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HISTÓRIA E CULTURA

AFRICANA, AFRO-
BRASILEIRA E
INDÍGENA

Cláudia Renata Pereira de Campos


A África e os africanos antes
da chegada dos europeus:
reinos, povos e culturas
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Identificar as características sociais dos povos que habitavam o cin-


turão do Sahel.
 Reconhecer as relações políticas e econômicas na constituição das
sociedades sahelianas.
 Relacionar as características dos diferentes povos da África Centro-
-Ocidental e Oriental.

Introdução
Em um primeiro momento, muitos podem associar, erroneamente, que
a África é apenas um lugar dominado pela natureza (animais selvagens,
como leões, elefantes, gorilas, e vegetação, como as savanas) e onde
impera a fome, a pobreza e as doenças. No entanto, a África é muito
mais do que isso, é um continente rico em sua diversidade cultural e
possui uma história complexa de ser escrita. O continente africano possui
diferentes subdivisões. De um lado, temos a África ao norte do deserto
do Saara, região que está mais próxima à Europa. De outro, está a África
subsaariana, ao sul do deserto do Saara, sendo subdividida em três grandes
áreas: Ocidental, Centro-Ocidental e Oriental.
Neste capítulo, você vai conhecer as características sociais dos povos
que habitavam o Sahel, bem como as relações políticas e econômicas
que marcaram a constituição dessas sociedades em reinos e impérios.
Além disso, vai estudar o intercâmbio cultural desses impérios africanos
com os povos árabes.
2 A África e os africanos antes da chegada dos europeus: reinos, povos e culturas

1 Os povos africanos do Sahel:


características sociais
Desde 4000 a.C., antes dos egípcios, os povos do Saara já trabalhavam com
barro e praticavam o pastoreio. Devido à desertificação do Saara, contudo, eles
não se fixaram na região. Os poucos que se mantiveram por lá tornaram-se
nômades, como os líbio-berberes, antepassados dos atuais tuaregues (VISEN-
TINI; RIBEIRO; PEREIRA, 2007).
O deslocamento dos caucasoides para o norte e o nordeste da África, en-
quanto os negroides se direcionavam para o sul, inclusive para o Sahel (Figura
1), gerou um aumento populacional e, consequentemente, o desenvolvimento
da agricultura para manter a população em crescimento (VISENTINI; RI-
BEIRO; PEREIRA, 2007). Para Silva (2011), predominava uma “agricultura
deambulante”, em que se explorava a terra por alguns anos e, quando se chegava
ao esgotamento dela, buscava-se uma nova área para o cultivo. Além disso,
acontecia o deslocamento mais frequente com os povos pastores.

Figura 1. Mapa do Sahel.


Fonte: Sahel Map (2018, documento on-line).
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As primeiras tentativas de classificação dos grupos étnicos da África ocorreram a


partir da cor da pele. A população do norte foi definida como caucasoide, e a do sul
do Saara, como negroide. Devido aos vários níveis de mestiçagem, há variações entre
esses dois grupos (VISENTINI; RIBEIRO; PEREIRA, 2007).

No período de chuva, os animais eram levados da savana para o Sahel para


fugir da expansão da tsé-tsé (uma mosca condutora de um tipo de protozoário
que infecta insetos e vários mamíferos e que se abriga em matas úmidas).
Assim, os povos aproveitavam o ressurgimento do verde nas margens do Saara.
No verão, retornavam para a savana em busca de bons pastos. A transumância
favorecia a relação comercial entre pastores e agricultores. Na savana, eles
trocavam leite e estrume por tubérculos, cereais e cabaças. No período de seca,
os agricultores eram favorecidos pela presença do gado em suas terras, pois
o esterco adubava o solo. Contudo, eles temiam o crescimento desse rebanho
ou a sua chegada antes do período sazonal, por ameaçar as colheitas.

A transumância é o deslocamento sazonal de rebanhos de uma região para outra em


busca de melhores condições. Esse deslocamento facilitava o comércio e o cultivo entre
pastores e agricultores, mas gerava o temor da sedentarização. Os agricultores tinham
receio de que os pastores se instalassem na região de maneira definitiva, passando a
disputar com eles o uso da terra e o acesso aos rios e lagos. Então, frequentemente
havia conflitos entre eles para a troca do eixo da transumância. Assim, ocorria oscilação
entre o Sahel e a savana (SILVA, 2011).
4 A África e os africanos antes da chegada dos europeus: reinos, povos e culturas

Segundo Niane (2010, p. 172–174), no Sahel, os povos:

[...] se encontravam nas cidades setentrionais do Sudão, como Takrur, Awda-


ghust, Kumbi-Sleh, Walata e Tombuctu. Da foz do Senegal, no Atlântico, até
a curva do Níger, viviam os nômades Fulbe (Fulani), criadores de bovinos.
[…] No século XIV, contudo, alguns grupos Fulbe haviam se infiltrado bem
ao sul e tendiam a sedentarizar-se, especialmente na região de Djenné, bem
como na margem direita do rio Sankarani, perto de Niani, e na zona do
Takrur. Os agricultores sahelianos — Tukuloor, Soninke e Songhai —, todos
eles islamizados já nos séculos XI e XII, viviam em grandes aldeias. Nessa
região de planícies, as comunicações eram fáceis, o que favorecia a fundação
de cidades novas e a constituição de cultura comum, mesmo entre povos que
não falavam a mesma língua.

