onde uma rica produção científica e cultural germinou. Para se deslocarem no deserto do Saara, os povos que habitavam a África há milhares de anos aprenderam a ler as estrelas. Para construir pirâmides avançaram na Matemática e na Física Para a mumificação estudaram a anatomia humana e a de vários animais detalhadamente Os povos africanos eram também notórios engenheiros navais, tendo alcançado outros pontos do mundo muito antes dos europeus “Vários conhecimentos europeus têm por base saberes africanos. E essa é a gênese do conhecimento: ele circula, se renova e pode ser adaptado.
Em um país em que 56% da população é negra,
por que crianças e adolescentes veem os saberes europeus dominarem os livros e os quadros das salas de aula, e todas as contribuições iniciais e atuais do continente africano serem muitas vezes resumidas ao tema da escravidão? A África dos grandes reinos e impérios O componente africano na formação do Brasil
• Conhecer a história dos povos africanos ajuda a
compreender melhor a formação do povo brasileiro.
• Os negros africanos tiveram importante papel na formação
da nossa cultura.
• Estima-se que, entre os séculos XVI e XIX, cerca de 10 a 12
milhões de africanos escravizados foram trazidos para o nosso continente, aproximadamente 4 milhões deles para o Brasil. • Os navios negreiros que aqui chegaram traziam mais do que braços escravos para trabalhar. Em seus porões, viajavam também culturas, idiomas e religiões que, na América, foram reelaborados pelos contatos estabelecido entre as diversas etnias africanas, os povos indígenas e os europeus.
• Com as experiências vividas em solo brasileiro, os africanos
recriaram sua identidade, evocando sua história e mesclando elementos culturais de distintos pontos da África. A questão do outro O olhar estrangeiro sobre a África
• Eram chamados de etíopes (pele negra);
• Representações da África e dos africanos pelos europeus foram influenciados pelo cristianismo e pela Bíblia; • Aventureiros e missionários representavam estas terras como sendo inóspitas, humanos deformados, imoralidade, regiões e hábitos demoníacos.
• Atualmente a África é retratada como selvagem, pobre e doente.
África pré-colonial
• Convencionou-se chamar a fase da história do continente africano
compreendida entre os séculos IX e XIX de África pré-colonial.
• Ao longo desse período desenvolveram-se sociedades diversas, com
organizações econômicas, políticas e culturais específicas, línguas, hábitos e costumes diferentes.
• Povos nômades que se dedicavam ao comércio conviveram com
povos sedentarizados que constituíram aldeias, cidades e impérios. Os reinos Sudaneses
• Os povos que viviam no Sael (território de savanas ao sul do Saara)
eram conhecidos como sudaneses, pois essa área também era denominada Sudão (Bilad al-Sudan, que em árabe significa terra dos negros).
• Eram bons agricultores, plantavam milhete (espécie de milho de grão
miúdo), sorgo (cereal semelhante ao milho), arroz e cereais. Também caçavam, pescavam e criavam gado. • Conheciam a metalurgia, confeccionando pontas de lanças, enxadas e flechas com o ferro. Habitavam vilas com casas de taipa ou palha, próximas às terras cultivadas.
• Organizavam-se em torno de linhagens e dos conselhos dos
anciãos, sendo estes os responsáveis pela resolução das disputas nas aldeias.
• A formação de reinos no Sudão foi, em certa medida, incentivada
pelo comércio transaariano de cereais e outros produtos agrícolas, além de âmbar, pimenta, marfim e escravos, que eram trocados por cavalos, sal, cobre, conchas, panos de algodão e tâmaras. Reino de Gana • Gana foi um dos maiores reinos formados no continente africano que se desenvolveu para fora das regiões litorâneas ou da África muçulmana.
• Sua área correspondia às atuais regiões de Mali e da Mauritânia,
• Reino surgiu da unificação de aldeias
• Desenvolvimento através do comércio com os árabes;
• Economia: minas de ouro • Trocavam tecidos, cobre, sal, joias, tâmaras e figos por ouro e noz e escravos; • Sociedade: hierárquica: livres e escravos. Unidade familiar importante • Século XI. Conversão ao Islamismo. • Século XII: Invasão pelo império de Mali O Reino de Mali
• Desenvolvimento entre os séculos XIII e XVI;
• O Reino de Mali era, a princípio, uma região do Império de Gana
habitada pelos mandingas. Era composto por 12 reinos menores ligados entre si, e tinha como capital Kangaba.
• O nome que os mandingas davam ao seu império era Manden
Kurufa; o nome Mali era usado por seus vizinhos, os fulas, para se referir ao grande império. • Anexação de vastas regiões; • Polo de cultura devido as vastas bibliotecas, madrasas (escolas) e magníficas mesquistas, principalmente na cidade de Tombuctu; • disputas internas. Foi derrotado e incorporado ao império de Songai. Os iorubás • Os povos iorubás compartilhavam língua e cultura semelhantes e habitavam a região sudoeste da atual Nigéria. • Eles constituíram sociedades tipicamente urbanas, com economias diversificadas e ofícios especializados. • Esses povos criaram importantes microestados e reinos, caso da cidade-Estado de Ifé e do Reino do Benin • Deixaram uma forte marca na cultura afro-brasileira. Ifé, cidade-Estado iorubá
• Possuía um conjunto de diversas aldeias de agricultores e
comerciantes; • Anciões eram os principais líder político, judiciário e religioso; • A localização era favorável ao comércio, ficava entre a floresta, a savana e o litoral; • Declínio começou a partir do século XVI, passando a fazer parte do território do Reino Benin. O reino Benin ou daomé • Habitada pelos povos chamados Edos, formando mini-estados, chefiados por um ovie ou ogie; • Primeiro rei, ou obá, foi descendente de Odudua, oraniã (orixá das profundezas da terra, filho de Odudua e rei de Ifé); • Governo de Ewuare fez reformas importantes, expandindo o seu poder e o comércio com os europeus; • Especializaram-se em esculturas de bronze e cobre, tornando protetores de artesãos e artistas; ➢ os africanos trazidos ao Brasil, e principalmente à Bahia, souberam conservar e transmitir a seus descendentes costumes, hábitos alimentares e crenças religiosas de tal forma que reconstituíram no Brasil um ambiente africano. ➢ Na Bahia, certos aspectos da cultura das comunidades africanas, provenientes da região do golfo do Benim, são muito visíveis ainda hoje. ➢ Manifestam-se especialmente pela existência de cultos aos antigos voduns e orixás, semelhantes aos dos atuais habitantes do sul do Daomé e sudoeste da Nigéria. ➢ Em uma área mais material, as especialidades culinárias, que fazem o orgulho da Bahia, levam ainda nomes pertencentes aos vocabulários iorubá e daomeano. Bantos, reino do congo • organização de um grande território • Nos séculos XV e XVI, o Congo era o único Estado capaz de exercer sua hegemonia sobre toda a região, entre o planalto de Benguela e os planaltos bateke, e desde o mar até além do rio Cuango. • O reino propriamente dito era muito povoado. • o Congo desempenhava papel crucial na evolução histórica da região. • A matrilinearidade determinava o acesso as terras • O Reino do Congo, apesar de ser governado por uma rede de parentes do rei, permanecia fortemente centralizado, havia centralização militar. • A presença portuguesa gerou uma serie de conflitos, desestabilizando o reino. Esfacelamento de sua hegemonia na região.