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TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO - TCC

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO


EM PSICOPEDAGOGIA

VANESSA REGINA PERIN

CASCAVEL – PARANÁ
2018
VANESSA REGINA PERIN

PRÁTICA DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO


EM PSICOPEDAGOGIA

Este trabalho descreve a Prática de Estágio


Supervisionado do Curso de Pós
Graduação em Psicopedagogia, requisito
para concluir a formação em
Psicopedagoga, sob a orientação da
professora Ms.: Selete Maria Schäfer
Schmidt e Ms.: Veralice Aparecida
Moreira dos Santos, na Faculdade Assis
Gurgacz – FAG Campus Cascavel.

CASCAVEL - PARANÁ
2018
TERMO DE AVALIAÇÃO DO RELATÓRIO DE ESTÁGIO
FACULDADE ASSIS GURGACZ CAMPUS CASCAVEL

1 – PARECER DE AVALIAÇÃO DO ACADÊMICO (A) APÓS A REALIZAÇÃO DA


PRÁTICA DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM PSICOPEDAGOGIA, COM ALUNOS DA
EDUCAÇÃO INFANTL, ENSINO FUNDAMENTAL, MÉDIO OU SUPERIOR, OU NA
EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS.

CURSO: PSICOPEDAGOGIA TURMA: 2017


ACADÊMICO (A) VANESSA REGINA PERIN
ORIENTADORA MS.: SELETE MARIA SCHÄFER SCHMIDT E MS.: VERALICE
APARECIDA MOREIRA DOS SANTOS

PARECER
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NOTA/CONCEITO________________________________________________

DATA, ________de ___________________de 2018.


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Professora Orientadora
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 5
2 IDENTIFICAÇÃO DO ESTAGIÁRIO (A) ............................................................................. 7
3 CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO DE REALIZAÇÃO DO ESTÁGIO ................ 8
3.1 Identificação do Estabelecimento ........................................................................................... 8
3.2 O PPP da instituição e sua relação com a Psicopedagogia ................................................ 10
4 A PSICOPEDAGOGIA E SUA RELAÇÃO COM A APRENDIZAGEM ......................... 13
4.1 Caminhos da Psicopedagogia:Percurso histórico e Aspectos da formação profissional..16
4.2. Caracterizando Dificuldades de Aprendizagem na Escrita e na Leitura ........................ 21
4.2.1 Dificuldades de Aprendizagem da Linguagem: Escrita ....................................................... 21
4.2.2. Dificuldades de Aprendizagem da Linguagem: Leitura ...................................................... 25
5 DIAGNÓSTICO - CASO I AVALIAÇÃO PSICOPEDAGOGICA NO CONTEXTO
ESCOLAR................................................................................................................................... 27
5.1. Dados de Identificação ........................................................................................................... 27
5.2. Motivo do encaminhamento ................................................................................................... 27
5.3. História e contexto evolutivo.................................................................................................. 27
5.4. Síntese das áreas avaliadas ..................................................................................................... 28
5.5. Conclusão diagnóstica ............................................................................................................ 31
5.6. Medidas de Intervenção .......................................................................................................... 32
5.7. Encaminhamentos ................................................................................................................... 33
6 DIAGNÓSTICO - CASO II - AVALIAÇÃO PSICOPEDAGOGICA NO CONTEXTO
ESCOLAR.................................................................................................................................... 34
6.1. Dados de Identificação ........................................................................................................... 34
6.2. Motivo do encaminhamento ................................................................................................... 34
6.3. História e contexto evolutivo.................................................................................................. 34
6.4. Síntese das áreas avaliadas ..................................................................................................... 36
6.5. Conclusão diagnóstica ............................................................................................................ 38
6.6. Medidas de Intervenção..........................................................................................................38
6.7. Encaminhamentos ................................................................................................................... 39
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................... 40
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................... 41
ANEXOS ...................................................................................................................................... 42
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1 INTRODUÇÃO

O Estágio Supervisionado é uma atividade obrigatória curricular para conclusão do


Curso de Pós-Graduação em Psicopedagogia, conforme Decreto nº 87.497 de 18 de agosto de
1982 que determina a prática de Estágio Supervisionado como parte integrante da grade
curricular dos cursos de Pós-graduação em Psicopedagogia, a fim de articular os
conhecimentos teóricos aprendidos durante o curso com a prática psicopedagógica.
O Estágio Supervisionado em Psicopedagogia tem como objetivo promover o
aprendizado para compreender as dificuldades de aprendizagens apresentadas pelas crianças
na idade escolar, das quais devem ser trabalhadas, promovendo o desenvolvimento das
habilidades, investigando, prevenindo, bem como uma intervenção psicopedagógica no
processo de ensino aprendizagem observadas por elas.
Para realização desse estágio serão atendidas duas crianças, sendo uma menor que oito
anos e outra acima desta idade, cumprindo carga horária de 24 horas, sendo 12 horas para
cada avaliado. De acordo com as dificuldades apresentadas por essas crianças serão
trabalhadas atividades específicas, identificando o porquê daquelas crianças não
acompanharem o ritmo da idade escolar apresentada.
Para cada criança avaliada serão aplicados instrumentos específicos psicodedagógicos
como: entrevista com os pais/responsáveis, observação da criança em sala de aula e no
recreio, aplicação das atividades, começando a partir da segunda sessão, sendo, a Entrevista
Operativa Centrada na Aprendizagem, atividades projetivas, avaliação psicomotora,
atividades acadêmicas de Língua Portuguesa e Matemática, verificando as habilidades e
dificuldades apresentadas pela criança.
Através desse estágio o estudante de Psicopedagogia verificará como aquela criança
aprende, de que forma ela assimila o conhecimento apresentado, e como compreende esse
aprendizado para realização de suas atividades. Para elas ocorrerá uma contribuição com esses
atendimentos, realizando também uma prática de jogos que são instrumentos
psicopedagógicos, pedagógicos e educativos e que proporcionam uma forma lúdica e
prazerosa de se trabalhar. Esses jogos como também as brincadeiras podem promover um
desenvolvimento na criança, sendo intelectual e social.
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Cada criança avaliada tem seu tempo específico de aprendizagem, ou seja, o


desenvolvimento que proporciona a melhora desse aprendizado poderá acontecer por meio de
jogos e brincadeiras. Algumas crianças aprendem de forma rápida outras não.
Dessa forma, observa-se a grande repercussão sobre as dificuldades de aprendizagens
detectadas nessas crianças, entender as possíveis causas para assim definir um diagnóstico,
sendo a melhor maneira observar e compreender, levando em consideração que alguns fatores
podem interferir no aprendizado da criança.
As dificuldades apresentadas na leitura e na escrita são detectadas nas atividades
trabalhadas e muitas acontecem desde a fase que iniciou o processo de escolarização, ou seja,
de como essa alfabetização foi ensinada. Nesse contexto escolar deve ser desenvolvida de
forma gradativa e o professor deverá ensinar seus alunos a fazer uso de uma estrutura de
língua mais adequada para idade escolar em que se encontra.
Portanto, a prática do estágio além de ser uma atividade obrigatória, proporciona a
especialização do profissional psicopedagogo, atuando na área clínica e institucional,
atendendo na prevenção e intervenção para o avaliado dos quais conseguem construir,
organizar e adquirir uma melhora dessas dificuldades de aprendizagem. Além do mais o
conhecimento adquirido ao longo dessa especialização complementará para os conhecimentos
profissionais prontos para atuar no seu campo de trabalho.
Com base nas pesquisas realizadas para este trabalho de conclusão de curso, grandes
teóricos para maiores esclarecimentos da Psicopedagogia, bem como as suas histórias, suas
práticas psicopedagógicas e a sua importância estarão presentes no decorrer da leitura deste
trabalho.
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2 IDENTIFICAÇÃO DO ESTAGIÁRIO (A)

2.1 Nome: Vanessa Regina Perin


2.2 Professora Orientadora: Selete Maria Schäfer Schmidt e Veralice Aparecida Moreira
dos Santos
2.3 Instituição de realização do estágio:
Escola Municipal Professora Michalina Kiçula Sochodolak
Endereço: Rua José de Sá Cavalcanti, número: 622, Jardim Claudete. Cascavel - PR
2.4 Modalidade de Ensino:
Educação Infantil/ Ensino Fundamental/ Anos Iniciais e Educação em Tempo Integral
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3 CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO DE REALIZAÇÃO DO ESTÁGIO


