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PARA ENTENDER LACAN – CHRISTIAN DUNKER

AULA 1

Não dissociar a forma do conteúdo, se formos falar de um objeto preciso usar uma linguagem
que está à altura do objeto, senão eu não consigo acessar a realidade do objeto estudado.

Surrealistas trabalham com o método da duplicação, duplicamos, deformamos a realidade,


repete a realidade e assim a gente apreende melhor a realidade.

Acessamos por este recurso surrealista.

Sessões com tempos variados.

O princípio de que um processo definido por uma relação de linguagem, relação de fala, ele
deveria comportar a cada momento uma definição dada pela linguagem, dada pela relação da
linguagem e não algo arbitrário ou cronológico,

Tanto faz a convenção

Mas a convenção desrespeita o tempo próprio do que sesta acontecendo ali, e o tempo faz
parte da coisa.

Ideia do surrealismo e tradição filosófica hegeliana, dialética.

Os moldes pelo quais aprendendo uma coisa, definem a coisa.

E mais, os modos pelos quais aprendendo uma coisa, definem quem está aprendendo a coisa.

TEORIA DA LÓGICA TEMPORAL

Justifica isso desdobrando a nossa experiência em três grandes registros

Imaginário, simbólico e real.

Não discernir estas 3 dimensões atrapalha muito a apreensão da experiência.

Porque confundimos experiência com imagem, a coisa não é sua imagem.

A coisa não é só a coisa que representamos e sabemos sobre ela. Além da imagem e do
pensamento da coisa, existe algo que nos escapa, a coisa como real.

Tem algo na minha vida que está além do que consigo pôr em imagens e além do que consigo
pensar – motivo da busca de uma pessoa pelo analista.
O real é o horizonte do tratamento?

Lacan era um conhecedor da cultura chinesa, japonesa, hindu e trás de certa forma para sua
teoria.

A CRITICA DO NARCISISMO FREUDIANO E A CIENCIA DA PERSONALIDADE

Caso Inê – Como ela melhorou?

Atacou no outro/a o fato de que a outra denunciava sua própria ineficiência

Lacan define que há a necessidade de uma nova teoria da personalidade

Define 3 critério para definir o que é um melhor conceito de a personalidade

A personalidade não é somente o si mesmo, o que você acha sobre si

A questão da personalidade precisa resolver 3 problemas

1 – Como que contamos uma história, biografia sem lacunas – me fale quem é você?

A história precisa ser uma unidade, dotada de coerência, ter começo meio e fim, preciso ter
uma lógica para tal. Na medida que tenho uma personalidade

2 – Operação de síntese de operações, olhar para o mundo e ver como uma unidade coerente
em que percebo sempre fragmentos

As imagens que tenho do mundo são sempre fragmentarias, a minha experiência cria uma
unidade que se chama mundo e minha representações sobre ele. Ultrapassa o que eu estou
vendo. Unidade das representações

3 – um bom conceito de personalidade deve ser capaz de compreender o que vimos no caso da
ine, nossas vidas estão marcadas por uma espécie de contradição e descompasso com o
processo social.

Ou seja, quando somos pequenos os pais nos criam e transmitem palavras, desejos, ideias,
valores, fazem o melhor que pode antecipando um mundo que vira, quando essa criança se
introduzir em outras instituições.

Os pais fazem isso com base em suas próprias experiências

Atraso estrutural em relação ao mundo em que essa criança vai efetivamente/realmente viver
Há uma contradição entre as expectativas sociais pelas quais fomos criados, educados e
ensinados e o real, o real quer dizer a realidade social, que não se ajusta com o ideal que nós
temos para os nossos sujeitos.

Então a personalidade tem que dar conta deste problema de que existe uma tensão entre o que
se espera de nós e o que podemos entregar para o outro.

O PRINCIPIO DE REALIDADE NÃO É SEPARADO DO PRINCIPIO DE PRAZER. –


Segundo Lacan em uma crítica a ideia de Freud que são dimensões separadas.

