Você está na página 1de 18

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ

CENTRO DE CIENCIAS SOCIAIS E EDUCAÇÃO


CURSO DE LICENCIATURA EM CIENCIAS DA RELIGIÃO
DISCIPLINA: INTRODUÇÃO A HISTORIA DAS RELIGIÕES
E RELIGIÕES NA ANTIGUIDADE
PROFESSOR: MARIA ROSELI SOUZA

ÁFRICA OCIDENTAL
DISCENTES:
IVAN PANTOJA
JOAO CARLOS C.SOUZA
JACKLINE K. REIS DOS REIS
PATRICIA COLARES DE OLIVEIRA
AFRICA OCIDENTAL

Primeiramente iremos perfazer neste trabalho acadêmico uma analise histórica


sobre os povos da África Ocidental de forma sucinta enfocando a concepção do mito,
mitologia vislumbrando a simbologia e seus significados na cultura Efik, Isoko (Urrobos)
e Iorubas, bem como seu entrelace a religião e religiosidade materializado nos ritos e
ritualísticas da tradição africana, por conseguinte demarca a contribuição cultural e
religiosa na sociedade brasileira.

ÁFRICA OCIDENTAL E SEUS CONTRASTES

África Ocidental - Divisão Política


Site:https://educacao.uol.com.br/disciplinas/geografia/africa-ocidental-divisao-politica.

Para compreendermos a cultura material das sociedades africanas, a primeira


questão que se impõe é a imagem que até hoje perdura da África, como se até sua
"descoberta", fosse esse continente perdido na obscuridade dos primórdios da civilização,
em plena barbárie, numa luta entre Homem e Natureza. De fato, a história dos povos
africanos é a mesma de toda humanidade: a da sobrevivência material, mas também
espiritual, intelectual e artística, o que ficou à margem da compreensão nas bases do
pensamento ocidental, como se a reflexão entre Homem e Cultura fosse seu atributo
exclusivo, e como se Natureza e Cultura fossem fatores antagônicos.

E é isso que fez com que a distorção da imagem do continente africano, atingisse
também os povos que ali habitavam. De acordo com as ciências do século XIX, inspiradas
no evolucionismo biológico de Charles Darwin, povos como os africanos estariam num
estágio cultural e histórico correspondente aos ancestrais da Humanidade. Dotados do
alfabeto como instrumento de dominação não apenas cultural, mas econômica também,
os europeus estavam em busca de suas origens, sentindo-se no vértice da pirâmide do
desenvolvimento humano e da História. Vem daí as relações estabelecidas entre Raça e
Cultura, corroborando com essa distorção. Por isso, a história da África, pelo menos antes
do contato com o mundo ocidental, em particular antes da colonização, não pode ser
compreendida tomando-se como referência a organização dominante adotada pelas
sociedades ocidentais. Normalmente fica no esquecimento, dado ao fato colonial, que não
existe uma África anterior, a que se convencionou chamar África tradicional, diversa e
independente, com suas particularidades sociais, econômicas e culturais.

As sociedades africanas tradicionais (ou pré-coloniais) tinham em suas atividades


econômicas uma das formas de sobrevivência, de acordo com o meio ambiente em que
viviam, de suas necessidades materiais e espirituais, e de toda uma tradição anterior de
várias técnicas e tipos de produção. Havia muitos povos nômades, que precisavam se
deslocar periodicamente, e havia povos sedentários, que fundando seus territórios,
chegaram a constituir grandes reinos, desenvolvendo atividades econômicas produtivas,
tanto de bens de consumo como de bens de prestígio (em que se destacam várias de suas
artes de escultura e metalurgia).

O que a história oficial procurou velar é que os africanos desenvolveram várias


formas de governo muito complexas, baseando-se seja em uma ordem genealógica (clãs
e linhagens), seja em processos iniciáticos (classes de idade), seja, ainda, por chefias
(unidades políticas, sob várias formas). Algumas grandes chefias, consideradas Estados
tradicionais, são conhecidas desde o século IV (como a primeira dinastia de Gana),
mesmo assim posteriores a grandes civilizações, cuja existência pode ser testemunhada
pela arte, como a cerâmica de Nok (Nigéria), datada do século V a.C. ao II século d.C.
Aliás, ela é uma das produções mais atingidas pelo tráfico do mercado negro das artes na
África.

NOK:
HTTPS://pt.m.wikipedia.org/wiki/Cultura_Nok

Então, é importante relativizar o peso conferido ao continente africano enquanto


um dos territórios das "descobertas", é evidente que a exploração da África não se deu
apenas na sua colonização, esta já tão truculenta em si mesma, lembrando que durante
esse período os africanos não foram apenas usurpados em suas economias e territórios,
mas em seus modos de existência e de pensamento, principalmente através de ações
missionárias. Sabemos como a Igreja manipulou o Cristianismo sob pretexto de uma ação
civilizatória compactuada com países europeus. Aqui estamos falando apenas daqueles
que permaneceram no continente e não dos que foram sequestrados para a indústria da
escravidão que durou pelo menos quatro séculos. Podemos dizer que se o futuro de alguns
africanos (os que foram feitos escravos) continuou aqui no Brasil (e nas Américas), e o
passado de povos africanos na África ficou na memória coletiva e no silêncio da cultura
material. Por isso, não podemos admitir nada de primitivo na história e na cultura material
dos povos africanos, vez que se trata de sociedades que têm atrás de si mesmas existência
milenar. É importante, portanto, ter sempre em vista que o continente africano é imenso,
com centenas de grupos étnicos ou sociedades, que não devemos chamar de tribos, pois
o sistema de parentesco, além de não ser a única forma de organização, manifesta-se em
grande diversidade e complexidade na composição dos grupos culturais.

