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Uma breve
Uma breve História... da imagem
Michel Melot
Michel Melot
História...
da imagem
O carácter “relativo” da imagem é sua condição original. Ignorá-lo leva a
desvios fatais. Por isso é tão necessário aprender a interpretá-la seguindo
o percurso que leva ao que ela representa sem o mostrar. Não existe
grelha alguma adequada para decifrar uma imagem singular. É necessário
refazer, de cada vez, o caminho de mediação que é o seu próprio fabrico, a
partir do modelo, existente ou criado.” Aníbal Alves
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A dissemelhança
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O acesso e o obstáculo
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Estar em representação
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Projecção mental
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Abstracções e figurinhas
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O código e a analogia
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Ecce homo
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O primeiro quadro
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Do culto à cultura
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Do tesouro ao museu
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A questão do original
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A redução ao código
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Desenhos e desígnios
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O instrumento da ciência
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A teoria do reflexo
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A fotografia não foi apenas mais uma invenção. Tal como hoje
em dia sucede com a Internet, a invenção da fotografia provocou
um entusiasmo sem medida. De repente, a realidade impunha-se
como referência imediata da imagem. O homem já não tinha de
intervir: a foto adere à realidade, escreve Roland Barthes.
Há, nesta fórmula, uma grande verdade e um grande erro. É
verdade que a fotografia não pode reproduzir senão a realidade:
não se pode fotografar um sonho, a não ser representando-o pri-
meiro na realidade. As fotos ditas “abstractas” são apenas ima-
gens de uma realidade que tornámos irreconhecível. É também
verdade que a fotografia capta tudo quanto a objectiva capta,
incluindo aquilo mesmo que o fotógrafo não viu, e cuja presença
gostaria de ter varrido do campo visual. Em 1945, o repórter russo
Khaldei imortaliza o soldado que toma de assalto o Reichstag em
Berlim sem ver que mostra inocentemente no glorioso braço, os
relógios de pulso roubados ao inimigo, que foi preciso apagar do
cliché. Todas ou quase todas as fotos de imprensa são retocadas
antes da publicação, como sucede com os pontos pretos no rosto
dos manequins, ou os postes que desfiguram a paisagem. Não há
foto sem realidade.
Sim, a realidade adere à foto. No entanto, crer que a foto é a
cópia conforme da realidade faz parte da ingenuidade e da velha
concepção mágica da imagem como modo de existência da reali-
dade. Ela desperta a nossa antiga crença enfeitiçada na consubs-
tancialidade da imagem e do seu modelo, tanto mais que a imagem
fotográfica resulta duma emanação física, luminosa, de um modelo
que, necessariamente, existe. Temos dificuldade de nos desfazer
desta crença tenaz em que a nossa imagem nos pertence, que ela
nos é arrancada. Ao viabilizar as imagens automáticas do fotomaton
À espera da fotografia
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A Daguerreomania
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O milagre da trama
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A retórica do movimento
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A parte do real
Os ícones modernos
O medo das imagens tornou-se mais forte desde que elas, a nosso
serviço, se intrometem no nosso meio ambiente. A omnipresença
dos média impõe suas imagens nos muros da cidade como nos lares,
nas revistas, embalagens, vestidos, ecrãs domésticos. As vedetas,
os homens e mulheres políticos, improvisam convites para neles
aparecer, ali nos encontram, ali nos perseguem. Em democracia, a
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Píxel power
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Obras de referência
5 Nota do Tradutor
11 I. Do sonho ao ecrã
12 O modelo e o seu duplo
13 A dissemelhança
14 O acesso e o obstáculo
15 Estar em representação
16 Projecção mental
18 O indispensável código
18 O quadro ou a realidade cercada
51 V. Da impressão à página
51 Sob a condição do livro
53 A redução ao código
55 Todo o não-dito do mundo
56 O universo modelado
57 Desenhos e desígnios
58 O instrumento da ciência
Uma breve
Uma breve História... da imagem
Michel Melot
Michel Melot
História...
da imagem
O carácter “relativo” da imagem é sua condição original. Ignorá-lo leva a
desvios fatais. Por isso é tão necessário aprender a interpretá-la seguindo
o percurso que leva ao que ela representa sem o mostrar. Não existe
grelha alguma adequada para decifrar uma imagem singular. É necessário
refazer, de cada vez, o caminho de mediação que é o seu próprio fabrico, a
partir do modelo, existente ou criado.” Aníbal Alves