Você está na página 1de 11

ETE JURANDIR BEZERRA LINS

DANILO GONÇALVES TERTULIANO DA SILVA


ELYARA WILIANY BATISTA LINS
JOYCE MARIA FERNANDES DA SILVA
LEONARDO VICTOR SANTOS DA SILVA
LUCAS GABRIEL FERNANDES DE BRITO
RAQUEL MARIA DO NASCIMENTO GABRIEL VEIGA

REINOS DE NÚBIA E GANA

Igarassu

2023
DANILO GONÇALVES TERTULIANO DA SILVA
ELYARA WILIANY BATISTA LINS
JOYCE MARIA FERNANDES DA SILVA
LEONARDO VICTOR SANTOS DA SILVA
LUCAS GABRIEL FERNANDES DE BRITO
RAQUEL MARIA DO NASCIMENTO GABRIEL VEIGA

REINOS DE NÚBIA E GANA

Trabalho da disciplina de história, sobre os reinos de


Núbia e Gana, duas civilizações históricas da África
Ocidental e Oriental que desempenharam papéis
significativos na história africana. Contribuindo para o
desenvolvimento cultural, econômico e religioso do
continente.

Orientador(a): Prof. Jailton

Igarassu

2023
Sumário:

1. Origem e formação do reino de Gana .......................................................... 1


2. Religião ........................................................................................................ 2
3. Economia ...................................................................................................... 2
4. Política .......................................................................................................... 2
5. Queda do reino de Gana .............................................................................. 3
6. Origem do reino de Núbia ............................................................................ 4
7. Características .............................................................................................. 4
8. Economia ...................................................................................................... 5
9. Influência egípicia ......................................................................................... 6
10. Declinío de Núbia .......................................................................................... 7
11. Referências ................................................................................................... 8
Reino de Gana: Formação e origem

O Reino de Gana foi um reino que existiu do século IV ao XII na África e teve
importância fundamental para o comércio entre o mar Mediterrâneo e o interior
da África. Seu ápice foi entre os anos de 700 e 1200, ou seja, durante o período
da história que chamamos de Idade Média (séculos V ao XV).

Seu território era onde hoje estão os países Mali e Mauritânia. Era vizinho do
deserto do Saara e ficava entre os rios Níger e Senegal. Sua fundação ocorreu
por intermédio de comunidades de agricultores que se juntaram para se defender
de povos nômades. O Reino de Gana abriu novas rotas de comércio entre o
interior da África e o mercado internacional do mar Mediterrâneo. Era riquíssimo
em ouro, chegando a ser chamado de “Terra do Ouro”.

Vários fatores contribuíram para o fim do Reino de Gana. Entre eles, a


descoberta de novas rotas, o que deixou o reino sem o monopólio, e o principal:
a expansão árabe em todo continente. Enquanto o reino já estava enfraquecido
por guerras internas (etnias que foram dominadas pelo Reino de Gana) e uma
seca incomum, que acabou com grande parte das lavouras, os muçulmanos
conquistaram a capital.

São parcas as fontes históricas e até arqueológicas sobre esse reino, visto que,
de documentos, o que se tem são relatos de comerciantes viajantes que depois
foram transcritos por pessoas que não estiveram no local. Na arqueologia,
devido à sucessão de outros povos, é difícil identificar o que de fato pertencia ao
reino.

Desse modo, sabe-se de pequenas cidades entre os rios Senegal e Níger


habitadas pelos soninquês, que foram se unificando para obter proteção perante
grupos nômades que por ali existiam, por volta do século IV.
Religião:

O Reino de Gana tinha duas religiões que coexistiam. Uma parte importante do
povo, inclusive os reis nos períodos e ápice do reino, seguia o animismo, ou seja,
fazia cultos à natureza e aos seus ancestrais, assim como ainda hoje ocorre na
África. Já os muçulmanos seguiam o islamismo, tinham forte presença na
sociedade e várias mesquitas, porém não ocupavam a cadeira do rei.

Economia:

A economia do Reino de Gana devia-se às relações comerciais e aos altos


impostos cobrados pela rota. Era também a “Terra do Ouro”, tendo em vista a
riqueza do ouro na região. Entretanto, não era apenas esse elemento que era
extraído e vendido.

Comercializavam-se ainda tâmaras, tecidos, cavalos, escravos e sal. Este último


foi de suma importância para aqueles que atravessavam o deserto, já que tem a
propriedade de reter água.

Política:

No Reino de Gana, o rei era a liderança tanto administrativa como religiosa e


política. Ele, pessoalmente, era quem controlava a produção de ouro, desde
sua produção à comercialização, e também a cobrança dos impostos, que
eram fundamentais para a manutenção do reinado e a garantia uma vida
relativamente boa aos seus súditos, que não passavam fome ou demais
privações.
O Reino de Gana foi formado por diversas etnias, e houve conflitos entre elas.
Elas eram chamadas de reinos periféricos e representavam certa oposição ao
rei. Nesses reinos, os habitantes mantinham suas tradições, e nunca foram
proibidas, por exemplo, práticas religiosas diferentes das que o rei seguia.

