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Introdução

O presente trabalho tem como tema: filosofia de axum no século V-XIII

No século IV já eram o Estado de maior expressão do reino da Núbia e, por


conta das relações no MarVermelho – local de articulação entre populações
africanas e árabes – adotaram o cristianismo, que se espalhou em boa parte do
território sob o domínio romano, inclusive no Egito.

Este Império tinha como centro de poder a cidade de Axum, ao norte da


atual Etiópia. Ficava localizada num planalto, acima do nível do mar e longe do
litoral. Desta forma, tiveram um grande aproveitamento de recursos minerais e
desenvolveram o cultivo de cereais, como a cevada e o sorgo, e o Tefé que até
os dias atuais compõe a base da alimentação das populações etíopes.

Próximo às comunidades agrícolas o poder era centralizado e a construção de


palácios, alteres era comum. Além disso, várias foram as estátuas e obras de
devoção encontradas. Vestígios deste Império mostram que era uma
sociedade complexa, hierarquizada e diversa, que tinha como representante
máximo o título de negus.
Desenvolvimento

O Império ou Reino de Axum ou de Aksum foi um reino africano que se


tornou conhecido pelos povos da região, incluindo o Mediterrâneo, por volta
do século I. Localizava-se no território onde atualmente fica a Etiópia, bem
próximo ao Mar Vermelho e ao Rio Nilo. Os axumitas estabeleceram-se na
região por volta do século V a.C., na cidade de Axum, e passaram a conquistar
outras áreas próximas, cobrando tributos dos povos derrotados. A partir
do século II, conquistaram várias cidades da Península Arábica e o Reino de
Cuxe, ampliando consideravelmente seu Império.

História

A cidade de Axum foi aparentemente fundada por volta de 100 d.C., mas a
região circundante é habitada há milênios. A terra de Punte, mencionada pelos
antigos egípcios como fonte de mirra, localizava-se possivelmente na zona de
Axum. Por volta de 500 a.C. surgiu na área uma cultura pré-Axumita,
chamada Da'amat, com ligações culturais com o sul da vizinha península
Arábica. De fato, desde o segundo milênio a.C. até o século IV d.C., a região
de Axum foi colonizada por imigrantes sabeus vindos da península Arábica. A
influência da cultura dos sabeus é vista na arquitetura e na língua do império,
o gueês.

A partir deste contexto, Axum foi sede de um dos estados mais poderosos da
região entre o Império Romano do Oriente e a Pérsia, cujo poder estendeu-se
do século I ao XIII. O auge da cidade e do Império de Axum ocorreu no século
IV, quando o território controlado abrangia a atual Etiópia, o sul do Egito e parte
da Arábia, no sul do atual Iêmem. O comércio marítimo, com rotas que
chegavam até o Ceilão, era realizado através do porto de Adúlis (na
atual Eritreia). Segundo o autor grego anônimo do Périplo do mar da Eritreia,
datado do século I, Adúlis exportava escravos, marfim e cornos de rinoceronte.
Relações comerciais foram mantidas com a então província
romana do Egito desde o século I e com a Índia a partir do século III; o
comércio continuou com o Egito, Síria e o Império Bizantino até o século VII. A
área da cidade chegou a cobrir 250 acres e estima-se que a população
alcançou 20 000 pessoas no seu auge. A desaparição do império de Meroé,
por volta de 320 d.C., pode estar relacionado ao crescimento de Axum, que
com isso pôde redirecionar o comércio de marfim do rio Nilo ao porto de Adúlis.
Sinal da importância econômica da cidade foi a cunhagem de moedas, que
começou no século III e continuou até o século VII.

Durante os primeiros séculos do primeiro milênio d.C. foram levantados, no


campo de Mai Hedja, grandes estelas de pedra que recordavam grandes reis.
Essa prática, que durou até cerca de 330 d.C., terminou na época do rei Ezana,
que converteu-se ao cristianismo. Em total há 126 obeliscos em Axum, incluído
o de maior tamanho conhecido, quase todos atualmente caídos e partidos em
pedaços.

