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RESUMO
O Brasil não foi descoberto por portugueses, muito antes da chegada deles
um povo já caminhava pelo solo nacional, indígenas de diversas etnias viviam no
Brasil. O seguinte artigo visa abordar a construção das lutas dos povos indígenas,
que é fruto da chegada dos portugueses, em específicos Tupinambás de Olivença,
residentes do distrito de Olivença, no município de Ilhéus, na Bahia, tendo como
principal objetivo mostrar a origem dessa luta e a forma com que ela afeta a vida dos
povos originários dessa região. A população indígena que desde 1500 tem suas
terras invadidas e tomadas e veem seus corpos alvos constante, continuam
diariamente clamando para que tenha seus direitos reconhecidos, 5 séculos após a
invasão portuguesa. A Bahia é um dos maiores estados do Brasil e a região Sul é
um dos maiores aglomerados de povos indígenas brasileiro, e justamente por isso é
o corte para análise. Utilizando fontes orais e escritas, esse artigo busca elucidar
questões a respeito dessa população e ser voz de uma história ainda em andamento
e com final incerto para quem a escreve e quem a vive.
1
Bacharel em Relações Internacionais pela UNINTER.
2
INTRODUÇÃO
A Bahia é um dos estados brasileiros que mais foram afetados com as ações
dos colonizadores, principalmente por ter sido o primeiro a passar pelo processo de
domínio dos mesmos. Os indígenas da região Sul do estado são provas dessas
ações, suas aldeias sofreram com influência de jesuítas, donos de terras e diversos
outros grupos que por ali passaram. Os Tupinambás de Olivença, tribo indígena da
região circunvizinha a Ilhéus, é exemplo disso.
2
Disponível em: <https://www.fundobrasil.org.br/blog/povos-indigenas-historia-cultura-e-lutas/>.
Acesso em: 09 mar. 2023.
3
Disponível em: <https://www.preparaenem.com/amp/historia-do-brasil/herancas-culturais-
indigenas.htm>. Acesso em: 10 mar. 2023.
3
A vila hoje conhecida como Olivença é o local onde, em 1680, foi fundado
por missionários jesuítas um aldeamento indígena. Desde então, os
Tupinambá residem no território que circunda a vila, nas proximidades do
curso de vários rios, entre os quais se destacam os rios Acuípe, Pixixica,
Santaninha e Una (VIEGAS, 2010, s.p)4.
região e começou a moldar o que eles acreditavam ser a melhor forma de viver para
esses indígenas, foi essa missão que deu nome à aldeia e que trouxe informações
sobre como esse povo vivia e se organizava.
O contato dos Olivença com portugueses foi longo e maçante, a língua desse
povo foi modificada, sua cultura foi misturada a cultura portuguesa e sua história por
longos anos foram narradas por narrativas portuguesas, que não contavam os anos
de controle, o aculturamento, o genocídio e a escravidão os quais os indígenas
foram submetidos. Hoje os mais de 3000 mil indígenas dessa etnia vivem um modo
de vida diferente dos seus antepassados, mas as tradições e rituais seguem vivos.
3 “ME DIZ PELO QUE VOCÊ LUTA? QUE AR VOCÊ RESPIRA, SENÃO O MEU
FÔLEGO?”: A LUTA DOS TUPINAMBÁS DE OLIVENÇA POR TERRA, DIREITOS
E RECONHECIMENTO
partir daquele momento uma nova linha era usada para demarcar o que, pelos
estudos, era dos Olivença há mais de 700 anos. Derrubada de matas, queimadas,
expulsando povos, era dessa forma com que os colonizadores passaram a conduzir
essas terras.
Mesmo após o fim do período colonial e imperial os nativos brasileiros
continuaram a passar por diversos problemas oriundos dos traumas causados pela
forma de dominação que foi imposta aos mesmos. Além da escravidão ao quais
muitos foram submetidos, o domínio linguístico, religioso e social deixou nessa
civilização.
Os Tupinambás de Olivença ainda hoje possuem grande dificuldades em se
enquadrar dentro do processo de reconhecimento dos povos indígenas, isso porque
em seu processo de subjugação os mesmos foram expostos a situações que os
forçaram a abandonar suas principais características, ocasionando assim uma
dificuldade grande nos descentes de se reconheceram enquanto originários.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
reparar (não exterminar) os males causados pelas invasões que sofreram desde a
chegada dos primeiros colonizadores.
Pesquisar, analisar e da voz aos Tupinambás é um papel de todos aqueles
que se propõe a fazer estudos acadêmicos. O internacionalista deve e precisa
reconhecer e pôr em prática os seus estudos para atuar na mediação de conflitos e
celeumas não apenas fora do Brasil ou entre Brasil e outros países, mas também
dentro do seu território, auxiliando povos a ter sua liberdade, identidade e vida
respeitada acima de tudo.
REFERÊNCIAS