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1. Conceito de etnia
Encontramos uma diferença enorme entre Etnia, Tribo, Clã e Linhagem. A sua diferença
com a Tribo, surge no facto de que a Tribo referir-se a um conjunto humano que reúne
várias famílias sob a autoridade de um mesmo chefe e num espaço territorial dado. A
Etnia difere do Clã, visto que este último refere-se a um grupo de pessoas que têm um
ancestral comum. Finalmente difere de linhagem, uma vez que esta é uma descendência.
2.1 Os makondes
2.2 Os Yaos
Os Yao, também conhecidos por Ajaua, ocupam a região junto ao lago Niassa e o norte da
província com o mesmo nome. Os Yao também se encontram no Malawi e no sul da
Tanzânia. Fontes históricas revelam que os Yao eram bastante activos o comércio à longa
distância, ligando as regiões do interior com a costa do Índico: Quílua, na Tanzânia, e
Ilha de Moçambique. Antes dos finais do século XVIII eram os principais fornecedores
de marfim. Segundo Rita-Ferreira (1982:124) os Ajaua transitaram para as formas de
comércio internacional com Quílua e Ilha de Moçambique de uma forma gradual, a partir
de trocas regionais restritas e regionais de peles, produtos agrícolas e utensílios de ferro
até atingir o nível de uma florescente e bem organizada exportação de marfim, nos finais
do século XVIII. Rita-Ferreira diz ainda que no primeiro quartel do século XIX os Ajaua
tinham-se transformado nos maiores fornecedores de escravos exportados para Mossuril
(ibid.:285). Dado o seu contacto regular com a costa de influência muçulmana, os Ajaua
islamizaram-se mais cedo que os outros povos do interior. Entretanto, uma islamização
significativa viria a acontecer depois de 1890, em resposta à pressões trazidas pela
ocupação colonial (Cf. Ibid.:289).
2.3 Makuwa
Os Makhuwa, por vezes considerados como duas entidades diferentes, constituem a etnia
de Moçambique dispersa por um vasto território que no passado se estendia, do rio
Zambeze ao rio Messalo, a Sul e Norte, respectivamente, do Oceano Índico, a Este, até à
actual fronteira com o Malawi, a Oeste;
Na actualidade, com o centro em Nampula, os Makhuwa-Lomwe espalham-se para partes
das províncias de Cabo Delgado, Niassa e Zambézia. Importantes agrupamentos
Makhuwa encontram-se também no Madagáscar, no sul da Tanzânia e no Malawi,
também a sul. Os Makhuwa reclamam, segundo a tradição, uma origem mítica comum,
como comuns são também a sua organização sócio-familiar e a língua que falam. Alguns
estudos advogam ser este o grupo bantu mais antigo desta parte da África Austral.
Entre os makuwas, as linhagens familiares estão extensivamente representadas em todo o
território [étnico], levando-nos à conclusão do íntimo parentesco existente entre as gentes
que constituem aquilo a que tem sido uso apodar de “tribos” Macuas. Igualmente, se
encontram as mesmas linhagens familiares (mahimo) em todas as “tribos” Macuas e
Lomues, cada qual reportando-se ao mesmo fundador antepassado. O que nos permite
reconhecer que todas as chamadas “tribos” Macuas e Lomues são afinal um mesmo povo,
embora por vezes assumindo variações regionais (1970:106).
2.4 Maraves
2.5 Shonas
2.7 Os Tsongas
Os Tsongas subdividem-se em três grupos particulares: os Ronga (do extremo Sul até ao
rio Limpopo), os Changane (junto ao rio Limpopo) e os Tswa (a norte do rio Limpopo e
até ao rio Save). Possuem uma organização patrilinear. Os Tsonga constituem o grupo
que, durante os três últimos quartéis do século XIX estiveram sob influência directa do
império nguni de Gaza.
Landins ou Vátuas, era o nome genérico dado aos indígenas de Moçambique, a sul do rio
Save. Tinham tradições guerreiras sendo o seu último grande imperador, Gungunhana o
Leão de Gaza, sido destronado pelos portugueses depois de grandes combates entre 1894
e 1895.
O grupo Tsonga tem continuidades nos territórios da África do Sul e da Suazilândia.
BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA