O documento discute as principais correntes da historiografia africana. Apresenta a evolução da escrita no continente desde a Antiguidade, com destaque para o Egito, e a chegada da escrita árabe à África Oriental. Discute as abordagens eurocentrista, afrocentrista e africanista/progressista, enfatizando os desafios e tarefas da historiografia africana.
O documento discute as principais correntes da historiografia africana. Apresenta a evolução da escrita no continente desde a Antiguidade, com destaque para o Egito, e a chegada da escrita árabe à África Oriental. Discute as abordagens eurocentrista, afrocentrista e africanista/progressista, enfatizando os desafios e tarefas da historiografia africana.
O documento discute as principais correntes da historiografia africana. Apresenta a evolução da escrita no continente desde a Antiguidade, com destaque para o Egito, e a chegada da escrita árabe à África Oriental. Discute as abordagens eurocentrista, afrocentrista e africanista/progressista, enfatizando os desafios e tarefas da historiografia africana.
CORRENTES DA HISTORIOGRAFIA AFRICANA CONTEXTUALIZAÇÃO
A evolução escrita (historiografia) em África não
ocorreu de forma homogénea em todo o continente. Há diferenças regionais e temporais, a saber: • entre o norte, que tem ligações seculares com a Europa e a Ásia, e o sul do Sahara; • entre a costa, ponto de chegada dos mercadores asiáticos e europeus e o interior do continente; • entre o oriente e o ocidente. Na Antiguidade (IV milénio a.n.e)- invenção da escrita hieroglífica no Egipto. Foram escritas cosmogonias e mitografias. O Egipto constituiu um polo de atração para autores clássicos. Para Heródoto o Egipto é o “dom do Nilo”. Na Idade Média - registos de mercadores árabes sobre a região do mar Vermelho e do oceano Índico. No século X, Al- Masudi fala de um intenso comércio do ouro em Sofala. A escrita árabe chega à África oriental com os muçulmanos e surgiram crónicas como os Ta’rikh al-Sudan, Ta’rikh al-Fattash (século XVII) a Crónica de Kano, a Crónica de Kilwa, escritos por africanos. Entre os séculos XV e XVIII – dão-se os primeiros contactos entre europeus (missionários, navegadores, militares) com a orla costeira da África sub-sahariana; Cristianização das populações costeiras. Séculos XVIII-XIX – aumenta o interesse dos europeus pelas questões africanas. • 1798-expedição de Napoleão ao Egipto; • 1830-tomada de Argel pela França; • 1882-ocupação do Egipto pela Inglaterra. Obras escritas: Some Historical Account of Guinea (Benezet, 1772); History of Dahomey (Dalzel,1773); Filosofia da História (Hegel) CORRENTES DA HISTORIOGRAFIA AFRICANA EUROCENTRISMO AFROCENTRISMO “O Egipto é para o resto da “A África não é um África negra o que a Grécia e Roma são para o mundo continente histórico, ela ocidental" – Cheik Anta Diop
não demonstra nem • Contra a colonização,
defende a existência de uma mudança nem História de África isenta de desenvolvimento” - Hegel influências externas; • Nega a existência de uma História de África antes do séc. XV; • Sobrevaloriza a raça, as • Considera o negro um ser inferior realizações e os valores que, por isso, deve ser colonizado negros africanos; e civilizado. CORRENTE AFRICANISTA/PROGRESSISTA • Isenta e sem preconceitos de raça; • Através de uma investigação séria, com várias metodologias, recorrendo a todas as fontes disponíveis, apresenta o passado de África como tendo sido dinâmico. Porém, não ignora a contribuição de outros povos (asiáticos e europeus, desde a antiguidade); • Reconhece o valor das fontes escritas, mas recusa a sua exclusividade na investigação histórica. Desafios e tarefas da historiografia africana • As fontes (raridade das fontes escritas e existência de fontes tendenciosas, manipuladas; dificuldade do uso da arqueologia; precariedade da oralidade); • A Cronologia (inexactidão das datas dadas pelas fontes orais e arqueológicas); • Os mitos quando mal inseridos, conduzem a uma História de África distorcida) TAREFAS: desmistificar e descolonizar a História de África; combater os preconceitos; recorrer a todos os tipos de fontes e metodologias de pesquisa. I. Assinala com V/F as afirmações verdadeiras/falsas 1. A Historiografia africana iniciou com a chegada dos europeus( )
2. Desde a antiguidade, uma parte do continente africano foi
referida em documentos de historiadores da época. ( ) 3. A escrita chegou à África oriental com os árabes. ( ) 4. A colonização contribuiu para o desenvolvimento da corrente afrocentrista, que sobrevaloriza os feitos dos negros.( ) 5. A tradição oral é muito importante para a elaboração da História de África, onde o analfabetismo é elevado. ( ) 6. “Sociedades sem escrita são sociedades sem História”. Este é um dos pressupostos da corrente progressista. ( ) II. Escolhe a alternativa correcta 1. O eurocentrismo considera que não se pode falar de uma História de África antes da presença europeia, pois... A África é um continente economicamente atrasado. B os negros são povos primitivos. C os africanos são culturalmente inferiores aos europeus. D as sociedades sem escrita são sociedades sem História. 2. A Corrente Progressista... A valoriza as fontes escritas, mas não exclui o uso das outras fontes. B desvaloriza as fontes arqueológicas pois não indicam datas. C exclui as fontes orais pois conduzem a conclusões erradas. D usa apenas as fontes escritas pois dão informações precisas.