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-Como Freud criou o espaço clínico; a psicanálise vem do lugar de onde ser torna
possível enxergar o inconsciente; como Freud chegou ao lugar de formulação dos
conceitos caros a psicanálise?
-Intuição sobre o poder de verdade da ciência e da técnica: Freud faz uma decisão sobre
o realismo da ciência, uma decisão materialista, uma opção pelo concreto, sobre como
se organiza o poder na vida social.
-A matéria social em que Freud tem sua formação tem uma longa trajetória, há um
acúmulo que permite o despertar do interesse desse autor
-Josef Breuer uma importante influência para Freud que é comumente deixada de lado
nas histórias sobre a pscinálise.
- Vida e obra de Freud confundem-se com a história da psicanálise. Entre os objetos que
esse autor se defronta no “encontro” a psicanálise está o sonho. O sonho é objeto que
permite a Freud aproximar-se do inconsciente.
- Sobre as concepções da afasia: estudo que trás algumas concepções que estarão
presentes ainda na psicanálise; a ideia de que a representação palavra que a afasia
impede de se manifestar demostra que há algo para além das sinapses. A ideia de estudar
as afasias vai ajudar a Freud decifrar o enigma colocado por Charcot: a linguagem. Ao
mesmo tempo ajudará o autor a romper com certas concepções “fisicalistas” de sua
época, concepções que o ajudará a desvendar o enigma da linguagem. O autor organiza
uma articulação entre o indivíduo e a linguagem.
- Passo fundamental da psicanálise com relação a noção de sujeito anterior: há algo nos
sintomas que ultrapassam as escolhas conscientes dos indivíduos. Muitos dos traumas
possuem origem arcaica nos indivíduos. Causas que fogem ao conhecimento do sujeito
e que não se revelam na aparência dos sintomas. Como é possível descrever essas
causas então? Problema colocado a Freud diante da concepção de ciência de seu tempo
na medida em que se voltava a descrição das causas de um trauma. Freud percebe que
os sintomas manifestos são de origem inconsciente, algo que o levará aos sonhos. Com
a prática em seu consultório vai descobrindo aos poucos que os sonhos possuem
capacidades elucidativas para aquilo que não se apresenta nos sintomas. O sujeito aqui
seria ignorante as condições que o determinam.
- Tinha como intuição clínica: causa dos sintomas eram acontecimentos passados não
vislumbrados pelo sujeito. É no sonho que se realiza um reequilíbrio de forças
antagônicas da psiquê. A experiência clínica de Freud junto ao seu conhecimento
acumulado (neurologia, medicina) coloca Freud a refletir constantemente diante de suas
colocações.
- O inconsciente se trata de uma outra cena, o lado obscuro do psiquismo que vai sendo
desnudado na clínica. Os traços que nos fogem da nossa experiência seriam capturados,
ao menos alguns deles, pelo inconsciente. A análise organiza a concatenação dessa
memória, a clínica ajuda a demostrar aquilo que é constitutivo do trauma que nossa foge
a consciência. Os traços que nos fogem em estado de vigília e que apareceriam durante
o estado onírico nos fugiriam justamente por defesa da consciência para com o ego. A
vida onírica daria acesso a um conteúdo memorialístico do qual a consciência não teria
acesso, nesse sentido a forma como a memória aparece nos sonhos seria fundamental
para lidar com os problemas que ela enseja.
- É com o sonho de Irma que Freud descarta a ideia de que o sonho é uma manifestação
fragmentária do cérebro, seria marcado, diferentemente, pelo desejo enquanto elemento
estruturante.
- Algo da verdade daquilo que estrutura sua certeza de si (6). Dissuasão das formas
pulsionais (8). Cisão da formação da subjetividade (9). O inconsciente e suas
representações (11). A aparição do sujeito do inconsciente, o ato falho, o próprio
fenômeno de sua manifestação já aparece como algo interpretado (11). Em seu núcleo
reside representações pulsionais (12).
- A contradição não captada pelo discurso formal vai engendrar uma nova ideia sobre o
sujeito. De certa forma a psicanálise desestrutura a fantasia moderna sobre o sujeito
autoconsciente, o sujeito translúcido. O sujeito aqui é marcado de antemão pela sua
alienação. Para Douglas a própria ideia de um sujeito integral se perde diante da
história.
- Não estamos interessados em sua descrição, mas aquilo que subjaz a essa descrição;
interessa aquilo que escapa a nossa descrição de nós mesmos. Corre-se atrás aqui da
manifestação de um sujeito marcado por uma cisão originária. Como fruto dessas
transformações torna-se necessário pensar-se o sujeito sempre em uma relação de tensão
com o Outro. Tornada impossível a unidade de si consigo próprio essa unidade só
poderia ser pensada nessa relação com o Outro, essa ideia de completude, a busca
ilusória de unidade, não anula a busca do sujeito por ela – nesse ponto define-se a
fantasia: a busca da completude.
- A pulsão excede o domínio do biológico, ela excede a necessidade instintiva, ela reside
no campo da linguagem organizada por significados; a pulsão já é algo significado. Ela
é direcionada pelo recalque originário e não possui objeto específico. Sua satisfação é
realizada ao saciar uma outra necessidade por um determinado objeto sem, no entanto,
depender desse mesmo objeto. O que se procura nesse objeto não é algo em si, mas o
seu significado diante da pulsão, o que nos trás da satisfação originária antes do
recalque.
- O fundamento na sexualidade humana residiria na dupla satisfação – da necessidade e
da pulsão. Sexualidade aqui não se confunde com genital (talvez pudesse-se elaborar
mais esse ponto).
- “Então o que é a pulsão? É essa montagem pela qual a sexualidade participa da vida
psíquica, ultrapassa o reino da necessidade biológica [...] (13).
- Nossa ação é estruturada por uma fantasia. Manutenção da pulsão como fiadora do
desejo; ser fiel ao desejo é atravessar a fantasia que teríamos a completude; ser fiel ao
desejo é declarar fidelidade ao princípio de reposição da falta.
- Aquilo que estrutura sal fantasia não é o fim radical de sua existência. Atravessar a
fantasia é restituir a fantasia ao seu lugar de fantasia.