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Civilizações

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Povos da Mesopotâmia

ALBUM ART / LATINSTOCK


Detalhe da faixa central do Estandarte de Ur – Painel “Guerra”.

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Entre o Tigre e o Eufrates
Na planície fértil localizada entre os rios Tigre e Eufrates se instalaram
muitos povos, entre eles os sumérios, um dos primeiros a desenvolver a
escrita.
A Mesopotâmia

Adaptado de: WORLD History Atlas: Mapping the Human Journey. Londres: Dorling Kindersley, 2005.
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Mesopotâmia

Palavra de origem grega que significa ‘entre rios’.


O território recebe esse nome por estar localizado em um
vale entre os principais cursos de água do local:
os rios Tigre e Eufrates.

• Até 8500 a.C., era habitada por povos nômades.


• Nos séculos seguintes, foi alvo de disputas territoriais, sendo dominada por
sumérios, acadianos, hititas, assírios, caldeus e babilônios.
• Os sumérios foram os primeiros a se fixar na Babilônia em 8500 a.C. e
desapareceram por volta de 1900 a.C.

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A chegada dos sumérios
A análise de resquícios deixados pelos sumérios levou os historiadores a acreditar que
os mesopotâmicos eram povos descendentes dos nômades e teriam herdado o
costume de criar cabras e carneiros, dos quais extraíam os principais elementos de
sua alimentação.

MUSEU BRITÂNICO, LONDRES / ARQUIVO DA EDITORA


Painel “Paz” do Estandarte de Ur: na parte inferior, servos guiam o gado e transportam fardos atados com cilhas à cabeça, ao jeito
dos trabalhadores curdos. Na parte central, pastores com vitelos e carneiros. Ao alto, um banquete com o rei, a corte e músicos.

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Diques, açudes e canais

Para aproveitar a fertilidade do solo da Mesopotâmia, os sumérios executaram


grandes obras hidráulicas capazes de controlar o volume de água dos rios Tigre e
Eufrates:

• diques foram erguidos para controlar as cheias;

• canais de irrigação foram abertos para levar a água a regiões mais


distantes;

• e açudes foram criados para garantir o abastecimento de água à


população.

O controle das enchentes possibilitou o desenvolvimento e a expansão da


agricultura.

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As primeiras cidades

• A expansão agrícola possibilitou o desenvolvimento comercial e o surgimento de


novas ocupações entre os sumérios. Surgiram comerciantes, artesãos, pessoas
encarregadas do transporte de mercadorias e soldados.

• As aldeias começaram a crescer e, em cerca de 4000 a.C., algumas haviam se


transformado em grandes cidades.

• Entre as primeiras cidades da Mesopotâmia estão Ur, Uruk, Nippur e Eridu.

• Como medida de proteção, foram construídas muralhas em torno das cidades, já


que naquela época as invasões eram constantes, assim como as guerras pela
disputa do domínio na região.

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Reis e sacerdotes

Entre os sumérios, algumas pessoas ̶ como as


MUSEU BRITÂNICO, LONDRES / ARQUIVO DA EDITORA

mais idosas, as mais ricas e os líderes guerreiros ̶


acabavam adquirindo
prestígio social e assumindo a liderança
de uma cidade. Com o tempo, entre as lideranças,
uma pessoa se destacou e assumiu o status de rei.

As cidades sumérias eram consideradas cidades-


Estados, ou seja, não estavam unificadas em torno
de um poder central. O líder de uma cidade só
exercia seu poder dentro dela.

Rei homenageado em um banquete. Detalhe da


faixa superior do Estandarte de Ur – Painel “Paz”.

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Era comum entre os sumérios os líderes

GIANNI DAGLI ORTI / CORBIS / LATINSTOCK


políticos também ocuparem
o papel de chefes religiosos.

Esses povos eram politeístas e


acreditavam em mais de 3 mil deuses.
Cada cidade suméria tinha seu deus
protetor.

Na sociedade suméria a religião tinha o


papel fundamental de explicar os
fenômenos naturais, sempre atribuídos
às vontades divinas.

Fragmento de uma estatueta de 3000 a.C.


representando um sacerdote sumério.

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Os templos (zigurates) eram construídos nas cidades para homenagear os deuses e
também como forma de ostentação de poder e riqueza.
Eles também eram uma instituição controladora da produção agrícola.
Os sacerdotes eram responsáveis por administrar os templos, adquirindo assim,
grande influência e muitos privilégios.