A organização social dos povos sahelianos fez com que alguns grupos se
dividissem em reinos e impérios, ou se mantivessem em agrupamentos muito
pequenos. Esses agrupamentos praticavam a caça e a coleta ou a plantação
para a subsistência. Enquanto ocupassem a terra para a sua sobrevivência,
detinham o seu usufruto, sendo que tudo o que era cultivado ou nascesse nela
era da posse da família ou do grupo. A terra era distribuída para os chefes de
família pelo conselho de anciões, pelo chefe da aldeia ou pelo rei. Os chefes
podiam cultivar um ou mais lotes de terra.
Esse regime ocorria em regiões em que era possível a rotatividade do solo
— alguns anos de cultivo e outros de repouso. No momento em que a terra
entrava em descanso, o chefe de família precisava ter um novo trato de terra.
Dessa maneira, a alocação da terra passava por várias gerações, ficando na
família, que assim herdava o uso da terra (SILVA, 2011). Mesmo detendo o
usufruto da terra, na África ela não se tornava uma propriedade da família,
do chefe da aldeia ou do rei. A consciência de poder político estava calcada
nas concepções religiosas e morais.
Tanto se a organização social fosse simples quanto se fosse complexa, o
núcleo de base, nos povos do Sahel, era a família estendida (clã ou linhagem).
Ela era organizada em uma ordem patrimonial ou matrimonial. Veja o que
afirma Souza (2006, p. 31):

O chefe de família, cercado de seus dependentes e agregados, era o núcleo


básico da organização na África. Assim, todos ficavam unidos pela autori-
dade de um dos membros do grupo, geralmente mais velho e que tinha dado
mostras ao longo da vida da sua capacidade de liderança, de fazer justiça, de
manter a harmonia na vida de todo dia.
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Conforme Souza (2006), percebe-se que a concepção de chefe nas so-


ciedades sahelianas é diferente da concepção moderna, a de um indivíduo
autoritário e temido. Naquela sociedade, um chefe não estava acima do grupo;
ele pregava a união entre todos, fazendo com que exercessem a solidariedade
em uma estrutura complexa de interdependência. Além disso, o poder não era
hereditário, apesar de muitas vezes acontecer a sucessão dentro da mesma
família. Segundo Pereira (apud VISENTINI; RIBEIRO; PEREIRA, 2013,
p. 27), o “[...] herdeiro natural e direto do chefe morto, por exemplo, não
necessariamente assumia o lugar do mesmo”.
Na sociedade africana, a religião estava presente no exercício do poder,
pois a autoridade das lideranças era calcada no sobrenatural. Depois de serem
reconhecidos pelos membros do seu grupo, os chefes deviam ser legitimados
pelos sacerdotes, que trabalhavam pelo bem-estar da comunidade. Os sacer-
dotes consultavam entidades sobrenaturais como os deuses locais, espíritos
ancestrais que tinham relação com a fundação da comunidade e eram respon-
sáveis pelos recursos naturais da região. A cosmovisão africana era decifrada
e controlada pela religiosidade nessas sociedades (SOUZA, 2006).
O comércio interno de produção simples e a organização do trabalho —
com base na pequena família (clã ou linhagem) e na terra — geraram uma
sociedade tributária-mercantil que sobrepôs um reino a outro ou a um grupo.
Isso promoveu o poder e a riqueza de alguns impérios que, calcados no exce-
dente, deram origem ao comércio de longa distância (VISENTINI; RIBEIRO;
PEREIRA, 2013). A cultura e a religião são dois elementos fundamentais para
o entendimento da sociedade tradicional africana e dos desdobramentos de sua
relação tributária-mercantil com outros povos. É isso que você vai ver a seguir.

