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HISTÓRIA

África pré-
colonial
FICHA CATALOGRÁFICA

Hamilton Milczvski Junior

História / MILCZVSKI JUNIOR, H. - FILADD.


SUMÁRIO

ÁFRICA PRÉ-COLONIAL 6
INTRODUÇÃO 7
22. A ÁFRICA PRÉ-COLONIAL 8
PARA FIXAR 12
REFERÊNCIAS 13
ÁFRICA PRÉ-COLONIAL

PRÉ-REQUISITOS:
• Conceitualização sobre civilização.

• Critérios de organização social e


divisão de trabalho.

• Definições acerca de cultura


autóctone.
ÁFRICA PRÉ-COLONIAL
INTRODUÇÃO
África pré-colonial se refere ao período anterior à chegada dos coloniza-
dores europeus ao continente africano. Durante milhares de anos, as socie-
dades africanas desenvolveram culturas plurais e complexas, estabelecendo
impérios, reinos e comunidades autossuficientes. Essas civilizações pré-co-
loniais desempenharam um papel fundamental na formação da identidade
africana e na configuração do continente antes da interferência europeia.

A história da África pré-colonial é marcada por uma grande diversidade


cultural, política e econômica. Sendo que, uma multiplicidade de grupos ét-
nicos, cada um com suas próprias tradições, línguas e costumes habitavam
o continente. Esses grupos viviam em ambientes diferentes, desde flores-
tas densas até vastas savanas e nas regiões áridas do deserto do Saara.
Eles se adaptaram às suas realidades geográficas e desenvolveram sistemas
agrícolas, pecuários e comerciais que sustentavam suas sociedades. Porém,
com o advento do colonialismo europeu, o mundo africano foi aculturado,
espoliado e escravizado.

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

• Compreender as configurações que se inscrevem, de modo real ou representa-


tivo, na investigação acerca do mundo africano pré-colonial.

• Entender como se desenharam os aspectos sociais, políticos e econômicos do


continente africano antes do colonialismo europeu.

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22. A ÁFRICA PRÉ-COLONIAL
Desde o surgimento dos primeiros hominídeos, no Sul do continente africano,
há cerca de 7 milhões de anos, diversas comunidades evoluíram e se espalha-
ram pela região ao longo dos milênios. Contudo, mesmo na era moderna, mui-
tos povos africanos ainda viviam em ritmo tribal, alguns ainda experimentando
a realidade da época do Neolítico, ou mesmo vivendo como nômades. Apesar
de terem sofrido a incursão de povos estrangeiros na Antiguidade, como gregos
e romanos, bem como a instalação de apoikiais (colônias) fenícias no nordeste
de Tunes, às margens da bacia mediterrânea, os povos autóctones, em grande
medida, mantiveram sua cultura identitária. A África também foi berço de civiliza-
ções extremamente evoluídas, a exemplo do Antigo Egito e de grandes impérios
como do Mali e de Gana.

O Império de Gana floresceu na África Ocidental e atingiu seu apogeu entre os


séculos VIII e XI. Gana era um centro de comércio de ouro e sal, estabelecen-
do rotas comerciais que se estendiam por todo o continente. O comércio tran-
saariano trouxe riqueza e conectou a África Ocidental com o mundo árabe e o
Mediterrâneo.

Outro grande império da África pré-colonial foi o do Mali, que surgiu no século
XIII e dominou uma vasta área que se estendia desde o Oeste da África até o
Norte do atual Senegal. Era famoso por sua riqueza em ouro e pelo reinado do
lendário imperador Mansa Musa, cuja peregrinação à Meca, em 1324, causou uma
impressão duradoura na Europa e no mundo islâmico.

8 HISTÓRIA
MANSA MUSA, MONARCA DO REINO DO MALI

Fonte: Wikimedia Commons (2015).


#pratodosverem: na imagem, uma ilustração de Mansa Musa sentado ao trono, o monarca segura
uma moeda de ouro na mão direita e um cetro na esquerda. Sobre sua cabeça, uma grande
coroa dourada.

