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Mesopotâmia, do grego Μεσοποταμία; composto por μέσος, que significa meio, e

ποταμός, que significa rio, quer dizer terra entre rios. Considerado o berço das
civilizações, era a região entre os rios Tigres e Eufrates, região hoje compreendida,
majoritariamente, pelos territórios do Iraque e da Síria.

Situada numa região de muitas planícies aluviais, entre dois rios, a região sofria com
inundações períodicas que depositavam sedimentos ricos em material orgânico,
contribuindo para um solo fértil e ideal para a agricultura. Essa caracterísca tornou a
região conhecida como o Crescente Fértil.

Com as características geográficas ideais, a região favoreceu o surgimento de


pequenas aldeias. Isso permitiu o surgimento das primeiras civilizações, com o
sedentarismo e uma localização fixa, iniciou-se as construções das primeiras cidades
e, consequentemente, a região se tornou o berço das civilizações humanas. A
sedentarização do ser humano quebrou com a tradição nômade, e trouxe o
desenvolvimento da agricultura, da pesca, da caça e coleta. É nessa região que temos
notícias das primeiras experiênicas com a agricultura, da irrigação, a invenção da
escrita, das matemáticas e da astronomia.

POVOS DA MESOPOTÂMIA

Os sumérios foram uma das civilizações mais antigas a habitar a Mesopotâmia.


Fundaram as principais cidades por volta de 5.000 a.C., sendo: Ur, Uruk, Lagash,
Eridu e Nipur. Todas essas cidades eram cidades-Estados, e guerrearam por disputas
comercais e políticas.

Foram povos inteligentíssimos, criaram a roda, lidaram com as cheias dos rios
inventando as barragens, criaram sistemas de irrigação – fortalecendo a agricultura
– e, criaram o sistema de reservatório de água, também. Além dessas contruibuições,
atribui-se aos súmerios o desenvolvimento do primeiro método de escrita: a escrita
cuneiforme. A escrita cuneiforme era feita em blocos de argilas com uma cunha
afiada, daí o nome cuneiforme. Criado para manter o controle sobre a contabilidade
dos palácios reais.

Os Acádios, conhecidos como os guerreiros de arco e flecha, eram povos da cidade


de Acad. Por volta de 2.300 a.C, acádios dominaram cidades da Súmeria, pois essas
cidades ocupavam as melhores terras da região, o que chamou a atenção dos demais
povos. Com tropas a pé, com escudos e lanças, os súmerios foram derrotados pelas
tropas ágeis dos Acádios, que utilizavam arco e flechas.

Essa dominação, comandada pelo rei acádio Sargão I, unificou as cidades súmericas,
criando o primeiro império da história da humanidade, o Império Acádio. Entretanto
essa dominação durou pouco tempo e logo foi substituído pelos amoritas, povo
predominante na Mesopotâmia.

Os Amorritas, originários do deserto arábico, migraram para a Mesopotâmia por volta


de 2000 a.C. e estabeleceram-se na região da Babilônia, tornando-se conhecidos
como babilônicos. Sob o reinado de Hamurábi (1728-1686 a.C.), o mais proeminente
rei amorrita, o poder político e econômico da Babilônia expandiu-se
significativamente. Hamurábi é famoso por ter criado um dos primeiros códigos de
leis escrito, o Código de Hamurábi, possuia 282 artigos, que regulava a vida
econômica, a propriedade da terra na região, além de lidar com questões de famílias
e crimes. Este código incluía o princípio da Lei de Talião, que determinava que a
punição por um crime deveria ser proporcional ao crime cometido. Após a morte de
Hamurábi, o Império Babilônico entrou em declínio e foi invadido por vários povos,
incluindo os hititas e cassitas.

Os Assírios, localizados ao norte da Mesopotâmia em uma região chamada Assur,


desenvolveram-se como guerreiros formidáveis devido à sua localização estratégica
e aos constantes ataques que enfrentavam. Eles organizaram um dos primeiros
exércitos permanentes do mundo e, liderados por reis como Sargão II, Senequerib e
Assurnipal, estabeleceram um vasto império que dominou a Mesopotâmia, o Egito e
a Síria entre os séculos VIII e VI a.C. Os assírios eram conhecidos por sua crueldade,
praticando massacres e torturas brutais contra seus inimigos.

Os Caldeus, também conhecidos como neobabilônicos, dominaram a Babilônia após


o declínio do Império Assírio. Sob o reinado de Nabucodonosor, a Babilônia foi
reconstruída e se tornou uma das cidades mais opulentas da antiguidade.
Nabucodonosor é conhecido por suas conquistas militares, incluindo a tomada de
Jerusalém em 586 a.C., quando os judeus foram submetidos à escravidão. No
entanto, o domínio caldeu foi breve, pois em 539 a.C., os persas liderados por Ciro
conquistaram e anexaram a Babilônia.
Pela complexidade das civilizações mesopotâmicas, devido ao desenvolvimento das
suas aldeias, do comércio e disputas político-territoriais, surgia a necessidade de
codificações. Seja por razões imperiais, de dominação de terrítório, ou para se
estabelecer um parâmetro de ordem, baseado nos costumes e tradição dos povos.

Um dos mais importantes códigos mesopotâmicos, já citado antes, foi o código de


Hamurabi, mas não foi o único. Foi antecedido pelo código de Ur-nammu, criado pelo
rei Ur-Nammu, que governou a cidade-estado de Ur por volta de 2100-2050 a.C.,
durante a Terceira Dinastia de Ur, na antiga Mesopotâmia.

O Código de Ur-Nammu é conhecido por suas disposições relacionadas à justiça


social e proteção dos direitos dos cidadãos. Ele incluía leis sobre casamento,
propriedade, herança, dívidas e crimes, estabelecendo penas proporcionais para
diferentes tipos de ofensas. Infelizmente, o Código de Ur-Nammu não chegou até nós
em sua forma completa.

No entanto, fragmentos deste código foram descobertos em tabuinhas de argila na


antiga cidade de Ur e em outros locais na Mesopotâmia, fornecendo compreensão
valiosa sobre a organização social e jurídica da época.

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