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CONSELHO PARENTAL

1. Atender às necessidades da criança


O bem-estar emocional e o correto desenvolvimento do sistema nervoso da
criança e das suas capacidades (linguagem, memória e atenção) depende da
resposta protetora do adulto.

Se as necessidades do bebé não são atendidas rapidamente, fica ansioso, triste e


frustrado, tipo de sentimentos que afetam negativamente o seu desenvolvimento.
À medida que cresce, também precisa da atenção dos pais e que estes
compreendam as suas necessidades.

2. Ser paciente
Quando a criança tem uma birra, não quer colaborar ou se mostra desentendida
perante uma indicação, a melhor estratégia a adotar é respirar fundo e manter a
paciência. Este tipo de comportamentos pode ter origem em múltiplos motivos
(medo, sono, ansiedade de separação, frustração, insegurança, vontade de querer
algo que os pais não deixam) e, antes de reagir, é importante pensar no que a
motiva.

Ajudar a criança a verbalizar o que se sente e confortá-la, permite a gerir a


situação mais eficazmente e evitar o conflito entre pais/filho. Adicionar mais
tensão com gritos ou ameaças não servirá de nada, pelo contrário.

3. Definir regras claras, realistas e consistentes


A partir dos 3 anos, a criança já tem capacidade para compreender o que é um
comportamento correto ou incorreto, o que pode ou não fazer e quais são os seus
limites e responsabilidades.

Para funcionarem e serem compreendidas pela criança, as regras têm que ser
claras e acompanhadas de uma explicação coerente e numa linguagem adaptada à
sua etapa de crescimento. É importante que a criança compreenda desde cedo que
há limites, deveres e responsabilidades.

As regras estabelecem-se sem ameaças, através do diálogo e envolvendo a


criança num ambiente tranquilo e não quando o conflito ou cansaço dos pais
estão instalados. As regras não são imposições nem castigos. As regras são
acordos necessários para a convivência.

4. Decisões participadas
A partir dos 5 anos, envolver e ouvir a criança nas decisões familiares ajuda-a a
desenvolver um forte sentido de responsabilidade e compromisso com as regras
de convivência familiar.

Quando a criança é ouvida e a sua opinião considerada, sente-se importante e


querida o que melhora a sua autoestima e a compromete com o bem-estar de toda
a família. Conhecer as regras transmite segurança e reforça o sentimento de
pertença à família. Para ser feliz, a criança precisa de saber o que se espera dela e
qual é o seu papel na família.

A participação de todos é importante. Grandes ou pequenos, todos têm a sua


visão e necessidades. Todos precisam de espaço para se exprimir livremente,
para serem ouvidos, respeitados e considerados na sua individualidade.

5. Demostre abertamente o quanto o ama


Cuidar do vínculo afetivo que se estabelece entre pais/filhos, desde bebé e
durante as diferentes fases da relação pais/filho, ajuda a superar mais facilmente
os conflitos quando surgirem.

Expresse carinho abertamente (com palavras e gestos) e dedique tempo a ouvir o


seu filho desde pequeno: o que o preocupa, o que o faz feliz, os seus medos e
anseios. Não espere que o seu filho atinja os 14 anos para falar com ele e pedir-
lhe para que confie em si, será demasiado tarde.

Ofereça amor incondicional e apoio constante, independentemente se gosta ou


não da forma como é, como pensa e como decide.

6. Assuma que há mudanças na adolescência e


adapte-se a elas
Na fase da adolescência os pais têm que ter a consciência de que as necessidades
e interesses dos seus filhos mudam drasticamente. Não resista a essa evolução.
Acompanhe-a. Ofereça ao seu filho o que sempre lhe deu: afeto, diálogo e
normas de convivência.
Converse honestamente sobre todos os temas, sem tabus e censuras. Mantenha o
canal aberto para que consigam dialogar, com confiança, sobre todos os assuntos
que interessam e preocupam o seu filho mas também sobre o que a preocupa a si.

7. Pratique a escuta ativa


Preste verdadeira atenção ao que o seu filho lhe quer dizer e devolva a
informação assegurando-se que a compreendeu. Ponha-se no seu lugar e diga-lhe
como se sente, para que ele também a compreenda a si.

8. Não recorra à violência


Não utilize atitudes agressivas como insultos, ameaças ou palmadas. Não
compare o seu filho com outras crianças. As imposições de poder como ?em
minha casa fazes como te digo? ou ?aqui mando eu?, não servem para nada,
apenas contribuem para gerar sentimentos negativos, distância, humilhação e
desconfiança.

Depois de quebrar o laço, é muito mais difícil voltar a reatá-lo e, por vezes, a
ligação perde-se para sempre.

9. Respire fundo e pense duas vezes antes de agir


Não imponha regras, sanções nem intervenha num conflito se está cansada,
frustrada ou furiosa. Pode tomar decisões erradas e pouco eficazes. Não imponha
sanções pouco realistas, que não se possam cumprir, desproporcionadas ou
demasiado difíceis de alcançar ou manter.

10. Cuide de si
Arranje tempo e espaço para si para disfrutar e relaxar com algo que lhe dê
prazer. Aceite ajuda. Ouça e compreenda as suas próprias necessidades e
frustrações e direcione a sua fúria para a pessoa que realmente a merece.

Seja gentil consigo própria. Exercer uma parentalidade positiva requer muito
esforço e generosidade. O seu filho precisa que seja feliz e que se sinta em
harmonia consigo própria para que também ele seja feliz.

Bibliografia
 Save the Children International Oficina Regional para América Latina y el Caribe Iniciativa Global de
Protección de Save the Children, 2014

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