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MESOPOTÂMIA

DISCIPLINA: HISTÓRIA
PROFESSORA: ROBERTA SAUAIA MARTINS
Os povos mesopotâmicos
◦ Desenvolvimento das primeiras civilizações em
diferentes regiões da Crescente Fértil: Região
conhecida pela fertilidade de seu solo, em forma
de lua crescente.
◦ Localização e aspectos gerais:
◦ Apesar de algumas variações de seus limites
geográficos em diferentes períodos, de modo geral
a Mesopotâmia correspondia, na Antiguidade, ao
território do atual Iraque.
◦ Apresenta duas regiões bem diferentes: Ao norte,
mais quente, seca, montanhosa, com vegetação
escassa. Ao sul, ampla área de pântanos, bosques e
vales férteis, entre os rios Tigre e Eufrates.
◦ A fertilidade da terra e facilidade de acesso
favoreceram movimentos migratórios de povos
vizinhos, oriundos de regiões montanhosas, que
buscavam melhores condições de vida.
OS SUMÉRIOS
Os sumérios: Início da ocupação
◦ Primeiros povos a ocupar e a controlar a região sul da
Mesopotâmia, provavelmente no IV milênio a.C. (3.500
a.C- 2.350 a. C)
◦ Fundaram o primeiro núcleo urbano da região, conhecido
como Eridu.
◦ As principais cidades sumérias foram Quish, Nipur, Ur, Uruk
e Lagash.
◦ Os sumérios drenavam os pântanos; construíram diques
para represar e armazenar água; montaram plataformas
pra proteger seus habitantes das enchentes e abriram
uma rede de canais que conduziam essas águas aos
campos de cultivo em época de seca.
◦ Crença nas cidades fundadas pelos deuses. Sumérios
eram politeístas e o governante era considerado
enquanto representante das vontades dos deuses.
Trabalho e irrigação
◦ Trabalho coletivo e ampliação do sistema de irrigação: aumento
de terras cultiváveis e expansão agrícola; crescimento
populacional e urbanização.
◦ Agricultura e pecuária (Consumo de carnes e carros de
transporte).
◦ Uma extensa rede de comércio e troca para garantir o
fornecimento de matérias- prima essenciais.
◦ Eram trazidos ainda de outras regiões distantes artigos de luxo
como ouro, prata, tecidos, entre outros.
◦ Transportadores e soldados para proteção das caravanas.
◦ Os mercadores utilizavam essa vasta rede de comércio, faziam
empréstimos mediante pagamento de juros, compravam terras
e escravos (prisioneiros de guerra ou pessoas escravizadas por
dívidas).
◦ Divisão do trabalho e hierarquia social. Pirâmide: Base estavam
os agricultores, pastores e escravos. No meio estavam
comerciantes e artesãos. Havia os que se ocupavam do
armazenamento, registro e distribuição de mercadorias. No
topo: Sacerdotes e chefes militares.
◦ Necessidade de controle e registro das diferentes atividades e o
nascimento da função de escriba.
A escrita cuneiforme
◦ Indícios apontam que a escrita cuneiforme, gravada em
plaquetas de argila, desenvolveu-se antes dos hieróglifos
egípcios.
◦ Escrita, sobretudo, ideográfica (símbolos).
◦ Desenvolvida pelos sumérios e adotada posteriormente por
todos os povos que habitaram a Mesopotâmia.
◦ As plaquetas eram inscritas em argila mole e depois levadas
ao fogo. Logo, as informações poderiam ser conservadas. Museu do Louvre - Paris
◦ A escrita, além de ter servido para o registro e controle das
atividades ligadas à produção agrícola, cobrança de tributos
e outras de caráter administrativo, também passou a ser
utilizada para registro das leis e regras que controlavam a
sociedade.
◦ A escrita passou a ser veículo de expressão, canal de
preservação e transmissão das tradições.
◦ Domínio da escrita restrito a um pequeno grupo.
O poder das práticas religiosas
◦ O templo não era apenas o centro da vida religiosa,
mas também o centro da vida econômica e política
das cidades. Era o centro de armazenagem e
redistribuição das riquezas.
◦ Empréstimos e oferendas em nome dos deuses.
◦ Trabalho obrigatório nas obras de grande parte
(construção de templos, diques, manutenção dos
canais de irrigação). Uma das principais formas de
acumulação de riquezas de templos e palácios.
◦ Sacerdotes tinham, além do poder voltados às
ações religiosas, também um poder social e político.
◦ Templo e observações matemáticas e astronômicas.
◦ O templo era um espaço central na cidade, um
espaço murado para delimitar um espaço sagrado
e barrar os maus espíritos. Mais tarde, tornou-se Zigurate de Ur (Templo da Lua), no Iraque,
proteção contra invasores humanos. construído por volta de 2100 a. C
Cidades- Estado sumérias
◦ Desenvolvimento de diversas cidades autônomas.
◦ Cerca de 3000 a.C, a Suméria já estava dividida entre 15 ou 20 cidades-
Estado: pequenas unidades urbanas independentes politicamente, cada
qual governada por um sacerdote que detinha as funções de chefe
religioso e militar chamado: Patesi.
◦ Tinham em comum a língua e a religião. Economicamente eram
independentes.