COSMOLOGIA DA ÁFRICA OCIDENTAL: O MITO E RITO

O Mito possui diversos conceitos podendo ser interpretado por diversos campos
da ciência para elucidação da concepção de origem do mundo ou do universo, e dos
fenômenos naturais vistos pelos povos sendo ou não atribuíveis, entretanto, na
antropologia este (mito) e compreendido como a etnogênese de uma cultura podendo ter
base na oralidade e na escrita, imbuídos de ritos/ritualísticas e símbolos por meio de
narrativas transmitidas tradicionalmente por uma determinada cultura tida como
estratégia de afirmação de identidade. A maioria dos mitos envolvem uma força
sobrenatural ou uma divindade, mas alguns são apenas lendas passadas oralmente de
geração em geração.

CARACTERÍSTICA TÍPICA DOS MITOS

Inicialmente são tidos como personagens fantásticos podendo ser deuses ou


heróis sobrenaturais ou ate mesmo fazerem parte de histórias sagradas, os mitos acabam
sendo utilizados como instrumentos ideológicos voltados para manipulação ou controle
sociais endossados por governantes e sacerdotes e intimamente ligados à religião.
Geralmente as sociedades têm duas categorias de narrativas tradicionais: "histórias
verdadeiras" ou mitos, e as "histórias falsas" ou fábulas, ambas trazem uma minuciosa
historia de uma época antiga, que explica a formação do mundo ou de uma cultura ate a
atualidade demonstrando como foi constituído os costumes, instituições e tabus foram
estabelecidos.

RELIGIÃO E MITOLOGIA

O "mito" e "mitologia" são, comumente, empregados para ilustrar histórias de


uma ou mais religiões criadas pelas sociedades antigas, cujos ritos estão quase extintos.
Muitas pessoas veem seus textos sagrados como possuindo verdades religiosas,
inspiradas na divindade ou deidade usada para se referir a histórias, que, enquanto podem
ou não ser factuais, revelam verdades fundamentais e pensamentos sobre a natureza
humana, através do frequente uso de arquétipos. Também é necessário frisar que as
histórias discutidas expressam pontos de vista e crenças de um país, um período no tempo,
cultura e/ou religião a qual lhes deu à luz.

RELIGIÃO NA ÁFRICA
Dicionário dos simbolos
https://www.dicionariodossimbolos.com.br

A maioria das religiões tradicionais africanas tem, na maior parte de sua


existência, sido transmitida oralmente (em vez de por escrito). Assim, os peritos
linguísticos tais como chiristopher ehret e placide Tempels aplicaram seus conhecimentos
de línguas para reconstruir a opinião do núcleo original dos seguidores dessas tradições.
As quatro famílias linguísticas faladas na África são: línguas afro-asiáticas, línguas Nilo-
saarianas, Níger Congo e línguas-khoisan. As religiões africanas também não possuem
textos escritos ou livros sagrados, mas se baseiam na tradição, ou narração passada de
geração para geração, sobre os conteúdos e a maneira de viver sua religiosidade, apesar
de influências de outras religiões os povos africanos estabelecem seus próprios costumes,
com rituais, danças, oferendas e dogmas a espíritos intermediários, tidos como orixás, aos
quais são feitos cultos e prestado tremendo respeito. É um erro comum é supor que todos
os povos africanos são da mesma raça e que tiveram a mesma origem, o que leva a supor
que tenham também os mesmos costumes e a mesma religião. Para melhor se
compreender sobre qual região da África ou qual religião será abordada divide-se assim:

1) África do norte: desde o Atlântico e Mediterrâneo até o Saara, incluindo o Egito


e a Etiópia. Esta região é dominada pelo Islamismo e pelo Cristianismo.

2) África centro-sul: desde a Rep. Dos Camarões, Quênia…, até o extremo sul.
Esta parte da África, povoada principalmente por tribos aborígenes, é dominada pelas
religiões tradicionais, exceto uma relevante percentagem que praticam o cristianismo, o
islamismo e até o hinduísmo.

Podemos encontrar características de religiões africanas em diversas culturas,


assim como no Brasil, que durante o período de escravidão, recebeu em seu território as
práticas do povo africano, que hoje podem ser encontradas não somente em religiões, mas
também em ritmos musicais, comidas, roupas e muitas outras coisas.