3.1 IDENTIFICAÇÃO DO ESTABELECIMENTO

A Escola Municipal Professora Michalina Kiçula Sochodolak, atende em torno de 535


alunos no período da manhã e da tarde. Ela oferece período integral para as crianças da
Educação Infantil, sendo, essa a primeira etapa da educação básica. As turmas de pré-escola,
crianças de quatro e cinco anos em tempo parcial e integral. A escola apresenta uma boa
estrutura física para atender as crianças e todas as turmas, inclusive conta com laboratórios de
Ciências, Arte e Língua Portuguesa.
A escola objetiva a formação plena do indivíduo e a qualidade do ensino, abarcando
este estabelecimento o Ensino Fundamental, com caráter obrigatório, gratuito e duração de
nove anos. Essa organização ocorre em cinco anos iniciais, dos seis aos dez anos de idade,
sendo o primeiro, segundo e terceiro ano em ciclo sequencial de três anos, em turno matutino,
vespertino, em tempo integral para a Educação Infantil, pré e primeiro ano e Atendimento a
Educação Especial na sala de recursos.
O corpo docente dessa escola conta com uma diretora, duas coordenadoras, duas
monitoras de biblioteca, um instrutor de informática, dois secretários, quarenta e quatro
professores, um monitor de saúde, quatro agentes de apoio, cinco zeladores, quatro
cozinheiras e oito estagiários.
A escola também oferece para os alunos do quarto ano os projetos como: Conhecendo
Cascavel, sendo os pontos turísticos, a história do município, visita à sede da prefeitura, para
compreender o que em nível de quarto ano os alunos deverão saber sobre o município. Os
alunos do quinto ano participam da aula de Campo a Foz do Iguaçu, Programa Brigada
Escolar, Programa Educacional de Resistencia as drogas – PROERD e a Educação no transito.
Durante o ano letivo, a Diretora, as coordenadoras, professores e funcionários dessa
instituição participam de cursos, palestras, atividades pedagógicas diferenciadas para
promover um bom aprendizado aos alunos, como também aprimorando os conhecimentos na
área da Educação.
As preocupações com a democratização da educação estão pautadas no Currículo
adotado pela Rede Pública Municipal de Ensino de Cascavel, são adotadas por todas as
escolas públicas desse município, das quais se baseiam no Materialismo histórico-dialético
que expressam a concepção de homem e da sociedade que almejamos, onde o processo
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educativo é intencional e implica em reconhecer a objetividade e universalidade do


conhecimento.
Durante o ano letivo o Projeto Politico Pedagógico dessa instituição passa por
mudanças, das quais estão sempre em construção, atendendo a todos que se envolvem e que
fazem parte da formação e do desenvolvimento do indivíduo.
De acordo com os estudos de casos apresentados nesse trabalho, podemos
complementar os conteúdos trabalhados para alunos de terceiro e quinto ano, fundamentados
no Currículo Municipal de Educação de Cascavel.
Para o terceiros e quintos anos são trabalhados conteúdos nas disciplinas de Língua
Portuguesa, Matemática, Ciências, Geografia, História, Arte e Educação Física. Na disciplina
de Língua Portuguesa são trabalhados conteúdos que acompanham os seguintes eixos:
Oralidade, Leitura, Escrita – Produção Textual e Análise Linguística e Reestruturação textual.
Na Matemática os conteúdos dentro dos seguintes eixos: Números, Medidas, Geometria e
Linguagem da Informação.
Para a disciplina de Ciências são trabalhados conteúdos dos eixos de Noções sobre o
Universo, Matéria e Energia: Interação e Transformação (Relações de Interdependência) e
Meio Ambiente – Saúde e Trabalho. Na Geografia os conteúdos baseiam-se nos eixos:
Orientação Geográfica e Localização dos fenômenos no espaço, Observação, Identificação,
descrição e representação gráfica e cartográfica das paisagens, O trabalho humano e os modos
de produção na organização das paisagens e dos arranjos espaciais e a Relação Homem x
Meio e os saberes sobre os lugares: o fundamento da construção identitária das classes e
grupos sociais.
Na disciplina de História trabalham-se conteúdos fundamentados nos eixos Sociedade,
Trabalho e Cultura. Para a disciplina de Educação Física os conteúdos baseiam-se nos eixos
de Dança, Jogos e Brincadeiras e Ginástica. E na disciplina de Arte os conteúdos aplicados
fazem parte dos seguintes eixos: Elementos Formais, Composição, Técnicas, Gênero e
Movimentos ou Períodos, dentro de Artes Visuais, Música, Artes Cênicas e Dança.
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3.2 O PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO DA INSTITUIÇÃO E SUA RELAÇÃO


COM A PSICOPEDAGOGIA

O Projeto Político Pedagógico da Escola Municipal Professora Michalina Kiçula


Sochodolak busca explicitar as ações pedagógicas desenvolvidas pelo corpo docente,
funcionários, equipe pedagógica, administrativa, alunos e pais para que todos os envolvidos
no processo de ensino aprendizagem como também os integrantes da Comunidade Escolar e
responsáveis pelo êxito da formação plena dos alunos, possibilitando o acesso ao
conhecimento científico e a cultura erudita.
Assim, o trabalho dessa escola está embasado na concepção do Materialismo Histórico
Dialético, Psicologia Histórico - Cultural e na Pedagogia Histórico - Crítica, teorias estas, que
fundamentam o Currículo para a Rede Pública Municipal de Ensino de Cascavel, onde a
práxis pedagógica dos docentes devem considerar os seguintes objetivos: reconhecer a
periodização do desenvolvimento infantil, suas particularidades e especificidades, garantir o
processo de interação social por meio da mediação dos instrumentos e signos, processo esse
fundamental para o desenvolvimento das funções psicológicas superiores, estimular e
valorizar todos os gestos da criança, de modo a favorecer o desenvolvimento das funções
psicológicas superiores, transmitir o legado cultural humano por meio dos conteúdos
sistematizados, organizados e mediados, empregar a linguagem como um sistema simbólico
determinante para a formação e a organização do pensamento.
A Escola Municipal Professora Michalina Kiçula Sochodolak – Educação Infantil e
Ensino Fundamental/Anos Iniciais tem a finalidade de efetivar o processo de apropriação do
conhecimento científico, pautado no Currículo para a Rede Pública Municipal de Ensino de
Cascavel, bem como respeitando os dispositivos constitucionais Federais e Estaduais, a Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBEN nº 9394/96, o Estatuto da Criança e do
Adolescente – ECA, Lei nº 5.694/2010.
Com relação a Psicopedagogia, os objetivos no processo ensino aprendizagem, as
metas que são asseguradas através do Projeto Político Pedagógico são previstas a curto,
médio e longo prazo, sendo por meio de ações efetivas, planejadas pela comunidade escolar
ou de acordo com programações de eventos, plano de ação da direção e coordenação
pedagógica. Nem sempre se consegue atingir uma boa meta, pois os fatores que a escola
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apresenta, embora que pertinente ao processo de escolarização do aluno são elementos que
exigem demandas externas da escola, considerando os objetivos para que sejam atingidos.
Para verificar as dificuldades apresentadas pelos alunos, a escola oferece como
também em toda rede de ensino do município os psicopedagogos existentes para avaliação de
contexto na Secretaria Municipal de Educação. E nas escolas os psicopedagogos, são aqueles
que se especializam na área e atuam em salas de recursos multifuncionais, não atendendo a
escola como um todo.
As queixas mais frequentes observadas pelos alunos quanto as dificuldades de
aprendizagem destacam-se o baixo rendimento escolar, problemas de aprendizagem com
laudos de especialistas e pareceres de psicopedagogas, defasagens, falta de compromisso dos
pais, mães e ou responsável legal para manter pontualidade e assiduidade ao reforço escolar e
alunos faltosos.
No processo de escolarização do aluno, a avaliação escolar não deve estar a serviço
dessa sociedade que exclui, e sim a serviço da luta para a superação desta realidade. Nesse
sentido, para que o professor e a equipe escolar envolvida com o aluno utilize os diferentes
instrumentos de avaliação e constituem-se em instrumento de diagnóstico da situação, com o
objetivo de redefinir novos encaminhamentos para a promoção da aprendizagem.
Na escola os diferentes instrumentos de avaliação educacional manifestam como um
mecanismo de diagnóstico da situação, tendo em vista o avanço e o desenvolvimento. Neste
sentido, podemos entender a avaliação como uma ação para o professor, desafiando o aluno a
refletir sobre as experiências vividas, a formular e reformular hipóteses, direcionando para um
saber e um conhecimento enriquecido.
O importante é estabelecer um diagnóstico adequado para cada aluno e identificar as
possíveis causas de seus fracassos ou dificuldades, visando uma maior qualificação e não
somente uma quantificação da aprendizagem. A avaliação contribui para o desenvolvimento
das capacidades dos alunos, é uma ferramenta pedagógica e um elemento que melhora a
aprendizagem do aluno e a qualidade do ensino.
A escola depois de verificar todas as possibilidades de aprendizagem para o aluno que
apresenta problemas no processo de escolarização encaminha junto a Secretaria Municipal de
Educação um relatório de todos os profissionais envolvidos com o aluno para que evidenciem
os problemas, acompanhem a anamnese do aluno e as atividades que expressem as situações
para análise do caso.
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Em algumas situações acontece de uma equipe específica da Secretaria Municipal de


Educação, juntamente com uma equipe da Educação especial organizam-se momentos na
escola para trabalhar e avaliar esse aluno, com psicólogas e psicopedagogas. Muitas vezes são
realizados diferentes testes, também é solicitado dos pais um laudo atualizado de outros
problemas biológicos do aluno em avaliação, como, acuidade visual, o exame auditivo, área
fonoaudiológica, entre outros.
Nessa escola os professores recebem orientações individuais durante a realização dos
prés conselhos, coletivas, participação de formação continuada, encaminhamentos no
conselho de classe, sendo orientados por meio de textos e bases teóricas organizadas para
preparar atividades diferenciadas. Os alunos que apresentam dificuldades de aprendizagem o
atendimento para diagnóstico é individual em sala e ou fora, mas o acompanhamento é no
coletivo dentro da sala de aula. São entregues outros encaminhamentos metodológicos de
contribuição e melhora para o professor, orientando-se individualmente e realizando registro
em ata para as orientações pertinentes aos alunos com dificuldades no seu processo de
escolarização.
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4 A PSICOPEDAGOGIA E SUA RELAÇÃO COM A APRENDIZAGEM