◦ Havia disputas entre elas pelo uso e controle das planícies de irrigação, o
que também ocorria em relação ao direito e controle das terras.
◦ Disputas comerciais e por uso de matérias-primas.
◦ Esses conflitos internos, bem como o receio de invasões estrangeiras,
levaram essas cidades sumérias a construir grandes muralhas.
◦ As guerras favoreceram o fortalecimento de um pequeno grupo poderoso
militar, que começou a disputar o controle interno das cidades com os
sacerdotes.
◦ Por volta do final do III milênio a.C a autoridade política passou a ser
Gudéia foi um famoso rei de
representada pelo rei (lugal), que se tornou também um representante dos
deuses. Lagash do final do Terceiro Milêncio
◦ Uruk era a cidade mais importante da Mesopotâmia e centro da a.C.
sociedade suméria.
OS ACÁDIOS
ACÁDIOS E O PRIMEIRO IMPÉRIO MESOPOTÂMICO
◦ Por volta de 2400 a.C., o povo acádio, que já vinha se
introduzindo na região havia algum tempo (norte das
cidades sumérias), dominou a Mesopotâmia.
◦ Entre os vários reis dessa etnia destacou-se Sargão I, que
estendeu os domínios acádios do Golfo Pérsico à região
do atual Líbano, às margens do mar Mediterrâneo.
◦ Sargão I foi fundador de uma dinastia semita cuja capital
era a cidade de Acade (Akkade).
◦ Sargão I unificou o politicamente o centro e o sul,
dominando os sumérios.
◦ Os acadianos incorporaram muitos elementos da cultura
suméria, como a escrita, organização política e religiosa.
◦ Constituíram um império, ou seja, exerceram o controle
político, econômico e administrativo sobre um vasto
território que se estendia do golfo pérsico até o Mar
Mediterrâneo.
◦ Revoltas de povos dominados e a invasão dos amoritas,
povo proveniente da região noroeste, entre o rio Eufrates
e o território da atual Síria, alteraram a supremacia
política na região.
OS BABILÔNIOS
(AMORITAS)
O IMPÉRIO BABILÔNICO EM FORMAÇÃO
◦ Os amoritas, povos de origem semita vindos do deserto sírio-
árabe, começaram um processo de ocupação ao longo
ainda do III milênio a. C, fundando a cidade da Babilônia em
2.300 a. C.
◦ Babilônia se encontrava no ponto de confluência entre os rios
Eufrates e Tigre, convertendo-se em uma rede importante de
rotas comerciais.
◦ Esses povos que passaram a ser conhecidos por babilônios
adotaram, em grande medida, o sistema educacional, de
escrita, arte, literatura e boa parte da religião da sociedade
suméria-acadiana.
◦ Os babilônios foram assim chamados por conta da
construção do império a partir de sua capital, Babilônia.
◦ Processo de expansão territorial e controle de cidades
vizinhas.
◦ Hamurabi (c. 1810 a.C.-1750 a.C.) foi o governante amorita
de maior destaque. Entre 1792 a.C. e 1750 a.C., ele manteve
uma extensão territorial que ia do golfo Pérsico até a Assíria
sob seu domínio, formando o que ficou conhecido como
Primeiro Império Babilônico.
O governo de Hamurabi
◦ Foi com o governo de Hamurabi que, por meio de
conquistas, alianças e habilidades políticas, a Babilônia
atingiu seu apogeu em relação a sua unificação política
e centralização de poder.
◦ Seu império se estendia desde a Assíria, na Alta
Mesopotâmia, até a Caldeia, no sul. A capital Babilônia
se transformou em um grande centro político, cultural e
religioso.
◦ Com o objetivo de controlar e regular a vida e
propriedades de dos súditos, Hamurabi organizou um
conjunto de leis escritas conhecido como “Código de
Hamurabi”.
◦ O Código de Hamurabi determinava penas para delitos
domésticos, comerciais, ligados à propriedade, à
herança, à escravidão e a falsas acusações.
◦ As punições se baseavam na lei de talião, que pregava o
princípio do “olho por olho, dente por dente”. Assim, elas
deveriam ser, na medida do possível, semelhantes aos Código de Hamurabi – Museu do Louvre
delitos cometidos, embora pudessem variar conforme a
posição social e econômica da vítima e do infrator.
◦ Queda da dinastia de Hamurabi pelos reis cassitas.
◦ art. 200. Se um homem arrancou um dente de um outro homem livre igual a ele,
arrancarão o seu dente.
◦ art. 201. Se ele arrancou o dente de um homem vulgar, pagará um terço de uma mina
de prata.
◦ art. 202. Se um homem agrediu a face de um outro homem que lhe é superior, será
golpeado sessenta vezes diante da assembleia com um chicote de couro de boi.
◦ art. 229. Se um pedreiro edificou uma casa para um homem, mas não a fortificou e a
casa caiu e matou o seu dono, esse pedreiro será morto.
◦ art. 230. Se causou a morte do filho do dono da casa, matarão o filho desse pedreiro.
◦ art. 231. Se causou a morte do escravo do dono da casa, ele dará ao dono da casa
um escravo equivalente.
◦ art. 232. Se causou a perda de bens móveis, compensará tudo que fez perder. além
disso, porque não fortificou a casa que construiu e ela caiu, deverá reconstruir a casa
que caiu com seus próprios recursos.