ESPIRITUAL E MATERIAL
A religião tradicional africana distingue dois aspectos da realidade: aquilo que é
visível, físico, matéria, e aquilo que é invisível e espiritual. Estes dois aspectos fundem-
se entre si: nenhuma coisa do mundo físico é tão material que não contenha em si
elementos do mundo espiritual. Isto conduziu à crença de que há espíritos nas pedras, nas
montanhas, nos rios, nas árvores, nos trovões, no Sol e na Lua… Daí a religião tradicional
africana ser muitas vezes chamada também de religião animista por acreditarem que
existem espíritos que vivem por toda parte, dão vida e protegem todas as coisas. Assim,
segundo a mentalidade animista há espíritos nas rochas, nas árvores, nas sementes, na
água, e nas pessoas estejam estas últimas vivas ou mortas. Eles acreditam que esses
espíritos podem atrair tanto coisas ruins, como boas, assim os espíritos combatem as
doenças e as secas, mas também castigam com enfermidades e tragédias. Para que os
espíritos desistam de causar danos, ou para obter algum benefício que se queira alcançar
por meio dos espíritos, é preciso oferecer sacrifícios aos mesmos. Assim, por exemplo o
sacrifício de uma galinha pode agradar os espíritos e se obter uma boa colheita, ou amarrar
um laço de cabelo (simpatia) para que um coqueiro produza bons cocos, etc. O sacrifício
ocupa um lugar central nas religiões, seja de modo simbólico, como no cristianismo, ou
com a imolação de animais (como no islã, no judaísmo e nas religiões de origem
africanas), ou de vegetais e minerais (como nas religiões de origens africanas e orientais),
pois eles permitem restabelecer a ordem e a energia do universo, dos deuses e dos homens.
Marcel Mauss e Hubert, no livro Sobre o Sacrifício (2005), analisam esse fenômeno
religioso.

SÍMBOLOS

Termo bastante controverso, em muitos casos, é utilizado como uma categoria


depreciativa das práticas religiosas de origem africana e ameríndia. Nesse sentido, afirma-
se que o fetichismo seria uma forma degenerada da prática religiosa, uma vez que o fiel
estaria “desviando” a sua crença e os atos litúrgicos para seres materiais inanimados, ao
invés de dirigi-los às realidades divinas imateriais, isto é, substituindo a coisa simbolizada
pelo símbolo, ou ainda, a transferência do poder divino para coisas materiais como
amuletos ou talismãs; designa ainda atitudes “supersticiosas”. Por meio dessas
concepções, muitos missionários cristãos ao observarem os rituais realizados por esses
povos às suas deidades das religiões tradicionais materializadas em estátuas, pedras,
altares, plantas etc., acusaram os africanos de praticarem idolatria.

O uso de amuletos (chamados fetiches). O Animismo, não é propriamente uma


religião e sim um conjunto de crenças baseadas no culto dos espíritos e está presente em
todo o mundo, especialmente naqueles países onde ainda não foi implantada uma religião
institucional como o cristianismo. “Os panteões africanos são sistemas orgânicos de
símbolos, pontos sobre o qual os antropólogos africanistas têm grande interesse em
investigar. O pensamento simbólico joga, portanto, sobre duas faces: a representação ou
expressão, e com a intervenção. Ou mais exatamente, ela tem quatro finalidades: a) senso
econômico, pois ela resume, condensa e aproxima; b) uma função operatória, pois é um
verdadeiro jogo de permutações que torna possível a passagem da coisa simbolizada para
os diversos elementos do campo simbólico; c) um valor de uso, que lembre as regras de
ação e mostra a união da obrigação e do desejável; d) função de sugestão (ela quebra a
imaginação) ou explicação (é o índice mais seguro de correspondências e participações).
Enquanto imagem, ela é figurada; como hierofania, torna-se potência.” (THOMA;
LENEAU, 1995, p. 31). Com relação aos objetos sagrados, sabemos que todas as religiões
operam por meio da manipulação de símbolos. Tomando a definição apresentada pelo
antropólogo norte-americano Clifford Geertz, o símbolo é “qualquer objeto, ato,
acontecimento, qualidade ou relação que serve como vínculo a uma concepção –
concepção é o significado do símbolo” (CLIFFORD GEERTZ,1989, p. 68).

Outras religiões são praticadas na África, incluindo o zoroastrismo,


rastafarianismo, raelianismo, wicca, druidismo, e Nova Era, religiões Afro-Americanas
(também Religiões da Diáspora africana) são um número de religiões relacionas que se
desenvolveram nas Américas pelos escravos Africanos e seus descendentes em diversos
países das Ilhas do Caribe e América Latina, bem como parte do sul dos Estados Unidos.

Elas provêm das Religiões tradicionais africanas, especialmente da África


Ocidental e África Central, apresentando semelhanças com a Religião Yorùbá em
particular. Essas religiões geralmente envolvem Culto aos Egungun (ancestrais) e/ou de
um panteão de divindades, como os loas do Vodou haitiano, ou os orixás da Santería.
Similares espíritos divinos também são encontrados nas tradições da África Central e
África Ocidental de onde eles derivam - o Orixá da cultura Yoruba, onkisi dos tradições
Bantu (Congo), e o vodou do Dahomey (Benin), Togo, sul de Ghana, e Burkina Faso.
Além de misturar estas diferentes mas relacionadas tradições africanas, muitas religiões
afro-americanas incorporam elementos do Cristianismo, indígenas americanos,
Kardecista, Espiritismo e mesmo das tradições Islâmicas. Esta mistura de tradições
religiosas é conhecida como sincretismo. Alguns novo movimento religioso sincréticos
têm elementos destas religiões Africanas, Mas são predominantemente enraizadas em
outras tradições espirituais. A primeira onda de tais movimentos originou-se na década
de 1930.