Quando um rei morria, o próximo rei era escolhido por intermédio de uma
reunião de sucessores e uma cobra. Aquele que ela picava seria o novo rei.

Queda do reino de Gana:

O Reino de Gana ruiu no século XII, após guerras, secas (prolongadas e


incomuns, que afetaram substancialmente a agricultura) e com as novas rotas
comerciais que foram abertas em demais locais.

O seu fim relaciona-se diretamente também ao processo de islamização na


África, já que o povo do reino não se converteu, e este foi, então, perdendo
todo o seu poderio. Com isso, em 1706, os beberes conquistaram a capital e,
na sequência, saquearam-na. Depois, houve a ascensão do Reino Sosso
(1180-1235) e, em seguida, do Império de Mali.
Formação e origem do Reino de Núbia:

A Núbia é uma região histórica que se estende ao longo do vale do rio Nilo,
abrangendo partes do que hoje são o Egito e o Sudão. A história da Núbia é
rica e complexa, e a origem e a formação dessa região remontam a milhares
de anos. A civilização núbia surgiu por volta de 4.000 a.c, em meio ao
escaldante Deserto do Saara e, assim como o Egito, é uma ‘‘dádiva do Nilo’’,
bem como do trabalho de construção de diques e canais de irrigação destes
povos para evitar inundações durante as cheias e garantir boas colheitas. Por
volta de 2.000 a.c, houve a unificação das comunidades núbias que habitavam
ao longo da margem do Nilo sob o poder de um rei; surgiu então o Reino de
Kush (Cuxe), um dos primeiros reinos negros africanos, tendo sido Napata, a
primeira capital. Napata foi um importante centro comercial e religioso.

Por séculos, as riquezas do Reino de Kush foram levadas para o Egito: ébano,
marfim, incenso, gado, ouro, escravizados. O ouro de Kush enriqueceu o Egito.
O reino se expandiu e passou a ser uma ameaça e, por isso, os egípcios
ocuparam o vizinho por volta de 1.500 a.c, tornando-o vice-reino. Este foi o
período da egipcianização da Núbia: adotou-se a religião, o culto às divindades
egípcias, os costumes funerários, a construção de pirâmides. Em Napata e
Méroe, cidades kushitas, foram erguidas numerosas pirâmides.

Características:

Escritas:

Ver artigo principal: Escrita meroítica


Os núbios também desenvolveram um modelo de escrita próprio, utilizando-se
de hieróglifos, chamada de escrita meroítica, uma vez que foi desenvolvida
pelos habitantes da cidade de Méroe.

Nesse tipo de escrita há a presença de vinte e três sinais usados para


representar consoantes, vogais e sílabas, onde grupos de dois pontos são
geralmente utilizados para separar duas palavras. Apesar da escrita meroítica
ainda não ter sido decifrada, os pesquisadores classificam desde 1909 esses
escritos por tipos, de forma a chegar a um entendimento acerca do significado
dos mesmos.

Religião:

Apesar da anexação egípcia, os núbios também tinham uma religião própria,


onde adoravam, tal como os egípcios, seres antropomórficos, dentre eles
Apedemek, um deus da guerra. Ele era apresentado com duas formas: ou em
um corpo humano com cabeça de leão e quatro braços, ou peito e braços
humanos, cabeça de leão e o resto do corpo na forma de uma serpente.

Os núbios acreditavam no poder sacerdotal de interpretação da vontade dos


deuses e cabia a eles, por exemplo, enviar mensagens dos reis núbios
determinando o fim de seu reinado. Nesse caso, o rei era obrigado a suicidar-
se juntamente com todos os altos funcionários que o auxiliavam. Após a morte
do rei, o poder passava para seus irmãos, do mais velho para o mais novo.
Quando todos os irmãos morriam, o poder era entregue ao filho mais velho do
primeiro irmão que fora rei e assim, a sequência recomeçava. O objetivo desse
modelo era garantir que o rei fosse uma pessoa mais velha e,
consequentemente, mais experiente.

Mineração:

Os núbios dominavam todas as fases dos processos metalúrgicos,


desenvolvendo técnicas avançadas de extração de minérios e fundição em
fornos de alta temperatura. Para a construção desses fornos, eles utilizavam
barro extraído das margens do Rio Nilo, utilizando-se de lenha como
combustível para abastecimento desses fornos.