Código de Hamurabi. Bauru: Edipro, 1994. p. 36 e 38. (clássicos).


OS ASSÍRIOS
O IMPÉRIO ASSÍRIO
◦ Os assírios se estabeleceram-no Tigre, na Alta
Mesopotâmia, fundando a cidade de Assur por
volta de 2.400 a.C.
◦ Aproximadamente no II milênio a.C, os
mercadores de Assur já haviam estabelecido
colônias na Anatólia, as quais eram postos
autônomos de comércio, espalhados também
sobre o norte da Mesopotâmia.
◦ Aos poucos constituíram um Estado militarizado,
sendo reconhecidos por seu forte caráter militar e
pela violência ao tratarem os prisioneiros de
guerra.
◦ Cerca de 900 a.C. já dominavam a Síria, Fenícia,
Israel e posteriormente o Egito.
◦ Um pequeno grupo poderoso, formado por
sacerdotes e guerreiros, submetia e explorava a
população, cobrando impostos tanto na forma de
trabalho como em mercadorias.
◦ Grande poder dos comandantes dos exércitos.
As populações derrotadas durante as conquistas
eram escravizadas.
◦ A sociedade assíria foi fortemente influenciada
pela cultura dos babilônios.
◦ Assurbanipal, principal monarca assírio,
organizou a biblioteca real na cidade de
Nínive, reunindo textos babilônicos sobre
diversos assuntos, com cerca de 22 mil
plaquetas de argila.
◦ Ao longo da administração de Assurbanipal,
as estradas foram melhoradas, serviços de
mensageiros foram estabelecidos e foi
instituído uma rígida política de controle
marcada pelo terror.
◦ Torturas, amputações e demais castigos
variados foram utilizados pelos guerreiros
assírios sob administração de Assurpanibal.
◦ Em 612 a. C povos medos e caldeus Assurbanípal numa caça ao leão. Museu
saquearam Nínive, após várias revoltas, pondo Britânico
fim ao império assírio.
OS CALDEUS
2º IMPÉRIO BABILÔNICO
◦ Após a morte de Assurbanipal, o Império Assírio
entrou em declínio devido às constantes revoltas,
abrindo espaço para uma nova ascensão da
cidade como centro da cultura e do comércio do
Oriente Médio.
◦ Os caldeus, fundadores do Segundo Império
Babilônico, ficaram famosos pelas seguidas
conquistas e pelo governo de Nabucodonosor (604
a.C.-561 a.C.), com suas obras urbanas na
Babilônia.
◦ Durante seu reinado foram empreendidas várias
campanhas militares que tiveram como resultado a
conquista da Síria, Fenícia e Judá.
◦ Esse poderio não foi capaz de conter as tropas dos Jardins suspensos da Babilônia
conquistadores persas comandadas por Ciro I. No
século VI a.C., a Babilônia foi integrada ao Império
Persa.
Sexto rei sumério (governante entre os séculos XVIII e XVII a.C.) e nascido em Babel,
“Khammu-rabi” (pronúncia em babilônio) foi fundador do I Império Babilônico
(correspondente ao atual Iraque), unificando amplamente o mundo mesopotâmico,
unindo os semitas e os sumérios e levando a Babilônia ao máximo esplendor. O nome
de Hamurabi permanece indissociavelmente ligado ao código jurídico tido como o
mais remoto já descoberto: o Código de Hamurabi. O legislador babilônio consolidou a
tradição jurídica, harmonizou os costumes e estendeu o direito e a lei a todos os súditos.
Nesse contexto de organização da vida social, as leis contidas no Código citado
tinham o sentido de:
a) assegurar garantias individuais aos cidadãos livres.
b) tipificar regras referentes aos atos dignos de punição.
c) conceder benefícios de indulto aos prisioneiros de guerra.
d) promover distribuição de terras aos desempregados urbanos.
e) conferir prerrogativas políticas aos descendentes de estrangeiros.
Sobre as civilizações mesopotâmicas da Antiguidade, pode-se afirmar:

A)O auge do império assírio ocorreu no governo de Nabucodonosor II, que transformou
a Assíria em uma nação de guerreiros bem adestrados e com poderoso exército.
B) A civilização dos novos babilônicos ou caldeus foi marcada por tributos extorsivos e
extrema crueldade sobre os povos vencidos.
C) O poder forte e teocrático do Estado possibilitava ao monarca exigir o trabalho
obrigatório dos súditos nas obras de irrigação, necessárias ao desenvolvimento agrícola.
D) A forma de produção dominante na Mesopotâmia baseou-se na propriedade
privada das terras, possibilitando uma agricultura intensiva, com grandes obras de
irrigação.

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