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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUISTA FILHO” - Instituto de

Biociências, Letras e Ciências Exatas- Câmpus de São José do Rio Preto


Departamento de Educação
Disciplina: Psicologia da Educação
Docente responsável: Profº Antonio Cesar Frasetto
Discente: Jessika Rubiati Scalvenzi
São José do Rio Preto, 15 de dezembro de 2014.

VOLTOLINI, R. . Pensar é desejar. Revista Educação, p. 36 - 45, 01 ago. 2006.

Resumo do texto “Pensar é desejar”, de Rinaldo Voltolini

Freud é constantemente tratado como representante do afetivo, e não do


conhecimento. Isso se deu graças à separação do campo do afetivo e do cognitivo,
separação que não é de todo real, além do fato de suas teorias não envolviam os
conceitos de conhecimento e saber.
A partir das más interpretações, a psicanálise foi vista de maneira negativa e
não foi aceita na época. E foi em cima dessa não aceitação que Freud construiu sua
teoria do conhecimento e do saber, onde afirma que o mito não é superado totalmente
da razão. E é dessa maneira que justifica o fato da psicanálise ter sido interpretada de
maneira errada, sendo que esse mito dura até hoje.
E foi dessa falha na interpretação de suas teorias que Freud pôde basear seus
estudos do conhecimento e do saber. Ele chegou à conclusão que o saber estava
ligado à mentalidade e às necessidades da sociedade, sendo que, como o pensamento
é e sempre foi narcisista, o homem dificilmente aceita o que vai contra seu status de
superioridade.
O conhecimento individual prima pelo eu sobre o objeto. O conhecimento é o
questionamento do sujeito sobre ele mesmo, um drama interno afetado pelos conflitos
pessoais, que é chamado de “Afetação”. Freud começou a estudar a afetação que era
considerada como perturbação (amnésia, obsessão), mas também observou que era
por ela que se dava o processo de criação.
O que Freud buscava salientar era que tanto o pensamento racional quanto o
emocional são afetados, fazendo parte na construção do destino (futuro em aberto) do
sujeito, posto que é o pensamento que molda sua realidade. A realidade não está ali
para ser percebida pelo sujeito, ao contrário, o sujeito é quem molda a realidade a ser
percebida por ele, de acordo com suas próprias reflexões. A primazia do Eu sobre o
objeto é o narcisismo disfarçado e inconsciente, onde o eu enxerga a realidade da
maneira que lhe convém.
Assim, o sujeito atribui ele mesmo sobre os objetos, apreendendo-os de maneira
que a realidade lhe seja aprazível. O homem é, nesta perspectiva, considerado
inadaptável. Ele questiona a natureza e tudo que existe por trás dela para adaptá-la à
suas vontades, ou seja, não se submetendo a ela, mas dominando-a. A interrogação,
nesse caso, tem relação com a dúvida e a existência, sendo que questionar é um
elemento fundamental da razão humana. Sem questionamentos, a dominação dos
saberes não teria sido possível.
A teoria do sexo feita pelas crianças, segundo Freud, seria então o
questionamento que elas formulam e que buscam responder sobre sua própria
existência. A criança tenta dominar a realidade, e é o corpo como participante da
atividade de pensar que ela toma como base. E assim como as crianças, o ser humano
adquire o poder sobre o conhecimento que detém, e é ele quem decide o que fazer
com ele.

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