Apesar disso, a objetividade precisa estar lá

Gnosiológico – tem que vir com o conhecimento.

A gênese do ego é um processo relacional e psicológico.

Há um problema na psicanalise e na teoria freudiana do eu. Já que Freud propõe duas


acepções do eu, uma instancia de conhecimento, igual para todos e a outra face do eu é a face
psicológica em suas alteridades temporais e espaciais, variáveis e únicos.

Contingencias particulares.

O sujeito é conflito, dividido, não é um, é dois.

O eu é o um outro. – Poeta?

O eu é o eu e sua sombra, e seu ideal e seu objeto e assim por diante.

O plano de Lacan é trazer essa concepção de sujeito e personalidade para melhorar a teoria
psicanalítica

Freud escolhe o mito grego que fala do eu como dois, através do espelho do outro que me
apreendo como um. O mito de narciso.

Além de introduzir uma nova versão sobre o que é o eu –

O analista opera em dois registros – elucidação intelectual e da manobra afetiva, pela


transferência, em como ele lida com a transferência.

Freud não tem sujeito, o Freud fala sobre o ego.


Da Personalidade ao Sujeito: O IMAGINÁRIO

Identificação para a psicanalise – a transformação produzida do sujeito quando ele assume


uma imagem

É um gesto subjetivo, não imputado a ele

Ele toma uma imagem como valor simbólico – é se/me representar.

Toda vez que VIVO/DIGO isso, eu me transformo – é assim que nasce o sujeito.

Somos insuficientes – nascemos insuficientes – e dessa forma nos vinculamos com o outro.

Essa fragilidade se torna uma virtude – andamos em bando, caçamos em bando, somos uma
espécie social que funciona a base dessa insuficiência

A cultura – mais do que nos mesmos, antecipação do que nos queremos ser esta presente
naquilo que nos somos

Eu soiu também o sonho que eu posso ter, o futuro que eu imagino pra mim, há algo em mim
além da imagem que vocês podem perceber, enquanto futuro, enquanto outro.

Esse drama, o drama da insuficiência e antecipação

Menos que o ser, mais do que o ser.

O vazio central é a falta, e a falta é o que nos torna desejante.

O fato de nos sentirmos um é uma ortopedia, é uma forçagem aquilo que realmente somos.

Somos mais fragmentados do que gostaríamos de imaginar

Somos menos individuo do que gostaríamos de ser

S barrado em álgebra lacaniana é o sujeito dividido.

O eu e a sua imagem se reconciliaram, se acreditam unos, a base de um sistema de ilusões,


está em Hegel também

História da consciência descrita na fenomenologia do espirito

A dialética do senhor e do escravo – uma história das nossas ilusões, como a consciência
guarda dentro de si as ilusões, que por outro lado a formaram enquanto consciência.

APLICA A UM EXPERIMENTO FISICO, de ótica


O sujeito se distingue do eu, o ela é fragmentada, e adquire uma forma ortopédica onde ele se
alimenta.

Ele pensa a tópica do imaginário e tabular que a questão é como separamos imaginário e
simbólico

Forçando a mão, o sujeito universal do conhecimento

O eu, alienação, desconhecimento, briga com a própria imagem, com o corpo, o imaginário

Ele usa a noção de símbolo

O que é o simbólico?

O simbólico define o que o Freud chamou de inconsciente

São as regras que nos comandam sem que nos percebamos que estamos sendo comandados
por elas

Regras econômicas

Linguísticas

Ideológicas

Antropológicas

Quando falamos de uma língua, usamos as regras, sabemos, mas não sabemos e não
explicitamos essas regras.