2 As relações políticas e econômicas


na constituição das sociedades sahelianas
O islamismo teve forte influência nas questões político-administrativas dos
povos do Sahel. No momento em que estados africanos tornavam-se muçul-
manos, isso os favorecia e permitia o maior desenvolvimento do seu comércio.
Os azanegues e os tuarengues eram os povos que faziam a intermediação entre
o Mediterrâneo e o Sahel. Eles montavam seus acampamentos nas áreas mais
férteis, próximas aos rios e lagos, onde deixavam seus animais descansarem.
Nessas regiões, aproveitavam para criar vínculos com os povos locais e esta-
belecer comércio. Em torno desses acampamentos temporários, formaram-se
cidades como Tombuctu. As cidades se concentravam principalmente em locais
6 A África e os africanos antes da chegada dos europeus: reinos, povos e culturas

de comércio. Os agricultores e pastores se estabeleciam perto dos mercados


para abastecer com alimentos o grupo de nômades e os comerciantes locais
(SOUZA, 2006). Segundo Souza (2006, p. 34):

[...] do norte vinham sal, tecidos, contas, utensílios e armas de metal. Do sul
vinham ouro, noz-de-cola, marfim, peles, resinas, corantes, essências, que
eram levados para o norte pelos comerciantes fulas, mandigas e hauças. Estes
eram guiados pelos tuaregues e outros povos do deserto.

Como as cidades abrigavam uma população voltada para atividades diversas


e com interesses distintos, precisaram de um sistema de governo complexo.
Algumas centralizavam o poder em um governante e em seus auxiliares.
Assim, buscavam o sucesso de seu reino expandindo seus limites, acumulando
riquezas e ampliando sua influência sobre povos vizinhos. O Mali é um dos
impérios que foi além do seu próprio território (SOUZA, 2006).

No Sahel, era frequente o uso do camelo, do asno e do cavalo. O camelo foi trazido
da Península Arábica, embora fosse utilizado ainda no Egito Antigo. Foi no século
IV que o seu uso se expandiu em termos de comunicação e circulação no deserto,
sustentando o comércio que uniu o Sahel, ao norte da África, ao Mediterrâneo. Além
disso, as cidades próximas do rio Níger serviam de pontos de apoio ao comércio do
Sahel e do Saara (SOUZA, 2006). Para o deslocamento, as pessoas usavam cavalos.
Nas savanas, o animal de carga era o burro e, em algumas regiões, o boi. Na região
dos oceanos, lagos e rios, o deslocamento era feito por meio de canoas (SILVA, 2011).

Reino de Gana
O reino de Gana localizava-se entre o deserto do Saara e os rios Níger e Sene-
gal. Ele foi fundado no século IV, pelos povos da etnia Soninke ou Sarakolle
(NIANE, 2010). Entretanto, era governado pela dinastia dos Magas, uma
família berbere que ficou no poder até o século XVIII. A capital de Gana era
Kumbi Saleh e abrigava aproximadamente 15 mil pessoas. A maior parte da
população era formada por agricultores. O enriquecimento do reino ocorreu
devido à sua localização, no extremo sul da rota comercial do Saara, e pela
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existência de reservas de metal. Desde o século VIII, no Marrocos, a região


já era conhecida como a “terra do ouro”. Ela mantinha comércio com o norte
da África, trocando tecidos, noz-de-cola e ouro. Trocava-se principalmente
ouro por sal, pois o tempero era raro na região das savanas e, por isso, con-
siderado valioso.
Por volta do século X, o reino de Gana atingiu o seu apogeu e atraiu
a atenção dos árabes. Segundo Assumpção (2008), após diversos ataques
dos povos Almorávidas do Magreb — isto é, grupos de muçulmanos cujos
primeiros adeptos viviam no Saara Meridional e que procuravam expandir o
Islã nessa região —, Gana acabou sucumbida e por volta de 1240, o reino de
Gana entrou em declínio, sendo destruído pelo povo do Mali. Outro motivo do
declínio foi a perda do domínio do comércio do ouro, assim como a ascensão
de outros impérios sudaneses, como Tecrur, Zafum e Sosso.

A noz-de-cola é um fruto que era encontrado nas matas da região entre o sul da Guiné-
-Conacri e o rio Volta. Ela tinha alto valor no Senegal, no Sahel e na África do Norte. Era
apreciada por suas propriedades medicinais e estimulantes, porque combatia a dor
de cabeça e a impotência, além de reduzir o cansaço, a fome e a sede. A noz-de-cola
era um dos poucos estimulantes permitidos entre os povos islamizados. No Brasil, ela
é conhecida como “obi” e “orobó” e é utilizada em cultos afro-brasileiros.

