Ir para a escola pela primeira vez é como sair do ninho. O conforto
do ambiente domiciliar, os rostos familiares e o cuidado atento da babá ou do responsável é substituído pelo impacto de habitar um espaço completamente novo, com regras próprias e pessoas desconhecidas. Começa assim uma nova fase na vida de uma criança, onde pais e professores constituem elementos essenciais de apoio para que a mesma possa superar as dificuldades típicas e comuns desse momento com o máximo de tranquilidade possível. Para tanto, os dois núcleos de vivência da criança devem funcionar de forma interligada, sincronizando os horários e hábitos da nova rotina, e, conscientes do que deve e o que não deve a atuação de cada papel. Por isso, não apenas antes de iniciar o processo de adaptação como também durante, é importante que a família esteja confiante no trabalho desenvolvido pela Escola: “Quando os pais confiam, sentem segurança na separação, consequentemente este sentimento é transmitido espontaneamente à criança, que se sentirá mais segura e feliz”, afirma a psicóloga Layse Policarpo. Encantá-los, aconchegá-los e acolhê-los amorosamente é nossa expectativa e nosso desafio, não só porque esta é a forma de demonstrar nossa alegria em tê-los conosco, mas também por entendermos ser este um momento decisivo para construir esta relação que, desde de então, começamos a estabelecer.
Além de ter como base muito amor, nosso trabalho envolve
capacidade profissional. Nossa metodologia é pensada e aplicada estrategicamente pela equipe do Serviço de Orientação Educacional e Psicológica (SOEP) e por toda a equipe pedagógica do CEV Baby, que conta com coordenadoras e professoras habilitadas e capacitadas para lidar com as especificidades de cada faixa etária e de cada criança, como explica a também psicóloga Tayra Santana: “Nossa intenção é acolher cada criança individualmente, valorizando sua subjetividade, na mesma medida em que favorecemos o encontro com os novos colegas, a descoberta do grupo e a relação com outros adultos e novos ambientes, contribuindo para seu desenvolvimento social”. O período letivo para CEV Baby começou na segunda-feira (23), mas, na semana que a antecedeu, o SOEP esteve em reunião com os pais e responsáveis dos pequenos, dando dicas e tirando as possíveis dúvidas comuns ao momento. Segue aqui algumas das dicas passadas:
Respeite o período previsto de permanência. Não force uma criança
insegura a permanecer um longo período afastado dos pais, porque isso pode interromper a adaptação e voltar à estaca zero, agora contando com menos confiança nesses. ADAPTAÇÃO e SOCIALIZAÇÃO Evite comentários sobre a adaptação da criança diante dela, ou por telefone ou quando estiver ao seu lado. Isso pode deixá-la prevenida ou gerar nela fantasias sobre os problemas que na realidade não existem. Vai ser difícil resolver problemas que se criam somente na sua imaginação. Ao entregar as crianças, os pais ou responsável deve colocá-la no chão e incentivá-la a ficar na escola. Não é recomendável deixar o educador com o encargo de retirar a criança do colo dos pais. As intenções de deixá-la devem ser claras e honestas; caso contrário vão gerar insegurança na criança. Participe, incentivando a criança a procurar a ajuda das professoras quando necessitar algo. Assim, os pais darão subsídios para que seu filho adquira confiança e estabeleça laços afetivos com a educadora. Lembre-se de que a relação de confiança é essencial para o bom desenvolvimento da criança, mas isso acontece de maneira gradual. Dessa forma, é fundamental respeitar o tempo de cada criança para que esse processo ocorra a contento. Nunca saia escondido do seu filho. Despeça-se naturalmente e tranquilize-o quando ao seu retorno. A presença dos pais nos momentos da entrada e saída é fundamental. Deixe e receba seu filho sempre com um sorriso e demonstre satisfação a cada nova conquista diária. Aproveite também esses momentos para conhecer melhor os ambientes e as pessoas que trabalham na escola. Porém é importante ressaltar que a sala de aula, desde os primeiros dias, deve ser entendida como um espaço próprio da criança e do seu novo grupo. A permanência dos pais nesse ambiente dificulta a integração do grupo, prolonga as dificuldades inerentes a essa experiência de se separar dos pais e ainda abre o precedente para que as outras crianças também solicite a presença de seus pais, inviabilizando sua adaptação. Para que a criança assimile melhor a rotina escolar é importante a frequência e a pontualidade, especialmente nos momentos de saída, a fim de evitar que ela fique ansiosa ao ver os demais colegas irem embora. É esperado que o processo de adaptação aconteça dentro do período de um mês, porém, convém lembrar que algumas crianças demoram um pouco mais para se adaptar e precisam mais do nosso apoio, firmeza, tranquilidade e segurança ao agir. Nesse caso, procure se inteirar das ADAPTAÇÃO e SOCIALIZAÇÃO atividades propostas e fale delas com entusiasmo, despertando na criança o interesse e a vontade de participar. Apesar do choro na hora da separação ser frequente, nem sempre quer dizer que a criança não queira ficar na Escola. Ao contrário, é o impasse para decidir entre duas coisas que se opõem que a estressa. Portanto ajude-a a tornar a decisão adequada, mostrando que você não vai desaparecer para sempre. Ela só precisa acreditar que você volta para buscá-lo e confiar em você. Obs: Assim como pode ocorrer o choro nos primeiros dias, pode haver a ausência dele também, mas isso não significa que a criança esteja se adaptando a separação. Ela pode, apenas, estar tão deslumbrada com as novidades que não a percebe. Às vezes, isso demora alguns dias para acontecer e o choro fica adiado.