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Sexualidade na

Infância
Dra. Teresa Cristina Barbo Siqueira
 Início dos questionamentos:
“Educação Sexual... Quando, onde,
por quem e como falar sobre este
tema?”

 É preciso que o professor/os pais se


preparem para esta tarefa.

 Este é um tema que supomos


entender naturalmente, entretanto, às
vezes nos sentimos extremamente
limitados. O discurso sobre sexo
mobiliza-nos muito porque de certa
forma espelha a nossa própria
sexualidade.
É importante o
despertar da
curiosidade sexual
nas crianças, mas,
para isso é preciso
um clima sexual
positivo.
Teorias do desenvolvimento
sexual
 Freud – afirmou que o
comportamento humano é
orientado pelo impulso sexual, que
ele chamou de libido; palavra que
significa prazer. Distinguiu o
desenvolvimento da personalidade
em 5 fases: oral, anal, fálica, de
latência e genital.
 A transição é gradual e a duração
de cada uma depende do indivíduo.
Teorias do
desenvolvimento sexual
PIAGET
Pressupõe que os seres humanos passam por
uma série de mudanças ordenadas.
O eixo central é a interação organismo-
ambiente e essa interação acontece através de
dois processos simultâneos: a organização
interna e a adaptação ao meio, funções
exercidas ao longo da vida do organismo.
A construção da identidade acontece através
dos estágios de desenvolvimento:
• SENSÓRIO-MOTOR,
• PRÉ-OPERATÓRIO,
• OPERATÓRIO-CONCRETO,
•OPERACIONAL FORMAL.
Teorias do desenvolvimento
sexual
 Eric Erikson – sua teoria do
desenvolvimento psicossocial é
conhecida como as oito idades do
homem:
 confiança x desconfiança;
 autonomia x vergonha;
 iniciativa x culpa;
 domínio x inferioridade;
 identidade x confusão de papéis;
 intimidade x isolamento;
 generatividade x auto-confusão;
 integridade do ego x desesperança.
EDUCAÇÃO SEXUAL NO DESENVOLVIMENTO
INFANTIL – FASE 1 (de 0-18 meses)

FREUD ERIK ERICKSON


Confiança X Desconfiança
Fase Oral • O bebê deseja ser atendido
prontamente em suas
• Exploração e gratificação necessidades tanto fisiológicas
oral. Os lábios, a boca e a quanto psicológicas.
língua são os principais órgãos • Se a mãe consegue atender
de prazer da criança. suas necessidades o bebê
• Conhecimento e exploração estabelecerá uma atitude de
confiança com a mãe e esta se
do próprio corpo e do mundo.
projetará para o mundo e para as
outras pessoas.
• Mas se este processo se
estabelece ao contrário, o bebê
desenvolverá o sentimento de
desconfiança e este sentimento
se projetará para outras pessoas,
na vida adulta.
EDUCAÇÃO SEXUAL NO DESENVOLVIMENTO
INFANTIL – FASE 1 (de 0-18 meses)
JEAN PIAGET
Fase Sensório – Motor
• Atividade reflexa.
• Coordenação de dois esquemas. Começa a
construir esquemas de ação para assimilar o
meio.
• Inteligência é prática, desenvolve noções de
espaço e tempo através da ação.
• O contato com o meio é direto, sem
representação ou pensamento.
• ver, pegar e levar à boca.
Educação Sexual –
Fase 1
• Nomear corretamente as
partes do corpo da
criança; apelidos? de
onde vêm?
• Reagir naturalmente à
manipulação;
• Aceitar a sexualidade
como parte da vida
humana.
EDUCAÇÃO SEXUAL NO
DESENVOLVIMENTO INFANTIL –
FASE 2 (18 meses – 3 anos )
FREUD ERIC ERIKSON
Autonomia X Vergonha – Dúvida
• A crescente maturação física
Fase Anal
liberta a criança da mãe.
• Sua atenção se localiza no • Sentimento de independência
funcionamento anal. Aprende e autonomia.
a controlar suas fezes e urina. • Deseja fazer várias coisas
• sensação de prazer e sozinha. Exploração do
desprazer – expulsão e ambiente.
retenção (interesse da • Desenvolvimento da
criança). linguagem verbal;
• aprovação e recompensa x • Caso seja impedida de realizar
as atividades de forma
desestimulação e castigo.
independente ou até
Cuidado! ridicularizada, desenvolverá a
vergonha, se isto for conflituoso
se instalará a dúvida sobre sua
capacidade.
EDUCAÇÃO SEXUAL NO
DESENVOLVIMENTO INFANTIL –
FASE 2 (2 A 7 ANOS)