A Psicopedagogia é conceituada como a ciência aplicada que consiste em trabalhar a


psicologia e a pedagogia, ou seja, a psicologia da educação. O profissional psicopedagogo
trabalha sobre os processos de aprendizagem com as crianças, os adolescentes e os adultos,
pois a sua relação com a aprendizagem esta fortemente conectada uma com a outra.
Segundo Bossa (2000), A Psicopedagogia nasceu de uma necessidade: contribuir na
busca de soluções para a difícil questão do problema de aprendizagem. É complexa a rede de
fatores que interferem no processo de aprendizagem. A Psicopedagogia vem caminhando no
sentido de contribuir para a melhor compreensão desse processo.
Assim como o professor em sala de aula o profissional Psicopedagogo também
transmite o conhecimento para a criança, trabalhando de forma mais específica e profunda
com as dificuldades de aprendizagem apresentada pela criança. Essa forma de trabalho
complementará a aprendizagem que a criança teve até aquele momento, como ela aprendeu e
porque ela não consegue compreender um determinado conteúdo.
Dentro de um ambiente escolar o professor deve estar atento às dificuldades de
aprendizagem apresentadas pelos alunos e conforme for trabalhando e conversando com os
pais ou responsáveis pela criança, deve orientar para que procure um profissional
psicopedagogo, pois esse trabalhará de forma relacionada à dificuldade que aquela criança
apresenta.
Quando a criança é atendida pelo psicopedagogo, ela iniciará com a entrevista dos
pais, conhecendo toda a história do contexto evolutivo de vida da criança, como ela iniciou a
sua fase escolar e se apresentou problemas com sua aprendizagem desde o início. Depois
avaliará por meio de testes específicos a área emocional, psicomotora e a área pedagógica.
Após esses procedimentos serão estabelecidos encaminhamentos e intervenções como:
orientações para a família, para o professor, para a escola e se houver necessidade, outros para
maiores esclarecimentos.
De acordo com Sampaio (2017), Os problemas de aprendizagem se manifestam de
diferentes formas dentro da escola, e sintomas divergentes se apresentam para revelar que
algo não vai bem. Cada criança é única na sua forma de ser, de aprender, bem como de não
aprender. Perguntamo-nos, enquanto docentes, por que alguns conseguem aprender e outros
não, se a forma de ensinar é a mesma.
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Cada criança tem uma personalidade, uma ligação com a família, uma a cultura
envolvida, ou seja, um jeito de ser e de se manifestar. Os que apresentam dificuldades, que
demoram para entender um conteúdo exposto pelo professor, levando em consideração a
internalização e a assimilação, terão um momento em sua vida escolar que ocorrerá o
‘’insight’’, aquele estalo que a criança compreende o que ela não havia entendido.
O psicopedagogo irá mediar, articular e conduzir o processo ensino aprendizagem da
criança. Esse profissional deverá estar atento a conhecimentos sobre essa área e proporcionar
a melhora do aprendizado da criança no processo de ensino para que ela se adapte da melhor
maneira no ambiente escolar que frequenta. É nesse conceito que compreende-se a ligação da
psicopedagogia com a aprendizagem, sendo contribuinte para melhora do sucesso escolar da
criança.
Foi através das dificuldades na aprendizagem e comportamentos no ambiente escolar
que surgiu na Europa, no séc. XIX, o interesse pela investigação, juntamente com médicos e
pedagogos, para investigar motivos pelos quais bloqueavam a criança no seu desenvolvimento
intelectual. A Psicopedagogia é a junção entre a Pedagogia e a Psicologia. Portanto, essas
duas áreas não são o suficiente para que se entenda o processo de aprendizagem e suas
variáveis. Assim, recorre-se a outras áreas com a Sociologia, a Filosofia, a Psicanálise, a
Neurológica e a Linguística, que contribuem para um diagnóstico mais preciso. (MOTA,
FREIRE e POLETTO)
As crianças que apresentam dificuldades de aprendizagem, dependendo do seu
diagnóstico muitas vezes são encaminhadas orientações aos pais ou responsáveis para que
realizem consulta com profissionais de outras áreas. Isso acontece quando aquela dificuldade
de aprendizagem persiste e a criança não apresenta evolução. O sucesso do aprendizado de
uma criança na escola depende de vários fatores que podem ocorrer com a interferência e a
falta de incentivo das pessoas com quem elas convivem, da forma como são encorajadas a
aprender e se receberam ou não aquele afeto que muitas vezes fazem falta.
A Psicopedagogia tem um papel de extrema importância dentro do ambiente escolar.
É um trabalho preventivo aos problemas de aprendizagem que são investigados nas crianças,
o que interage com o que lhes és apresentado, contudo os processos de ensino, a metodologia
e as atividades estabelecidas para as diversas dificuldades que possam parecer. Essa forma de
trabalho para essas dificuldades muitas vezes revelará a expressão da criança, sendo um
sentimento observado, um medo, uma angústia, um trauma para que possam ser superados.
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As habilidades e as dificuldades podem ser observadas nas formas de aprendizagem,


compreendendo que elas desenvolvem não somente em crianças, mas também nos adultos. A
Psicopedagogia vem para auxiliar e minimizar essas dificuldades que cercam a vida da
criança ou adulto no processo ensino aprendizagem.
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4.1 CAMINHOS DA PSICOPEDAGOGIA: PERCURSO HISTÓRICO E ASPECTOS


DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL

Segundo Jorge Visca (1991) ‘’Anteriormente, psicopedagogia significava o


conhecimento e o estudo do sujeito individual, enquanto educação significava o conhecimento
da comunidade, da sociedade. Eu acredito que naquele momento, por motivos manifestos e
latentes, fez-se uma divisão porque conhecer verdadeiramente como o sujeito aprende é um
conceito revolucionário, no sentido de aceitar o sujeito como ele é, fazer com que este sujeito
aprenda de verdade, não fazendo de conta. Isso significaria uma modificação no sistema e na
educação muito grande’’.
A Psicopedagogia atende as dificuldades de aprendizagem que o ser humano apresenta
como fundamento no que ela possa contribuir, amenizando essas dificuldades. A partir do
momento que a criança passa a compreender esse aprendizado, tornou-se sentido, deu
oportunidades e possibilidades para que ela aprenda de verdade.
A Psicopedagogia não nasceu aqui e tampouco na Argentina. Investigando a literatura
sobre o tema, podemos verificar que a preocupação com os problemas de aprendizagem teve
origem na Europa, ainda no século XIX. (BOSSA, 2000, p. 36)
Neste século consolida-se o capitalismo industrial. A maior parte dos regimes políticos
monárquicos é extinta e a burguesia, além do poder econômico, passa a deter o poder politico.
Com avanço o capitalismo industrial, os ideais burgueses de igualdade e fraternidade do
século XVIII e início do século XIX vão sendo colocados de lado, pois com o
aprofundamento das contradições inerentes a este sistema de produção, fica cada vez mais a
longínqua a possibilidade de uma sociedade fraterna e igualitária para todos. A partir daí
surge à necessidade de justificar as desigualdades inerentes à sociedade de classes: será por
meio dos avanços científicos e de formulações teóricas que se buscará a explicação para as
desigualdades da sociedade emergente. (BOSSA, 2000, p.36)
Nesse sentido, a Psicopedagogia começa a desempenhar a sua função, pois a partir
disso começou a dar os primeiros passos sobre sua real importância e o porquê de um
profissional desempenhar seu trabalho com o ser humano. E esse trabalho do profissional
complementa-se ao histórico que surgiu na Argentina o que colaborou para a prática dessa
função.
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De acordo com Santos, Shirahige (2002) É importante assinalar que, tanto no Brasil
como em outros países, dados anteriores do histórico da Psicopedagogia revelam o que se
poderia chamar de ‘’tendência de trabalho preventivo’’ nessa área.
O aspecto que envolve essa tendência, ou seja, a prevenção busca esclarecer uma
análise de fatores, sendo externos e internos quando nos referimos ao processo aprendizagem
da criança ou do adulto.
Esse enfoque de diagnóstico, prescrição, tratamento, envolvendo prognóstico, traz
implícita uma concepção funcionalista de educação, que se entende a formação do homem
como sendo determinada pela sociedade já estruturada, à qual ele deve adaptar-se. (SANTOS
e SHIRAHIGE, 2002, p.15)
A partir desse questionamento da formação do homem, a forma como foi educado e
ensinado se remete, pertencendo a uma sociedade na qual convive e será moldado,
transformado ao meio que está inserido.
De fato, foi o enfoque orgânico o primeiro a orientar médicos, educadores e
terapeutas na definição dos problemas de aprendizagem. Nesta concepção, nascida
no início do século XX no bojo do grande desenvolvimento das ciências médicas e
biológicas, especialmente da psiquiatria, são estimulados os estudos neurológicos,
neurofisiológicos e neuropsiquiátricos, desenvolvidos em laboratórios junto aos
hospícios e que classificam rigidamente os pacientes como anormais. O conceito de
anormalidade, aos poucos, foi sendo deslocado dos centros psiquiátricos para as
escolas. A criança que não conseguia aprender era taxada como ‘’anormal’’, devido
à interpretação de que a causa de seu fracasso era atribuída a alguma anomalia
anatomofisiológica. (BOSSA, 2000, p.37)

O fato da criança não conseguir aprender, apresentar as dificuldades de aprendizagem,


sendo um fracasso para a escola era tido como um problema sem solução e a partir do
aparecimento desse profissional, o Psicopedagogo passou a ter um pouco mais de valorização,
correlacionando das ciências médicas e biológicas atribuídas a essa função. Em outro contexto
as crianças com dificuldades de aprendizagem não eram olhadas de forma psicopedagógica,
ou seja, que entrasse no conceito pedagógico e psicológico.

