Você está na página 1de 10

Colégio Estadual Maria Cândida de Castilho Fontoura

Camila Souza dos Santos

CIVILIZAÇÕES AFRICANAS

ITIRUÇU-BA
2023
Camila Souza dos Santos

CIVILIZAÇÕES AFRICANAS

Trabalho solicitado pela


professora Sirlane aos alunos do
3º ano vespertino para fins
avaliativos

ITIRUÇU-BA
2023
Bantos
Costumes

Ao contrário dos khoisan, caçadores nômades, os bantos já desde o início


praticavam a agricultura, caça e a pesca. Além disso, conheciam a metalurgia,
o que deu grande vantagem na conquista dos povos vizinhos.

Características

Os bantos formam um grupo étnico africano que habitam a região da África ao


sul do Deserto do Saara. A maioria dos mais de 300 subgrupos étnicos é
formada por agricultores, que vivem também da pesca e da caça. Estes
subgrupos possuem em comum a família linguística banta.

Conheceram a metalurgia desde muito tempo, fato que deu grande vantagem a
este povo na conquista de povos vizinhos. Os bantos chegaram a constituir o
Reino do Congo, que envolvia grande parte do noroeste do continente
africano.

No passado, os bantos viveram em aldeias que eram governadas por um


chefe. O rei banto, também conhecido como manicongo, recolhia impostos em
forma de objetos, mercadorias e alimentos de todas as tribos que constituíam
seu reino.

Os bantos viviam, principalmente, da caça, da pesca e da coleta de alimentos


(frutos, raízes e vegetais comestíveis).

As pessoas que habitavam o reino, acreditavam que o manicongo tinha


poderes sagrados e que podia influenciar nas colheitas, guerras e saúde do
povo.

Religião

Atualmente, alguns bantos seguem o islamismo, que se espalhou pela costa


leste africana a partir do século VIII. Outros bantos praticam religiões
tradicionais baseadas na crença em uma divindade suprema, espíritos da
natureza e antepassados. Há também bantos que adotaram o cristianismo ou o
judaísmo como resultado do contato com outros povos.

Principais línguas bantas:


- Lingala
- Luganda
- Quicongo
- Cinianja
- Xichona
- Ndebele
- Zulu
- Suazi
- Xhosa

Malês

"Na Bahia de 1835, os negros que pertenciam a um dos grupos


étnicos mais islamizados da África Ocidental eram conhecidos
como malês", explica o historiador João José Reis, da
Universidade Federal da Bahia (UFBA). "O termo malê deriva de
imale, que significa muçulmano, na língua iorubá", decifra o autor
do livro Rebelião Escrava no Brasil - A História do Levante dos Malês em 1835.
Do velho sobrado, os rebeldes partiram em várias direções. Um
grupo avançou para a Praça do Palácio, onde ficava a cadeia da
cidade. Lá, os revoltososos planejavam tomar as armas dos
guardas e libertar Pacífico Licutan, o Bilal, líder malê que
estava preso para pagar as dívidas de seu senhor. Os demais
rebeldes enveredaram por ruas, becos e vielas, batendo nas
portas e janelas das casas e convocando pessoas escravizadas
e também libertos a se unirem a eles em combate. Cerca de 600
revoltosos, muçulmanos e não muçulmanos, responderam ao
chamado e participaram do levante.

Iorubás

Costumes

Antes da colonização os iorubá só usavam roupas típicas, hábito que


permanece até hoje, porém com modificações de influência ocidental. Para
sair, os homens idosos e ricos usam uma túnica grande, chegando até aos
joelhos, chamada dàndógó. É comum seu uso entre chefes de cidades.

Características

É o nome de uma das maiores etnias do continente africano em termos


populacionais. Na verdade, o termo é aplicado a uma coleção de diversas
populações ligadas entre si por uma língua comum de mesmo nome, além de
uma mesma história e cultura. Os grupos étnicos que vivem próximos aos
iorubás são os fon, ibo, igala e Idoma.
A maior parte dos iorubás vive na Nigéria, mais precisamente na região
sudoeste do país. Há também importantes comunidades presentes em Benim,
Gana, Togo e Costa do Marfim. Devido ao tráfico de escravos, bastante ativo
na área entre os séculos XV e XIX, muitos traços da cultura, língua, música e
demais costumes foram disseminados por extensas regiões do continente
americano, com destaque para Brasil, Cuba, Trinidad e Tobago e Haiti. Boa
parte da população negra no Brasil veio de terras iorubás.

Religião

Os iorubás são uma importante etnia, representando cerca de um sexto da


população. São na sua maioria católicos, mas uma parte segue também o
islamismo, ficando o culto tradicional em terceiro lugar. Cerca de 75% dos
homens são agricultores que vivem daquilo que cultivam. As mulheres
geralmente são encarregadas de vender parte do excedente nos mercados
populares das cidades. Alguns indivíduos possuem grandes fazendas
de cacau onde o trabalho é realizado por mão de obra contratada. Nas cidades,
os iorubás respeitam além das autoridades formais, o líder temporal, o “oba”,
que conquista sua posição de várias formas diferentes, incluindo herança,
casamentos, ou sendo pessoalmente selecionados por um Oba já no poder.
Cada Oba é considerado um descendente direto do Oba fundador de cada
cidade. O Oba é geralmente auxiliado por um conselho de chefes.

