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AULA 1
Não dissociar a forma do conteúdo, se formos falar de um objeto preciso usar uma linguagem
que está à altura do objeto, senão eu não consigo acessar a realidade do objeto estudado.
O princípio de que um processo definido por uma relação de linguagem, relação de fala, ele
deveria comportar a cada momento uma definição dada pela linguagem, dada pela relação da
linguagem e não algo arbitrário ou cronológico,
Mas a convenção desrespeita o tempo próprio do que sesta acontecendo ali, e o tempo faz
parte da coisa.
E mais, os modos pelos quais aprendendo uma coisa, definem quem está aprendendo a coisa.
A coisa não é só a coisa que representamos e sabemos sobre ela. Além da imagem e do
pensamento da coisa, existe algo que nos escapa, a coisa como real.
Tem algo na minha vida que está além do que consigo pôr em imagens e além do que consigo
pensar – motivo da busca de uma pessoa pelo analista.
O real é o horizonte do tratamento?
Lacan era um conhecedor da cultura chinesa, japonesa, hindu e trás de certa forma para sua
teoria.
1 – Como que contamos uma história, biografia sem lacunas – me fale quem é você?
A história precisa ser uma unidade, dotada de coerência, ter começo meio e fim, preciso ter
uma lógica para tal. Na medida que tenho uma personalidade
2 – Operação de síntese de operações, olhar para o mundo e ver como uma unidade coerente
em que percebo sempre fragmentos
As imagens que tenho do mundo são sempre fragmentarias, a minha experiência cria uma
unidade que se chama mundo e minha representações sobre ele. Ultrapassa o que eu estou
vendo. Unidade das representações
3 – um bom conceito de personalidade deve ser capaz de compreender o que vimos no caso da
ine, nossas vidas estão marcadas por uma espécie de contradição e descompasso com o
processo social.
Ou seja, quando somos pequenos os pais nos criam e transmitem palavras, desejos, ideias,
valores, fazem o melhor que pode antecipando um mundo que vira, quando essa criança se
introduzir em outras instituições.
Atraso estrutural em relação ao mundo em que essa criança vai efetivamente/realmente viver
Há uma contradição entre as expectativas sociais pelas quais fomos criados, educados e
ensinados e o real, o real quer dizer a realidade social, que não se ajusta com o ideal que nós
temos para os nossos sujeitos.
Então a personalidade tem que dar conta deste problema de que existe uma tensão entre o que
se espera de nós e o que podemos entregar para o outro.
Contingencias particulares.
O eu é o um outro. – Poeta?
O plano de Lacan é trazer essa concepção de sujeito e personalidade para melhorar a teoria
psicanalítica
Freud escolhe o mito grego que fala do eu como dois, através do espelho do outro que me
apreendo como um. O mito de narciso.
Toda vez que VIVO/DIGO isso, eu me transformo – é assim que nasce o sujeito.
Somos insuficientes – nascemos insuficientes – e dessa forma nos vinculamos com o outro.
Essa fragilidade se torna uma virtude – andamos em bando, caçamos em bando, somos uma
espécie social que funciona a base dessa insuficiência
A cultura – mais do que nos mesmos, antecipação do que nos queremos ser esta presente
naquilo que nos somos
Eu soiu também o sonho que eu posso ter, o futuro que eu imagino pra mim, há algo em mim
além da imagem que vocês podem perceber, enquanto futuro, enquanto outro.
O fato de nos sentirmos um é uma ortopedia, é uma forçagem aquilo que realmente somos.
A dialética do senhor e do escravo – uma história das nossas ilusões, como a consciência
guarda dentro de si as ilusões, que por outro lado a formaram enquanto consciência.
Ele pensa a tópica do imaginário e tabular que a questão é como separamos imaginário e
simbólico
O eu, alienação, desconhecimento, briga com a própria imagem, com o corpo, o imaginário
O que é o simbólico?
São as regras que nos comandam sem que nos percebamos que estamos sendo comandados
por elas
Regras econômicas
Linguísticas
Ideológicas
Antropológicas
Quando falamos de uma língua, usamos as regras, sabemos, mas não sabemos e não
explicitamos essas regras.
É artificial
Neste momento de formação do eu, de introdução de uma unidade, tem que responder do
outro lado como se forma a unidade do simbólico,
A ideia do complexo de édipo não é o primeiro que a gente vive – formação de uma posição
do sujeito
O primeiro que vivemos é o complexo do desmame, quando temos que se separar desse corpo
que não sabemos que temos corpo e temos que nos separar na amamentação
Perturba o narcisismo e faz com que volte a situação de crise que é experimentado em
angustia
Terceira crise é enfim a edipiana. Como a gente elabora que além de mim essa mãe deseja o
outro e não só o outro como irmão, deseja o outro que exerce sobre ela uma novidade, que é a
capacidade de limitação. A capacidade de dizer você não vai reincorpora essa criança.
Essa criança que é nosso produto pertence ao social, foi feita para o mundo
E esta afirmação que é importante porque tira a criança o lugar da família e apresenta para a
criança que existe outra lei.
Essa seria a função do pai, apresentar o simbólico, o simbólico apreende-se não por essa
família, mas pelos sistemas das famílias.
O pai está caindo, está em baixa, e sendo cada vez mais reduzido a uma pessoa comum.
O declínio social da imagem paterna e isso produz um tipo de sofrimento chamado neurose
Quanto mais declínio mais neurose?
Tedio, inadequação com o corpo, insuficiência permanente em relação aos outros, crise com a
nossa imagem, pouca relevância, indefinição e incerteza do que se quer da vida.
Um sujeito que seja capaz de viver bem a sua vida, viver a altura do seu desejo sem precisar
duplicar, triplicar o lugar do pai como essa imagem que organiza e completa o simbólico.
Se confrontarmos a realidade de nosso desejo, ou o real dos nossos desejos, a gente é corroída
pela angustia.
O sujeito que opera numa temporalidade própria – Freud diz que não existe temporalidade no
inconsciente
E o sujeito do inconsciente?
Será que esse sujeito desse inconsciente não pode ter esse tipo de tempo próprio?
Tirar o sujeito do seu infinito desejo do reconhecimento do eu, e leva-lo a reconhecer qual é o
seu desejo, o desejo recalcado e inconsciente.
Há três soluções
Sujeito neurótico espera o outro, e este tempo pode ser uma vida
Patologia do sujeito