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RESUMO MÓDULOS D – E – F

Módulo D - Psicologia Jurídica nas Varas da Infância e da Juventude

 Início Informal e Voluntariado


“A história da atuação de psicólogos brasileiros na área da Psicologia Jurídica tem seu
início no reconhecimento da profissão, na década de 1960”.

 SMJ
“Ao juiz cabe a decisão judicial; não compete ao psicólogo incumbir-se desta tarefa. É
preciso deixar clara esta distinção, reforçando a ideia de que o psicólogo não decide,
apenas conclui a partir dos dados levantados mediante a avaliação e pode, assim,
sugerir e/ou indicar possibilidades de solução da questão apresentada pelo litígio
judicial”.

 Separação e divórcio
“Separação e divórcio: os processos de separação e divórcio que envolvem a
participação do psicólogo são na sua maioria litigiosos, ou seja, são processos em que
as partes não conseguiram acordar em relação às questões que um processo desse
cunho envolve. Não são muito comuns os casos em que os cônjuges conseguem, de
maneira racional, atingir o consenso para a separação. Isso implica resolver o conflito
que está ou que ficou nas entrelinhas, nos meandros dos relacionamentos humanos,
ou seja, romper com o vínculo afetivo-emocional (Silveira, 2006)”.

 “Psicólogo jurídico e o direito da criança e do adolescente: destaca-se o


trabalho dos psicólogos junto aos processos de adoção e destituição de poder
familiar e também o desenvolvimento e aplicação de medidas socioeducativas
dos adolescentes autores de ato infracional”.

 “Psicólogo jurídico e o direito penal: o psicólogo pode ser solicitado a atuar


como perito para averiguação de periculosidade, das condições de
discernimento ou sanidade mental das partes em litígio ou em julgamento
(Arantes, 2004). Portanto, destaca-se o papel dos psicólogos junto ao Sistema
Penitenciário e aos Institutos Psiquiátricos Forenses”.

 Alguns aspectos psicológicos da delinquência juvenil


(uma palestra para magistrados, 1946)
“Uma criança normal, se tem a confiança do pai e da mãe, usa de todos os meios
possíveis para se impor. Com o passar do tempo, põe a prova o seu poder de
desintegrar, destruir, assustar, cansar, manobrar, consumir e apropriar-se. Tudo o que
leva as pessoas aos tribunais (ou aos manicômios, pouco importa no caso) tem seu
equivalente normal na infância, na relação da criança com o seu próprio lar. Se o lar
consegue suportar tudo o que a criança pode fazer para desorganizá-lo, ela sossega e
vai brincar”.

“A criança cujo lar não lhe ofereceu um sentimento de segurança busca fora de casa as
quatro paredes”

• “A ideia corrente é que, vendo-se ‘livre’, a criança passa a fazer tudo o que lhe
dá prazer. Ao constatar que o quadro de referência de sua vida se desfez, ela
deixa de se sentir livre. Torna-se angustiada e, se tem alguma esperança, trata
de procurar um outro quadro de referência fora do lar”.
• “Quando uma criança rouba fora de casa, ainda está procurando a mãe, mas
procura-a com maior sentimento de frustração e necessitando cada vez mais
encontrar, ao mesmo tempo, a autoridade paterna que pode pôr e porá um
limite ao efeito concreto de seu comportamento impulsivo e à atuação das
ideias que lhe ocorrem quando excitada”.
• “Em muitos casos, o sentimento de segurança não chegou à vida da criança a
tempo de ser incorporado em suas crenças”
• “Enquanto está sob forte controle, uma criança anti-social pode parecer muito
bem; mas, se lhe for dada liberdade, ela não tardará em sentir a ameaça de
loucura. Assim, ela transgride contra a sociedade (sem saber o que está
fazendo) a fim de restabelecer o controle proveniente do exterior”.
• “Uma boa capacidade para sentir a realidade das coisas reais, internas e
externas, e o estabelecimento da integração da personalidade individual. O
pleno desenvolvimento emocional significa isso e muito mais. Depois dessas
coisas primitivas, seguem-se os primeiros sentimentos de envolvimento e
culpa, bem como os primeiros impulsos para fazer reparações. E na própria
família há as primeiras situações triangulares e todas as complexas relações
interpessoais que acompanham a vida no lar”.