OS RITOS

Ritos, cerimônias e preces são algumas das modalidades através das quais o ser
humano procura se expressar e alcançar sua própria harmonia com o todo. Mas o que
importa é a atitude interior que caracteriza a vida dos povos tradicionais, uma atitude
profundamente religiosa. Cada fato cotidiano, banal ou importante, é colocado num
contexto que supera a dimensão material. O ritual sacraliza os momentos importantes da
vida: nascimento, adolescência, matrimônio e morte. Existe, além disso, uma grande
variedade de ritos: de iniciação, purificação, propiciação, comemoração, ação de graças
etc. Os ritos de iniciação garantem a boa integração na comunidade dos vivos, e os ritos
fúnebres garantem a benevolência dos antepassados: por isso, devem ser bem feitos.
Frequentemente, a iniciação é também o ingresso em uma “sociedade secreta”, onde se
aprendem ritos secretos, mitos secretos e mesmo uma linguagem secreta. Os africanos
possuem lugares de culto, embora muito modestos: pequenas cabanas, altares junto aos
caminhos, cumes de montanhas e as oferendas são feitas para pedir saúde, vida, sucesso.
A oração comunitária é a preferida e exprime-se com danças e cantos. O mesmo acontece
com os ritos: impera a criatividade, o movimento, o dinamismo.

ELEMENTOS

As religiões tradicionais africanas, diferentes em muitas manifestações, de acordo


com os respectivos povos, possuem vários pontos comuns essenciais, mas tendo como
objeto central a vida.

Potências espirituais: Abaixo do Ser Supremo existem inúmeras potências mais


ou menos espirituais, que se ocupam das coisas mundanas, em lugar do Ser Supremo, e
que, por isso, são muito invocadas (como os orixás do ioruba).

Demiurgo: A criação foi feita mediante um demiurgo (artífice), que é um


antepassado mítico, às vezes identificado com o fundador do povo, ao qual se devem tanto
a geração do ser humano como a introdução dos costumes, ofícios e ritos.

Ritos de iniciação: Como todos os povos primitivos, os africanos dão importância


aos ritos de iniciação que, não raro, exigem provas duríssimas, até sangrentas
(mutilações).

Danças: Na falta de livros, os ritos desempenham papel importante na


manutenção viva e atuante das tradições religiosas e sociais. Neste sentido, as danças são
de fundamental importância, pois, no seu ritmo e dinamismo, dão a máxima expressão a
todas as atividades do grupo.

Curandeiros: Com artes próprias, como incisões e aplicações de ervas, e mesmo


com o recurso da sugestão, atendem às necessidades do povo.

Culto: Em geral, os africanos não possuem estátuas, nem templos e sacerdotes.


Os sacrifícios de animais (porcos, cães, cabritos, aves…) não são oferecidos a Deus como
adoração, mas aos orixás (espíritos intermediários), como veículo de comunicação com
os vivos, já que o sangue é tido como portador de vida.

Moral: Para o africano, moral e religião são praticamente a mesma coisa. As ações
que prejudicam a convivência humana ou o equilíbrio das forças naturais são punidas pela
autoridade tribal ou reparadas por ritos religiosos, pois irritam igualmente os espíritos,
provocando calamidades públicas, como secas, enchentes, enfermidades, mortes. Desta
forma, o africano se vê obrigado a respeitar os bens, a vida e a pessoa do próximo, ainda
que não conheça preceitos morais impostos por Deus. O adultério é também severamente
condenado, embora a vida sexual seja encarada com muita tolerância, pois se trata do
exercício de uma função vital.

A MITOLOGIA DA ORIGEM E CRENÇA DOS POVOS EFIK, ISOKO E


IORUBA.
Abassi o deus criador

https://www.flogao.com.br

O MITO DA GEMEIDADE

De acordo com a explicação de Lévi Strauss em sua obra “o mito e o significado”,


a uma explanação quanto a ideia do mito associado ao rito de passagem – nascimento de
gêmeos e como e visto por povos de culturas distintas que são imbuídos de bons ou maus
presságios. Logo abaixo e ratificado sua justificativa ligado a crença de que a:

[...] gemeidade que a pressa competitiva de uma das crianças para nascer
primeiro destrói a mãe. Gemeidade e nascimento, com os pés para a frente são sinais de
um parto perigoso, ou de um parto heroico, porque a criança tomará a iniciativa e
tornar-se-á uma espécie de herói, um herói e assassino em certos casos; mas de qualquer
modo ela realiza uma façanha muito importante.
Para strauss o nascimento de gêmeos em uma determinada cultura traz a crença
de vida e morte com sacrifício e renovação ligada ao equilíbrio da criação. Tal afirmação
esta correlacionada a crença mítica dos gêmeos entre os povos da África ocidental (como
os Dogon, os Malinke e os Bambara, por exemplo) dada a importância da gemeidade para
a cultura africana por representar o início da formação de todos os seres vivos pares de
sexo oposto, vivendo num mundo equilibrado, fecundo e harmonioso.

A gemelidade é tão importante que se atribui a raridade da geração de gémeos ao


mau comportamento de um antepassado do Homem, Ogo/Edshu/Pemba. Costumes dos
Bozo, dos Malinke, dos Dogon e Bambara, ainda ligados à reprodução do conceito da
idoneidade dos gémeos, é o do casamento, em que se aconselha que dois homens casem
com as irmãs um do outro (se estas pertencerem a um par de gémeos melhor) ou que um
homem case com a filha do tio materno. Estes povos creem que cada ser humano é
constituído por um par de gémeos, que para ser perfeito necessita de perder o elemento
masculino nas mulheres (ablação do clitóris) e o feminino no homem (circuncisão);
assim, cada um dos sexos fica definido.

