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Sexualidade Infantil

Aline Moura Gameleira


Psicológa clínica e Terapeuta sexual
CRP 15/2284
A postura do profissional
Tratar o assunto de forma consciente e profissional

Ter uma postura ética

Estabelecer uma relação de confiança

Conduzir um processo de reflexão

Respeitar a opinião de todos os envolvidos

Denunciar casos de abuso sexual


O trabalho de orientação sexual nas
escolas
• Dentro da programação das
1 disciplinas como tema transversal.

• Extraprogramação, sempre que


2 surgir questões relativas ao tema.
• “... Crianças que não recebem respostas acabam
diminuindo sua autoestima... Sem respostas aos
seus questionamentos, acabam inventando suas
próprias respostas ou, pior, ficam com uma lacuna
para qualquer informação lá se instalar, inclusive
informações distorcidas da internet.”

• “ O segredo das respostas está muito mais no


COMO, QUANTO e QUANDO falar do que mesmo no
conteúdo.”
Por que falar sobre sexo e sexualidade é tão
difícil?
o Não tivemos orientação;
o Não é fácil falar de um assunto tão íntimo;
o Temos a idéia de que é um assunto feio e
pecaminoso – ainda há muito tabu;
o As crianças não “sabem” escolher o momento
“certo” para perguntar;
o Por achar que nossos filhos ainda são inocentes e
não devemos incentivá-los;
o O mundo hoje é diferente do da época dos pais.
 “Não basta apenas INFORMAR. É necessário
que os pais, os professores e psicólogos
tenham uma postura atitudinal positiva em
relação ao sexo, para que as crianças possam
encarar desde cedo a sexualidade como algo
belo e prazeroso.”
Pontos fundamentais para um adequado
desenvolvimento da afetividade:
o Igualdade entre os sexos – sem vantagens ou
privilégios;
o Demonstração contínua de carinho – mesmo com
pouco tempo (ex.: nó de afeto);
o Proteção – os filhos precisam se sentir protegidos.
Motivos para se falar de sexo com os
filhos ainda pequenos:

o Aumentar as chances de saber lidar com


sua sexualidade no futuro;
o Destruir alguns mitos e informações
distorcidas;
o Aumentar a intimidade e a confiança entre
pais e filhos;
o Aumentar a afetividade;
Motivos para se falar de sexo com os filhos
ainda pequenos:

• Promover tranquilidade para a criança;


• Ampliar espaço para a aprendizagem;
• Conhecer melhor o seu corpo;
• Proteger quanto ao abuso sexual;
• Tornar as crianças mais responsáveis;
• Desenvolver capacidade de administrar seus
conflitos, dúvidas e medos.
CUIDADO COM EXPRESSÕES COMO:
o “ Se ficar pegando no pinto ele vai cair”;
o “Feche as pernas mocinha deve se sentar assim”;
o ‘Se eu pegar você com a mão na florzinha vai para
o quarto escuro”;
o “Você faz tudo errado!”
 A palavra tem muita força e sua repetição
causa um registro mental e sérias
consequências emocionais”
 Tríade afetada com essa postura negativa dos
pais:
o Autoestima;
o Autoconfiança;
o Autoaceitação

 “Quando os pais falam sobre sexo com seus


filhos, ele está contribuindo na hora de suas
escolhas, para que seja mais autoconfiante e
menos influenciável”.
 Postura atitudinal positiva na conversa:

o Buscar coerência entre seu discurso verbal e sua


expressão corporal;
o Ter um discurso compatível com suas ações (as
crianças aprendem o que vivenciam);
o Primeiro, procure saber, o que as crianças sabe
sobre o assunto e depois responda
verdadeiramente, sem “rodeios”;
o Usar uma linguagem clara e acessível. Use os
termos dele e em seguida forneça os corretos;
o Responder SEMPRE, sem adiar ou “enrolar” e,
se não souber, ser verdadeiro, buscar a
informação e depois fornecê-la, sem demora;
o Responder apenas o que lhe foi perguntado e
estar pronto para “escutá-lo”;
o Pai e mãe devem assumir esse comando. Não
é tarefa de um só, nem de terceiros;
o Além da conversa, informe-se e compre livros
adequados para sua faixa etária e leia com ele;
o Não jogar a responsabilidade da educação da
criança para um dos lados. (ex.: “fale com sua
mãe”, “é seu pai quem decide).”
o “Quando as crianças são criadas pelos avós e se
for uma relação afetuosa e vigiada pelos pais,
quando necessário, quanto aos limites, pode sim
ser muito bom, para TODOS!
A DESCOBERTA DA SEXUALIDADE INFANTIL
SEGUNDO SIGMUND FREUD