CHARLES & JOSETTE LENARS / CORBIS / LATINSTOCK


Zigurate construído por ordem do rei sumério Shulgi em homenagem a Nanna, deus da Lua, na cidade de Ur,
cerca de 2090 a.C.

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De olho nos astros

• Por estarem preocupados em entender os desejos divinos, os sacerdotes


passaram a estudar o céu.

• A acumulação de informações sobre os astros e fenômenos celestes


permitiu que os sumérios elaborassem um calendário baseado nas fases
lunares.

• Quando os sumérios perceberam que uma posição dos astros no céu levava
aproximadamente 360 dias para se repetir, associaram o movimento a uma
esfera e a dividiram em 360 partes. Esse divisão é utilizada até hoje na
medição de ângulos.

• Os sumérios tinham um sistema numérico por base 60. Com ele


estabeleceram a contagem de tempo, na qual uma hora durava 60
minutos e, um minuto, 60 segundos. Exatamente como fazemos hoje.

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A escrita cuneiforme

• A necessidade de registrar suas atividades


comerciais levou os sumérios a inventar, por volta

LIBRARY OF CONGRESS, AFRICAN AND MIDDLE EASTERN DIVISION / SPL / LATINSTOCK


de 4000 a.C., um dos mais antigos sistemas de
escrita do mundo.

• As primeiras anotações eram feitas com hastes de bambu


em placas de argila úmida.

• Havia símbolos para cada palavra, que depois foram


substituídos por pictogramas que representavam sons da
língua falada.

Tablete com escrita cuneiforme sumeriana com anotações


de transação comercial, do século XXI a.C. ou XX a.C.

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• Os escribas eram responsáveis pelas anotações e aprendiam a


“escrever” nas edubbas.

• As edubbas eram escolas que funcionavam ao lado dos templos e do palácio


real. Elas se espalharam pela Mesopotâmia, difundindo as línguas faladas na
região.

• A língua acadiana – derivada do sumério – tornou-se a língua oficial e


diplomática dos povos da Mesopotâmia.

• Assim como as línguas, a escrita cuneiforme também se espalhou


pelo continente africano, e foi utilizada no Oriente Médio até os
primeiros tempos da Era Cristã.

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Sargão e Hamurabi

ALBUM / AKG-IMAGES / LATINSTOCK


• Após passar por um período de muitas guerras, as
cidades-Estados sumérias começaram a
enfraquecer.

• Por volta de 2350 a.C., os acadinos – povo da


região central da Mesopotâmia – dominaram os
sumérios sob o domínio do rei Sargão.

• Pela primeira vez as cidades-Estados foram


unificadas, o que deu início ao Primeiro
Império Mesopotâmico.

Máscara mortuária de um governante


acadiano, possivelmente Sargão, feita em
bronze, entre 2334 a.C. e 2154 a.C.

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ERICH LESSING / ALBUM / LATINSTOCK


• Nos séculos seguintes, diferentes povos
dominaram a Mesopotâmia.

• Por volta de 1950 a.C., os amoritas se


instalaram na região e adotaram a
cidade de Babilônia como capital.

• Hamurabi foi um dos reis


amoritas e governou entre
1792 a.C.e 1750 a.C.

Estela, em basalto negro, originária da Babilônia,


encontrada em Susa, no atual Irã. No detalhe,
aparece a imagem de Hamurabi em pé diante do
deus Sol Shamash.

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• Hamurani reuniu as leis e sentenças
vigentes em um dos mais antigos
códigos de leis conhecidos: o Código de
ERICH LESSING / ALBUM / LATINSTOCK

Hamurabi.

• O código aborda questões variadas, em


quase 300 itens relacionados à
propriedade, ao comércio, aos escravos
e estabelecia penas por crimes de
roubo e assassinato.

• As leis do Código de Hamurabi ficavam


expostas em local público, para que
todos pudessem ter acesso a elas.

A estela com o Código de Hamurabi atualmente está


exposta no Museu do Louvre, Paris, França.

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Enquanto isso...

Enquanto os mesopotâmicos desenvolviam a


ART DIRECTORS & TRIP / ALAMY / OTHER IMAGES

escrita cuneiforme, os chineses faziam seus


registros em cascos de tartarugas.

Alguns especialistas acreditam que a escrita


tenha surgido na China há 8,5 mil anos, 2 mil
anos antes dos escritos mesopotâmicos.