Império do Mali
O império do Mali, localizado no alto do Níger entre o século XIII e o XV, era
considerado o império mais importante da savana ocidental. O seu início está
relacionado ao desenvolvimento de um pequeno Estado chamado Kangaba
(VISENTINI; RIBEIRO; PEREIRA, 2007). A origem desse império está nos
povos de língua mandê que habitavam em um kafu (conjunto de aldeias cercadas
por terras cultivadas) no vale do Níger, governado pelos famas (descendentes
dos primeiros habitantes do vale do Níger), donos da terra. Eles expandiram-se
pela região até o deserto e a floresta, também nas províncias conquistadas,
mantendo vassalos semi-independentes.
Por volta do século XIII, o guerreiro Sundiata (responsável pela junção de
várias comunidades maliquês) foi coroado como o grande rei do Mali devido
8 A África e os africanos antes da chegada dos europeus: reinos, povos e culturas

à expansão em territórios maliquês, vencendo os sossos (antigos subordinados


de Gana). Sundiata fundou uma nova capital, Niani. Além disso, incorporou
ao seu domínio o império de Gana, incluindo os territórios ao longo dos rios
Gâmbia e Senegal e pelo alto Níger, assim como as minas de ouro de Bambuk
e de Buré (MATTOS, 2007). Dessa forma, passou a controlar todo o comércio
de ouro e sal transaariano.
A organização política do Mali abrangia desde os reinos até as aldeias,
tudo sob a influência do rei, que cobrava tributos, gerenciados pelo conselho
de anciões. A sociedade era organizada de forma hierárquica. No topo, ficava
o rei do Mali, denominado mansa; logo abaixo, a linhagem real, o clã dos
Queitas, a nação mandinga e outras nações. Em cada nação, existiam famílias
reais, nobreza, homens livres, servos e escravos.

Mansa ou mandimansa significa “quem na guerra os comandará”. Esse era o título


usado pelos governantes locais (SILVA, 2009).

A sucessão do reino podia ser patrilinear ou fratilinear. Ou seja, tanto o


filho quanto o irmão do rei poderiam substitui-lo no poder. Foi no século XIII
que o filho de Sundiata, Uli, o sucedeu no trono do Mali e passou a controlar
os grandes centros comerciais do Sahel, Tombuctu, Ualata, Djenné e Gaô.
Tombuctu localizava-se ao noroeste do Níger e era a cidade mais famosa da
região, por ser um ponto de encontro de várias rotas comerciais e local de
descanso de muitas caravanas que atravessavam o deserto. Djenné ficava
na região do rio Bani e era considerada um grande centro agropecuário e
comercial, ligando a savana, o cerrado e a floresta. Tombuctu e Djenné se
desenvolveram mais ainda no século XIV, devido à integração do comércio
transaariano.
O comércio era realizado pelos soninquês e mandingas, também conhecidos
como uângaras ou diulas, que atravessavam a savana e a floresta. No século
XIV, o Mali começou a entrar em decadência devido às disputas de sucessão
entre os descendentes de Sundiata Keita, o que ocasionou a desintegração do
reino em pequenos Estados.
A África e os africanos antes da chegada dos europeus: reinos, povos e culturas 9

Império de Songhai
Desde o final do século XIII, Songhai tentava obter gradativamente a sua
independência do domínio do império do Mali, sendo que a conquistou um
século depois. Mas foi no século XV, com sonni Ali Ber, que Songhai atin-
giu o seu apogeu e expandiu o seu território, tomando Djenné, Tombuctu e
Ualata do Mali. Nessas cidades conquistadas, passou a explorar a agricultura
e o comércio. Além disso, tomou as aldeias bambaras e o reino de Mema e
recuperou o controle das rotas comerciais caravaneiras em Gaô. O império de
Songhai tentou ainda tomar as terras dos mossis, fulas e dogons, que foram
de domínio do Mali, entretanto não conseguiu incorporá-las.
Com a morte de sonni Ali Ber, em 1492, os membros da família real e a
nobreza militar começaram a disputar o poder, o que gerou a divisão do Estado
(MATTOS, 2007). Em 1493, ocorreu um golpe de Estado militar, chegando ao
poder a dinastia Ásquia, sob o governo de Ásquia Muhammed (M’BOKOLO,
2009). No seu governo, ele criou um exército profissional, melhorando a qua-
lidade dos guerreiros. Além disso, reduziu os tributos cobrados à população,
liberando a produção agrícola, artesanal e comercial. Com a expansão do
território de Songhai, foi implantada uma política administrativa para cada
região, mas todas sob o controle do rei. Da região de Dendi, para além de
Djenné, os vassalos e um núcleo de várias províncias eram comandados por
parentes ou pessoas próximas ao rei, denominados farma ou farima. A parte
ocidental era governada por um vice-rei, chamado curmina-fari. E a região
oriental ficava sob o comando de outro vice-rei, com a denominação dendi-
-fari (MATTOS, 2007).
O fim do reinado de Muhammed iniciou uma luta entre as dinastias, e
os ataques dos impérios vizinhos geraram o enfraquecimento do Estado.
Além disso, a invasão dos berberes e do império marroquino, em 1591,
terminou de vez com o império de Songhai (VISENTINI; RIBEIRO;
PEREIRA, 2007).