Na prática do psicopedagogo, ainda hoje é comum receber no consultório crianças


que já foram examinadas por um médico, por indicação da escola ou mesmo por
iniciativa da família, devido aos problemas que está apresentando na escola. É
importante termos em mente que é dentro dessa concepção de problemas de
aprendizagem na escola que, ainda no final da década de 70, surgiram os primeiros
cursos de especialização em Psicopedagogia no Brasil, idealizados para
complementar a formação dos psicólogos e de educadores que buscavam soluções
para esses problemas. Esses cursos foram estruturados e, dentro desse contexto
histórico, amparados num conhecimento cientifico, fruto de uma dinâmica
sociocultural que não a nossa. (BOSSA, 2000)
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É importante compreender que a partir das dificuldades observadas na fase escolar,


proporcionaram o aparecimento desse profissional. O trabalho psicopedagógico e sua
formação contribuem para isso, sendo que para essa formação, tem a base fundamental do que
faz um psicopedagogo para que futuramente atue nessa profissão. Esse profissional que atua
na área visa contribuir a formação desse indivíduo, trabalhando as possíveis dificuldades
encontradas, amenizando-as de forma que ele busque assimilar o aprendizado que para ele foi
visto sem entendimento, ou seja, sem o discernimento do que foi ensinado.
O profissional Psicopedagogo trabalhará em um espaço apropriado para que assim
realize os atendimentos, suas atividades, com foco nas dificuldades de aprendizagem do
indivíduo em que for encaminhado para atendimento como fonte de estudo para solucionar as
possíveis dificuldades. O seu trabalho contribuíra para prevenção, tratamento de transtornos
de aprendizagem que podem ser descobertos dentro de uma abordagem psicopedagógica.
Segundo Bossa (2000) Ao delimitar o campo de atuação do trabalho psicopedagógico,
deve-se, no entanto, diferenciar essas modalidades de atuação, especificando as suas tarefas.
Dessa forma, o trabalho psicopedagógico na área preventiva é de orientação no processo
ensino-aprendizagem, visando favorecer apropriação do conhecimento no ser humano, ao
longo da sua evolução. Esse trabalho pode se dar na forma individual ou na grupal, na área da
saúde mental e da educação.
As possíveis prevenções trabalhadas pelo psicopedagogo, dependendo do caso em
estudo, exigirá mais fundamento do que será analisado. Cada indivíduo possui suas
características, sua cultura e educação, pois o Psicopedagogo aplicará de acordo com a
evolução dos seus atendimentos, as orientações cabíveis, promovendo uma intervenção
psicopedagógica.
Historicamente, a Psicopedagogia nasceu para atender a patologia da aprendizagem,
mas ela se tem voltado cada vez mais para uma ação preventiva, acreditando que muitas
dificuldades de aprendizagem se devem à inadequada Pedagogia institucional e familiar. A
proposta da Psicopedagogia, numa ação preventiva, é adotar uma postura crítica frente ao
fracasso escolar, numa concepção mais totalizante, visando propor novas alternativas de ação
voltadas para a melhoria da prática pedagógica nas escolas. (BOSSA, 2000, p.31)
Essa aprendizagem na qual a Psicopedagogia desempenhará o seu papel de forma mais
específica, ajudará o indivíduo a buscar, aprimorar e a internalizar o desenvolvimento da área
em estudo. Trabalhar a concentração, domínio, atenção, habilidades das quais apresenta,
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cognição, compreensão e orientação, proporcionará uma evolução no seu processo de


aprendizagem que está inserido da forma como ele compreendeu.
O profissional Psicopedagogo embasado de conteúdo teórico promoverá uma
investigação daquela criança ou adulto, onde avaliará a prática desse processo de
aprendizagem o que propositalmente atuará de forma benéfica, provocando no indivíduo
questionamentos dos quais responderão a essa dificuldade. Por isso que:
O trabalho psicopedagógico pode, certamente, ter um caráter assistencial. Isso
acontece quando, por exemplo, o psicopedagogo participa de equipes responsáveis
pela elaboração, direção e evolução de planos, programas e projetos no setor de
educação e saúde, integrando diferentes campos de conhecimento. A
psicopedagogia ocupa-se, assim, de todo o contexto da aprendizagem, seja na área
clínica, preventiva, assistencial, envolvendo elaboração teórica no sentido de
relacionar os fatores envolvidos nesse ponto de convergência em que se opera.
(BOSSA, 2000, p.30)

O Psicopedagogo poderá realizar seus atendimentos em clínicas, na escola, dentro de


outras instituições que trabalhem com o ser humano, onde sua dificuldade maior está na
aprendizagem.
Dessa forma o sujeito, aplicará e desempenhará suas funções, sendo que muitas vezes
foi limitada a forma de expressar o que ele aprendeu.
De acordo com Rubinstein (2017) Atualmente, a comunidade científica e o público de
modo geral estão familiarizados com termos Psicopedagogia e Psicopedagogo. A identidade
do psicopedagogo é dinâmica no sentido de que ela se constrói a partir do conjunto de
necessidades, crenças, compreensões teóricas e práticas. Esse conjunto complexo produz
diferentes discursos que representam diferentes abordagens psicopedagógicas. Este é um fato
incontestável e saudável.
A partir do momento que um profissional de Psicopedagogia desenvolve o seu
trabalho, muitas vezes ele passa a ter um olhar diferenciado a quem está a sua volta, ou seja,
surge a necessidade da procura desse profissional por uma solução formulada dentro de um
conjunto de hipóteses das quais não são diagnosticadas.
Dentro do ambiente escolar o professor muitas vezes desconhece aquela dificuldade de
aprendizagem específica do aluno, pois a classe pode ter muitos alunos, muitos problemas no
processo de escolarização, dentre outros.
Portanto, a presença de um profissional psicopedagogo nas escolas é de extrema
importância. Na realidade atual, nem todas as escolas possuem esse profissional presente para
atender os encaminhamentos das dificuldades de aprendizagem. E aquelas crianças ou adultos
20

que necessitam de um atendimento psicopedagógico muitas vezes não tem condições de


frequentar as sessões de acompanhamento. As dificuldades de aprendizagem na maioria dos
casos são atendidas por esse profissional que espera conseguir êxitos nos resultados, em
outros necessita de intervenções para verificar de forma mais concreta e assim chegar a uma
conclusão diagnóstica.
21

4.2 CARACTERIZANDO DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM NA ESCRITA E


NA LEITURA

4.2.1 Dificuldades de aprendizagem da linguagem: Escrita

Partimos do pressuposto de que a linguagem oral e a linguagem escrita constituem


dois sistemas inventados pelo homem para representar ideias. Essas conquistas sociais visam
à comunicação, de modo que compartilhar significados torna-se essencial para o
desenvolvimento de ambos os sistemas. (SEBER, 2009, p.13)
A criança na sua fase da escrita manifesta inicialmente através de rabiscos, depois as
primeiras letras e palavras de forma que começam a expressar como compreendeu o processo
da escrita. Muitas dificuldades nesse processo de aprendizagem surgem ao iniciar a pega do
lápis e até mesmo a estrutura dessa escrita dentro de uma organização de espaço. E para ela o
fato de escrever algo e mostrar, torna-se um sucesso.
De acordo com Cagliari (2003), Alguns métodos de alfabetização ensinam a escrever
pela escrita cursiva, chegando mesmo a proibir a escrita de forma. A razão que alegam
frequentemente é que a criança que aprende a escrever com letras de forma tem que aprender
depois a fazê-lo com letras cursivas, e isso representa o dobro do trabalho, sendo
inconveniente porque pode levar a criança a confundir esses modos de escrever.
As crianças iniciam a escrita com letra de forma por meio de várias atividades e
métodos diferenciados. Depois de um tempo avançam para escrita cursiva e muitas vezes
esse processo é um pouco difícil para eles. Como é o caso do atendimento realizado durante
estágio, a criança M., escreve na letra de forma e na cursiva e o que tem sido observado em
vários momentos das sessões é a troca de letras, misturando na escrita cursiva letras
maiúsculas e minúsculas e em outros momentos, sua escrita apresenta uma média
compreensão. Exemplos de palavras que ela escreveu nas atividades: quãotos = quantos,
tucãomo = tucano, traBaiLho = trabalho, visiho = vizinho. Exemplos de frases escrita por M.:
o mercado ficaperto da mihacasa/ o mercado fica perto da minha casa, eu gosto de fazer
anisade couos anigos, a professora esta passam do tarefa, a menima gaõmho uma bomeca.
M. frequenta o terceiro ano do ensino fundamental e pelas produções nas atividades
observa-se que ela encontra-se em um nível silábico de acordo com os níveis de alfabetização
de Emília Ferreiro. Muitas atividades são e foram trabalhadas para que M. avançasse de nível,
apresentando uma escrita de maneira mais concreta.
22

Apesar de nossa escrita conter números, siglas, sinais ideográficos etc., ela é
fundamentalmente alfabética, tendo como base a letra. Isso precisa ficar bem claro, porque é
uma prática comum, nas classes de alfabetização, usar a sílaba como base, trazendo confusões
e dificuldades para a criança. (CAGLIARI, 2003, p.119)
Para formar palavras, o aprendizado da escrita se inicia por meio das famílias
silábicas, com junções silábicas, sendo um processo de várias repetições das sílabas. Em
seguida, formará a escrita de pequenas palavras por meio de várias tentativas da forma como
compreender. Na escrita das palavras e frases de M., ela procurou representar o que ela
imaginava que seria a escrita, por isso que o processo da escrita deve ocorrer por várias
etapas, formas de experimento, compreendendo que cada um tem seu tempo para que isso
ocorra.
Conforme M. for compreendendo, começará a entender a combinação de uma e outra
sílaba, tendo a escrita enfatizada nesse processo com ligação na decomposição das palavras,
considerando a sonorização dessas palavras.
De acordo com Seber (2009), No nosso dia a dia notamos que, espontaneamente, a
criança pode silabar em certos contextos, fazer rimas, distinguir facilmente palavras que se
diferenciam por um único som como ‘’vaca – faca’’, ‘’tia – dia’’ e assim por diante. Acontece
que existe um intervalo separando o domínio da oralidade e a tomada de consciência das
propriedades dos termos linguísticos utilizados com bastante desembaraço. Essa tomada de
consciência exige da criança avanços ligados ao desenvolvimento geral do seu raciocínio. Só
assim ela poderá se dar conta das diferenças entre as palavras produzidas ou entendidas em
situação comum de diálogo.
Através da linguagem, da maneira como M. se expressa, proporcionará a escrita da
maneira como ela lê. Ela mesma passará a refletir, trabalhando a sua articulação, pronúncia de
palavras, começando pela sonorização das sílabas, junções delas e assim por diante
entendendo o processo da alfabetização. A forma como ela avançar promoverá um melhor
desenvolvimento no seu pensamento, raciocínio, atenção e concentração. O fato de alguns
momentos ela escrever palavras faltando sílabas para completar pode estar relacionado à
desconsideração de alguns valores sonoros.
Segundo Kramer (2008) Ao longo de toda a sua história, a alfabetização tem se
consolidado entre nós como um problema social, um impasse, um obstáculo de difícil
23

