúncia de estrela por
estlela e telhado por teclado.
Quando elaborou uma história através de uma gravura recortada de um livro,
conseguiu formular frases da história, porém foi um pouco difícil a compreensão do que havia
escrito. Ela realiza trocas de letras, fonemas, letra minúscula e maiúscula. Leu com
dificuldades de interpretação, mas a escrita estava um pouco confusa. Na leitura de uma
história ela leu com pouca fluência, de forma silabada, pouca entonação e ampliação
vocabular. No ditado de figuras ela escreveu as palavras, algumas ela achou difícil de escrever
e conforme compreendeu ela registrou na atividade.
No teste sobre a discriminação auditiva, M. respondeu os pares das palavras que ouvia,
sendo aquelas com sons iguais e diferentes. Observou-se que realizando algumas trocas de
letras, ela preserva uma boa audição e as principais dificuldades foram encontradas nas
31
5.7 Encaminhamentos
6 DIAGNÓSTICO - CASO II
AVALIAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA NO CONTEXTO ESCOLAR
6.1 Dados de Identificação
Nome do Aluno (a): L. M. R.
Data de nascimento: 25/10/2008 Idade: 10 anos
Pai: O. R. W. Mãe: L. M.
Responsáveis: Avô: L. B. R. Avó: M. T. R.
Instituição: Escola Municipal P. N. C. S.
Ano/Série: 5 º ano Turno: Tarde Repetência(s): 0
Professores: C. S. (Professora Regente)
L. R. (Professor de Educação Física)
J. M. (Professora de Espanhol)
Data de início da avaliação: 17/08/2010
Data de término da avaliação: 18/10/2018
que ela já foi e voltou de Santa Catarina uma ou duas vezes e que sempre estudou nessa
escola.
A avó contou na entrevista que quando L. veio morar com os avós, ela não teve
dificuldades de adaptação na escola, pois foi tranquilo seu retorno. Segundo a avó desde
pequena ela necessitou fazer acompanhamento médico devido um problema de pele que ela
desenvolveu quando pequena. Em casa L. ajuda a avó nos serviços como: lavar a louça, lavar
suas meias, entre outros.
L. tem facilidade de socialização, gosta de brincar com os colegas e até mesmo com as
crianças de idade menor, principalmente na hora do recreio, onde passa por momentos de
diversão e brincadeiras. Ela não gosta de fazer uso de uniforme e quando necessita pede ajuda
de um adulto para se vestir. Em alguns momentos facilmente briga com seus colegas.
Segundo relatos de sua professora ela tem dificuldades de cumprir regras, na organização das
suas ideias, na concentração e em alguns momentos frustra-se na realização de algumas
atividades.
A avó de L. relatou que o relacionamento entre a mãe e o irmão que moram longe
sempre foi bom. Ela não soube informar quem na família apresentou dificuldades escolares,
mas que sempre cobra de sua neta para que estude e se interesse mais, pois presta atenção nos
outros e se distrai facilmente.
L. é extrovertida e prefere brincar acompanhada de seus amigos. Adora brincar de
boneca e de bicicleta. Ela frequenta reforço desde o ano anterior, informática, aula de viola,
ou seja, ela participa de alguns projetos que a escola oferece.
A avó fala que a escola é um local para aprender, evoluir e que a professora trabalha
para ensinar a criança. Ela contou que no final desse ano L. voltará a morar com sua mãe em
Santa Catarina.
Segundo seu histórico escolar ela iniciou seus estudos frequentando a creche e escola
em Santa Catarina. No ano de 2017 ela foi transferida para o outro estado no dia 17 de abril e
sua matrícula retornou para essa escola no dia 23 de agosto de 2017. L. mora com os avós e
sempre frequentou a mesma escola.
Analisando seu histórico escolar, foi realizado um relatório do ano de 2016 de
acompanhamento Pedagógico por uma professora da escola, na qual Rafaela frequentava o
segundo ano. Foi relatado que: ela demonstra inquietude, esta sempre querendo o contato com
outras crianças e fica ‘’emburrada’’ quando não é escolhida para falar ou fazer as atividades.
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Na Língua Portuguesa sua oralidade tem sequência lógica de ideias, pronuncia alguns
fonemas trocados, isso na fala e na escrita. P/B, C/G, D/T, às vezes o L/R. A leitura é
pausada, apresentou avanços no decorrer do ano, escrita expansiva e criativa com repetições
de ideias e frases. Trocas fonéticas da fala são marcantes nos grafemas. Escreve com junturas
e segmentações. O traçado da letra em caixa alta é irregular, em alguns momentos não
respeitando a linha. Na matemática compreensão parcial dos conteúdos e faz relação número
e quantidade. Dificuldades na interpretação de problemas, pois tem dificuldades na leitura.
realizamos a contagem, ela se perdeu, pois não se concentrou na explicação do início do jogo.