Carapaça da tartaruga com inscrições de


chinês antigo, utilizada como oráculo.

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Os egípcios

THE GRANGER COLLECTION, NEW YORK / OTHER IMAGES


Pintura em parede da câmara mortuária de Ipouy, em Deir el-Medina (Egito),
representa um jardineiro usando o shaduf, instrumento para irrigação, 1275 a.C.

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SARAH JACKSON / EDIFICE / CORBIS / LATINSTOCK


A história do Egito é marcada por mudanças,
rupturas e permanências.
Algumas tradições permaneceram, como a
dependência do rio Nilo; já outras passaram
por diversas transformações, como a
organização política.

MAHMUD HAMS / AGÊNCIA FRANCE-PRESSE

Detalhe da fachada do Grande Templo de Abu Simbel


Egípcia deposita seu voto em um referendo de pacote representa o faraó Ramsés II. O templo faz parte do
de mudanças constitucionais após o presidente Hosni complexo arqueológico situado ao sul do Egito, na
Mubarak ser deposto. Cairo, 19/11/2011. fronteira com o Sudão. Sua construção é de 1257 a.C.

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Às margens do Nilo
O rio Nilo está localizado no nordeste da África, tem cerca de 7 mil km de
extensão e deságua no mar Mediterrâneo.
Por volta de 8500 a.C., diversas comunidades se instalaram às suas margens devido à
fertilidade de suas terras. A fertilidade está ligada ao húmus depositado nas margens
dos rios no período das cheias.

LOUIS-MARIE PREAU / HEMIS / CORBIS / LATINSTOCK


Essas comunidades
cultivavam principalmente
cereais, linho e leguminosas.
Retiravam do rio peixes, plantas
e barro, utilizado
nas construção de casas
e vasilhas.

Rio Nilo, na região da Núbia, no sul do Egito.

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O desenvolvimento de técnicas de armazenamento de água pelos
nomos – comunidades da região do Nilo – foi um grande passo, pois os
egípcios encontraram soluções para os problemas cotidianos, como medir a
intensidade das enchentes e planejar-se para o período de seca.

ALBUM / AKG-IMAGES / LATINSTOCK


Ruínas de Deir el-Medina, às
margens do rio Nilo diante da
cidade Luxor. As ruínas são da
antiga aldeia de artesãos e de
trabalhadores que construíram o
Vale dos Reis, no período entre
1550 a.C. e 1070 a.C.

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A construção de diques permitia que os egípcios não só armazenassem água,
mas também controlassem a vazão e os níveis das cheias do rio.
Tanque elementar na borda do vale Cadeia longitudinal de bacias

J. RODRIGUES / ARQUIVO DA EDITORA


Tanque de vazão

Dique

Cadeia transversal de bacias


Diques naturais de margem

Elevações
de terra

Dique
Nivel alto das Diques de margem
águas de cheia aumentados
Diferentes técnicas desenvolvidas pelos egípcios para armazenar a água das cheias do rio Nilo.

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A unificação do Egito

• O crescimento dos nomos trouxe a divisão de trabalho entre as pessoas.


Passou a existir agricultores, construtores, artesãos, administradores, etc.

• Quem atingia uma condição social de destaque nas comunidades


acabava assumindo cargos de poder local.

• O cargo mais importante era o do nomarca, uma espécie de governador,


respeitado pela capacidade de garantir comida e segurança
para a população.

• Os nomarcas eram considerados deuses e tinham a incumbência de


dialogar com os deuses em nome dos seres humanos.

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Civilizações

O antigo Egito
• Os nomarcas, muitas vezes, tinham

Adaptado de: WORLD History Atlas: Mapping the Human Journey. Londres: Dorling Kindersley, 2005.
a imagem relacionada à figura de
animais.

• Alguns nomarcas ampliaram seu


poder para outros nomos de sua
região.

• Por volta de 3500 a.C., depois de


muitos conflito entre si, os nomos se
unificaram em dois reinos, o Alto Egito
(a maior parte do vale do Nilo) e o
Baixo Egito (no delta do Nilo).

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• Aproximadamente 300 anos depois, os dois

ERICH LESSING / ALBUM / LATINSTOCK


reinos foram unificados.

• O líder desse reino unificado foi chamado de


faraó, uma mistura de rei com deus.

• A unificação dos dois reinos pode ser considerada o


início da civilização egípcia, que durou quase 3 mil
anos e deixou avanços nos campos da Engenharia,
Astronomia, Medicina, Artes, entre outras.

Duas deusas, Uadjit (à esquerda, com a coroa do Baixo Egito) e Nekhbet (à direita, com a coroa do Alto Egito),
protegem o faraó Ptolomeu IX, que usa a coroa dupla, simbolizando a união dos dois reinos.

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A pirâmide social
faraó

esposa mãe

filha filho

altos oficiais militares outras esposas

vizir sumos sacerdotes

escribas sacerdotes

soldados artesãos e artistas

serventes

J. RODRIGUES / ARQUIVO DA EDITORA


camponeses

pescadores servos e
prisioneiros

A sociedade egípcia era estratificada, ou seja, havia hierarquia entre os papéis


e níveis sociais. Quanto mais perto do topo, onde ficava o faraó, maior a
importância social.
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• Cada camada, além da diferença do nível de prestígio social, possuía uma
determinada ocupação.
• Nas pinturas encontradas nos sítios arqueológicos, as pessoas de classes
diferentes são identificadas pela atividade que desempenham e pelo
tamanho em que são retratadas.

THE METROPOLITAN MUSEUM OF ART, NOVA YORK, EUA /


ARQUIVO DA EDITORA
Pintura no túmulo do funcionário Nakhat, entre 1550 a.C. e 1300 a.C., no sítio arqueológico de Tebas, atual Luxor. A
dimensão das pessoas corresponde ao seu status social: os proprietários dos túmulos são representados em tamanho
maior que os seus servidores, e estes últimos, maiores que os operários.

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A escrita egípcia
A escrita egípcia foi criada com finalidade religiosa e depois passou a ser
utilizada na administração do império e para transmitir informações por meio de
correspondências.

THE BRIDGEMAN ART LIBRARY / KEYSTONE


Detalhe do Livro dos mortos
(c. 1069 a.C.-945 a.C.)
mostrando hieróglifos
entre as imagens.
Os primeiros sinais criados pelos egípcios foram chamados de hieróglifos e
foram inventados na época da unificação do Alto e do Baixo Egito, por volta de
3200 a.C.
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• Na escrita hieroglífica cada desenho feito representava seu significado; sendo assim,
o desenho de um olho significava “olho”, o de uma boca, significava “boca”, etc.

• Havia mais de mil caracteres, utilizados principalmente em textos


religiosos e túmulos.

• Mesmo com muitos hieróglifos, era difícil para os egípcios representar palavras
abstratas (como “vida” e “sorte”) e verbos comuns (como “pensar” e “ir”).

• A solução encontrada foi criar desenhos que representassem sons, constituindo uma
escrita simples, chamada de hierática.

• A escrita era restrita apenas aos membros da família real, sacerdotes e escribas ̶
funcionários empregados no registro da cultura egípcia.

• Aos escribas, cabia registrar e controlar tudo o que fosse produzido e arrecadado no
Egito.
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A importância da religião
• Os egípcios eram politeístas, ou seja, acreditavam em muitos deuses.
• O Sol era considerado a principal divindade da religião egípcia, juntamente com o
rio Nilo.
• O Sol era representado de diversas

THE BRIDGEMAN ART LIBRARY / KEYSTONEZ


maneiras, como um escaravelho,
um disco solar percorrendo o céu
em uma barca ou um carneiro.

• Além do Sol, outros deuses,


como Hapy, Montu, Anúbis e
Hórus eram cultuados; cada um
relacionado a um aspecto da vida
ou da sociedade egípcia.
Detalhe do Livro dos mortos (c. 1069 - 945 a.C.)
mostrando o Sol e sua barca.

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Civilizações

• Cada cidade egípcia adorava um deus específico e erguia templos em homenagem


a ele.

• Havia muitos sacerdotes e sacerdotisas, que cuidavam de organizar as


oferendas às divindades e festividades, além de escreverem os textos
sagrados.

• Os sacerdotes também eram encarregados de estudar o movimento dos astros,


o que os levou a elaborar, por volta de 2900 a.C., um calendário de 365 dias, que
marcava o tempo desde o aparecimento da estrela Sirius no céu.

• Com o calendário, os egípcios conseguiram organizar o plantio e o


estoque de produtos agrícolas, além da construção de templos e
pirâmides em perfeito alinhamento com os pontos cardeais.

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A crença na imortalidade

• Os egípcios acreditavam na vida após a

PHOTOLIBRARY / LATINSTOCK
morte, preservando assim seus mortos para o
renascimento de suas almas.

• Para esse processo, desenvolveram técnicas


de mumificação tão sofisticadas que muitos
corpos foram preservados por mais de 5 mil
anos.

• Os faraós e alguns altos funcionários


recebiam máscaras mortuárias com as
quais se procurava preservar as feições
do falecido.

A máscara mortuária do faraó Tutancâmon é a


mais famosa do mundo.

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Civilizações
A mumificação e o conhecimento do corpo humano
• A mumificação era uma prática com caráter religioso que durava cerca de
setenta dias.
• Os órgãos eram retirados dos corpos, e alguns, como os

FRANÇA / ARQUIVO DA EDITORA


pulmões, eram armazenados e guardados ou enterrados, junto

MUSEU DO LOUVRE, PARIS,


com o corpo.
• O corpo era colocado em contato com diversas substâncias
químicas e depois permanecia coberto por um composto de
bicarbonato de sódio por mais de dois meses.

• Ao trabalhar na mumificação, os egípcios adquiriram muito


conhecimento sobre o corpo humano e a medicina.
• Há vestígio de uso de anestesia em cirurgias, assim
como de remédios e até colírios.
Vaso canopo de Hapi. Em seu interior eram
colocados os pulmões do morto.

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Civilizações
• Para os egípcios, a alma dos mortos, em sua

THE BRIDGEMAN ART LIBRARY / KEYSTONE


vida no além, precisaria dos objetos que os
indivíduos utilizavam em vida, por isso o
corpo dos mais poderosos ficava guardado
em tumbas ou pirâmides que continham seus
objetos.
• Era comum que os faraós fossem
enterrados com alguns criados e que em
suas tumbas fossem pintadas cenas de seus
feitos.

SANDRO VANNINI / CORBIS / LATINSTOCK


• Segundo a crença egípcia, os mortos
eram julgados pelo deus Osíris e só
as pessoas realmente boas
ganhariam vida nova.
Quando os arqueólogos acharam a
tumba de Tutancâmon, encontraram
também muitos de seus objetos
pessoais, como o bracelete e as
sandálias ao lado.
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Civilizações
O peso do coração

MUSEU BRITÂNICO, LONDRES / ARQUIVO DA EDITORA


• O papiro acima data de aproximadamente 1285 a.C. e foi encontrado na
tumba do escriba real Hunefer, em Tebas.

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• O Livro dos mortos dos antigos egípcios era um conjunto de orações, magias e
ensinamentos que procuravam garantir a ressurreição do morto e ajudá-lo em
sua viagem para outra vida.

• O ponto alto desse registro era representado pelo julgamento do morto pelo
deus Osíris, no qual o coração do morto era depositado em um lado de uma
balança. E no outro, uma pluma, para pesar a pureza do morto.

• Os egípcios acreditavam que no julgamento da morte o status social não era


considerado, mas sim os atos do morto em vida.

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Civilizações
A civilização minoica
Enquanto os egípcios construíam as pirâmides de Gizé (séc. XXVI a.C.),
a civilização minoica, localizada em Creta, uma ilha do mar Mediterrâneo, também
alcançava seu apogeu.

Os minoicos construíram

GUY VANDERELST / PHOTOGRAPHER‘S CHOICE / GETTY IMAGES


grandes palácios enfeitados
com afrescos, que serviam de
moradia e centros comerciais,
religiosos e cerimoniais.

Afresco do Palácio de
Cnossos, na ilha de Creta,
representando golfinhos.

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Civilizações
• Os minoicos se destacaram pela confecção de joias, cerâmicas, esculturas e
produtos de metal.
• Construíram portos e aquedutos e expandiram seu comércio pelo
Mediterrâneo graças à sua navegação avançada.

PAUL STEPAN / PHOTO RESEARCHERS / GETTY IMAGES


• Essa civilização
começou a entrar em
decadência no início do
século XV a.C., quando
foi atingida por
terremotos e guerras
internas.
O Palácio de Cnossos foi construído por
volta de 1900 a.C. na Creta minoica. Foi
descoberto e parcialmente reconstruído
pelo arqueólogo britânico Arthur Evans na
primeira metade do século XX.