superação: o Brasil ainda é um dos dez países com índices de analfabetismo em todo o
mundo.
Esse índice por ser tão relevante, mostra como está sendo esse processo, ou seja, a
etapa básica da alfabetização e de que forma está sendo transmitida para a criança. É
considerado um problema, que precisa ser solucionado por meio de estratégias, metodologias
que reforcem essa necessidade.
Em determinada etapa do seu desenvolvimento, as crianças usam pequena quantidade
de letras para escrever quaisquer palavras e só aos poucos voltam à atenção para a contagem
das sílabas, ou seja, consideram a extensão das palavras. (SEBER, 2009, p.130)
Nesse conceito, o fato de M. realizar a escrita com omissão de algumas letras,
acredita-se que ela esteja no processo de construção da sua grafia, isso acontece tanto na letra
de forma, quanto na letra cursiva.
A maneira como ela compreende, escuta, sonoriza e soletra faz com que escreva do
jeito que internalizou, assimilou e imagina que seja a escrita daquela palavra. Desse modo:
A grande dificuldade que os alunos têm para passar da observação da fala para a
escrita reside no fato de esta não ser uma espécie de transcrição fonética (como, às
vezes, o sistema alfabético nos leva a crer). Igualmente complicado é o fato de
alguns alunos falarem dialetos, cujas palavras têm uma forma muito diferente da
forma das palavras da norma culta, usada como referência mais próxima da escrita
que respeita a ortografia. (CAGLIARI, 1998, 151)

O fato da criança adquirir uma cultura de berço na questão de como escuta os pais,
familiares, modo de conviver, chamar a atenção em algo ou acontecimento influencia na fala
da criança. Se no caso a criança escutar a mãe ou o pai falar uma palavra de pronúncia errada,
ela vai se habituar a realizar da mesma forma, expressando na escrita dessa palavra.
Segundo Simões (2006), É notório que a dificuldade de escrita correta das formas da
língua em seu registro padrão não é exclusividade das crianças, nem mesmo dos aprendizes
do ensino fundamental em particular. De vez em quando, somos surpreendidos por algum tipo
de dúvida gráfica sobre item léxico não pertencente ao nosso vocabulário usual. Em outras
palavras: basta que seja preciso escrever palavra de estrutura gráfica complexa pertencente ao
jargão de outro campo profissional, para que sejamos levados ao vocabulário ortográfico ou a
um dicionário em busca da grafia correta da palavra problemática. Logo, dificuldade
ortográfica não é exclusividade nem pressuposto da alfabetização.
M. apresenta dificuldades na escrita, o que verifica a maneira como ela se dedica em
escrever, parar, olhar, pensar, soletrar a sílaba para assim realizar a escrita da forma como
24

compreendeu. Ela sonoriza em vários momentos, repete a junção que formou da sílaba e
escreve. O fato de ouvir o som correto das letras, o movimento, ou seja, a articulação da boca
para realização da pronúncia faz diferença na hora de passar para o papel o que ela
interpretou.
Essas dificuldades de aprendizagem relacionadas à escrita detectam que atividades
relacionadas à melhora da compreensão, da repetição, os sons da fala e a maneira como isso é
trabalhado fará diferença no avanço da escrita de M. Assim sua ortografia será melhor
interpretada e adequada para a fase escolar em que se encontra.
25

4.2.2 Dificuldades de aprendizagem da linguagem: Leitura

Quando iniciou os atendimentos psicopedagógicos, observou-se que M. apresenta


dificuldades na leitura, representada de forma silabada, vagarosa, pouca fluência e expansão
vocabular. Ao ler palavras compostas por sílabas complexas, necessitou de auxílio para
concluir a parte que estava lendo. Em outro momento foi pedido a ela que repetisse
novamente a leitura do que havia lido e as dificuldades de aprendizagem na leitura
persistiram.
Segundo Cagliari (2003) A atividade fundamental desenvolvida pela escola para a
formação dos alunos é a leitura. É muito mais importante saber ler do que saber escrever. O
melhor que a escola pode oferecer aos alunos deve estar voltado para a leitura. Se um aluno
não se sair muito bem nas outras atividades, mas for um bom leitor, penso que a escola
cumpriu em grande parte sua tarefa. Se, porém, outro aluno tiver notas excelentes em tudo,
mas não se tornar um bom leitor, sua formação será profundamente defeituosa e ele terá
menos chances no futuro do que aquele que, apesar das reprovações, se tornou um bom leitor.
Para que uma criança seja bem alfabetizada, precisa compreender a leitura, ou seja, ler
o que conseguiu estruturar através de um conjunto de sílabas, acentos gráficos, na formação
da palavra e pronunciar a fala do que está escrito. As dificuldades específicas na leitura
podem acontecer no início e durante o período escolar em que a criança se encontra.
Uma dificuldade comum no princípio ocorre com os alunos que acabam lendo
palavras que não existem ou que não se encaixam no contexto. Por exemplo, ao ver
a palavra CASA, o aluno diz ‘’kaça’’ ou ‘’çeaça’’. Seu esforço para decifrar ainda
não foi suficiente para reconhecer outros valores fonéticos das letras. Uma boa
estratégia é o professor dizer para o aluno que, quando ele for ler e descobrir uma
palavra que não conhece, deve procurar observar se alguma das letras não pode ter
outro som e formar, desse modo, outra palavra. (CAGLIARI, 1998, p.323)

Quando as dificuldades de aprendizagem na leitura apresentadas pela criança


persistem, o professor deverá ter um olhar diferenciado nesse conceito e compreender o
porquê daquelas dificuldades continuarem, utilizando métodos, atividades diferenciadas para
que assim sejam minimizadas.
Dessa forma, quando o aluno começa a realizar uma leitura conforme as repetições e
incentivo, ele apresentará um pouco mais de fluência, entonação e expansão vocabular.
A partir do momento que a criança adquire diversos conteúdos de acordo com a sua
idade escolar por meio da leitura e da decodificação das palavras, ampliará o conhecimento
26

baseado no que está aprendendo, lendo e interpretando. A leitura é o que faz acontecer e
compreender no desenvolvimento das habilidades do aprendizado.
Essas dificuldades estão inseridas onde muitas vezes o aluno não consegue decifrar o
que escreve, mas para obter essa compreensão terá o tempo adequado de maturação para
realizar essa leitura.
O fato da criança ter contato ao seu redor com pessoas que incentivem a leitura, sua
prática, o tempo certo para se dedicar aos estudos por meio da leitura dos conteúdos
desenvolverá a forma como ela lê. A leitura através de histórias infantis, gibis, revistas,
conteúdos atrativos que agradem a criança, trabalham e proporcionam a prática de bons
leitores.
A leitura oral, falada ou ouvida, processa-se foneticamente de maneira semelhante à
percepção auditiva da fala. A leitura visual, falada ou silenciosa, além de pôr em
funcionamento o mesmo mecanismo de percepção auditiva da fala para a decodificação do
texto, precisa pôr em ação os mecanismos de decifração da escrita. Não existe leitura sem
decifração da escrita. (CAGLIARI, 2003, p.158)
Segundo Sampaio (2017), Muitas crianças passam por dificuldades quando estão
aprendendo a ler, e um diagnóstico precipitado pode levar esta criança ao rótulo de portadora
de dislexia. É preciso muito cuidado, tanto por parte da escola quanto do profissional,
responsável pelo diagnóstico, a fim de se julgarem precipitadamente as dificuldades de
aprendizagem de uma criança.
Acredito que nesse contexto, avaliando a leitura de M., ela não apresenta dislexia,
pois isso seria diagnosticado no início do processo da alfabetização. Ela reconhece todas as
letras e acompanha a leitura mesmo com dificuldades. Talvez essa dificuldade que ela
apresenta seja pelo fato dela ser ainda pouco desenvolvida no processo de maturação.
Quando realiza um registro na sala ela não confunde as letras. O que é observado é que
durante a escrita ela troca letras entre o meio das palavras, sendo maiúscula como, por
exemplo: alHo, nesse caso houve uma troca da forma da letra. Quando é realizado um ditado,
ela demora pra registrar, ocorrendo a troca de algumas letras, juntura e mesmo assim ela
consegue realizar a leitura da frase ou trecho de um texto que escreveu.
Conclui-se dessa forma que M. está em um nível de escrita alfabético, obtendo
avanços gradativamente na fase escolar. Portanto, sua leitura apresentará fluência e ritmo
adequado quando ela internalizar de forma mais clara e concreta esse processo.
27

5 DIAGNÓSTICO - CASO I
AVALIAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA NO CONTEXTO ESCOLAR
5.1 Dados de Identificação
Nome do Aluno: M. O. S.
Data de nascimento: 09/09/2010 Idade:8 anos e 1 mês
Pai: J. S. Mãe: F. O.
Responsáveis: M. O. e J. S.
Instituição: Escola Municipal P. N. C. S.
Ano Escolar: 3º ano Turno: manhã Repetência(s): 0
Professores: J. A. S. (Professora Regente)
L. D. (Professora de Artes)
E. M. S. (Professora de Educação Física)
Data de início da avaliação: 12/08/2018
Data de término da avaliação: 10/10/2018

5.2 Motivo do encaminhamento


A criança foi encaminhada pela professora quando foi realizado o contato com a
escola para o início desse estágio. A professora relata que a aluna apresenta dificuldades no
seu processo de escolarização como: lentidão para realizar as atividades, troca de letras na sua
escrita, a leitura vagarosa, com pouca fluência, dificuldades em matemática, principalmente
nas operações de agrupamento. Na maioria das vezes, a aluna não conclui as atividades no
tempo certo e pouco participa da aula.