Fases psicossexuais do Desenvolvimento:

Fase oral – 0 a 2 anos;


Fase anal – 2 a 3 anos;
Fase fálica – 4 a 6 anos;
Fase de latência – 6 a 11 anos;
Fase genital – a partir de 11 anos.
DESENVOLVIMENTO DA SEXUALIDADE DA CRIANÇA POR FAIXA
ETÁRIA

 0 a 2 anos Atitudes pró-ativas:

o Acariciar o bebê;
o Conversar com ela, olhar em seus olhos, fazer fisionomia compatível
com o que está falando;
o Ao limpá-la (coco/xixi) não fazer cara de nojo – mostrar a importância
desse momento;
o Ao pegá-la no colo, passar carinho e segurança.
 “O desenvolvimento da sexualidade da criança vai depender de
todos esses fatores”
 “ O erotismo tem suas bases na infância. Esse é o ponto de
partida para uma vivência posterior da sexualidade.”
 Algumas particularidades:

o Meninos podem ter ereção desde o nascimento;


o Meninas podem ter intumescimento clitoridiano quando
estão sendo amamentadas;
o O bebê que se toca tem muito mais chance de estabelecer
uma melhor relação de intimidade consigo mesmo;
o Os lábios e boca têm significado evidente em sua
sexualidade.
 “Bebês cujo comportamento foi aceito naturalmente nas
etapas de seu crescimento chegam à idade adulta com muito
menos sentimento de culpa, vergonha do corpo ou
ansiedade do que os que só sofreram proibições.”
• A importância do TOQUE!

• No século XIX, mais da metade dos bebês


morriam durante o primeiro ano de uma
doença chamada marasmus;

• Produz relaxamento e proteção;


• Estimula o hormônio do crescimento;
• Fortalece a musculatura;
• Estimula a respiração e a fala…
A partir dos 3 anos!
o São tagarelas;
o Curiosidade de “onde vêm os bebês”, “como eles
nasceram”
o “Aproveitar a hora do banho para mostrar, pegar e
falar o nome de seu genital... Com a menina, colocar
um espelho para que ela veja!”
 “O processo de identificação com os pais é
fundamental para a elaboração do que se passa
internamente na pessoa e o desempenho dos
papeis sexuais.”
 Na Escola, essa criança:

o Começa a ficar mais focada no outro;


o Jogos de troca de papeis;
o Masturbação (banho, hora de trocar a roupa
e jogos sexuais);
o O professor deve compreender essa
dinâmica;
o Fase de extrema importância para o
desenvolvimento da identidade sexual.
Dos 4 aos 6 anos!
 A criança é curiosa;
 Começam as amizades;
 Interesses pelas questões sexuais (reprodução,
gravidez, nascimento);
 Ideia de que estão “namorando”;
 Palavrões;
 Importância da união familiar
 Na Escola, essa criança:

o Buscam atenção e exclusividade da


professora;
o Jogos sexuais escondidos;
o Namoricos;
o O pais precisam ser pacientes, saber lidar
com às questões da sexualidade.
Dos 7 aos 10 anos!
 Aumento dos vínculos de amizade;
 ”Clube do Bolinha” e da “Luluzinha”;
 As descobertas sexuais continuam;
 Se até essa idade ele(a) não perguntou NADA sobre
sexo, é hora dos pais ou professores criarem
oportunidades;
 “Joguinhos do Beijo”;
 Por volta dos 10 anos pode iniciar as transformações
corporais – PUBERDADE!!!
 Na Escola, essa criança:
o Organizam-se em grupos;
o Começam os “namoros”;
o O professor precisa promover conversas com
assuntos de seu interesse.

 Na INFÂNCIA, prestar atenção a:


o Evitar a erotização!
o Masturbação é normal!
o Jogos sexuais são comuns e necessários!
o Lidar com as diferenças sem transformá-las em
desigualdades (jeito de falar, tratar, brincar)
 Algumas particularidades:

o Filhos devem ter um quarto ou um local separado dos


pais;
o Aprender e ensinar a bater na porta do quarto do “outro”
e esperar a resposta para entrar;
o Ficar nu(nua) com os filhos com “naturalidade” é muito
saudável. Além de desenvolver a noção da beleza da
sexualidade, diminui a vergonha e ideia de pecado;
o Definir regras e acompanhar o acesso do filho a TV e a
INTERNET;
o Proporcionar opções saudáveis de lazer para o filho (jogos,
esporte, trabalhos de artes, brincadeiras com amigos, etc)
REFERÊNCIAS…

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