Tecrur
O reino Tecrur ficava localizado nas margens do rio Senegal, ponto privilegiado
pela ligação entre o deserto, a savana e também o litoral Atlântico e o interior.
Por volta do século IX, esse reino era constituído por agricultores sereres, que
deram origem aos tuculores, e pelos pastores fulas, do Saara. Os tuculores
eram os grandes comerciantes islamitas de ouro e escravos.
10 A África e os africanos antes da chegada dos europeus: reinos, povos e culturas

A primeira dinastia do reino foi a Diáogo, composta pelos fulas ou berberes.


No final do século X, essa dinastia foi substituída pelos manas, do Estado de
Diara, que permaneceram por 300 anos no poder. No século seguinte, o rei
tuculor Uar-Jabe ibn Rabis se converteu ao islamismo, propagando essa doutrina
religiosa por meio da força e pela catequese, com o auxílio dos mercadores
tuculores. Segundo Mattos (2007, p. 27), “Os mercadores de Tecrur comer-
cializavam ouro, escravos, âmbar, cobre, goma, contas, lã e sal pelas rotas do
Atlântico ou por Audagoste, fazendo chegar esses produtos até Marrocos, Gana
e Níger”. Tecrur tornou-se concorrente de Gana ao expandir o seu território
até Barisa, que era um ponto comercial de ouro sob influência desse reino.
No século XIV, os manas perderam o poder para os sereres e mandês da
dinastia de Tondions, que no século seguinte acabaram sendo substituídos
pelos fulas de Lam-Termes. Nesse mesmo período, o Tecrur foi invadido
por guerreiros externos, o que ocasionou a sua divisão em pequenos reinos
(MATTOS, 2007).

Kanem e Bornu
Os reinos Kanem e Bornu surgiram a leste de Songhai, entre o rio Níger e o lago
Chade. Muitos povos se instalaram nessa região para fugir da seca do Saara. O
reino de Kanem tem a sua fundação atribuída aos zagauas, nômades do Sahel.
Outra versão está relacionada à ideia de fortalecer a conversão de Kanem ao
islamismo e levar a dinastia Sefau ao poder. Segundo Mattos (2007, p. 29),
“Ibrahim, o filho de um grande herói árabe — Saife inb Dhi Yazan — viajou
para o Sudão Central e tornou-se líder dos magumis, nômades do nordeste do
lago Chade, conquistando vários grupos dessa área”. Enfim, existem várias
versões sobre a origem do Kanem, todas relacionadas à submissão entre povos,
os mais fracos sob o comando dos mais fortes — em função da supremacia
militar, do domínio da metalurgia do ferro, do uso do cavalo ou da estratégia
comercial. Nessa região, havia comércio de escravos, que eram vendidos para
o norte da África como concubinas, eunucos, soldados e criados.
No reino de Kanem, o escravizado era utilizado para pagar tributos e
compor exércitos, bem como para o trabalho na agricultura e no pastoreio.
Os escravos eram adquiridos pelo reino por meio de sequestros e ataques às
aldeias próximas. Esses ataques também serviam para a expansão territorial
do reino; os vizinhos tornavam-se vassalos em troca de proteção. No século
XIV, Kanem entrou em decadência devido a várias guerras contra os saôs e
por ser invadido pelos reinos vizinhos, que queriam escravizar a sua popu-
lação. Por volta do século VII, os saôs chegaram à região, vindos do norte, e
A África e os africanos antes da chegada dos europeus: reinos, povos e culturas 11

se instalaram no curso inferior do rio Logone e no delta do Chari (LOPES,


2011). O rei Umar ibn Idris abandonou Kanem e foi com o seu exército para
Bornu, no planalto de Chade.
Bornu era uma região com inúmeras terras fertéis e, conforme Mattos (2007),
tinha possíveis fontes para a captura de indivíduos. Além disso, era a saída de
rotas comerciais para a África do Norte e para o Egito. A população em Bornu
era canúri, ou seja, uma mistura dos povos canembus e saôs. O reino de Bornu
era formado por aldeias, que se organizavam em torno dos chefes tradicionais,
os bulamas, que se submetiam aos representantes militares do rei, os maína. O
rei governava com o apoio dos maína e pela influência da rainha mãe, magira,
e da rainha irmã (MATTOS, 2007). Os produtos que comercializavam eram
escravos, que trocavam por cavalos vindos da África do Norte. Conforme Mattos
(2007, p. 30), “Cada cavalo valia em torno de 15 a 20 escravos”. Além disso, como
Kanem, Bornu guerreava com povos vizinhos para adquirir o seu produto. Por
volta do século XV, sob o comando de Bir ibn Idrism, os sefaulas derrotaram
os bulalas em Kanem, mas preferiram ficar em Bornu.

