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Manual nº 2
UFCD 9640
Como podemos ajudar as nossas crianças a serem mais resilientes?
Fatores de
Por vezes pode ser mais fácil acreditarmos que as crianças podem
Stress e crescer sem necessidade de serem protegidas mas, o ser criança
por si, não garante um escudo protetor contra os traumas
emocionais que podem sentir e experienciar ao longo da sua vida.
As crianças podem ser desafiadas a lidar com várias situações
escola, pela morte do animal de estimação ou até de uma pessoa importante da vida
familiar é normal e desejável, o ser resiliente ou não, determinará como a criança irá
lidar com esses sentimentos e como irá recuperar desse momento menos positivo.
crianças a desenvolvê-la.
Aqui ficam algumas dicas que podem ser úteis para uma tarefa tão importante:
• Estabelecer relações; Ensinar à criança como pode fazer amigos, a ser empática e a ser capaz de
se colocar no lugar do outro compreendendo os seus sentimentos.
• Encorajá-la a ser amiga para que tenha amigos. A construção de uma boa rede familiar é
fundamental para ajudar a criança a ultrapassar as inevitáveis desilusões no seu dia-a-dia.
• Ajudar para ser ajudado - Possibilitar o reconhecimento por parte da criança, que tem recursos
que podem ser úteis para si e para os outros. Proporcionar à criança situações em que possa
ajudar os outros e sentir-se útil, seja em casa ou na escola.
• Manter uma rotina diária O manter uma rotina pode transmitir à criança um sentimento de
segurança e conforto, sobretudo aos mais novos. Encorajá-la a adaptar-se às rotinas familiares
mas dando-lhe espaço para que possa estabelecer as suas próprias rotinas.
• Fazer uma pausa Embora seja importante ter rotinas, o estar sempre
preocupada com o que fazer e como fazer pode ser contraproducente.
Ensinar à criança a ser capaz de se focar em algo para além das suas
preocupações. Procurar saber o que está a preocupar a criança é
fundamental para que possa desmistificar os seus pensamentos e ajudá-
la a fazer uma pausa e a dedicar-se a algo que lhe dê prazer.
assustadora para as crianças e adolescentes. Ajude a criança a compreender que mudar faz
parte da vida, assim como o estabelecimento de novos objectivos e o pôr de parte objectivos
que não foram concretizados ou que deixaram de fazer sentido. No entanto, esta tarefa pode
tornar-se mais desafiante quando lidamos com crianças muito pequenas, crianças que estão
ainda a aprender a andar e a falar, não sendo capazes ainda de expressar as suas ansiedades e
medos. Embora possa pensar que são ainda muito pequenas para compreender o que se
passa, são desde muito cedo capazes de absorver sentimentos de ansiedade e de medo das
• Torna-se fundamental conhecer a sua criança, perceber quais os sinais de medo e ansiedade.
• A criança tornou-se demasiado exigente? A exigir mais carinho e contacto físico do que o habitual?
Começou a fazer xixi na cama? A chuchar no dedo depois de ter deixado de o fazer?
• A criança pode estar a reagir a sentimentos de pressão e ansiedade que sente no mundo que a
rodeia ou até assustada com um mundo ainda por conhecer.
• Use a brincadeira para ajudar a criança a expressar os seus medos e encoraje a criatividade, a arte, o
jogo para que possa expressar os seus sentimentos para além das palavras que ainda não domina.
• Apesar de não haverem fórmulas mágicas de como educar e preparar uma criança para a vida,
sabemos que a família é um apoio fundamental:
• fortaleça os laços familiares,
• brinque,
• leia, procure ter tempo de qualidade com os seus filhos, conheça-os e dê-se a conhecer.
• É no desenvolvimento desta relação segura aquando os primeiros anos de vida com os que a
rodeiam, e posteriormente consigo própria, que se edifica uma boa capacidade de resiliência.
• Afinal, todos nós num primeiro momento, precisámos de andar acompanhados para podermos
andar connosco próprios.
Comportamentos disruptivos e antissociais:
conceitos, causas e consequências
Formas de disciplina
• É natural que um dos pais assuma o papel de disciplinador, mas se esse papel não for igualmente
partilhado por ambos, os filhos podem ver um dos pais como o "bom" e o outro como o "mau".