Logo depois, desenhou uma paisagem de morros, a casa de sua mãe e ela caminhando até a
árvore que tem uma casinha, sendo esse é seu sonho. Disse gostar muito de balanço e dos
concursos de desenhos da escola. Relatou que o que mais gosta de fazer na escola é escrever e
desenhar nas aulas de Artes e o que não gosta é de ficar sem recreio quando a professora lhe
da uma bronca.
Nas atividades de desenho projetivo preferiu escrever sobre a professora com quem
ela aprende e apesar de erros ortográficos, realizou trocas do t pelo d, disse que está
aprendendo muito com sua professora, se referindo as operações de matemática. Em um
segundo momento, desenhou uma casa, dizendo que quem mora nela é sua mãe, seu irmão e
que não gostaria que seu padrasto morasse lá. Se pudesse traria seu pai para aquela casa.
Contou que quando está com seu irmão, ocorrem algumas brigas entre eles. O que deixa L.
feliz é quando sua mãe entrega um presente, disse ter medo de mordidas de cachorro e algo
bom na escola é chegar e ler um livro. E o que a deixa triste é quando briga com suas amigas.
L. relatou gostar muito de pular corda e elástico e não gosta de estudar para prova e nem fazer
bullying com as pessoas.
Na área psicomotora apresentou uma dificuldade no equilíbrio de ficar em pé num pé
só de olhos fechados, não soube dizer no esquema corporal onde se localiza os ombros, mas a
direita e a esquerda realizou de maneira apropriada para a idade. Apresentou uma boa noção
temporal, quantidade de tamanho e de forma parcial. Identifica cores primárias parcialmente,
não soube representar a forma geométrica do cilindro. Percebeu uma confusão de igual para
diferente nos pares das palavras como exemplo: igual sua e lua, mola e bola, espada e escada.
Na pronúncia de algumas palavras conseguiu identificar o som, mas na palavra sorvete, e
dragão ela confundiu. Com relação ao tamanho das palavras foi um pouco confusa, pois entre
as palavras ambulância e guitarra, ela disse que a palavra guitarra era maior, pois é um
instrumento musical. Na memória auditiva, observou-se que na repetição de sentença, ela
trocou apenas duas palavras de duas frases.
Na área pedagógica observou-se que ela realizou atividades de leitura e interpretação
de texto, leu o rótulo de uma embalagem e trocou o g pelo p na leitura do alfabeto. Quando
leu um trecho de uma história, interpretou de forma rápida, com pouca expansão de ideias,
sem respeitar as pontuações e os parágrafos. Mediante a uma imagem ela elaborou uma
pequena história de duas a três linhas, ou seja, demonstrou pouco interesse em escrever mais
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Reforçar que ela é capaz do seu desempenho escolar e que precisa se dedicar um
pouco mais.
Trabalhar a adequação correta das relações grafemas e fonemas para construção dos
textos;
Estimular a pronúncia correta das palavras para que assim L. melhore sua escrita;
Realizar diariamente práticas de leitura, melhorando a fluência, entonação e expansão
vocabular;
Estimular a prática de jogos como: soletrando, charada, palavras cruzadas,
passatempos, caça-palavras, quebra-cabeça;
Realizar pesquisas em dicionários, vocabulários para escrita correta;
Trabalhar a leitura de poemas, poesias, histórias por meio de livros ilustrativos,
promovendo uma melhor oralidade;
Promover rodas de conversas, com histórias, músicas, desenvolvendo para ela uma
melhor articulação das suas ideias;
Praticar nas aulas de Educação Física, dentre outras exercícios de relaxamento,
melhorando a concentração e atenção;
Aplicar atividades que estimulem raciocínio lógico, memória, concentração e atenção;
Oportunizar mais espaços na escola e em casa para o desenvolvimento da sua
criatividade, proporcionando a elaboração de projetos e atividades.
6.7 Encaminhamentos
Encaminha-se para avaliação psicológica, com foco nas questões emocionais, no
trabalho da ansiedade para que assim adquira o conhecimento e seja mais bem
aproveitada no seu aprendizado;
Orientação Familiar;
Continuidade da participação do Projeto ‘’Viola Caipira’’, dentre outros projetos que
possa participar, envolvidos na música, na arte e outros para canalizar essa energia.
Participar de concursos de desenho, entre outros que trabalhem essa criatividade que é
destaque, promovendo um melhor desenvolvimento das suas habilidades.
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7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
ANEXOS
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ANEXOS
CASO I
ANEXOS
CASO II