Reinos iorubás: Ifé e Benin


Os reinos iorubás foram constituídos da diversidade de povos e sociedades que
habitavam as regiões ao sul, ao sudeste e ao sudoeste dos rios Níger e Benué
há milhares de anos. Nessa área, viviam os povos de línguas edo, idoma,
iorubano, ibo, ijó, igala, nupe, entre outros de origem linguística níger-congo
(MATTOS, 2007).
Por volta do século VI, Ifé começou a se estruturar em pequenas aldeias
agrícolas que desenvolviam um comércio simples entre si. Alguns anos mais
tarde, tornou-se um centro comercial importante devido ao desenvolvimento
da metalurgia do ferro e à sua localização geográfica, na rota entre o rio Níger
e Cotonu, constituindo um entreposto entre a savana, a floresta e o litoral.
Conforme Mattos (2007), o comércio se dava de Ifé para Gaô, que fica ao
norte, para as cidades hauças e para os povos de Ijebu, ao sul. Os produtos
levados eram sal, ouro, marfim, dendê, pimentas, noz-de-cola, inhame, peixe
seco e gomas.
Além de ser um entreposto comercial, Ifé era uma cidade-estado e recebia
tributos de outros miniestados. Era considerado um centro religioso do povo
iorubá por ser o núcleo de origem de outras cidades. Segundo Lopes (2011, p.
164), “[...] de Ilê-Ifé, especificamente da localidade de Itajerô, teriam saído 27
descendentes de Odudua para fundar várias cidades e províncias, inclusive a
que constituiria, mais tarde, o reino de Benin”.
12 A África e os africanos antes da chegada dos europeus: reinos, povos e culturas

O povo iorubá é formado por grupos que têm como ancestral comum Odudua,
fundador de Ifé, considerada o núcleo inicial das demais cidades desse povo. Os iorubás
surgiram na África ocidental, entre o sudoeste da atual Nigéria e Benim (LOPES, 2011).

Benin era um dos miniestados subordinados a Ifé e foi fundado pelos povos
edos. Era organizado por um chefe (ovie/ogie), representante da unidade de
várias comunidades administrativas, pelas linhagens e pelos grupos de anciões.
Os mais velhos tinham o poder de legislar sobre as terras e os costumes das
aldeias agrícolas, além de orientar o trabalho de alguns grupos. Os problemas
e disputas na comunidade eram resolvidos nos santuários criados em homena-
gem aos ancestrais. As funções administrativas e políticas eram divididas de
acordo com a hierarquia de geração. Os adultos cuidavam da proteção e das
atividades principais, enquanto os mais novos eram encarregados de pagar
os tributos ao obá (rei).

Segundo a tradição, entre os séculos XII e XIV, o rei de Ifé, Odudua, teria enviado seu
filho Oraniã a Benin para resolver a situação da disputa de sucessão do poder entre os
chefes locais edos. Oraniã acabou casando com Erinuinde, a filha de um chefe edo, e
teve um fillho, Eueca. Ao voltar para Ifé, Oraniã deixou seu filho como obá do Benin.

Em termos econômicos, os reinos iorubás não eram grandes produtores


agrícolas, pois as terras da floresta não eram muito fertéis. Apesar disso,
cultivavam inhame, melão, feijão, pimentas-de-rabo, anileiras e algodão. O
que mantinham era o comércio, pois eram entrepostos de mercadores. Eles
se expandiram em direção às rotas comerciais com o intuito de controlar as
atividades mercantis e dominar outros pontos, como Aboh, Onistsha e Eko
(MATTOS, 2007).
A África e os africanos antes da chegada dos europeus: reinos, povos e culturas 13

3 As características da África Centro-Ocidental


e Oriental
O objetivo desta seção é apresentar as características gerais dos povos e reinos
da chamada África Centro-Ocidental. Conforme Mattos (2007), próximo ao
rio Zaire e das savanas ao sul da floresta equatorial, predominavam os povos
bantos. Por volta do século XIII, surgiu o Estado de Luba, que mais tarde
incorporou outras aldeias e formou um império.
O Reino de Luba era composto por diferentes aldeias e pelo rei, descen-
dente das linhas de guerreiros (Kalala Ilunga e Kongolo), o qual era o grande
responsável pela proteção, fertilidade e prosperidade de todos, com a ajuda
dos representantes escolhidos pelas aldeias.
Já no vale do Kalany, às margens do rio Bushimai, viviam pescadores e
agricultores de origem Lunda. Os chefes das diferentes aldeias (Cabungu) eram
senhores respeitados entre as comunidades e considerados líderes espirituais. À
medida em que as aldeias cresciam, um novo indivíduo era erguido à condição
de chefe dos grupos, sempre mantendo os laços de parentesco e políticos.
Por volta do século XV, ocorreu a centralização do poder e a expansão dos
limites do reino (como a incorporação de aldeias dos vales Kalany, Lulua e
Cassai), formando uma nova estrutura política em torno do Império Lunda.
Aos poucos, diferentes grupos opositores abandonaram o Império e seguiram
para regiões do oeste em direção à Angola.