5.3 História e contexto evolutivo


Em entrevista com a mãe, ela relatou que M. nasceu de parto cesariana, de forma
rápida, pesando 3.100 kg e medindo 40 cm. Assim que a criança nasceu, logo foi para o
quarto com a mãe. Durante seu desenvolvimento recebeu o aleitamento materno no tempo
necessário, sentou com sete meses, engatinhou por volta dos oito meses e com nove meses
começou a andar. Os primeiros passos iniciaram-se próximos ao sofá, relatou a mãe. Quando
completou um ano começou a falar as primeiras palavras e por volta dos dois anos as
primeiras frases. Segundo a mãe nesse período ela não apresentou problemas de linguagem.
De acordo com a mãe, M. apresentou dificuldades para se adaptar na escola, ela
28

chorava muito no começo das aulas até se acostumar e a professora pegava ela no colo para
acalmá-la. A mãe conta que sempre recebia bilhetes para acompanhar as dificuldades da filha
nos anos anteriores. Ela relata que sua filha tem pouco vínculo com o pai, sendo sempre
protegida pela mãe.
Quando iniciou a etapa da alfabetização começou a frequentar reforço, pois
apresentava dificuldades como a desatenção, a compreensão das atividades e a lentidão tanto
na escola quanto nas tarefas de casa.
A mãe relata que M. começa a fazer as tarefas de casa depois que almoça e que a mãe
auxilia na maioria das vezes. F. relatou que cobra muito de sua filha, a faz ler, escrever mais
em casa as atividades, pois ela é desatenta, escreve diferente do que compreendeu e se
concentra pouco.
Segundo a mãe essas dificuldades surgiram desde o primeiro ano. F. contou que se M.
tivesse alguém (uma professora) direcionando desde os anos anteriores, ela não teria tantas
dificuldades na escola.
M. auxilia nas tarefas de casa ajuda a organizar seus materiais, os calçados e os
brinquedos. Segundo a mãe ela não aceita não como resposta e apesar de suas dificuldades
apresentadas ela sente a falta da companhia de seu pai. M. não tem irmãos e é muito
dependente de sua mãe. Ela gosta de brincar com seus amigos, colegas da escola, sendo os
mais próximos e prefere brincadeiras como: corre corre, pega-pega e até certo ponto da
brincadeira ela reage bem, depois quer opinar. Quando não esta na escola, ela adora andar de
bicicleta, brincar com os animais de porte pequeno que tem em casa como: galinha, cachorro
e os pintinhos. M. faz amizade facilmente e prefere brincar acompanhada do que sozinha.
F. pensa e diz que o trabalho da professora é bom e o acompanhamento também, ainda
mais agora com esses atendimentos psicopedagógicos, relatou a mãe.
A mãe contou que M. estuda nessa escola desde quando completou quatro anos de
idade. No ano de 2017 realizou uma transferência para outra cidade, mas em menos de um
mês ela retornou a matrícula novamente para essa mesma escola. Ela dificilmente falta na
escola e apesar das suas dificuldades, ela se esforça para aprender.

5.4 Síntese das áreas avaliadas


Antes de começar os atendimentos com a aluna, sua professora relatou que ela
frequenta reforço, demonstra dificuldades na leitura, na escrita e muita lentidão no
29

desenvolvimento das atividades em sala. Na sala de aula parece se concentrar, registra as


atividades de forma vagarosa e demonstra um pouco de interesse. É um pouco dispersa e
distraída. A atenção é cobrada pelo fato de se enrolar para concluir as atividades. Adora
atividades que envolvam a Arte, a Matemática e ler historinhas de livros. Na escrita realiza
muitas trocas de letras, nas frases e pequenos textos, algumas são até difíceis de compreender,
outras não.
Durante os atendimentos psicopedagógicos, M. demonstrou ansiedade, curiosidade e
tensão em saber o que iria fazer nas sessões. Mostrou-se ser uma criança mais devagar para
realizar as atividades, demonstrando interesse quando viu alguns jogos sobre a mesa porque
no final da sessão iria jogar. Ela relaciona-se muito bem com os colegas de classe, participa
das brincadeiras até de forma mais rápida do que nas atividades que faz em sala. Ela se
interage na hora do recreio com seus colegas de sala e de outras turmas. Quando iniciou a
primeira partida do jogo queria iniciar sem prestar atenção nas regras, pois tinha muita
curiosidade em participar e saber como era aquele jogo. Em alguns momentos do jogo ela
perdeu a partida, isso relacionado à sua falta de concentração. Depois que perdeu duas
partidas, observou-se que ela prestou mais atenção na próxima jogada.
Na Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem, M. realizou o desenho, sem
pedir opinião de cores e demonstrou um pouco de receio segurando firme e forte o lápis.
Desenhou duas casas separadas, sendo uma do seu pai e outra da sua mãe, pois moram no
mesmo lote, mas em casas separadas.
No desenho projetivo, desenhou a professora e ela com a carteira distante do quadro,
escreveu que gosta de fazer amizades com os amigos e quando a professora passa tarefa.
Ilustrou uma festa de aniversário com o bolo no centro, seu pai e padrinhos de um lado, e ela,
sua mãe e avó do outro lado. M. registrou ter medo do escuro, fica feliz quando brinca de
boneca e quando está no parquinho com os amigos. Relatou ficar triste quando ninguém fala
com ela na escola. Disse também que se sente bem em casa morando com a mãe. M. relatou
que o que mais acha difícil fazer na escola são os textos, pois eu ‘’como’’ as palavras, demoro
e não consigo acompanhar os meus colegas. Apresenta um pouco mais de habilidade na
Matemática e mesmo assim tem dificuldades na realização das operações. Ela contou que
adora efetuar operações e escrever a escrita dos números.
Com relação aos materiais escolares, M. demonstrou ser cuidadosa e preocupada em
não perder o que faz parte do seu estojo e demais materiais. Ela escuta o que o outro fala, mas
30

têm dificuldades na compreensão, quando é repetido mais de uma vez de forma lenta, ela
compreende melhor. Na leitura do alfabeto, M. confundiu a pronúncia do V pelo U.
Na área psicomotora observou-se dificuldades na identificação dos membros do corpo
quando foi questionada. A lateralidade confundiu o lado esquerdo com o direito, até na
identificação de movimentos cruzados, relacionados à lateralização. Quanto à noção de
espaço temporal M. respondeu vagarosamente a seguinte pergunta: O que você fez depois de
entrar aqui na sala? Ela demorou um pouco para responder e em seguida entendeu melhor e
respondeu a questão. M. apresenta uma boa coordenação motora fina, abotoou, recortou, só
não conseguiu fazer um laço de acordo com o que a professora fez em sua frente. Quanto aos
tamanhos e formas realizou a identificação sem maiores dificuldades. Identificou as cores
primárias de forma parcial e as formas geométricas soube responder, sendo ilustradas em uma
folha sulfite.
Realizou organização de frases através de uma leitura, sendo de forma lenta e com um
pouco de dificuldade. Quando respondeu sobre as palavras iguais ou diferentes, M. respondeu
que as palavras ser e ter, janela e panela são iguais, talvez pelo fato de não ter escutado direito
ou confundido o fonema da letra, sendo repetida novamente. Confundiu o som do Q com C
quando foi ditada a palavra carroça. No realismo nominal demonstrou dificuldades para
diferenciar o que parecia com a palavra Bode, disse que era bola, pois tinha o mesmo som do
início, a mesma letra. Realizou a leitura das orações, demorou e conseguiu compreender o
que estava escrito. Na leitura das palavras sem imagens, confundiu a pronúncia de estrela por
estlela e telhado por teclado.
Quando elaborou uma história através de uma gravura recortada de um livro,
conseguiu formular frases da história, porém foi um pouco difícil a compreensão do que havia
escrito. Ela realiza trocas de letras, fonemas, letra minúscula e maiúscula. Leu com
dificuldades de interpretação, mas a escrita estava um pouco confusa. Na leitura de uma
história ela leu com pouca fluência, de forma silabada, pouca entonação e ampliação
vocabular. No ditado de figuras ela escreveu as palavras, algumas ela achou difícil de escrever
e conforme compreendeu ela registrou na atividade.
No teste sobre a discriminação auditiva, M. respondeu os pares das palavras que ouvia,
sendo aquelas com sons iguais e diferentes. Observou-se que realizando algumas trocas de
letras, ela preserva uma boa audição e as principais dificuldades foram encontradas nas
31

palavras de letras P, B, Q, F, V e D. Apesar de M. apresentar dificuldades de aprendizado, ela


ouviu e realizou as atividades da sessão conforme compreendia e assimilava.
Na área da linguagem, M. apresenta dificuldades na leitura e na escrita, sendo
observadas com atividades encaminhadas nessa sessão. Quando foi realizada a prova de
consciência fonológica, na rima relatou que queijo e moça são parecidos, realizou a
segmentação sem dificuldades, quando adicionou e tirou sílabas acertou a palavra Boneca,
sendo adicionado o Bo, para retirar o Ba de bater disse que ficaria na. Na inversão de fonemas
escreveu que ema seria mãe e amor seria romo. Apresentou dificuldades na pronúncia em
algumas palavras que rimassem como também na escrita. Exemplo: O que rima com Topete?
– topetinho. Ao escutar uma música, no começo cantamos juntas e depois ela conseguiu
preencher um pequeno trecho da letra da música, trocou letras e fonemas de apenas uma
palavra, exemplo: Quartel – Quateu.
Na Matemática, M. demonstrou um pouco mais de facilidade para realizar operações
simples, demorou um pouco para responder os exercícios, conseguiu ligar o número de acordo
com a escrita, mas na escrita por extenso ocorreu trocas de letras e no ditado de números,
confundiu dois números do ditado, quando a professora realizou essa atividade.