EFIK (NIGÉRIA)
Os efiks estão relacionados com os Annang, os Ibibio, Oron e Eket povos com
ancestrais comuns. Rosto e pintura do corpo carregam um monte de simbolismo para a
tribo Efik. Este grupo étnico, que reside principalmente no sudeste da Nigéria, usa pintura
de rosto para significar o amor e pureza. Durante os velhos tempos na tribo, a pintura de
rostos era uma forma de expressar própria identidade da tribo. Pintura de rosto também
incluiu padrões para identificar famílias e clãs. Para as mulheres solteiras, um rosto
pintado é o equivalente a um rito de iniciação para entrar formalmente na sociedade das
mulheres. Para as famílias, caras pintadas também indicam a sua felicidade por alguma
boa notícia que receberam. A cultura deses povos que vivem na Nigéria e camarões tem
seus costumes e crenças ligadas ao mito da gemeidade, transcrito na narrativa do povo
Efik: Acreditava-se que gêmeos eram uma maldição para Abassi. Eles eram pensados
para ser o mal para uma mãe. A dar à luz a gêmeos; a mulher seria queimada viva e os
gêmeos retirados e abandonados a si próprios. Havia também a opção para que a tribo os
comesse ao em vez de deixá-los no meio do mato. Abassi, o deus criador, e sua esposa
Atai, o mediador, são os principais deuses (se não únicos perante a minha pesquisa) dessa
mitologia.

Em sua cosmogonia Atai convence Abassi de deixar seus filhos, dois seres-
humanos de sexos opostos, morarem na terra. Abassi concorda com a proposta porém
com algumas condições, não deixou-os trabalharem ou se reproduzirem, e quando tocasse
o sino eles teriam que voltar ao céu para o jantar, para que assim não o superassem na
força e na sabedoria. Porém como já previsto, os dois filhos de abassi quebram suas regras
e O Deus Criador os mata. Além disso, ele entrega à raça humana dois "presentes", o caos
e a morte, também se afastou dos humanos e (segundo alguns que seguiam a crença)
Abassi voltou a ouvi-los apenas quando começaram a fazer sacrifícios humanos.

ISOKO (NIGÉRIA)

Por muitos anos e ainda contando, Isoko como uma tribo foi considerado como
um com Urhobo pela maioria das pessoas fora das margens do Estado do Delta. Eles
reconhecem a existência de um sistema cosmológico dual: o mundo espiritual e o mundo
físico. Acredita-se que todos no mundo físico têm uma réplica no mundo espiritual e que
esses dois mundos têm grande influência uns sobre os outros. O poder, no entanto, parece
estar nas mãos dos espíritos, que estão constantemente exigindo e causando problemas
para os vivos, que por sua vez devem apaziguar os espíritos através do sacrifício. A cada
dez anos os Isokos realizam uma grande cerimónia de máscaras para toda a comunidade
para honrar o edjo (espíritos). As máscaras usadas, possuem significados que se ligam
aos rituais de iniciação e aos ritos agrários e funerários. Geralmente usam-se para ilustrar
os processos mitológicos que levaram à constituição dos cosmos tal como cada um destes
povos o percebe. Entre povos como os Marka, os Bozo e os Bambara, em cerimónias
realizadas anualmente, utilizam-se as máscaras para recordar aos homens o valores
primitivos, puros, visto que a passagem do tempo e evolução social os pode colocar em
perigo de esquecimento.

IORUBA (NIGÉRIA, BENIN)


Iorubá é uma das maiores etnias do continente africano em termos populacionais.
Na verdade, o termo é aplicado a uma coleção de diversas populações ligadas entre si por
uma língua comum de mesmo nome, além de uma mesma história e cultura. Os grupos
étnicos que vivem próximos aos iorubás são os fon, ibo, igala e Idoma. A palavra oral tem
um peso sagrado, pois traz em si o mistério do culto àquilo que se encontra em uma
dimensão invisível ao olhar humano. Mais que isso, ela é o tecido estrutural que molda
cada esfera da vivência dos povos africanos, particularmente a dos iorubás. É ela que
permite a uma geração transmitir sua herança ancestral à que lhe sucede, preservando
assim sua cultura original.

O caráter consagrado da palavra lhe confere o dom de criar cenários, pois ela
abriga um universo mítico. Seus mestres têm a responsabilidade de estabelecer vínculos
de conexão entre as entidades divinas, os ancestrais e os futuros iorubás, disponibilizando
o legado cultural desta civilização. Os Versos Sagrados de Ifá constituem o meio essencial
para se entender o Cosmos, a cultura, a religiosidade, a educação, a poética, a dança, o
legado musical, a estrutura político-social, as interações sociais, a configuração do
perímetro urbano, o meio-ambiente, a relação com os ancestrais e a ciência praticada
pelos iorubás. Esse conjunto de crenças que inspirou o candomblé é baseado na vida em
harmonia e em comunidade. Não há separação entre homens e animais, que inclusive
agem como humanos. A solidariedade e a prosperidade vêm do trabalho no campo.
Também é importante o culto à ancestralidade, por isso louva-se a continuidade da vida,
por meio da figura feminina. Humanos e divindades são igualmente suscetíveis às
incertezas (mais ou menos como na mitologia grega). Não há o “mal”, mas há
consequências para as ações que não contribuem com o equilíbrio pessoal e do todo.

MITOLOGIA IORUBÁ

A mitologia dos iorubás engloba toda a visão de mundo e as religiões dos iorubás,
tanto na África (principalmente na Nigéria e na República do Benin) quanto no Novo
Mundo, onde influenciou ou deu nascimento várias religiões, tais como a Santería em
Cuba e o Candomblé no Brasil em acréscimo ao transplante das religiões trazidas da terra
natal. A mitologia Iorubá é definida por Itans de Ifá.