MÓDULO E - Psicologia Jurídica nas Varas de Família e Sucessões.

Françoise Dolto
• Nascimento: 6 de novembro de 1908, Paris, França
• Falecimento: 25 de agosto de 1988, Paris, França
• “A situação triangular é sempre preferível para a criança”.
• “Nada é mais terrível para os filhos do que uma mãe que possa dizer-lhes:
‘Sacrifiquei tudo por vocês’, ou seja, uma mãe que tenha vivido como uma falsa
viúva ou uma falsa solteirona a pretexto de estar encarregada dos filhos”.
• “Uma mãe que tem todos os poderes e todos os deveres, e que vive isso como
não tendo nenhuma liberdade”.
• “no mundo ocidental, inúmeros homens ainda consideram que sua semente dá
um filho à mulher e que, depois disso, não são responsáveis por ele”.
• “A emoção de ver o genitor a quem não vê habitualmente pode fazê-la
vomitar: é uma reação psicossomática. É uma linguagem, na criança, devolver o
conteúdo de seu estômago, inconscientemente associado à ‘mamãe’, para ficar
pronta para engolir ‘papai’, ou seja, um outro que não deve misturar-se nela
com o outro genitor. Então a criança expulsa o que tem em si para que não
haja, em seu interior, uma explosão, uma guerra. É claro que se trata de uma
linguagem que a criança não pode explicitar verbalmente”.
• “O inconsciente se estrutura como uma linguagem”

“Há partes de nosso corpo que são expressivas, sem que o saibamos, de uma
maneira específica”.
“Esses sintomas psicossomáticos nunca são um mau sinal. Constituem uma
linguagem a ser decifrada e tornada compreensível para a criança cujo corpo
está exprimindo o que a fala não consegue dizer”.
“A linguagem é sempre positiva; mas a mãe pode achar que, se o filho fica
doente, é porque o pai é ruim para ele. Aliás, é provável que, se o filho fosse
confiado ao pai, produzisse os mesmos sinais sintomáticos caso só visse a mãe
raramente. Esse fenômeno não se deve à pessoa de cada um, mas a uma
situação”.

• “a regularidade é mais importante do que a frequência”


“assim como a criança ‘cria a mãe’, com bastante frequência é também ela que
suscita a função paterna; como afirmei, certas vezes é preciso tempo para que
um pai se torne pai: é preciso que o filho o ame e solicite para que, por sua vez,
ele o ame. Quando essa relação é prematuramente interrompida por uma
separação ou um divórcio, é possível que o pai não consiga, posteriormente,
assumir com facilidade sua função paterna”.