Fase Pré – Operacional


• Estágio egocêntrico: centrada em si
mesma. Não se coloca no lugar do outro.
• Desenvolvimento da linguagem e
pensamento. Tudo deve ter uma
explicação. Momento dos “porquês”???
• Estágio intuitivo: deixa se levar pela
aparência. Os julgamentos são baseados na
percepção e não na lógica. Não relaciona
fatos.
• Início da fase simbólica.
Educação Sexual –
Fase 2
• Reagir com calma quando a
criança usar palavras “feias”,
isto é, relacionadas à
sexualidade;
• Colocar limites quando se
fizer necessário;
• A intervenção do professor
deve ser tranqüila mas firme,
colocando para a criança os
limites que elas não estão
conseguindo colocar;
EDUCAÇÃO SEXUAL NO DESENVOLVIMENTO
INFANTIL – FASE 3 (3 AOS 6 ANOS)
FREUD- Fase Fálica ERIKSON -Iniciativa X Culpa
• Interesse pelas diferenças • Rivalidade com o
anatômicas entre os sexos. progenitor do mesmo sexo.
• Interesse pela atividade •Identificação com o
sexual dos pais e pela origem progenitor do mesmo sexo
dos bebês. (imitação).
• Complexo de Édipo. •Se os pais souberem lidar
• Identidade sexual para vida com os sentimentos de
toda. rivalidade e amor de forma
• Amnésia infantil. positiva estará
desenvolvendo nessa criança
• Consciência moral – o a iniciativa, ao contrário,
Superego. desenvolverá o sentimento
• Presença de brincadeiras de culpa.
sexuais (médico, enfermeiro, • Esclarecimento sexual de
trenzinho, papai e mamãe). acordo com a curiosidade e
capacidade de compreensão.
EDUCAÇÃO SEXUAL NO
DESENVOLVIMENTO INFANTIL –
FASE 3
PIAGET
Continuação da Fase
Pré- Operacional

• Continuação do estágio
egocêntrico.
• Desenvolvimento da
linguagem e pensamento.
• Estágio intuitivo: Os
julgamentos ainda são
baseados na percepção e
não na lógica.
Educação Sexual - Fase 3
• Dar respostas objetivas
às perguntas das
crianças;
• Respeitar os limites da
sexualidade dos pais;
• Devolver a pergunta à
criança, para entender
o que ela está
perguntando;
• É necessário ajudar a
criança a esclarecer
suas idéias sobre as
diferenças anatômicas;
EDUCAÇÃO SEXUAL NO DESENVOLVIMENTO
INFANTIL – FASE 4 (6 aos 12 anos)
FREUD ERIKSON
Fase Latência Domínio X Inferioridade
• Suspensão do “complexo de • Aprender habilidade, tanto na
Édipo”. A criança se volta ao escola, como fora dela.
conhecimento do mundo, mas • Ao aprender tais habilidades e
também procura o conhecimento agir no mundo a criança
sobre o sexo. desenvolve um sentimento de
• Corresponde aos primeiros anos domínio. Se não for encorajada ou
do ensino fundamental. bem sucedida, aparece o
• Inicia-se a aprendizagem dos sentimento de inferioridade.
valores e papéis culturalmente • A criança passa muito tempo na
aceitos. Relacionamento com escola e cabe ao prof proporcionar
crianças do mesmo sexo: “Clube o sentimento de competência em
da Luluzinha” e “Clube do relação às atividades escolares.
Bolinha”; fortalecimento da Evitando que se instale o
identidade sexual. sentimento de inferioridade
perante outras crianças e adultos.
EDUCAÇÃO SEXUAL NO
DESENVOLVIMENTO INFANTIL – FASE
4 (7 – 11 anos)
PIAGET
Fase Operacional Concreto