Basicamente este culto está assim organizado:

1º Olorun - Senhor Supremo ou Deus Todo Poderoso

2º Olodumare - Senhor do Destino

3º Orunmilá - Divindade da Sabedoria (Senhor do Oráculo de Ifá)

4º Orixá - Divindade de Comunicação entre Olodumare e os homens, também


chamado de elegun, onde a palavra elegun quer dizer "aquele que pode ser
possuído pelo Orixá"

5º Egungun - Espíritos dos Ancestrais


Os mitos são muito importantes no culto dos orixás, pois é através deles que
encontramos explicações plausíveis para determinados ritos. Sem estas estórias, lendas
ou ìtan seria difícil ter respostas a sérios enigmas, como o envolvimento entre a vida do
ser humano e do próprio orixá.

MITO DA CRIAÇÃO
Na mitologia iorubá o deus supremo é Olorun, chamado também de Olodumare.
Não aceita oferendas, pois tudo o que existe e pode ser ofertado já lhe pertence, na
qualidade de criador de tudo o que existe, em todos os nove espaços do Orun. Olorum
criou o mundo, todas as águas e terras e todos os filhos das águas e do seio das terras.
Criou plantas e animais de todas as cores e tamanhos. Até que ordenou que Oxalá criasse
o homem.

Oxalá criou o homem a partir do ferro e depois da madeira, mas ambos eram
rígidos demais. Criou o homem de pedra – era muito frio. Tentou a água, mas o ser não
tomava forma definida. Tentou o fogo, mas a criatura se consumiu no próprio fogo. Fez
um ser de ar que depois de pronto retornou ao que era, apenas ar. Tentou, ainda, o azeite
e o vinho sem êxito. Triste pelas suas tentativas infecundas, Oxalá sentou-se à beira do
rio, de onde Nanã emergiu indagando-o sobre a sua preocupação. Oxalá fala sobre o seu
insucesso. Nanã mergulha e retorna da profundeza do rio e lhe entrega lama. Mergulha
novamente e lhe traz mais lama. Oxalá, então, cria o homem e percebe que ele é flexível,
capaz de mover os olhos, os braços, as pernas e, então, sopra-lhe a vida.

OS ORIXÁS
O Culto dos Orixás teve sua maior expansão a partir da cidade nigeriana de Ilê
Ifé, que seria a antiga Capital da Nigéria e foi fundada por um dos mais importantes
Orixás do Panteão Africano que foi Odùduwà (Qualidade de Oxalá). Na cidade de Ilê Ifé,
morava o sacerdote supremo da Cultura de Nok.

Os orixás são deuses africanos que correspondem a pontos de força da Natureza e


os seus arquétipos estão relacionados às manifestações dessas forças. As características
de cada Orixá aproxima-os dos seres humanos, pois eles manifestam-se através de
emoções como nós. Sentem raiva, ciúmes, amam em excesso, são passionais. Cada orixá
tem ainda o seu sistema simbólico particular, composto de cores, comidas, cantigas, rezas,
ambientes, espaços físicos e até horários. Conheça alguns dos orixás do Candomblé.
História dos Orixás
https://www.cademeusanto.com.br/orixas

PRINCIPAIS ORIXÁS

Na mitologia iorubá, Olodumare também chamado de Olorun é o Deus supremo


do povo Yoruba, que criou as divindades, chamadas de orixás no Brasil e irunmole na
Nigéria, para representar todos os seus domínios aqui na terra, mas não são considerados
deuses, são considerados ancestrais divinizados após à morte. Cada um deles atua em sua
própria simbologia, possuindo caraterísticas próprias, representações e ocupações; á eles
também são atribuídos dias específicos da semana para os cultos nos terreiros. Ainda que
seu número pareça fixo, até os dias atuais não foi possível enumerar todos os deuses e
representações desta crença, podendo ser estipulado um número até mesmo superior a
400 entidades, se consideradas todas as tribos africanas praticantes.

ORIXÁS:
Exu, orixá guardião dos templos, casas, cidades e das pessoas, mensageiro divino dos
oráculos.
Ogum, orixá do ferro, guerra, e tecnologia.
Oxóssi, orixá da caça e da fartura.
Logunedé, orixá jovem da caça e da pesca
Xangô, orixá do fogo e trovão, protetor da justiça.
Ayrà, usa cores brancas, tem profundas ligações com Oxalá.
Xapanã (Obaluaiyê/Omolu), Orixá das doenças epidérmicas e pragas.
Oxumarê, orixá da chuva e do arco-íris.
Ossaim, orixá das ervas medicinais e seus segredos curativos.
Oyá ou Iansã, orixá feminino dos ventos, relâmpagos, tempestade, e do Rio Niger
Oxum, orixá feminino dos rios, do ouro e amor.
Iemanjá ou Yemanjá, orixá feminino dos lagos, mares e fertilidade, mãe de todos os
Orixás de origem yorubana.
Nanã, orixá feminino das águas das chuvas, dos pântanos e da morte, mãe de Obaluaiyê,
Iroko, Oxumarê e Ewá, orixás de origem daomeana.
Yewá, orixá feminino do rio Yewa, senhora da vidência, a virgem caçadora.
Obá, orixá feminino do rio Oba, uma das esposas de Xangô juntamente com Oxum e
Iansã.
Axabó, orixá feminino da família de Xangô
Ibeji, orixás gêmeos
Iroko, orixá da árvore sagrada (conhecida como gameleira branca no Brasil).
Egungun, ancestral cultuado após a morte em Casas separadas dos Orixás.
Iyami-Ajé, é a sacralização da figura materna.
Onilé, orixá relacionado ao culto da terra.
OrixaNlá (Oxalá) ou Obatalá, o mais respeitado Orixá, Pai de todos os Orixás e dos
seres humanos.
Ifá ou Orunmila-Ifa, orixá da Adivinhação e do destino.
Odudua, orixá também tido como criador do mundo, pai de Oranian e dos yoruba.
Oranian, orixá filho mais novo de Odudua.
Baiani, orixá também chamado Dadá Ajaká.
Olokun, orixá divindade do mar.
Olossá, orixá dos lagos e lagoas
Oxalufon, orixá velho e sábio.
Oxaguian, orixá jovem e guerreiro.
Orixá Oko, orixá da agricultura.