• “A criança deve sempre ser ouvida – o que de modo algum implica que, depois
disso, se deva fazer o que ela pede. Além disso, a decisão pode ser-lhe
explicada: o juiz opta por atribuir a guarda àquele que está mais apto a garantir
as tarefas cotidianas exigidas pelo sustento e pela educação de uma criança
que ainda não é autônoma. Quanto aos filhos maiores, é importante levar em
consideração suas observações e seus desejos, quando estes são
acompanhados por uma vontade deliberada e refletida de viver com este ou
aquele dentre os pais”.
• “Para a dignidade da criança e de seus pais, é necessário que estes digam o
que fazem e façam o que dizem”.
“A criança precisa, principalmente, de um interlocutor que não a leve
imediatamente a sério e que compreenda o clima afetivo do qual emanam suas
afirmações e sua ‘ação’. O que a criança diz nem sempre deve ser tomado à
primeira vista. Cabe decodificar o desejo por trás de seus ditos”. “Existe uma lógica
dos discursos da criança na qual é preciso iniciar-se para compreender o que ela
quer dizer no curso daquilo a que chamamos ‘perícias’”.
Módulo F – Psicologia Penitenciária e Jurídica nas Varas Criminais
Psicopatia: da máscara da sanidade à máscara da justiça
• “um particular modelo de personalidade”
“pode-se dizer que a psicopatia não é propriamente um transtorno mental.
Mais adequado parece considerar a psicopatia como um transtorno de
personalidade, pois implica uma condição mais grave de desarmonia na
formação da personalidade”.
• As características consideradas por Cleckley (1941, 1976 - reedição)
• Charme superficial e boa inteligência;
• Ausência de delírios e outros sinais de pensamento irracional;
• Ausência de manifestações psiconeuróticas;
• Falta de confiabilidade;
• Insinceridade;
• Falta de remorso ou vergonha;
• Comportamento antissocial e inadequadamente motivado;
• Julgamento pobre e dificuldade para aprender com a experiência;
• Egocentricidade patológica e incapacidade para amar;
• Pobreza geral nas relações afetivas;
• Específica falta de insight;
• Falta de responsividade na interpretação geral das relações interpessoais;
• Comportamento fantástico com o uso de bebidas:
• Raramente suscetível ao suicídio;
• Interpessoal, trivial e pobre integração da vida sexual;
• E falha para seguir planejamento vital.
“O psicopata é um indivíduo egoísta, impulsivo, agressivo, sem sentimentos de
culpa ou remorso em relação a comportamentos que seriam estarrecedores para
os modelos da sociedade. Trata-se de um sujeito impulsivo e agressivo, desprovido
de sentimento de vergonha, de remorso e de consideração pelos outros. Na
realidade, a psicopatia é um transtorno no qual existe uma fundamental
incapacidade de amar ou de estabelecer uma relação de confiança. Há falta de
insight, de habilidade para controlar impulsos ou para postergar gratificações. Falta
compromisso para o cumprimento das obrigações, mentira patológica, procura de
emoções, julgamento pobre, desconsideração para as convenções sociais e
comportamento antissocial são traços de funcionamento do sujeito psicopata”.
• “colocam sistematicamente a culpa de seus erros nos outros”
“brutalidade e a subtaneidade da manifestação agressiva, que pode ser comparada
a uma explosão, a um curto-circuito, e a frieza aparente como se o sujeito estivesse
desprovido de emoção e se relacionasse com o objeto através da sua incorporação
ou da sua destruição: "se não posso obtê-lo, vou destruí-lo" (Ey, 1978).
“não conseguem aprender com a experiência e constroem uma vida pobre porque
repetem os mesmos comportamentos, uma vez que nada há a consertar ou
aprimorar. Isso lhes retira qualquer dimensão de futuro. São imediatistas, razão
pela qual não conseguem sustentar planos nem a longo nem a médio prazo.
Confundem o futuro com o presente”.
“Para o psicopata, o sentimento de solidariedade é rigorosamente desconhecido, e
o outro é despido de alteridade, no sentido de que ele não o percebe como pessoa,
sujeito de sentimentos diferentes dos seus, que merecem e devem ser respeitados.
O outro somente faz sentido como algo a ser usado, como coisa ou objeto. São
imediatistas e presenteístas. Por mais que busquem emoções fortes, e a rotina lhes
estresse, psicopatas repetem comportamentos antissocias e também por isso são
altamente predispostos à reincidência”.
• Âmbito criminal
“nem todos os psicopatas são obrigatoriamente criminosos. Porém, quando o são,
distinguem-se qualitativamente dos outros tipos de delinquentes. São mais frios,
menos reativos, mais impulsivos e violentos, mas, principalmente, depredadores no
sentido de que veem os outros como presas emocionais, físicas ou econômicas”.
• Psicopatas não criminosos
“O psicopata bem-sucedido pode estar adaptado em algumas esferas, mas não em
outros importantes domínios da vida, razão pela qual a conceitualização de
psicopatia em sujeitos não criminosos ainda permanece uma tarefa muito difícil
(...) Psicopatas não criminosos podem também apresentar uma forma de tática,
intimidação e autopromoção, mentira e manipulação, através das quais eles
podem tirar vantagem sem um necessário confronto com a polícia ou com a
justiça”.

• “risco de reincidência dos psicopatas”


“Critérios de probabilidade de reincidência criminal podem ser evidenciados por meio
da aplicação de PCL-R (Psychopathy Checklist-Revised) à população carcerária e. a
partir daí, possibilitar que sujeitos com menor potencial recidivo não sejam
prejudicados em seu processo de reabilitação pela convivência e influência perniciosas
com indivíduos que apresentam personalidade psicopática”.

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