• O desenvolvimento ocorre a partir do


pensamento pré – lógico para as soluções
de problemas concretos.
• A criança desenvolve noções de tempo,
espaço, velocidade, ordem, causalidade.
• Não se limita a representação imediata,
mas ainda depende do mundo concreto,
para chegar a abstração, ex: copo d’ água.
• Capacidade de raciocínio vai do concreto
para o abstrato, ex: tampinhas.
Educação Sexual – Fase 4
• Usar respostas simples, pequenas e
diretas para as perguntas;
• Criar um clima positivo para que as
perguntas apareçam;
• Permitir que elas perguntem, ou
não;
• Pode ser oportuno discutir com as
crianças o respeito pelo outro,
relembrando as regras de
convivência da classe, para
assegurar um clima tranqüilo de
trabalho;
• Continuar devolvendo as
perguntas;
• O professor pode atuar com a
classe toda, ou com um grupo
específico de crianças, ou ainda,
apenas com uma, dependendo do
momento e da forma como as
questões se apresentam.
Masturbação
• É a estimulação dos
próprios genitais;
• Apresenta-se mais
como fonte de culpa
do que de prazer;
• Arraigado de mitos,
crenças e tabus,
como:
• Cegueira, surdez,
debilidade mental,
loucura...etc.
Mitos sobre a
masturbação
• Hoje, a mulher que se
masturba vai
prejudicar sua relação
sexual;
• Ficando “viciada”,
“fria”, “estéreo”;
• O homem, pode ficar
“cego”, “impotente” e
“fraco”;
• Falsas verdades;
Desenvolvimento da
capacidade de dar e receber
prazer
• A masturbação faz
parte da vida das
pessoas desde a
infância;
• Nessa"exploração
",o sujeito se toca
e acaba
descobrindo o
prazer que isso
causa.
•“Nessa fase faz parte do desenvolvimento, assim como
• engatinhar, andar e falar"
• Consciência do
próprio corpo através
de experiências de
dor e de prazer
O que fazer com um
aluno que se masturba na
sala de aula?
•O fator problemático está no aluno não prestar
atenção no que ocorre na sala, ao mesmo tempo
em que perturba os outros pela atividade que
exerce.
• Essa atividade provoca reações violentas nos
adultos e, portanto poderia indicar uma maior
agressividade do aluno ou maior vontade de ser
notado. A professora deve transmitir ao aluno
que esta atividade, que não é má em si mesma,
está sendo desenvolvida num momento
inadequado. É uma atividade particular e
privada.
Afetividade é a base da
vida do ser humano
• É importante, então,
perceber que a
sexualidade se
desenvolve desde
quando o bebê
nasce e se
fundamenta na
relação de afeto na
tríade
• Mãe-Pai-Bebê
Dificuldades dos pais em
relação a masturbação
• As atitudes
negativas dos pais, a
estas descobertas
masturbatórias,
medo do contato
físico com os filhos
poderão ser um dos
mais precoces
determinantes dos
problemas sexuais
ou conjugais futuros;
Masturbação como
problema
• Quando os pais possuem
dificuldades em
relacionarem
afetivamente com os
filhos, essas crianças
poderão ser adultos com
medo de intimidade
afetiva;
• Em conseqüência,
poderão ter seu
desenvolvimento
emocional e sexual
perturbado;
Papel da masturbação
• Ensaio para o sexo
adulto - aprender
fazer amor consigo
mesmo;

• Aprender, também, a
lidar com o próprio
corpo;

• Tem início na infância,


puberdade, diminui na
vida adulta e aumenta
na velhice;
Papel da masturbação
• Até no casamento pode
ser saudável, uma forma
de lidar com o desejo
sexual diferente do casal;
• Ou para enfrentar
momentos de separação,
proximidade do parto,
doença ou divórcio;
• Ou ainda como forma de
prazer e descarga de
energia, durante a
velhice.
É comum a masturbação??

• Ela é, portanto, uma


atividade sexual
normal em qualquer
fase da vida
• Cada um sabe a
maneira como é
estimulado e excitado,
por isso há
diferenciações na
forma de masturbar-
se
Masturbação
• As mulheres se
masturbam girando o
dedo contra o clitóris,
outras com a
compressão e
descompressão dos
músculos das coxas,
dentre outras formas
• Os homens, se
masturbam com as
mãos, alguns esfregam
o pênis contra o colchão
ou cobertas;
Masturbação sem medo
• Tudo que passa a ser
excessivo, como comer,
dormir, ver televisão
podem ser sintomas de
algum problema
(compulsão);
• O que afasta o sujeito
das suas atividades
cotidianas, e o impede
de ter contato social,
deve ser investigado.
A masturbação não faz
mal??
• Não há relação entre
masturbação e
doenças;
• Existem conseqüências
negativas, como a culpa
e a vergonha, que são
desenvolvidas a partir
dos preconceitos;
Masturbação como
experiência negativa
• Caso o indivíduo se sinta
carregado de culpa e
remorso por praticar, vendo
a masturbação como um
crime
• Gerador de angústia e
diminuição da auto-estima
• Muitas vezes a masturbação
é responsabilizada por
situações das quais ela é
conseqüência e não causa.
Ex: Ansiedade e medo de
contato físico.
Descoberta da
sexualidade
• Menino: “Bem ... já
tiramos as roupas eu
já estou em cima de
você... Quanto tempo
falta para chegarmos
ao orgasmo?”
• Menina: “Não faço
idéia, mas agora sei
porquê a mamãe
tem dor de cabeça...”

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