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Civilizações
Hebreus, persas e fenícios

XINHUA PRESS / CORBIS / LATINSTOCK


Celebração do Navroz, tradicional festival de Ano-Novo, no Santuário Kartai Sahki em Cabul,
capital do Afeganistão.

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Civilizações
Os persas
Em aproximadamente 2000 a.C., algumas tribos nômades se deslocaram
da região da atual Rússia para o Oriente Médio.
Dentre elas, podemos destacar os persas e os medos que eram, em sua
maioria, criadores de ovelhas e lavradores de trigo.
O Oriente Médio hoje

Adaptado de: GRAND atlas historique. Paris: Larousse, 2006.


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Civilizações
Século VI a.C.

Século VII a.C. 550 a.C. 539 a.C.

No século VII a.C., persas


Ciro conquista diversas regiões,
e medos passaram por
entre elas a Babilônia, e chega até
processos de unificação
o território do atual Afeganistão.
em torno de um rei.

Persas e medos entram em conflito.


Os persas vencem os comandados
pelo rei Ciro. Tem início a formação
do Império Persa.

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Civilizações
O Império Persa
• Quando Ciro assumiu o controle das tribos medas, manteve as funções
dos antigos governantes locais, porém, exigiu deles lealdade e o
pagamento de tributos.
• Com sua morte, em 529 a.C., seu filho, Cambisses, assumiu o poder.
• Cambisses conseguiu conquistar o Egito em 525 a.C., porém faleceu
pouco tempo depois.

• O parente mais próximo de


Ciro e Cambisses era Dario,
que assumiu o comando do
império da Pérsia de 522 a.C.
a 486 a.C., quando faleceu.
ALL-HISTORY.ORG / ARQUIVO DA EDITORA

Detalhe de relevo encontrado no acesso ao


Palácio de Persépolis, atual Shiraz, no Irã. O
relevo, da metade do século V a.C.,
representa fenícios entregando presentes ou
pagando tributos para o rei persa Dario I.

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Civilizações
Durante seu reinado, Dario consolidou os quase 8 milhões de quilômetros
do Império Persa.
Império Persa

Adaptado de: GRAND atlas historique. Paris: Larousse, 2006.


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Civilizações
• A dificuldade de governar um império com tais proporções era muito
grande, uma vez que era necessário lidar com povos muito distintos
culturalmente entre si.

• A solução encontrada por Dario foi dividir seu território em províncias, que
ele chamou de satrápias, e entregá-las cada uma a um governante,
chamado de sátrapa.

• Os sátrapas eram escolhidos de acordo com a nobreza e tinham certa


autonomia para governar, apesar do controle exercido por Dario por meio
de informantes do império.

• Um dos funcionários encarregados de informar as notícias do império era o


inspetor itinerante, que percorria as províncias para fiscalizar e relatar ao
governo central tudo o que ocorria em cada satrápia.

• Se houvesse alguma irregularidade nas satrápias, seu governador era


punido, podendo inclusive pagar com a morte por irregularidades graves.

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Civilizações
O governo de Dario construiu um eficiente sistema de estradas, que
possibilitava a transmissão rápida de informações.

Império Persa Esse sistema era formado por


uma estrada principal de mais
de 10 mil quilômetros com

Adaptado de: GRAND atlas historique. Paris: Larousse,


postos de descanso para os
viajantes, que ligava a cidade
de Éfeso a Susa.

2006.
No sistema de correios havia postos de descanso onde se trocava de mensageiros
para que as correspondências fossem entregues mais rapidamente em seus destinos.

Por meio desse sistema, as informações chegavam rapidamente ao rei


(de uma semana a noventa dias).

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Civilizações
A organização do império

O Império Persa reuniu uma grande diversidade de povos: egípcios, lídios,


mesopotâmicos, etc.
Essa interação possibilitou a troca de muitas habilidades, como as técnicas
agrícolas egípcias, a hidráulica mesopotâmica e o plantio de arroz indiano.

Durante o Império Persa, a


experiência com o uso de
MUSEU BRITÂNICO, LONDRES / ARQUIVO DA EDITORA

dinheiro como forma de


pagamento, proveniente da
Lídia, se popularizou. Assim foi
criado o dárico, moeda utilizada
em todo o império.

Frente e verso do dárico, moeda de ouro criada pelo


rei Dario I (522 a.C.-485 a.C.).