Cristianização

Segundo a história contada por Teodoreto, que se refere aos eventos como passando
na Índia, um homem de Tiro, interessado em comerciar com a Índia, partiu em viagem com
seus dois sobrinhos. O barco, porém, foi atacado por bárbaros, que mataram quase todos
a bordo. Seus sobrinhos, Edésio (Ædesius) e Frumêncio (Frumentius), foram levados
como escravo ao rei do país, que, percebendo sua inteligência, os promoveu as
superintendentes do reino. Eles eram cristãos, e continuaram servindo ao reino após a
morte do rei e a ascensão ao trono do seu filho. Após algum tempo, eles pediram para
voltar para seu país, e voltaram a território romano. Edésio foi para Tiro, mas Frumêncio
para Alexandria, onde informou que os indianos estavam ansiosos para ganhar a luz
espiritual. Atanásio, o bispo, disse que não havia ninguém melhor que o próprio Frumêncio
para a missão, nomeou-o bispo, e enviou-o de volta.

Com base na história de Teodoreto e outras evidências, considera-se que o cristianismo


foi adotado como religião estatal de Axum em 330, o que criou laços religiosos com o Egito
(então cristão) e Constantinopla. O rei Ezana foi convertido ao cristianismo por Frumêncio,
um monge sírio que foi mais tarde feito bispo pela Igreja Copta egípcia. A partir dessa
época, os reis cristãos de Axum construíram palácios e igrejas, entre estas a primeira
Igreja de Santa Maria, levantada em finais do século IV, segundo uma lenda, na área de
um lago que secou milagrosamente. Achados arqueológicos e antigos textos mostram que
a cidade contou com palácios e casas nobres de pedra com vários andares, mas a maioria
das moradas em Axum eram de barro e cobertas de palha.

Segundo a tradição religiosa da Igreja Ortodoxa Etíope, recolhida na obra Kebra


Negast (século XIII), foi de Axum que partiu Maqueda, a rainha de Sabá, para visitar o
rei Salomão em Jerusalém. Ainda segundo a tradição, da união entre ambos
nasceu Menelique I, que após visitar o pai trouxe à Etiópia a Arca da Aliança, que até hoje
estaria numa capela do complexo da Igreja de Santa Maria de Sião.

Decadência

A partir do século VII se inicia a decadência de Axum, primeiro devido à


instabilidade comercial causada pelas disputas entre bizantinos e os
persas do Império Sassânida e, após 632, pela expansão dos domínios
dos árabes muçulmanos. Apesar de que as relações com os muçulmanos
foram inicialmente amistosas, a partir do século VII a ascensão da dinastia
omíada causou seu declínio final. Os árabes dominaram o comércio do mar
Vermelho, conquistando Adúlis e cortando as rotas comerciais do Império de
Axum. A produção agrícola caiu, provavelmente por problemas ambientais e de
excessiva exploração da área circundante da cidade, que nos finais do século
VIII foi reduzida a um vilarejo. As elites abandonaram a cidade, assim como os
reis, que transferiram a capital ao sul. Apesar haver mantido sua importância
simbólica, especialmente religiosa, os líderes da igreja etíope deixaram a
cidade na metade do século X.

Após um longo período de obscuridade, Axum começa a reviver a partir


do século XV. A Igreja de Santa Maria de Sião foi reconstruída em 1404, e
novos bairros de moradia foram criados no século XVI. Porém, em 1535, a
cidade foi invadida e destruída pelo chefe militar somali Amade ibne Ibraim
Algazi. Nos séculos seguintes, Axum foi vítima de pragas
de gafanhotos, cólera e fome que dizimaram a população. A importância
simbólica para a religião e realeza etíope, porém, nunca foi esquecida
Conclusão
Referencias Bibliográficas

Turchin, Peter and Jonathan M. Adams and Thomas D. Hall: "East-West


Orientation of Historical Empires and Modern States", page 222. Journal of
World-Systems Research, Vol. XII, No. II, 2006

 Michael Dumper, Bruce E. Stanley. Cities of the Middle East and North Africa:
a historical encyclopedia. ABC-CLIO, 2007. ISBN 1576079198 [1]

Akxum no sítio da UNESCO [2]

Ehtiopia: three millenia of legend and history. The UNESCO Courier. 2008, n.
8 [3]

Teodoreto, História Eclesiástica, Capítulo XXII, A Conversão dos Indianos,


[http://www.sacred-texts.com/chr/ecf/203/2030043.htm

Lincoln Etchebéhère Júnior e Thiago Pereira de Sousa Lepinski. Cristandade


Oriental: a Igreja Etíope na Idade Média. Revista Mirabilia. N. 9, 2009

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