LENDA DE CRIAÇAO DOS ORIXAS


A Lenda da Criação do Mundo e dos Orixás é inspirado em uma lenda de origem
ioruba mantida viva pela tradição oral. Existem várias histórias com os Orixás para
explicar a criação:

Oxalá foi encarregado por Olorum de criar o mundo com o poder de sugerir (àbà)
e o de realizar (àse). Para cumprir sua missão, antes da partida, Olorum entregou-lhe o
"saco da criação". O poder que lhe fora confiado não o dispensava, entretanto de
submeter-se a certas regras e de respeitar diversas obrigações como os outros orixás. Uma
história de Ifá nos conta como. Em razão de seu caráter altivo, ele se recusou fazer alguns
sacrifícios e oferendas a Exú, antes de iniciar sua viagem para criar o mundo. O Orixá
Oxalá pôs-se a caminho apoiado num grande cajado de estanho, seu òpá osorò ou paxorô,
cajado para fazer cerimônias. No momento de ultrapassar a porta do Além, encontrou
Exé, que, entre as suas múltiplas obrigações, tinha a de fiscalizar as comunicações entre
os dois mundos. Exé descontente com a recusa do Grande Orixá em fazer as oferendas
prescritas, vingou-se o fazendo sentir uma sede intensa. Oxalá, para matar sua sede, não
teve outro recurso senão o de furar com seu paxorô, a casca do tronco de um dendezeiro.
Um líquido refrescante dele escorreu: era o vinho de palma.

Ele bebeu-o ávida e abundantemente. Ficou bêbado, e não sabia mais onde estava
e caiu adormecido. Veio então Odudua, criado por Olorum depois de Oxalá e o maior
rival deste. Vendo o Grande Orixá adormecido, roubou-lhe o "saco da criação", dirigiu-
se à presença de Olorum para mostrar-lhe o seu achado e lhe contar em que estado se
encontrava Oxalá. Olorum exclamou: "Se ele está neste estado, vá você, Odudua! Vá criar
o mundo!" Odudua saiu assim do Além e encontrou diante de uma extensão ilimitada de
água. Deixou cair a substância marrom contida no "saco da criação". Era terra. Formou-
se, então, um montículo que ultrapassou a superfície das águas. Aí, ele colocou uma
galinha cujos pés tinham cinco garras. Esta começou a arranhar e a espalhar a terra sobre
a superfície das águas. Onde ciscava, cobria as águas, e a terra ia se alargando cada vez
mais, o que em iorubá se diz ilè nfè, expressão que deu origem ao nome da cidade de Ilê
Ifé. Odudua aí se estabeleceu, seguido pelos outros orixás, e tornou-se assim o rei da terra.

Quando Oxalá acordou não mais encontrou ao seu lado o "saco da criação".
Despeitado, voltou a Olorum. Este, como castigo pela sua embriaguez, proibiu ao Grande
Orixá, assim como aos outros de sua família, os orixás funfun, ou "orixás brancos", beber
vinho de palma e mesmo usar azeite-de-dendê. Confiou-lhe, entretanto, como consolo, a
tarefa de modelar no barro o corpo dos seres humanos, aos quais ele, Olorum, insuflaria
a vida. Por essa razão, Oxalá também é chamado de Alamorere, o "proprietário da boa
argila". Pôs-se a modelar o corpo dos homens, mas não levava muito a sério a proibição
de beber vinho de palma e, nos dias em que se excedia, os homens saiam de suas mãos
contrafeitas, deformadas, capengas, corcundas. Alguns, retirados do forno antes da hora,
saíam mal cozidos e suas cores tornavam-se tristemente pálidas: eram os albinos. Todas
as pessoas que entram nessas tristes categorias são-lhe consagradas e tornam-se
adoradoras de Oxalá

AS RELAÇÃO ENTRE OS SANTOS BRASILEIROS E OS ORIXÁS:

ORIXÁ: Olorum/SANTO CATÓLICO: Deus

No Candomblé o Olorum é o Divino Criador, Deus, o princípio de tudo.


A palavra Olorum é de origem Yorubá. É uma contração de Olodumaré
(senhor supremo do destino), Olo, que significa senhor e Orum o além, o
alto, o céu, infinito em Si mesmo, onisciente, onipotente, onipresente,
oniquerente e indivisível.

