Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
História
A cidade de Axum foi aparentemente fundada por volta de 100 d.C., mas a
região circundante é habitada há milênios. A terra de Punte, mencionada pelos
antigos egípcios como fonte de mirra, localizava-se possivelmente na zona de
Axum. Por volta de 500 a.C. surgiu na área uma cultura pré-Axumita,
chamada Da'amat, com ligações culturais com o sul da vizinha península
Arábica. De fato, desde o segundo milênio a.C. até o século IV d.C., a região
de Axum foi colonizada por imigrantes sabeus vindos da península Arábica. A
influência da cultura dos sabeus é vista na arquitetura e na língua do império,
o gueês.
A partir deste contexto, Axum foi sede de um dos estados mais poderosos da
região entre o Império Romano do Oriente e a Pérsia, cujo poder estendeu-se
do século I ao XIII. O auge da cidade e do Império de Axum ocorreu no século
IV, quando o território controlado abrangia a atual Etiópia, o sul do Egito e parte
da Arábia, no sul do atual Iêmem. O comércio marítimo, com rotas que
chegavam até o Ceilão, era realizado através do porto de Adúlis (na
atual Eritreia). Segundo o autor grego anônimo do Périplo do mar da Eritreia,
datado do século I, Adúlis exportava escravos, marfim e cornos de rinoceronte.
Relações comerciais foram mantidas com a então província
romana do Egito desde o século I e com a Índia a partir do século III; o
comércio continuou com o Egito, Síria e o Império Bizantino até o século VII. A
área da cidade chegou a cobrir 250 acres e estima-se que a população
alcançou 20 000 pessoas no seu auge. A desaparição do império de Meroé,
por volta de 320 d.C., pode estar relacionado ao crescimento de Axum, que
com isso pôde redirecionar o comércio de marfim do rio Nilo ao porto de Adúlis.
Sinal da importância econômica da cidade foi a cunhagem de moedas, que
começou no século III e continuou até o século VII.
Cristianização
Segundo a história contada por Teodoreto, que se refere aos eventos como passando
na Índia, um homem de Tiro, interessado em comerciar com a Índia, partiu em viagem com
seus dois sobrinhos. O barco, porém, foi atacado por bárbaros, que mataram quase todos
a bordo. Seus sobrinhos, Edésio (Ædesius) e Frumêncio (Frumentius), foram levados
como escravo ao rei do país, que, percebendo sua inteligência, os promoveu as
superintendentes do reino. Eles eram cristãos, e continuaram servindo ao reino após a
morte do rei e a ascensão ao trono do seu filho. Após algum tempo, eles pediram para
voltar para seu país, e voltaram a território romano. Edésio foi para Tiro, mas Frumêncio
para Alexandria, onde informou que os indianos estavam ansiosos para ganhar a luz
espiritual. Atanásio, o bispo, disse que não havia ninguém melhor que o próprio Frumêncio
para a missão, nomeou-o bispo, e enviou-o de volta.
Decadência
Michael Dumper, Bruce E. Stanley. Cities of the Middle East and North Africa:
a historical encyclopedia. ABC-CLIO, 2007. ISBN 1576079198 [1]
Ehtiopia: three millenia of legend and history. The UNESCO Courier. 2008, n.
8 [3]