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Como bom mineiro, nascido e criado numa linda cidades do interior, desde pequeno

ficava encantado com a beleza e curioso com o funcionamento das coisas. Vivia desmontando
os brinquedos para saber como era por dentro e o que fazia ele funcionar, embora não
conseguisse montar ele de volta.

Um dia, com cerca de 10 anos de idade, em uma festa de aniversário, assisti um mágico
fazer seu show. Fez algumas argolas juntar, separar, juntar de novo. Fez pombas aparecerem,
objetos voarem e – esse o que mais me marcou – pediu que as pessoas que estavam ali
segurassem uma chave que tivesse no bolso em suas mãos fechadas e, ao estalar os dedos, todas
foram parar na mão dele! Eu fiquei atento o tempo inteiro e achei impossível o que tinha visto.

Fiquei com muita vontade de saber como aquilo tinha acontecido. Perguntei para os
meus pais e eles me falaram que aquilo era mágica e que só o mágico sabia como fazer.

Naquela época não tinha internet. Para ser mais específico, não tinha nem computador.
Nem em casa, nem com amigos, nem escola. Procurei tudo sobre mágica que pude encontrar,
assistia todos os shows que passava na TV e comprei livros que ensinavam números simples. Até
meu pai me ensinou algumas mágicas que sabia.

E ele tinha um amigo de infância, Wilson, que fazia mágica e para minha surpresa, no
meu aniversário ele fez uma apresentação. Eu ainda era muito novo para pensar em pedir que
ele me ensinasse algum truque.

Um tempo depois, vi uma propaganda de um kit de mágicas onde tinha alguns números
que me chamaram a atenção. Pedi muitas vezes, com muita vontade, para ganhar um - E ganhei!
Minha felicidade ao abrir e ver tudo aquilo. Finalmente saber como tudo podia ser feito.

Vi os vídeos em VHS (muito antigo!), nem ensaiei ou pratiquei os números direito e já


fui mostrar pros meus pais e irmãos. Fazia muitas e muitas vezes, até eles cansarem de ver – e
como cansaram!

Aí eu vi que tinha um problema: agora que eu sabia fazer mágicas, não tinha uma plateia.
E plateias não se pode comprar. Fiquei bem chateado, mas essa era a minha realidade – um
amante da mágica no interior sem um público e sem acesso a mágica.

Os anos foram passando e eu nunca abandonei o gosto pela mágica. Fazia alguns truques
para amigos e parentes quando eles pediram ou quando eu aprendia ou criava algo novo.

Depois dos meus 15 anos e a chegada da internet – discada – e claro, de um computador,


comecei a pesquisar sobre mágica e não achava quase nada. Somente textos em inglês, muitos
deles com pouca ou nenhuma imagem. Acabei aprendendo inglês para aprender mágica.
Aprendi muito. Treinei. Estudei. Voltei a apresentar para amigos e parentes. E as vezes para
amigos de amigos. Meu público continuava o mesmo.

Como sempre amei e amo a mágica nunca deixei ela desaparecer e agora com toda essa
tecnologia disponível percebi que era hora de correr atrás do que eu sempre gostei: fazer
mágicas!

Entrei em grupos, sites e fiz cursos online e presencial de mágica e mentalismo. Aprendi
muito! Aprendi ainda mais quando tive o convite de um grande amigo e mágico Marcelo, a quem
sou eternamente grato, de Belo Horizonte, que me mostrou seus números e me levou para
diversas apresentações
Agora sim meu problema foi resolvido e me joguei nesse sonho de criança de viver essa
mágica e atingir aquela mesma felicidade que eu tive ao assistir meu primeiro show de mágica
e fazer as pessoas felizes, se divertirem e sorrir com brilhos nos olhos a cada apresentação.

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