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Civilizações
A riqueza artística dos persas
O Império Persa tinha várias capitais,
como Persépolis (no atual Irã), Babilônia,
Ecbátana, Arbeles e Susa. E o rei Dario
se deslocava entre elas de acordo com
suas necessidades. Com isso, diferentes
regiões se beneficiaram com
investimentos artísticos e arquitetônicos.

Nas artes, o Império Persa buscou


agregar elementos de várias culturas,
como vemos na imagem ao lado, que
agrega elementos da cultura grega e
MUSEU BRITÂNICO, LONDRES / ARQUIVO DA EDITORA

mesopotâmica.

Pilar e capitel de calcário, de cerca de 510 a.C., retirado de


uma coluna do Palácio de Susa, no atual Irã.

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Civilizações
O Império Persa foi a maior potência do Mediterrâneo até por volta de 500 a.C.

Nesse período, Dario resolveu conquistar a Grécia, que, após uma série de
conflitos, derrotou seu império em 448 a.C.

A partir de então, os gregos foram pouco a pouco assumindo a supremacia da


região da Pérsia, até que em 330 a.C. o exército de Alexandre, o Grande,
assumiu por completo o controle da região.

Os hebreus

Os hebreus, diferentemente dos outros povos que viveram na mesma época,


eram um povo monoteísta, ou seja, acreditavam em um único deus.

Esse povo vivia no Oriente Médio e era chamado de povo judeu; por isso, sua
religião passou a ser conhecida como judaísmo.

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Civilizações
Da Mesopotâmia à Palestina

As narrações do “Velho Testamento”, associadas a evidências linguísticas, nos


levam a crer que os hebreus sejam originários da Mesopotâmia.

Segundo a Bíblia, os hebreus teriam saído da cidade de Ur – sul da


Mesopotâmia – e seguido para o Oriente Médio – ao atual Estado de Israel –,
guiados por Abraão, tendo chegado à região por volta de 1230 a.C.

Inicialmente, estiveram organizados em clãs, nos quais o poder era exercido


por um conselho de anciãos liderados por um juiz, que orientava a população.

O poder da religião

No anseio de fortalecer seu grupo, os hebreus perceberam a necessidade de


unificá-lo em torno de um rei, o que ocorreu por volta de 1030 a.C., quando foi
instituída a monarquia entre os hebreus.

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Civilizações
O povo hebreu acreditava que seu patriarca, Abraão, havia feito um
acordo com seu deus, Javé (ou Iavé), no qual a Palestina lhes havia
sido prometida como terra sagrada e o acordo só seria cumprido
se o povo hebreu se unificasse.

YEVGENIA GORBULSKY / SHUTTERSTOCK / GLOW IMAGES


A unificação contribuiu para
uma forte identificação entre o
povo hebreu, que passou a se
distinguir dos demais povos da
Antiguidade pelo monoteísmo
e pela ideia de unidade.

Domo da Rocha ou Cúpula da Rocha que,


segundo se acredita, cobre uma “rocha
sagrada” em suas fundações e onde o
patriarca Abraão teria feito sacrifícios a
Deus.

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Civilizações
A monarquia hebraica se sucedeu da seguinte maneira:

Salomão (966-926 a.C.)


Davi (1006-966 a.C.) Filho de Davi, realizou
grandes construções e
Monarca conhecido
constituiu um exército.
por expulsar os
Saul filisteus, povo rival, da Em seu governo,
(c.1030-1006 a.C.) Palestina. ocorreu uma grande
Primeiro soberano divisão política e
A partir de então a
do povo hebreu. religiosa: as dez tribos
Palestina se tornou a
do norte formaram o
capital do reino
Reino de Israel e as
hebreu, que foi
duas tribos do sul
dividido em 12 tribos.
constituíram o
Reino de Judá.

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Civilizações
A importância dos profetas

O judaísmo só se consolidou entre os hebreus com a atuação dos profetas,


uma vez que o povo hebraico acreditava que Javé conversava com eles por
meio de sonhos, premonições e outros sinais.

No século VIII a.C., alguns profetas começaram a questionar os altos impostos


e imposições a que o povo hebreu vinha sendo submetido e passaram a
defender que a fidelidade do povo deveria se voltar apenas aos ensinamentos
de Javé, defendendo assim preceitos como a justiça, o respeito à vida e à
propriedade alheios.