ORIXÁ: Iemanjá/ SANTA CATÓLICA: Nossa Senhora da


Conceição
Iemanjá é a deusa dos grandes rios, mares e oceanos. Na umbanda, ela
é cultuada como mãe de muitos orixás e identificada com Nossa Senhora
da Conceição — uma das manifestações católicas da Virgem Maria, mãe
de Jesus. No candomblé, ela é representada como uma negra e usa
roupas africanas.

ORIXÁ: Nanã/SANTO CATÓLICO: Santa Ana

Nana é a orixá dos pântanos, ligada pelo sincretismo católico a


Sant’Ana, a avó de Jesus. Considerada o orixá mais antigo do mundo,
tornou-se uma das yabás mais temidas, tanto que em algumas tribos
quando seu nome era pronunciado todos se todos se jogavam ao chão.
Nanã está ligada a gênese do mundo e; juntamente com Oxalá, cria os
seres humanos e ambos têm poder sobre a mortejogavam ao chão. Nanã
está ligada a gênese do mundo e; juntamente com Oxalá, cria os seres
humanos e ambos têm poder sobre a morte.
ORIXÁ: Oxumarê/SANTO CATÓLICO: são Bartolomeu
É a cobra/arco-íris, orixá masculino, símbolo da continuidade e da
permanência. Representa a riqueza e a fortuna. Rege o princípio da
multiplicidade da vida, transcurso de múltiplos e variados destinos. É
representado figura da cobra e do arco-íris. É ele quem rege o princípio da
multiplicidade da vida, considerado o “senhor das transformações”, o
arco-íris e a cobra, espalha as energias da renovação, da fortuna e
da riqueza. A “cobra arco-íris” que o Orixá carrega leva para a
entidade as características marcantes do animal: mobilidade e
agilidade. Já o arco-íris, representa a forma como ele viaja do céu,
onde mora, até a Terra.

CANDOMBLÉ
O Candomblé é uma religião monoteísta que acredita na existência da alma e na
vida após a morte. A palavra “candomblé” significa “dança” ou “dança com atabaques”
e é uma das religiões africanas mais praticadas no mundo. Esta religião cultua os orixás,
normalmente reverenciados por meio de danças, cantos e oferendas, pois derivada do
animismo africano onde se cultuam os orixás, Voduns, Nkisis dependendo da nação.
Sendo de origem totêmica e familiar, é uma das religiões afro-brasileiras praticadas
principalmente no Brasil, pelo chamado povo do santo. Cada nação africana tem como
base o culto a um único orixá. A junção dos cultos é um fenômeno brasileiro em
decorrência da importação de escravos onde, agrupados nas senzalas nomeavam um
zelador de santo também conhecido como babalorixá no caso dos homens e iyalorixá no
caso das mulheres, religião que tem por base a anima (alma) da Natureza, sendo portanto
chamada de anímica.

No Brasil, a história do Candomblé se mistura com a do Catolicismo, proibidos


de continuar com sua religião, os escravos usavam as imagens dos santos para escapar da
censura imposta pela Igreja, isto explica o sincretismo encontrado no Candomblé no
Brasil, algo que não se verifica na África. Nos dias de hoje, porém, muitas casas de
candomblé não aceitam o sincretismo e buscam retornar às origens africanas igualmente,
na versão brasileira, temos uma mistura de orixás de várias regiões do continente africano.
isto se deve ao fato dos negros que desembarcaram para serem escravos, durante a
escravidão no Brasil, eram de várias partes da África. Cada Orixá representa uma força
ou personificação da natureza e também representava um povo ou uma nação.O
Candomblé, como prática religiosa, ganhou contornos nítidos na Bahia em meados do
século XVIII e definiu-se durante o século XX. Atualmente, existem milhões de
praticantes em todo Brasil, podendo chegar a mais de 1,5% da população nacional. A fim
de preservar esta herança da cultura africana, a Lei Federal 6292, de 15 de dezembro de
1975, tornou certos terreiros de candomblé patrimônio material ou imaterial passível de
tombamento.
REFERÊNCIAS

ARAÚJO, Emanoel (org.). A Mão Afro-brasileira – significados da contribuição


artística e histórica. São Paulo, Tenenge, 1988.

BASTIDE, Roger. As religiões africanas no Brasil. São Paulo: Pioneira, 1985.

CAMPBELL, Joseph. O poder do mito. -São Paulo: Palas Athena, 1990

MIRCEA Eliade.. Dicionário das religiões

MUNGUELE, Jean-Baptiste. Dinamismo cultural bantu e religião: o resgaste das


estruturas simbólicas bantu. São Paulo: Pontifícia Universidade Católica, 200.
Dissertação de mestrado.

LÉVI-STRAUSS, Claude. Mito e Significado. Lisboa: Edições 70, 1978SITE:

https://www.infopedia.pt/$mitologia-da-africa-ocidental

http://www.novaera.blog.br/index.php?option=com_content&view=article&catid=6:can
domble&id=17:presenca-dos-iorubas-no-conjunto-de-influencias-africanas-no-
brasil&Itemid=2

http://www.revistatopoi.org/numeros_anteriores/topoi13/Topoi%2013_artigo%201.pdf

http://artigos.netsaber.com.br/resumo_artigo_19990/artigo_sobre_religiosidade_african
a_e_afro-brasileira:_identidade_e_originalidade

https://www.juntosnocandomble.com.br/2014/08/a-lenda-da-criacao-do-mundo-os-
orixas.html

http://www. https://www.raizesespirituais.com.br/category/itan-dos-
orixas/revistas.usp.br/africa/article/view/115347

Você também pode gostar