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Semestre: 3°
Curso: Teatro
Este breve preâmbulo acabou por ser necessário. Durante o tal teste de
personalidade, há uma pergunta em específico que me leva a ponderar sobre a
trajetória do ser humano, e por mais que eu goste de respostas concretas, certezas
e pensamentos alinhados, ainda encontro-me vivendo uma incógnita.
Ocasionalmente afirmo que me encontro perdida em pensamentos sobre a
existência humana e a sua racionalidade, mas não sei se é algo que de fato deveria
apreciar. Nossa história mostra o quanto que somos adaptáveis e por mais que
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A tipologia de Myers-Briggs, indicador tipológico ou ainda classificação tipológica de Myers-Briggs é
um instrumento utilizado para identificar características e preferências pessoais.
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ENFJ: The Giver (Extraverted, Intuitive, Feeling, Judging). Protagonistas são líderes naturais, cheios
de paixão e carisma. Formando cerca de dois por cento da população, essas personalidades são
muitas vezes nossos políticos, nossos treinadores e nossos professores, estendendo a mão e
inspirando outros para conseguir e fazer o bem no mundo.
nossa busca por conhecimento seja continua, nunca alcançaremos o nível de
perfeição e total sabedoria. Nossa mente consegue ser tão vasta como o próprio
universo, e tão confusa quanto à origem da vida. Contudo, essa inconsistência e
sentimento de inferioridade abordados no Simbolismo (XIX), acabam nos instigando
mais à busca daquilo que não podemos ter. O conhecimento, muitas vezes, nasce
da dúvida, do incômodo e da incerteza, e foi graças a esses questionamentos que
temos a capacidade, por mínima que seja de compreensão daquilo que nos cerca, –
ou melhor, de nós mesmos.
Sigmund Freud (1856 – 1939) foi um desses curiosos que buscou investigar o
universo dentro de nós, seres humanos. O porquê das nossas decisões, dos nossos
sonhos, dos nossos pensamentos, o nosso porquê. Conhecido como o pai da
psicanálise e inovador da dos conceitos do inconsciente humano, Freud estuda e
aplica suas teorias e suas concepções sobre a mente humana. A busca de tentar
entender o ser humano por meio da associação livre, interpretação dos sonhos,
pensamentos reprimidos, imagens e a articulação do inconsciente por meio da fala
foram seus principais mecanismos.
Freud enxergava a mente humana como um iceberg, onde em sua ponta está o
consciente, a divisão entre a parte aquática e subaquática encontra-se o pré-
consciente, e a vastidão de si mesmo é o que está debaixo d’água, no caso, o
inconsciente. Dentre tais separações podemos investigar mais três segmentos, cujos
são: id, ego e superego. O id é a parte mais profunda, primitiva e impulsiva que nós
possuímos. Ele não aceita ser inibido ou reconhece os valores morais, éticos
essenciais para uma boa convivência na sociedade. Vive imerso naquilo que não é
palpável, ou seja, o mundo da ilusão e da fantasia. O tempo todo está ali movido
pelos desejos prazerosos, primitivos e egoístas, sendo, praticamente, irracional e
não moralista. Muitos acabam associando o id como o lado psicopata adormecido do
ser humano, pois não há a algo forte o suficiente que os impeça de querer realizar
seus desejos profanos, bárbaros e ilógicos. Por isso que muitas vezes os vilões dos
universos, majoritariamente literários, são considerados com, no mínimo, algum grau
de psicopatia. Desbloqueando memórias da infância, é o nosso “diabinho” em nosso
ombro, desenterrando nosso inconsciente. Já o ego é desenvolvido através do id,
quando nós buscamos agir de maneira lógica, evitando consequências
desagradáveis e buscando pelo prazer da conquista e da recompensa. Seria, em
outras palavras, um simples mediador de nossas ações e reações. Muitas vezes o
ego, por partir do id – acaba por ser o seu maior controlador, – onde supondo que
numa situação o id proponha algo, o ego irá analisar e por sua vez elaborar
possíveis situações ruins que aquela ideia poderia levar a acontecer. E mesmo
sendo muitas vezes confundido com a própria consciência, Freud afirma que o ego
ainda pode ser influenciado pelo inconsciente perverso do id. Portanto, é nossa
“parte neutra”, onde não é tão radical quanto o id, ou restrita como o próximo termo
a ser comentado. O superego define-se como a parte majoritariamente moral de
nossa mente, contrariando os princípios do id, buscando inibir, forçar e conduzir o
ego aos ideais necessários para a convivência em sociedade. Diferente dos outros,
ele irá mediar sem se importar com a possibilidade da gratificação, sua censura
acaba sendo mais radical e sempre com o intuito de buscar a perfeição. Seria no
caso, nosso “anjinho” no outro ombro que de vez em quando acaba por entrar em
desavenças com o id.
Em suma, o ser humano age de acordo com suas pulsões tanto consciente
quanto inconscientemente. Ao longo dos anos de crescimento e amadurecimento
passamos por diversas fases que acabam por estruturar nossa personalidade que
resumem nosso comportamento perante a si e à sociedade. Profundamente temos o
incessante desejo de aprendizagem e busca pelas gratificações para que possamos
nos sentir importantes e, dependendo do trauma, eliminar o sentimento de
impotência à vida. E como explica Freud: “Em última análise, precisamos amar para
não adoecer.”.
Newton estava certo ao determinar que para toda ação exista uma reação. Tal lei
aplica-se não só aos corpos físicos, como também psíquicos. Assumindo uma
situação hipotética e seguindo um pensamento lógico, é evidente afirmar quando
nós fazemos algo que nos traz certo benefício, a possibilidade de repetirmos tal
comportamento é maior. Assim como ao fazer algo que resulta numa consequência
negativa, provavelmente não voltaremos a reprisar a ação.
Ele também realizou experiências com animais, – pombos, ratos, etc, – e com
seres humanos, o conhecido “Pequeno Albert”. Com esses experimentos, é apenas
reforçado o conceito do condicionamento, da gratificação, e dos traumas que
também podem ser aprendidos com o tempo, principalmente na infância, sendo
indiretamente relacionado ao objeto em si, mas sim o sentimento aversivo, de medo,
que ele traz. Além disso, ele assemelha-se a Freud em relação à educação, pois é
mais tranquilo, prazeroso e estimulante o trabalho e desenvolvimento das
recompensas por meio de palavras e ações do que pelas punições. Skinner diz que
o ato de punir tem o mesmo objetivo: tentar erradicar o comportamento precedente,
entretanto, é dividido em: punição positiva (comportamento aversivo) e punição
negativa (subtrai um estímulo gratificante). Seus efeitos costumam, em sua maioria,
serem negativos, com a inibição da atitude, não há o ensinamento da ação
desejada, além dos sentimentos desfavoráveis, acontece a generalização das
aversões. Portanto, o ideal a se fazer é reforçar a aprendizagem sempre que
necessário, tanto na teoria quanto na prática. Enquanto isso, o reforço positivo
aumenta à possibilidade de repetição, já citado anteriormente, a aprovação social
garantindo maior sentimento de capacidade de realizar algo, em outras palavras, eu
encaro como o desenvolvimento da autoestima e autoconfiança.
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FREIRE, P. PEDAGOGIA DA AUTONOMIA - saberes necessários à prática educativa. São Paulo:
Paz e Terra, 2003.