A partir de então, o judaísmo se consolidou como a primeira religião


monoteísta ética da humanidade, pregando uma crença religiosa que definia
como conduta ações corretas e justas com as outras pessoas, privilegiando o
bem e a paz social, valores que posteriormente se difundiram para o
cristianismo e o islamismo.

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Civilizações
Os fenícios
O povo fenício é conhecido como responsável por colocar em prática a ideia de
criar os sinais que deram origem à noção de alfabeto.

As origens

Por volta de 3000 a.C., na região do atual Líbano, diversas tribos que se
autodenominavam cananeus, ocuparam a região chamada na
época de Canaã.

Apesar de dividirem a mesma língua e a mesma cultura, ao cananeus


estabeleceram cidades-Estados independentes, com administração própria,
como foi o caso de Biblos, Sídon, Tiro, Ugarit e outras.

Os cananeus dependiam do comércio para garantir seu bem-estar, uma vez


que não habitavam uma região de terras cultiváveis.

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Civilizações
O comércio
O comércio levou os fenícios a locais cada vez mais distantes. Em cerca de
1000 a.C., eles comercializaram com regiões que atualmente correspondem a
Sicília, Inglaterra, Egito, ilha de Chipre, Marrocos, entre outros, onde além de
trocarem mercadorias, descansavam e se abasteciam de alimentos e água.

TOPHAM PICTUREPOINT / TOPFOTO / KEYSTONE


Detalhe do painel superior de uma das bandas de bronze da porta que leva ao templo do deus Mamu em
Balawat, no atual Iraque. A imagem representa o rei e a rainha de Tiro (à esquerda) vendo embarcações
levando presentes para Salmanasar III da Assíria.

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Civilizações
Os fenícios fundaram locais de descanso e abastecimento chamados de
feitorias, que mais tarde viraram cidades, das quais a mais influente foi
Cartago (fundada no norte da África em 814 a.C.).
Navegações fenícias (séculos XII a.C.)

Adaptado de: GRAND atlas historique. Paris: Larousse, 2006.


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Civilizações
Uma pequena obra de arte
A cena ao lado, que faz parte de uma peça
esculpida em marfim encontrada no norte
da Mesopotâmia, nas ruínas do palácio do
rei assírio Ashurnasirpal II, representa o
ataque de uma leoa a um jovem escravo.

BARBARA HELLER / KEYSTONE


Pelo cabelo e outras características, é
possível perceber que o garoto é africano.

Os fenícios participaram da confecção


de adornos para construções persas e
hebraicas, demonstrando sua grande
habilidade e importante contribuição
para as artes na Antiguidade.

Mosaico, em ouro e marfim, encontrado em Nimrud,


Iraque. Feito entre os séculos IX a.C. e VIII a.C.,
representa uma leoa fechando as mandíbulas na
garganta de um escravo núbio.

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Civilizações
O nascimento do alfabeto
Com o intuito de registrar suas transações comerciais e se fazerem entender
pelos demais povos com quem estavam em contato, os fenícios criaram um
modelo de alfabeto formado por 22 sinais que representavam os sons que
compunham as palavras (alfabeto fonético), o que tornava o sistema válido
para todas as línguas.

Com a invenção do alfabeto, a escrita, antes dominada apenas pelas elites, se


tornou muito mais compreensível e acessível.

Os fenícios criaram um alfabeto apenas com os sons das consoantes. Ao


entrarem em contato com tal sistema, os gregos lhe acrescentaram cinco
vogais, deixando-o praticamente do modo como o conhecemos atualmente.

Entre os séculos VII a.C. e IV a.C., as cidades fenícias foram dominadas por
muitos povos, como os babilônios, persas e gregos. E em 64 a.C. seus
territórios foram anexados aos domínios romanos.

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Civilizações
O povo de Adena
Em cerca de 1000 a.C., a civilização de Adena floresceu do litoral leste do Atlântico até
o centro dos Estados Unidos.
Entre suas características estava a construção de grandes montes que
serviam para enterrar seus mortos.

Esse povo vivia em residências


circulares, alimentando-se de caça

MARILYN ANJO WYNN / NATIVESTOCK PICTURES / CORBIS


e pesca.

Por volta de 500 a.C., sua cultura


começou a ser substituída pela
cultura Hopewell.

Monte para enterrar os mortos do povo de


Adena, de cerca de 800 a.C., no sítio arqueológico
de Miamisburg, no estado de Ohio, Estados Unidos.

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