• "A disciplina é o segundo presente mais importante que um pai pode dar a uma criança. O amor
vem em primeiro lugar.” T. Berry Brazelton
• Um dos objetivos essenciais da educação, a ser alcançado a longo prazo, com constantes avanços
e recuos, é ensinar os filhos a serem disciplinados, orientando-os para que hajam de maneira
aceitável e aprendam a conviver com regras e limites:
• Em pequenos, conseguir que tenham, desde cedo (primeiro dia de vida), uma rotina para fazerem as
suas refeições, tomar banho e dormir sem muitas confusões.
• Quando maiores, que façam adequadamente os trabalhos de casa, sejam educados, aprendam a
cumprimentar as pessoas, agradecer um presente, sem nunca perderem a iniciativa própria.
• Na adolescência, que saibam aceitar horários para chegar a casa, tenham responsabilidade e
autonomia com as suas tarefas escolares e os seus pertences.
• Estes são apenas alguns exemplos, pois os limites variam muito em função do que é esperado em cada
cultura e em cada família.
• Todo o lar deve ter as suas próprias regras, que devem ser respeitadas e aplicadas coerentemente e
com o comum acordo dos pais (tarefas domésticas, mesada, televisão, horários para dormir, etc.).
É natural que um dos pais assuma o papel de disciplinador, mas se esse papel não for igualmente
partilhado por ambos, os filhos podem ver um dos pais como o "bom" e o outro como o "mau" -
situação que é muito difícil de reverter. É, por isso, fundamental uma partilha constante de cuidados.
Existem várias formas de disciplina. Seguem-se algumas que vale a pena experimentar:
• Fazer uma pausa - cessa o mau comportamento e permite aos pais acalmarem-se;
• Repetir as coisas, da forma certa - ao incentivar as boas ações vamos encorajar a criança, o que lhe
permitirá readquirir autocontrolo e sentir-se recompensada;
• Reparar - leva a criança a pedir desculpas e fá-la entender que "o crime não compensa";
• Perdão - incentivo para melhorar o seu comportamento. É importante a criança sentir que pode
ser perdoada;
resolver problemas;
• Humor - uma forma agradável de ultrapassar os problemas, "quebrar o gelo", sem nunca entrar
no gozo.
Formas que se revelaram inúteis:
• Castigos corporais;
• Vergonha, humilhação;
• Lavar a boca com sabão;
• Comparar as crianças umas com as outras;
• Suprimir comida ou usá-la como recompensa;
• Deitar mais cedo ou fazer uma sesta extra (a criança pode associar o ato de dormir a situações
negativas, o que pode provocar alterações no sono);
• Retirar o afeto, ameaçar com o abandono - a criança não se sente amada, sente medo.
• "Educar é conviver com a criança, caminhar a seu lado e não por ela, podendo oferecer o seu
exemplo, que é uma das melhores formas de ensinar e nunca esquecer que para educar é
necessário tempo para dar dedicação e amor."
Criança Hiperativa
quando nos tornamos mais realistas, menos exigentes e mais flexíveis com as
• Às vezes, a criança está apenas a passar por algum problema e essas características
aparecem.
instante, estão sempre a fazer alguma coisa “errada”, sendo apontadas como um mau
exemplo. Mas não é tão fácil assim identificá-las porque estas características confundem-
Normalmente, para os pais, pede-se que diminuam os estímulos no quarto da criança, como, por
exemplo, vídeo, computador e jogos. A criança deve ter horários fixos para todas as atividades (café da
manhã, banho, brincar, dormir). Quando os pais falarem com ela, devem solicitar que ela repita o que
entendeu.
• Elogiar o que ela fizer corretamente, mesmo que seja ficar sentada por cinco minutos, pois é importante para que se
sinta reconhecida nas atitudes e atividades que estiver a fazer adequadamente.
• É importante que os adultos fiquem atentos, pois as crianças hiperativas ficam com a autoestima baixa a partir da
repetição do erro, pois apenas dessa maneira elas conseguem chamar atenção, mas é uma atenção negativa.
Problemas que podem ser confundidos com hiperatividade:
• Autismo
• Depressão infantil
• Ansiedade
• Hipertiroidismo
• Dislexia
• Transtornos de aprendizagem
• Deficiência auditiva
• Epilepsia
• Transtorno obsessivo-compulsivo
• Transtorno bipolar ou mania
• Inquietação típica da idade
• Problemas familiares