Reino do Congo
O Reino do Congo teve origem entre 1350 e 1375, com Nimia Nzima, que,
ao longo do tempo, expandiu o território e domínios mediante conquistas e
alianças com diferentes regiões, sobretudo, aquelas ao sul do rio do Congo.
Seu filho e sucessor, Lukeni lua Nimi, empreendeu uma política semelhante e
estendeu o poder sobre organizações políticas na região norte do rio do Congo,
anexando áreas como Vugu, Ngoyo e Kakongo. Esse mesmo rei conseguiu
alcançar domínios até a região de Mbanza Kongo, para onde mudou a capital
e fundou, por volta do século XV, um estado que se chamaria Congo (ou
Kongo), formado por comunidades que compartilhavam o grupo linguístico
banto, sobretudo os bakongo (CORREIA, 2012).
Em termos de atividades agrícolas, a região do Congo possuía terras férteis,
onde os povos plantavam coco, banana, dendê, sorgo, milho, inhame, cola. O
14 A África e os africanos antes da chegada dos europeus: reinos, povos e culturas

sal era um elemento importante a ser extraído, e muitos dedicavam-se à caça, à


pesca, à criação de porcos, cabras, galinhas e cães. Outras atividades também
se destacavam, como a tecelagem, artesanato e metalurgia (MATTOS, 2007).
Em termos de estrutura social e política, os nobres moravam nas cidades
e somente se deslocavam para as províncias quando alçavam algum cargo
político/administrativo. A alta nobreza, por sua vez, era composta por paren-
tes do rei ou um de seus predecessores, constituindo, assim, casas bilaterais
interligadas por alianças matrimoniais. Frente às aldeias, a nobreza formava
um bloco que era determinante no acesso às terras (CORREIA, 2012). Devido
a essa estrutura, pode-se dizer que a nobreza era caracterizada como um dos
elementos mais importantes e significativos para a coesão social, sobretudo
nas cidades. Por fim, ao final do século XV, os domínios do Congo engloba-
vam territórios da costa oeste do Atlântico, do rio Zaire até Luozi (norte), rio
Inquisi (leste) rio Loje ou Dande (sul) e a ilha de Luanda (MATTOS, 2007;
CORREIA, 2012).

Reino de Ndongo (Angola)


Os territórios do Reino de Ndongo compreendiam faixas de terras entre dois
importantes rios: o Kwanza e o Bengo. Cercado por importantes reinos como
o Congo e Matamba, Ndongo era habitado por povos Mbundus de origem
banto, falando língua Kimbindu. A principal autoridade entre os Mbundus
era o Ngola, título que deu origem à designação Angola. Entretanto, conforme
afirma Carvalho (2011), o poder do Ngola era restrito e muitos dos chefes das
tribos (sobas) locais reconheciam sua autoridade apenas como mística ou
espiritual, como, por exemplo, o dom de fazer a chuva, mas não reconheciam
a sua legitimidade política.
No século XVI, o poder de Ngola aumentou e Kiluanji efetivou a centraliza-
ção do poder. Com isso, passou a controlar a religião, a política, o comércio e os
depósitos de ferro. Desse modo, o Reino de Ndongo era um estado organizado,
sendo o rei assessorado pelo tendala, que o auxiliava administrativamente em
tempos de guerra e paz, pelo Ngolambole que era o chefe de guerra.

África Oriental
De acordo com Mattos (2007), por volta do século VI, nas terras próximas
ao rio Juba ou a Lamu existia o reino Xunguaia, que supostamente tenha
originado a cultura suaíli. Seus habitantes eram caçadores e agricultores
bantos e pastores cuxitas. Alguns historiadores acreditam que os suaílis seriam
A África e os africanos antes da chegada dos europeus: reinos, povos e culturas 15