Depois de fundidos, os metais eram utilizados das mais variadas formas, como
fabricação de ferramentas de trabalho e armas para o caso do ferro e
confecção de jóias e outros adornos para o ouro. Os núbios também era
grandes extratores de rochas ornamentais, dentre elas o diorito, que era
utilizado nas construções e na confecção de estatuetas. Eles se utilizavam de
poços para obter a água necessária para a separação desses minérios.

Economia:

Ás vezes os cuxitas capturavam pessoas de outros povos e as transformavam


em escravos. A maioria dos cuxitas eram agricultores, embora também
houvessem artesãos e mercadores. Eles eram um povo muito rico, Além de
possuírem minas de ouro e terras cultiváveis, Núbia ficava em uma ótima
localização para realizar comércio com outros povos. A maior parte de sua
economia era baseada no comércio, os produtos locais como principalmente o
marfim, e o ouro eram exportados para o Egito e outras regiões do
Mediterrâneo, enquanto bens de luxo eram importados em troca.
Influência egípcia:

As populações que constituem hoje o Egipto e a Núbia têm uma ascendência


saariana comum. Dividindo-se em determinada altura da sua história, os
primeiros desenvolveram uma grande civilização, enquanto os segundos se
mantiveram inicialmente com o mesmo modo de vida pastoril. As relações
entre Núbios e Egípcios nem sempre foram pacíficas devido à desmesurada
ambição egípcia pelos produtos naturais da terra dos Núbios, e dos quais
necessitavam em grande abundância, como o ouro, o marfim, o ébano, as
peles de animais, o incenso e a mirra, que iam buscar também ao Punt, e
outros produtos exóticos, que faziam as delícias dos reis egípcios e ajudavam-
nos a impor o Egipto como grande potência perante outros povos estrangeiros.
Crendo na vida após a morte, os Egípcios precisavam de incenso para os
rituais nos templos funerários e outros espaços sagrados, e da mirra para
mumificarem os seus mortos. Para empreenderem as expedições em buscas
destes artigos, e também de mãode- obra, foram-se apoderando da Núbia
nomeadamente nas fases correspondentes às grandes épocas da história do
Egipto, à excepção dos períodos intermédios. Alargaram fronteiras, criaram
linhas de fortalezas e construíram templos, alguns deles rupestres. Após o final
do Império Novo, os reis núbios, aproveitando a divisão entre os Egípcios e o
clima de instabilidade reinante no Delta, conquistam o Egipto e unem sob a
XXV dinastia o país das duas Terras e a Núbia, mantendo-se assim até à
chegada de novos povos estrangeiros, os Assírios. Depois, com o declinar do
poder faraónico a partir do século IV a. C., a Núbia vai-se autonomizando e
separando de vez do seu poderoso vizinho do Norte, de quem tinha recebido
as luzes da civilização.
Declínio da Núbia:

Por volta do ano 1.000 a.c. Kush libertou-se do domínio egípcio e emergiu
como potência, quando o monarca núbio Piankhy ‘’Peye’’ derrotou os assírios
que dominavam o Egito e unificou Egito e Kush, sendo aclamado ‘‘senhor dos
dois reinos’’, iniciando o reinado dos ‘‘faraós negros’’ no Egito. A dinastia dos
faraós negros perdurou por 52 anos, quando foram derrotados pelos assírios e
Kush novamente invadido pelos egípcios.

Os vestígios dos faraós kushitas foram apagados pelos egípcios, exemplo


disso foi que no ano de 2003, arqueólogos da Universidade de Genebra
encontraram no norte do Sudão uma cratera (fechada por aproximadamente 2
mil anos) contendo várias estátuas de ancestrais, lembranças dos faraós
negros. Algumas estavam destruídas e enterradas, como forma de apagar o
vestígio do domínio desta civilização no Egito.

Após o domínio egípcio, a civilização kushita renasceu aos redores da cidade


de Méroe, nova capital, estendendo-se por mais mil anos. Os meroítas
construíram mais pirâmides do que os faraós egípcios; até o presente já foram
contabilizadas mais de 230 pirâmides nos arredores de Méroe, 100 a mais do
que no Egito. Desta forma, no Sudão, há mais pirâmides do que no Egito.

Outro episódio destacável do Reino de Méroe é a atuação das rainhas que


governaram e comandaram exércitos, as ‘’candaces’’ (rainha mãe) que
iniciaram uma tradição matrilinear. Em 330 da nossa era, o Reino de Kush foi
conquistado pelo Reino de Axum (falaremos dele mais a frente), outro
importante reino africano.
Referências:

https://repositorio.ul.pt/handle/10451/6167

https://www.cafehistoria.com.br/imperio-da-nubia-antiga/

https://www.gov.br/palmares/pt-br/assuntos/noticias/reinos-e-imperios-
africanos-2013-reino-nubia

https://www.historiadomundo.com.br/idade-media/reino-de-gana.htm

Você também pode gostar