5.5 Conclusão diagnóstica


A partir da avaliação realizada com M., percebe-se que suas dificuldades de
aprendizagem estão relacionadas à escrita e a leitura, na compreensão e na interpretação da
área da linguagem. Na área da Matemática tem destaque um pouco melhor, mas também
apresenta dificuldades. Com relação aos atendimentos realizados, as dificuldades na leitura e
trocas de letras na escrita permaneceram. M. apresenta um ritmo mais lento, um tempo
diferente para aprender e precisa ser respeitada quanto a isso.
M. necessita de um plano de trabalho e um atendimento específico envolvendo
atividades de incentivo a leitura e a escrita, melhorando sua compreensão e entendimento do
que foi ensinado. É essencial trabalhar por meio de métodos de ensino diferenciados nas
disciplinas escolares, sendo assim ela terá uma melhor evolução no seu aprendizado.
32

5.6 Medidas de intervenção

 Incentivar a aluna, pais e professores sobre a importância da continuidade desse


reforço escolar;
 Praticar com ela atividades que trabalhe mais interesse e vontade de aprender os
conteúdos apresentados;
 Dizer a ela, aos pais que ela é capaz e que necessita de um pouco mais de atenção e
paciência dos pais para incentivá-la a ter mais vontade de aprender.
 Realizar práticas de leitura com os quatro tipos de letras, com palavras de pronúncia
parecidas, mas de escrita diferente.
 Tomar leitura de M. em vários momentos exemplo: quando estiver no mercado,
mostrando um produto, placas, outdoors, entre outras fontes;
 Pesquisar fontes de palavras no dicionário, vocabulários para assim fazer a fixação
correta da escrita das palavras, estimulando exercícios de repetição;
 Praticar jogos, cruzadinhas, quebra-cabeça, melhorando a concentração, atenção,
linguagem e escrita;
 Cantar músicas de parlendas, trava-línguas, praticando a oralidade;
 Trabalhar as trocas fonéticas (sons da fala), levando M. a observar o ponto de
articulação de cada fonema (posição de lábios, língua, etc.), emitindo as vogais,
sílabas e palavras. Posteriormente deverá fazer a transcrição dos sons na escrita de
palavras, repetindo-os.
 Incentivar a escrita de produções de textos orais e desenhos a partir de relatos,
histórias lidas e ouvidas, imaginárias, filmes, gravuras e revistas, explorando
atividades ligadas à alfabetização, proporcionando uma melhora na leitura e na escrita;
 Trabalhar com projetos específicos com discriminação auditiva, consciência
fonológica e a retomada do processo da alfabetização;
 Praticar atividades que melhorem a sua psicomotricidade como: amarelinha, labirintos,
montagem de blocos, jogos de construção, arremessos de objetos trabalhando a
lateralidade corporal, pula corda, ritmos musicais que identifiquem o esquema
corporal, atividades de pintura, recorte, colagem de diferentes formas, entre outros.
33

5.7 Encaminhamentos

 Faz-se necessário a continuação de atendimento psicopedagógico com a finalidade de


dar prosseguimento ao desenvolvimento da intervenção das dificuldades de
aprendizado;
 Consulta com fonoaudiólogo(a), buscando investigar com mais precisão os aspectos
da discriminação auditiva e melhorar ainda mais a forma como a criança escuta.
 Intervenção da professora de sala de aula;
 Orientação familiar com solicitação da continuidade do incentivo, da compreensão e a
participação dos pais nas atividades com a filha;
 Reforço Escolar de duas a três vezes na semana.
34

6 DIAGNÓSTICO - CASO II
AVALIAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA NO CONTEXTO ESCOLAR
6.1 Dados de Identificação
Nome do Aluno (a): L. M. R.
Data de nascimento: 25/10/2008 Idade: 10 anos
Pai: O. R. W. Mãe: L. M.
Responsáveis: Avô: L. B. R. Avó: M. T. R.
Instituição: Escola Municipal P. N. C. S.
Ano/Série: 5 º ano Turno: Tarde Repetência(s): 0
Professores: C. S. (Professora Regente)
L. R. (Professor de Educação Física)
J. M. (Professora de Espanhol)
Data de início da avaliação: 17/08/2010
Data de término da avaliação: 18/10/2018

6.2 Motivo do encaminhamento


Encaminhada pela escola para atendimento. A professora relata que a aluna não se
concentra durante as aulas, faz as atividades com muita pressa, se intromete em vários
momentos durante a aula, realiza trocas de letras, dificuldades de memorização na tabuada,
além de ser muito apressada e ansiosa. A avó relatou que em alguns momentos L. não
demonstra paciência e interesse para aprender.

6.3 História e contexto evolutivo


Em entrevista com a avó, soube-se que L. nasceu de parto normal e de forma rápida.
Logo que nasceu já foi para o quarto com a mãe. A menina pesou 3.800 kg e a altura a avó
não soube responder, mas que necessitou de banho de luz por alguns dias no hospital. A avó
conta que durante a gravidez a mãe de L. passou por algumas situações de conflito.
L. começou a sustentar a cabeça com seis meses, sentou aos oito meses e assim que
engatinhou logo começou a andar. No começo ela andou adequadamente, mas fez uso de bota
ortopédica para dormir por um tempo. Começou o balbucio com oito meses, as primeiras
palavras e frases a avó não soube relatar na entrevista. No estado de Santa Catarina, onde
morava com seus pais L. começou a frequentar a creche e depois a escola. A avó de L. relatou
35

que ela já foi e voltou de Santa Catarina uma ou duas vezes e que sempre estudou nessa
escola.
A avó contou na entrevista que quando L. veio morar com os avós, ela não teve
dificuldades de adaptação na escola, pois foi tranquilo seu retorno. Segundo a avó desde
pequena ela necessitou fazer acompanhamento médico devido um problema de pele que ela
desenvolveu quando pequena. Em casa L. ajuda a avó nos serviços como: lavar a louça, lavar
suas meias, entre outros.
L. tem facilidade de socialização, gosta de brincar com os colegas e até mesmo com as
crianças de idade menor, principalmente na hora do recreio, onde passa por momentos de
diversão e brincadeiras. Ela não gosta de fazer uso de uniforme e quando necessita pede ajuda
de um adulto para se vestir. Em alguns momentos facilmente briga com seus colegas.
Segundo relatos de sua professora ela tem dificuldades de cumprir regras, na organização das
suas ideias, na concentração e em alguns momentos frustra-se na realização de algumas
atividades.
A avó de L. relatou que o relacionamento entre a mãe e o irmão que moram longe
sempre foi bom. Ela não soube informar quem na família apresentou dificuldades escolares,
mas que sempre cobra de sua neta para que estude e se interesse mais, pois presta atenção nos
outros e se distrai facilmente.
L. é extrovertida e prefere brincar acompanhada de seus amigos. Adora brincar de
boneca e de bicicleta. Ela frequenta reforço desde o ano anterior, informática, aula de viola,
ou seja, ela participa de alguns projetos que a escola oferece.
A avó fala que a escola é um local para aprender, evoluir e que a professora trabalha
para ensinar a criança. Ela contou que no final desse ano L. voltará a morar com sua mãe em
Santa Catarina.
Segundo seu histórico escolar ela iniciou seus estudos frequentando a creche e escola
em Santa Catarina. No ano de 2017 ela foi transferida para o outro estado no dia 17 de abril e
sua matrícula retornou para essa escola no dia 23 de agosto de 2017. L. mora com os avós e
sempre frequentou a mesma escola.
Analisando seu histórico escolar, foi realizado um relatório do ano de 2016 de
acompanhamento Pedagógico por uma professora da escola, na qual Rafaela frequentava o
segundo ano. Foi relatado que: ela demonstra inquietude, esta sempre querendo o contato com
outras crianças e fica ‘’emburrada’’ quando não é escolhida para falar ou fazer as atividades.
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Na Língua Portuguesa sua oralidade tem sequência lógica de ideias, pronuncia alguns
fonemas trocados, isso na fala e na escrita. P/B, C/G, D/T, às vezes o L/R. A leitura é
pausada, apresentou avanços no decorrer do ano, escrita expansiva e criativa com repetições
de ideias e frases. Trocas fonéticas da fala são marcantes nos grafemas. Escreve com junturas
e segmentações. O traçado da letra em caixa alta é irregular, em alguns momentos não
respeitando a linha. Na matemática compreensão parcial dos conteúdos e faz relação número
e quantidade. Dificuldades na interpretação de problemas, pois tem dificuldades na leitura.