Língua

O iorubá é aquele típico exemplo de que língua é parte da cultura de um


povo. O idioma tem origem africana, a partir de um grupo étnico daquele
continente, e tem cerca de 45 milhões de pessoas envolvidas. A maior parte
(35 milhões) está na Nigéria, onde o idioma tem grande força. Porém, o
iorubá também está presente no Brasil, Cuba, Benin, Togo, Serra Leoa,
Costa do Marfim, Venezuela, Trinidad-Tobago, entre outros países.

O idioma iorubá chegou aqui a partir dos escravos que foram trazidos à
força ao país. E integrou com força a cultura brasileira. Tanto é que sua
versão falada é bastante difundida, graças à ligação com religiões de matriz
africana, como, por exemplo, o candomblé. Não é raro hoje em dia ouvir o
iorubá com grupos religiosos espalhados Brasil afora.

Balantas
Características e costumes

Os arqueólogos crêem que o povo que viria a ser os balantas migrou para a
atual Guiné-Bissau em grupos pequenos entre os séculos X e XIV d.C. Durante
o século XIX, espalharam-se ao longo da área do mesmo país e do sul do
Senegal, de forma a resistirem à expansão do reino de Gabu. A tradição oral
entre os balantas diz que estes migraram para oeste desde a área onde são
hoje o Egito, Sudão e Etiópia para escapar à seca e às guerras. Hoje, os
balantas encontram-se principalmente nas regiões sul e centro da Guiné-
Bissau.

São maioritariamente agricultores e criadores de gado, principalmente porcos.


Existe uma importante população balanta em Angola.

Cultura
Os balantas são o único grupo étnico da Guiné-Bissau sem um chefe ou um
líder reconhecido. Todas as decisões importantes entre os balantas são
tomadas por um conselho de sábios. Para se tornar um membro do conselho, o
candidato terá de ser iniciado durante a cerimónia fanado. No geral, a
igualdade prevalece entre os balantas. Consequentemente, os
colonialistas portugueses tiveram dificuldades em governar este povo. Na
viragem do século XIX para o XX, Portugal moveu campanhas de
pacificação contra os resistentes balantas e sujeitou-os aos nomeados
chefes fulas. Devido à repressão portuguesa, os balantas alistaram-se como
soldados em grande número e foram apoiantes de primeira linha do PAIGC no
desígnio nacionalista de libertação durante os anos 60 e 70 do século XX.
Contudo, quando os nacionalistas assumiram o poder após a independência,
depararam-se com a dificuldade em estabelecer comités de aldeia e outras
organizações entre os balantas devido à sua organização social
descentralizada. Muitos balantas ressentiram-se com a sua exclusão do
governo. A sua proeminência no exército esteve na origem de várias tentativas
de golpes de Estado lideradas por eles na década de 1980.

Religião

Os balantas são largamente animistas na sua crença. Djon Cago é uma


divindade deste povo. Na sociedade balanta, acredita-se que Deus está muito
longe. Os fieis tentam alcançá-lo através de espíritos e sacrifícios. Apesar do
cristianismo ser parcialmente aceito, o islão é forte e praticado juntamente com
a veneração espiritualista.
Manjacos

São um povo que habita as ilhas de Pecixe e Jata e as margens dos


rios Cacheu e Geba, na Guiné-Bissau. O nome do povo significa "eu digo-te".

A língua manjaca está classificada como parte das línguas Senegal-Guiné, que
são uma subdivisão das línguas atlânticas.

Existem grandes comunidades de manjacos no Senegal, França, Gâmbia,em


Portugal e nos países envolventes da Guiné-Bissau.

Após a destituição dos régulos e dos regulados em nome da construção do


estado-nação, no período que se seguiu à independência, estes voltaram a ser
invocados nos anos 90 enquanto as cerimónias de entronização se sucediam
por todo o país. Actualmente o fenómeno da revitalização do poder tradicional
é comum a numerosos países africanos, em particular na África Ocidental.
Contra muitas das expectativas dos observadores da realidade africana,
sobretudo no período que sucedeu de imediato às independências e à criação
dos novos estados africanos nos anos 50 e 60, os chefes tradicionais não
desapareceram. Pelo contrário, tornaram-se figuras proeminentes em
contextos muito diversos. Neste texto é abordado o fenómeno da revitalização
dos regulados guineenses, partindo de um caso específico, o dos régulos
manjaco do sector de Caió, região de Cacheu, procurando inseri-lo no contexto
mais vasto de renovação do poder tradicional na África Ocidental.

Mandingas

Características e costumes

Os mandingos vivem principalmente na África Ocidental, particularmente na


Gâmbia, Guiné, Mali, Serra Leoa, Costa do Marfim, Senegal, Burquina Faso,
Libéria, Guiné-Bissau, Níger, Mauritânia, havendo mesmo algumas
comunidades pequenas no Chade, na África Central. Embora bastante
dispersos, não se constituem no maior grupo étnico em qualquer dos países
em que vivem, exceto na Gâmbia.