É artificial

Neste momento de formação do eu, de introdução de uma unidade, tem que responder do
outro lado como se forma a unidade do simbólico,

A ideia do complexo de édipo não é o primeiro que a gente vive – formação de uma posição
do sujeito

O primeiro que vivemos é o complexo do desmame, quando temos que se separar desse corpo
que não sabemos que temos corpo e temos que nos separar na amamentação

Deixa rastros e marcas

Segundo complexo, é o complexo de intrusão, chegada dos irmãos, emergência do afeto de


ciúmes e inveja
Eu era tudo para esse outro e de repente aparece algo a mais, como meus pais desejaram algo
a mais. Eu que sou o símbolo de tudo que eles queriam

Perturba o narcisismo e faz com que volte a situação de crise que é experimentado em
angustia

Terceira crise é enfim a edipiana. Como a gente elabora que além de mim essa mãe deseja o
outro e não só o outro como irmão, deseja o outro que exerce sobre ela uma novidade, que é a
capacidade de limitação. A capacidade de dizer você não vai reincorpora essa criança.

Essa criança que é nosso produto pertence ao social, foi feita para o mundo

E esta afirmação que é importante porque tira a criança o lugar da família e apresenta para a
criança que existe outra lei.

Essa seria a função do pai, apresentar o simbólico, o simbólico apreende-se não por essa
família, mas pelos sistemas das famílias.

Há única lei universal não convencia intenção incesto

Não podemos casar com papai, mamãe, titio, e etc.

DECLINIO SOCIAL DA IMAGEM PATERNA.

A gênese da autoridade e da lei

O pai está caindo, está em baixa, e sendo cada vez mais reduzido a uma pessoa comum.

Dizendo no começo da modernidade até 1938

A psicanalise só se tornou possível porque proliferou na nossa cultura um tipo de sofrimento


baseado na contradição em relação a lei

Nunca estamos ajustados ao nossos papeis, sempre em inadequação, insuficiência.

Porque acontece mais e mais?

Não acreditamos mais nas narrativas transcendentais da figura do pai

O patriarcado é uma convenção não natural, a posição da mãe, as narrativas religiosas

O declínio social da imagem paterna e isso produz um tipo de sofrimento chamado neurose
Quanto mais declínio mais neurose?

Neuroses de caráter ou neuroses narcísicas – se o declínio continuar?

As pessoas nos procuram mais por sofrimentos narcísicos

Tedio, inadequação com o corpo, insuficiência permanente em relação aos outros, crise com a
nossa imagem, pouca relevância, indefinição e incerteza do que se quer da vida.

EU QUERO OUTRA. Outra imagem

Quero ser mais.

Um sujeito que seja capaz de viver bem a sua vida, viver a altura do seu desejo sem precisar
duplicar, triplicar o lugar do pai como essa imagem que organiza e completa o simbólico.

Do sujeito ao outro: o tempo lógico

O Freud diz o seguinte, o inconsciente é uma estrutura simbólica e se compõe de regras,


podemos observar na criação dos nossos sonhos, são surrealistas, pois seguem regras da
deformação da realidade, não do mundo, mas das transformações e deformações da realidade
de nossos desejos.

Se confrontarmos a realidade de nosso desejo, ou o real dos nossos desejos, a gente é corroída
pela angustia.

O sujeito que opera numa temporalidade própria – Freud diz que não existe temporalidade no
inconsciente

E o sujeito do inconsciente?

Será que esse sujeito desse inconsciente não pode ter esse tipo de tempo próprio?

Tirar o sujeito do seu infinito desejo do reconhecimento do eu, e leva-lo a reconhecer qual é o
seu desejo, o desejo recalcado e inconsciente.

Há três soluções

Sujeito imediato – sujeito do instante.

Sujeito reciproco – sujeito da compreensão, reflexibilidade, que pensam como eu

Sujeito neurótico espera o outro, e este tempo pode ser uma vida

Ver, compreender e concluir.


A liberdade é para todo ou não é para ninguém

Se você quer se libertar vai ter que levar o outro junto

NINGUEM CURA SUA NEUROSE SOZINHO

Você precisa de um outro para mediar essa relação

Patologia do sujeito

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