6.4 Síntese das áreas avaliadas


Durante a observação em sala de aula, L. seguiu orientações com muita rapidez e
pressa querendo ser a primeira concluir as atividades, necessitando de intervenções da
professora para que parasse de fazer perguntas e interrompê-la no momento da explicação.
Notou-se pouca concentração, atenção, distração e dispersão para a realização do conteúdo
exposto. Em alguns momentos percebeu intromissão durante o relato de alguns colegas. Ela
senta na primeira carteira, expõe sua opinião, levanta os braços com rapidez, tem o hábito de
roer unhas devido a sua ansiedade de se expor, não apresenta pausa em sua fala, falando
rapidamente com muita pressa e euforia. Termina as atividades solicitadas pela professora de
forma apressada. Quando a professora pede para realizar a leitura, essa é rápida, respeitando
parcialmente a pontuação e os parágrafos. Durante as atividades ela conversa com os colegas
e às vezes empresta alguns materiais. Apresenta um relacionamento bom com eles, apesar das
intromissões.
Com relação aos aspectos gerais do material escolar, demonstrou habilidade para se
organizar, ela ocupa todo o espaço da mesa, levando em consideração que sua postura em sala
não estava adequada. Em seus cadernos o traçado apresenta troca e omissão de letras, segue a
margem do caderno e as atividades de pintura são muito criativas, passando de forma mínima
o limite do espaço que realiza a atividade.
Quando os atendimentos começaram L. demonstrava muita ansiedade e curiosidade
para realizar as atividades da sessão. Ela se mexia um pouco na cadeira, balançava os pés e
numa sessão ela até cantou alguns trechos de algumas músicas.
Iniciou realizando as atividades da EOCA - Entrevista Operativa Centrada na
Aprendizagem, escolhendo o jogo de dominó. Em seguida, jogamos o pega varetas, esse ela
não esperou ouvir todas as regras e preferiu iniciar, obedecendo-as de forma parcial. Quando
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realizamos a contagem, ela se perdeu, pois não se concentrou na explicação do início do jogo.
Logo depois, desenhou uma paisagem de morros, a casa de sua mãe e ela caminhando até a
árvore que tem uma casinha, sendo esse é seu sonho. Disse gostar muito de balanço e dos
concursos de desenhos da escola. Relatou que o que mais gosta de fazer na escola é escrever e
desenhar nas aulas de Artes e o que não gosta é de ficar sem recreio quando a professora lhe
da uma bronca.
Nas atividades de desenho projetivo preferiu escrever sobre a professora com quem
ela aprende e apesar de erros ortográficos, realizou trocas do t pelo d, disse que está
aprendendo muito com sua professora, se referindo as operações de matemática. Em um
segundo momento, desenhou uma casa, dizendo que quem mora nela é sua mãe, seu irmão e
que não gostaria que seu padrasto morasse lá. Se pudesse traria seu pai para aquela casa.
Contou que quando está com seu irmão, ocorrem algumas brigas entre eles. O que deixa L.
feliz é quando sua mãe entrega um presente, disse ter medo de mordidas de cachorro e algo
bom na escola é chegar e ler um livro. E o que a deixa triste é quando briga com suas amigas.
L. relatou gostar muito de pular corda e elástico e não gosta de estudar para prova e nem fazer
bullying com as pessoas.
Na área psicomotora apresentou uma dificuldade no equilíbrio de ficar em pé num pé
só de olhos fechados, não soube dizer no esquema corporal onde se localiza os ombros, mas a
direita e a esquerda realizou de maneira apropriada para a idade. Apresentou uma boa noção
temporal, quantidade de tamanho e de forma parcial. Identifica cores primárias parcialmente,
não soube representar a forma geométrica do cilindro. Percebeu uma confusão de igual para
diferente nos pares das palavras como exemplo: igual sua e lua, mola e bola, espada e escada.
Na pronúncia de algumas palavras conseguiu identificar o som, mas na palavra sorvete, e
dragão ela confundiu. Com relação ao tamanho das palavras foi um pouco confusa, pois entre
as palavras ambulância e guitarra, ela disse que a palavra guitarra era maior, pois é um
instrumento musical. Na memória auditiva, observou-se que na repetição de sentença, ela
trocou apenas duas palavras de duas frases.
Na área pedagógica observou-se que ela realizou atividades de leitura e interpretação
de texto, leu o rótulo de uma embalagem e trocou o g pelo p na leitura do alfabeto. Quando
leu um trecho de uma história, interpretou de forma rápida, com pouca expansão de ideias,
sem respeitar as pontuações e os parágrafos. Mediante a uma imagem ela elaborou uma
pequena história de duas a três linhas, ou seja, demonstrou pouco interesse em escrever mais
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sobre aquela ilustração. Na consciência fonológica, no conceito de transposição silábica ela


confundiu exemplo: gola/laio e na transposição fonêmica duas palavras olé/leo e missa /rami.
Nos textos, ela respondia as questões com pressa, trocando algumas letras na escrita. No
ditado de um texto, apresentou erros ortográficos na escrita e nos exercícios confundiu a
quantidade de sílabas de duas palavras, conseguiu descrever a carta enigmática e completar
um texto, realizando trocas e omissão de letras. Ela realiza a pronúncia errada de algumas
palavras quando esta conversando ou lendo. Na realização de frases ditadas observou-se que
realiza trocas do t pelo d, na escrita algumas palavras aparecem erros ortográficos bem
visíveis para idade escolar que se encontra. E mesmo com esses erros nota-se que L. consegue
ler de forma rápida o que escreve.
Na Matemática apresenta dificuldades na divisão e na multiplicação, não soube
interpretar alguns problemas de matemática, identificou as horas, atividades de fração, ditado
e escrita de números. Ela relatou que não memorizou a tabuada por completo.
Em alguns momentos durante as sessões foram necessários exercícios de respiração
para que se acalmasse e se concentrasse melhor nas atividades. Alguns jogos foram oferecidos
no final das sessões e algumas partidas ela perdeu por não ter se concentrado melhor e pela
ansiedade demonstrada, outras ela venceu demonstrando entusiasmo e mais interesse em jogar
outras vezes.

6.5 Conclusão diagnóstica


Através das avaliações realizadas com L. foi possível diagnosticar que ela apresenta
dificuldades significativas na escrita e a falta de concentração para realização das atividades.
Ela demonstra ansiedade, mas é destaque na sua criatividade para área artística, ou seja, nos
desenhos que elabora, pinta e apresenta. Por isso, para que melhore o seu desempenho escolar
faz-se necessário à prática de exercícios que envolvam sua respiração, atenção e concentração
para que essas dificuldades sejam sanadas.

6.6 Medidas de intervenção


 Estimular L. a praticar atividades de maior concentração, proporcionando a ela mais
segurança e controle no que está fazendo;
 Ajudá-la a aprender com as experiências, registros e experimentos para maior
autoestima e interesse;
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 Reforçar que ela é capaz do seu desempenho escolar e que precisa se dedicar um
pouco mais.
 Trabalhar a adequação correta das relações grafemas e fonemas para construção dos
textos;
 Estimular a pronúncia correta das palavras para que assim L. melhore sua escrita;
 Realizar diariamente práticas de leitura, melhorando a fluência, entonação e expansão
vocabular;
 Estimular a prática de jogos como: soletrando, charada, palavras cruzadas,
passatempos, caça-palavras, quebra-cabeça;
 Realizar pesquisas em dicionários, vocabulários para escrita correta;
 Trabalhar a leitura de poemas, poesias, histórias por meio de livros ilustrativos,
promovendo uma melhor oralidade;
 Promover rodas de conversas, com histórias, músicas, desenvolvendo para ela uma
melhor articulação das suas ideias;
 Praticar nas aulas de Educação Física, dentre outras exercícios de relaxamento,
melhorando a concentração e atenção;
 Aplicar atividades que estimulem raciocínio lógico, memória, concentração e atenção;
 Oportunizar mais espaços na escola e em casa para o desenvolvimento da sua
criatividade, proporcionando a elaboração de projetos e atividades.

6.7 Encaminhamentos
 Encaminha-se para avaliação psicológica, com foco nas questões emocionais, no
trabalho da ansiedade para que assim adquira o conhecimento e seja mais bem
aproveitada no seu aprendizado;
 Orientação Familiar;
 Continuidade da participação do Projeto ‘’Viola Caipira’’, dentre outros projetos que
possa participar, envolvidos na música, na arte e outros para canalizar essa energia.
 Participar de concursos de desenho, entre outros que trabalhem essa criatividade que é
destaque, promovendo um melhor desenvolvimento das suas habilidades.
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7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A psicopedagogia proporciona através de estudos a melhora da compreensão no


processo ensino aprendizagem das crianças e dos adultos. O profissional psicopedagogo
trabalha por meio de diferentes métodos a superação dessas dificuldades de aprendizagem,
intervindo junto com a criança ou adulto o que ele não conseguiu aprender depois de várias
tentativas. Ele também contribui para prevenção dos possíveis problemas dentro do processo
de escolarização. O sujeito é capaz de aprender e de colocar em prática o que conseguiu
assimilar, levando em consideração que cada um tem o tempo certo para assimilar o que foi
ensinado.
Portanto, o estágio realizado com o atendimento de duas crianças, permitiu um
aprendizado mais aprofundado sobre essa área que é de extrema importância no âmbito
institucional. A necessidade de compreender o motivo daquele adulto ou aquela criança não
aprender cabe a esse futuro profissional da área investigar como ocorre o processo da
construção desse conhecimento e também solucionar essas dificuldades de aprendizagens
manifestadas.
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REFERÊNCIAS

BOSSA, A. N. A Psicopedagogia no Brasil; contribuições a partir da prática. 2. ed. Porto


Alegre. Artmed, 2000.
CAGLIARI, C. L. Alfabetização & Linguística. 10 ª ed. São Paulo: Scipione, 2003.
CAGLIARI, C. L. Alfabetizando sem o Bá-bé-bi-bó-bu. 1. ed. São Paulo: Scipione, 2006.
KRAMER, S. A alfabetização Leitura e escrita: Formação de professores em curso. São
Paulo: ática, 2008.
RUBINSTEIN. E. Psicopedagogia, psicopedagogo e a construção de sua identidade. Revista
de Psicopedagogia. São Paulo, n.105. vol. 34 no.105, 2017.
SAMPAIO, S. Dificuldades de Aprendizagem: A psicopedagogia na relação sujeito, família
e escola. 4ª ed. Copacabana: Rio de Janeiro: Wak, 2017.
SANTOS, M. E.; SHIRAHIGE, E. E.; Psicopedagogia na Escola: Buscando condições para
a aprendizagem significativa. 3. ed. São Paulo: Edições Loyola, 2002.
SEBER, G. M. A escrita infantil: o caminho da construção. 1. ed. São Paulo: Scipione, 2009.
SIMÕES, D. Considerações sobre a fala e a escrita. 1ª ed. São Paulo: Parábola, 2006.
VISCA, J. Psicopedagogia: novas contribuições. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1991.
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ANEXOS
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ANEXOS
CASO I
ANEXOS
CASO II

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