Os mandinga eram um povo que habitou extensa área da África subsaariana,


em torno do século XIII em um dos reinos muçulmanos do vale do Níger: o
reino de Mali. Também conhecidos como malinquê, estes escravos islamizados
eram na Colônia chamados por malês.
As principais religiões dos Mandingas são:

O Islão sunita

Jejes
São um povo africano que habita o Togo, Gana, Benim (antigo Daomé) e regiões vizinhas,
representado, no contingente de escravos trazidos para o Brasil, pelos povos
denominados fons, minas, fantes e axantes.

O apogeu desse tráfico foi durante o século XVIII, durando até 1815, no chamado "Ciclo
da Costa da Mina" ou "Ciclo de Benim e Daomé".

Religião
Quando um povo sai de seu lugar de origem, leva consigo crenças, tradições
religiosas e costumes. Não foi diferente com os sudaneses que vieram
escravizados para o Brasil, em meados do século XVII. Combinando
documentos manuscritos, rituais e tradições, o antropólogo Luis Nicolau Parés
conta a história da nação jeje e a influência desse povo no Candomblé.

A formação do Candomblé, obra resultante de mais de sete anos de pesquisa,


é uma contribuição para a memória de um grupo que foi majoritariamente
esquecido, tanto nos estudos afro-brasileiros como entre o “povo de santo”. A
importância da nação jeje de Candomblé é reconhecida nos rituais e entre os
especialistas religiosos, mas não havia um estudo aprofundado sobre a origem
desse povo no território brasileiro e sobre sua herança ritualística.

HAUSÁS

Características e costumes

Os hauçás, haussás ou haúsas, também conhecidos pela grafia inglesa hausa,


são um povo do Sahel africano ocidental que se encontra principalmente no
norte da Nigéria e no sudeste do Níger. A língua dominante é o haussa. O povo
nativo desse local teve uma mescla de uma grande onda migratória vinda do
norte e do leste. A tradição oral refere-se à cidade-mãe Daura, que teria dado
origem às “sete cidades” históricas: Kano, Zaria, Gobir, Katsina, Rano, Biram e
Daura. A organização política administrativa se dava por pequenas
comunidades locais que se formavam por grupos de famílias dirigidos por um
chefe, sendo que a economia se baseava na agricultura e no artesanato
seguido do comércio. A religião é na sua maioria o islamismo. Muitos Hauçás
vieram para o Brasil através do tráfico negreiro. Porém, muitos ainda
permanecem em pequenos vilarejos trabalhando com a agricultura e a
pecuária.
Religião

As crenças religiosas dos haussas de então, deviam ser diferentes daquelas


que hoje professam as minorias de grupos que se renderam ao islamismo.
Como os outros povos africanos, acreditavam num deus supremo, distante do
mundo e dos homens, chamado Ubanjiji, e num grande número de espíritos,
denominados iscóquis, que determinavam cada aspecto da vida e conduziam o
destino dos seres.

Todos os rituais foram se extinguindo e muitos mitos foram incorporados ao


islamismo. Existem diversas explicação para a difusão do islamismo no
território haussa.Uns afirmam que foram os mercadores e missionários
mandigas que introduziram na Hauçalândia o islamismo, ficando num primeiro
momento restrito a aristocracia. Os artesãos e os camponeses continuaram
praticando os cultos africanos, mais ligados ao cultivo da terra, ainda que
mesclados com o islamismo.

Segundo a tradição, o Islã foi trazido para o território por Hausa MuhommadAl-
Maghili, um clérigo islâmico, professor e missionário, chegou de Bornu no final
do século XV. A islamização inicial foi muito lenta e gradual, principalmente
através de profetas, peregrinos e comerciantes. Durante séculos eles viveram o
Islã e as práticas religiosas tradicionais. No entanto, a partir do início do século
XIX, sob pressão Fulani, acelerou-se o processo de islamização
desaparecendo à prática das crenças antigas.

Língua
A língua hauçá ou haúça (Hashen Hausa; inglês: Hausa) faz parte do grupo
das línguas chádicas, que pertence à família linguística afro-asiática, sendo
falada pelo povo hauçá, tem um total de aproximadamente 86 milhões de
falantes, de modo que 56,3 milhões declaram-na como língua materna e cerca
de 30 milhões a falam como segunda língua. Embora não seja o idioma
oficial de nenhum país, é considerada uma das principais línguas africanas,
tanto pela sua extensão territorial, quanto pela sua importância social.

Os falantes nativos de hauçá concentram-se principalmente no Níger, no


Chade e no norte da Nigéria e de Camarões. Além disso, ela é uma
das línguas francas usadas para realizar trocas comerciais em toda a região do
Sahel e é, portanto, a língua da África Subsaariana com o maior número de
falantes. Por mais que já tenha sido escrito com o alfabeto árabe, hoje o hauçá
é escrito sobretudo no alfabeto latino.

Você também pode gostar