agricultores bantos, vindos dos Grandes Lagos e das montanhas de Kwale,


que desde o ano 500 se expandiram pela costa. Em várias cidades-estado da
África Oriental, como Quíloa, Mogadixo, Mombaça, Moçambique, Zanzibar,
Mafia, Melinde, a organização política concentrava-se na figura de um sultão
ou xeque, que governava com o apoio de um conselho, aparentemente com
base nas leis islâmicas (MATTOS, 2007, p. 44).
Na região da costa índica, as cidades já desenvolviam intensas atividades
mercantis, o que, por sua vez, permitiu que os habitantes dessa região entras-
sem em contato com os povos árabes, persas e romanos, permitindo também
diferentes trocas culturais. Mattos (2007) aponta que, de fora do Continente
Africano, chegavam em grandes navios árabes e indianos diversos mercadores
de luxo, dentre elas o vidro e cauris, das Maldivas. Grupos mais abastados
realizavam suas refeições em louças chinesas ou persas, já os mais pobres
comiam em torno de uma grande panela de cerâmica, comunitária.
Entre os séculos XII e XIII, por exemplo, a cidade de Quiloa tornou-se um
importante centro comercial, o que permitiu o desenvolvimento dessa região.
Seus habitantes eram pescadores bantos, mas que possuíam grande conhe-
cimento em metalurgia do ferro e cobre e produziam artefatos de cerâmica
vermelha. Os produtos comercializados giravam em torno de frutas, peixes,
sal, cereais e o gado. Mais tarde, incluíram produtos como marfim e peles, no
intuito de estabelecer relações comerciais com a Arábia, Índia, Pérsia e China.
A partir do século XV, a cidade de Quiloa declinou em termos comerciais
devido à concorrência com outras regiões, entretanto, outras cidades da região
do Índico também se desenvolveram, como é o caso de Mombaça, Zanzibar
e Melinde.

Grande Zimbabue e o Reino de Monotapa


Os povos bantos que chegaram a região dos rios Zambeze e Limpopo, por
volta do primeiro milênio, desenvolveram práticas como a da agricultura, do
pastoreio e da metalurgia. No século XII iniciou-se a exploração de ouro nessa
região, onde havia diversas jazidas.
Segundo Fagan (2010), no século XV o Grande Zimbábue tornou-se um
importante centro comercial e os seus soberanos exerciam monopólio sobre
as atividades de trocas. Era vantajoso para o negociante estrangeiro trabalhar
em cooperação com os dirigentes, pois isso poderia garantir maior segurança
e lucros. Mattos (2007) aponta que também no século XV o Grande Zimbábue
entrou em decadência e isso se deu por diferentes motivos: a dimininuição das
águas do rio Save, a presença o mosquito tsé-tsé, que prejudicava a criação
16 A África e os africanos antes da chegada dos europeus: reinos, povos e culturas

de gado, o crescimento populacional, o esgotamento do solo e de animais de


caça. Esses fatores levaram o soberano Niatsimba Mutota a estabelecer, na
segunda metade do século XV, uma nova capital do reino, ao norte, na região
do Dande, entre os rios Mazoé e Hunyani. Nessa área surgiram diferentes di-
nastias carangas, cujos reis eram conhecidos como Monomotapa, que significa
“senhor dos cativos” ou “senhor de tudo”. Fagan (2010) afirma que o soberano
Mutope expandiu o território monomotapa para a região norte, transferindo
a capital para uma área setentrional, longe da Grande Zimbábue. Por volta
de 1490, as partes meridionais do reino romperam com a autoridade central.
O reino Monomotapa estava restrito à região dos rios Zambeze, Mazoé,
Lueanha, Dande e Huambe, bem como a cordilheira de Unvucué e ao vale do
Zambeze. Conforme nos aponta Mattos (2007), a principal cidade era Ingombe
Ilede, principal concorrente da Grande Zimbábue, além de Cafué. Desde o
século XIV, essas regiões tornaram-se centros de produção de sorgo, algodão,
sal, da criação de bois e cabras, bem como produtos de cobre e cerâmica. Além
disso, eram importantes pontos comerciais em que se trocavam o sal pelo
marfim de Guembe e o cobre de Urungué. A partir do século XVI até XVII
o domínio monomotapa caiu sob a influência dos portugueses.

ASSUMPÇÃO, J. África: uma história a ser reescrita. In: MACEDO, JR., org. Desvendando
a história da África. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2008.
CORREIA, S. B. O Reino do Congo e os miseráveis do mar: O congo, o sonho e os holandeses
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MATTOS, R. A. História e cultura afro-brasileira. São Paulo: Contexto, 2007.
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M’BOKOLO, E. África negra: história e civilizações. Salvador: EDUFBA, 2009.


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VISENTINI, P. F.; RIBEIRO, L. D.; PEREIRA, A. D. História da África e dos africanos. Petrópolis:
Vozes, 2013.

Leitura recomendada
CARTA do viajante Leo Africanus com uma descrição sobre Tombuctu. Nova Escola,
[201-?]. Disponível em: https://nova-escola-producao.s3.amazonaws.com/r2mQqUTuR-
8cwnzsnPAD4v5DpThUS74zJBtdsfWMNjuBAGETcPendecVwZ79q/his7-13un05-carta-
-de-um-viajante.pdf. Acesso em: 3 set. 2019.

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