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CURIOSIDADE
Em 1324, Mansa Musa embarcou em uma jornada de
peregrinação à cidade sagrada de Meca, o mais importante
centro religioso do Islã. Acompanhado por uma grande
comitiva de servos, escravos, funcionários e caravanas
de camelos carregados de ouro, percorreu uma longa rota
pelo deserto do Saara, atravessando vários territórios e
deixando uma impressão duradoura por onde passou. Sua
riqueza era tão imensa que, segundo relatos históricos,
ele causou uma grande desvalorização do ouro no Cairo
durante sua peregrinação, devido à quantidade de ouro
que levou consigo.

Além desses grandes impérios, havia também reinos menores, como Oku (atu-
al República de Camarões), Oyo (Iorubás), Songai (que sucedeu o Império do
Mali), além de sociedades organizadas em clãs e aldeias. Muitas dessas comuni-
dades africanas tinham estruturas políticas sofisticadas, com líderes hereditários
ou eleitos que exerciam poderes políticos e judiciais.

TOTENS DO PÓRTICO DO PALÁCIO DE OKU

Fonte: Museo de Arte Africano Arellano Alonso. Wikimedia Commons (2015).


#pratodosverem: na imagem, vários totens com figuras africanas esculpidas e ao centro, uma
representação do monarca do reino de Oku vestindo traje colorido em tons de laranja, amarelo
branco e preto.

10 HISTÓRIA
A religião e a espiritualidade desempenhariam um papel central na vida das
sociedades africanas pré-coloniais. Crenças animistas, ou seja, que atribuíam
poderes espirituais a elementos da natureza, eram predominantes. Os rituais re-
ligiosos, as cerimônias de passagem e as práticas de cura eram membros da vida
cotidiana e contribuíam para a coesão social, assim como o culto aos ancestrais,
muitas vezes transformados em entidades espirituais ou deuses locais.

A prática agrícola se tornou a base da economia na África desde a formação


das primeiras civilizações do continente. Porém, as comunidades africanas de-
senvolveram técnicas cada vez mais avançadas de cultivo, como a agricultura
em terraços, a irrigação e a rotação de culturas. Além disso, a pecuária, a pes-
ca e a caça complementavam as atividades econômicas. O comércio interno e
externo também desempenhou um papel importante, cabendo ressaltar que a
África pré-colonial não era um continente isolado.

A escravidão, tão incidente sobre os povos africanos, existiu muito antes das
grandes incursões de potências europeias no contexto das Grandes Navegações,
no século XV, ou mesmo, quando da invasão de gregos e romanos na Antiguida-
de Clássica, mas suas características e práticas variavam amplamente de uma
região para outra. Em certa medida, estava baseada em noções de inferioridade
racial, assim como foi posteriormente na escravidão transatlântica.

ATENÇÃO
A escravidão na África era frequentemente resultado de
guerras, conquistas territoriais e práticas de punição a
ações criminosas. Entretanto, na era moderna, com o
contato entre europeus e africanos, a escravidão ampliou
seu viés comercial, assim como a escala da brutalidade e
da desumanização.

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PARA FIXAR
A África pré-colonial foi caracterizada por uma diversidade cultural e políti-
ca significativa, em que várias sociedades se desenvolveram com suas próprias
identidades e sistemas de governança. Essa era marcada por impérios podero-
sos, comunidades autossuficientes, práticas religiosas diversificadas e conexões
comerciais e culturais com outras partes do mundo. O continente estava conec-
tado a rotas comerciais transafricanas, transaarianas e transoceânicas, o que
facilitava o comércio de mercadorias, ideias e influências culturais. O comércio
de longa distância contribuiu para o desenvolvimento econômico, a dissemina-
ção de conhecimento e a criação de redes de intercâmbio cultural.

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12 HISTÓRIA
REFERÊNCIAS
FOURSHEY, C.; RHONDA, C. M. G.; SAIDI, C. S. África bantu: de 3500 a.C. até o pre-
sente. São Paulo: Vozes, 2019.

MAESTRI, M. História da África negra pré-colonial. São Paulo: Clube dos Auto-
res, 2022.

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